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Capítulo 19

Selene

Sob o Véu da Escuridão

  Assim como o tempo, meu coração estava pesado, respiro com muito dificuldade ainda, estou sentada na grama úmida, abraçando os meus joelhos, fecho os olhos, tudo começou a se confundir em minha mente, a chuva fria, as palavras de Vladimir, minha própria pele. Olho para minhas mãos, eu não tenho controle sobre o que aconteceu dentro de mim, e não sei o que fazer com isso, levanto minha cabeça olhando ao redor e não vejo nada e nem ninguém, estou sozinha, ele sumiu sem mais nem menos, não tenho noção por quanto tempo eu apaguei.

  Meus pensamentos foram interrompidos pelos sons de trombetas ao longe, os homens do flanco oeste estavam voltando. Levantei-me apressada, limpado a sujeira das minhas mãos e corri em direção ao acampamento principal.

  Quando cheguei ao acampamento principal, a cena diante de mim era um caos angustiante. A chuva fina caía sem parar, transformando o chão em um lamaçal que se misturava ao sangue e à sujeira. O som dos soldados feridos e das macas sendo carregadas parecia se sobrepor ao tamborilar constante da chuva. Cada grito e lamento parecia penetrar na noite escura, acentuando a sensação de desolação.

  Meu coração bateu descompassado, e meu olhar percorreu o grupo, procurando desesperadamente por um rosto familiar. "Jack" O nome escapou dos meus lábios como uma prece, uma prece que não obteve respostas, continuei procurando, esperando ver o sorriso torto dele, mas cada rosto que eu via era um estranho ou estava marcado pela dor e exaustão. A ausência dele me atingiu com um golpe mordaz.

  Eu não sabia mais o que era real, algo dentro de mim pulsa, exigindo ser liberado, eu não tenho a menor ideia de como controla-lo. A unica coisa que eu sei é que preciso me esconder. Eu não vejo Jack, nada e parte alguma, minhas pernas ficam fracas e sinto como se tudo estivesse rodando. A ansiedade me domina enquanto caminho entre aqueles que se tornaram vitoriosos, mas não vejo vitória em seus rostos.

  Um grito de desespero rompe minha busca, seguido por um choro de dor que parte meu coração, olho na direção dos sons de desalento, uma mulher de meia idade chora debruçada sobre um corpo, meu estomago revira e a premência de choro me domina. Sei muito bem que é, Verus Wyatt, meu sangue gela, ele era amigo de treino de Jack. Estou me sentido tonta e enjoada, mãos quente tocam meu braço, Lyra aparece, ela me olha com os olhos marejados.

  A mãe de Verus grita e os lamentos cortam o ar, uma jovem de cabelos dourados passa correndo e acaba esbarrando em mim, ela corre em direção ao próprio Capitão Rorkrubrak, ele a levanta no colo, eles permanecem abraçando, enquanto choros de lamentos e angustia se diluem na chuva fina.
— Ele não está aqui. - eu falo o óbvio. Lyra aperta meu braço, seu toque é firme, mas o olhar dela está carregado de tristeza.
— Precisamos sair daqui. - ela sussurra, a voz entrecortada pela emoção, eu vejo a dor nos olhos dela.

O vento frio traz o cheiro de terra molhada e sangue, o som abafado dos soluços ao meu redor começa a se misturar com o tamborilar suave da chuva que agora cai mais forte, como se o próprio céu chorasse junto. Essa coisa desconhecia dentro de mim se agita como uma fera inquieta, eu respiro fundo tentando me controlar, tento ignorar a sensação de queimaçao nas pontas dos meus dedos.
— Selene. - Lyra me chama novamente, puxando-me para longe da visão dos corpos que estão sendo alinhados ao longo do campo. — Vamos para as tendas hospitalares.

  Dou um último olhar ao campo, procurando desesperadamente por Jack mais uma vez, mas ele não está lá. Apenas o vazio responde ao meu olhar, com as pernas trêmulas e o coração pesado, permito que Lyra me guie para longe, deixando para trás o caos e a dor.

  Enquanto seguimos em direção às tendas hospitalares, a chuva fina se intensifica, tornando-se um manto frio que se mistura com as lágrimas que não consigo segurar. Lyra mantém a mão firme no meu braço, como se temesse que eu desmoronasse a qualquer momento.
— Vamos entrar. - ela diz, enquanto nos aproximamos das tendas iluminadas por luzes tremulantes. O calor abafado e o cheiro forte de ervas medicinais e sangue fresco envolviam o espaço, criando um manto pesado e opressivo, antes de cruzar a entrada, paro de repente sentindo um arrepio correr pela minha espinha. A sensação de estar sendo observada é inegável.

  Lyra percebe minha hesitação e olha ao redor, tentando enxergar o que me aflige, mas não vê nada além da chuva e da noite. Ela me puxa para dentro da tenda, onde o calor abafado contrasta com o frio cortante de fora.

—  Jack vai aparecer. Ele... ele deve estar a caminho. - as palavras dela são bem-intencionadas, mas vazias. Sinto que há algo muito errado, algo que vai além do campo de batalha. Minhas mãos ainda tremem, os dedos queimando com uma energia que não sei como controlar, olho ao redor, tentando me concentrar nos feridos em nossa volta. O som dos soluços e das vozes ao fundo se misturava com o zumbido constante da minha própria ansiedade.
— Vamos encontrá-lo. - sua voz agora está cheia de urgência. — Fique aqui eu vou buscar Maera.

  Mas antes que ela possa se afastar, as luzes da tenda vacilam, como se uma rajada de vento houvesse passado por elas. O ambiente parece se distorcer levemente,
a chama das velas dança violentamente, projetando sombras grotescas nas paredes da tenda, e então eu percebo que o que estou sentindo não é apenas medo - é essa coisa tentando se manifestar, tentando sair.

— Não... - murmuro, recuando, enquanto os sussurros se tornam mais altos, mais insistentes, Lyra se vira para mim, alarmada, percebendo que algo está terrivelmente errado. Mas antes que ela possa agir, uma onda de energia escura explode de dentro de mim, apagando todas as velas de uma vez, a tenda mergulha em completa escuridão.

  Meus sentidos estão em choque, o coração martelando no peito, eu sinto a energia fluir pelos meus dedos, como uma corrente incontrolável, e é aterrorizante. Tento segurar, mas quanto mais resisto mais forte ela se torna.
— Selene! - o grito de Lyra parece distante, abafado, como se ela estivesse a milhas de distância. Eu estou perdendo o controle, e o medo de machucar alguém é avassalador, medo que isso consuma aqueles que estão ao meu redor.

  O som de passos e vozes ao redor se torna um eco distante, perdido em meio ao caos que se desenrola dentro de mim. As palavras de Lyra, seus gritos, são devorados pela escuridão que se expande, até que tudo o que resta é o som da minha própria respiração ofegante e o zumbido ensurdecedor.

  Minhas mãos estão tremendo violentamente agora, e o calor nas pontas dos meus dedos se transforma em um fogo ardente, quase insuportável. Tento afastar os pensamentos de desespero, de dor, mas eles retornam como uma maré, cada vez mais fortes, cada vez mais difíceis de ignorar.
— Selene, olhe para mim! - a voz de Lyra atravessa a escuridão como uma lâmina, cortando o véu de medo que me envolve. Seus olhos brilham na penumbra, cheios de determinação, ela segura meus ombros, sacudindo-me levemente.

  O medo e a culpa se misturam, criando um nó apertado no meu peito, fecho os olhos com força, tentando afastar a sensação sufocante, mas é inútil. A energia escura continua crescendo, como se tivesse vontade própria, como se estivesse esperando apenas por uma brecha para se libertar.

  Sinto a pressão aumentar, e por um breve momento, penso que vou sucumbir, que a escuridão vai finalmente me dominar. Mas então, em meio ao desespero, algo inesperado acontece. A energia queimar se dissipa ligeiramente, como se estivesse hesitando, aguardando minha decisão. Respirando fundo, reúno forças para tentar canalizar aquela energia para dentro de mim, comprimindo-a, forçando-a a recuar. O esforço é excruciante, como tentar conter uma inundação com as minhas próprias mãos.

  Lentamente, o caos diminui, as sombras na tenda se acalmam, voltando a ser meras projeções de luz vacilante, o zumbido em meus ouvidos se dissipa, dando lugar ao som suave da chuva do lado de fora. Abro os olhos e encontro o olhar de Lyra, cheio de preocupação, mas também de alívio. Lyra me envolve em um abraço apertado, e pela primeira vez em muito tempo, deixo que as lágrimas caiam livremente.

  Lyra não diz nada, apenas me segura, permitindo que o tempo passe até que meus tremores cessem e minha respiração se normalize. Por um momento, o mundo lá fora parece distante, quase irrelevante, como se a escuridão da tenda tivesse nos envolvido em uma bolha de quietude.

  Mas a realidade não pode ser ignorada por muito tempo, os sons de vozes e passos apressados do lado de fora das tendas me puxam de volta, me lembrando do que ainda está por vir. Relutante, me afasto de Lyra, enxugando as lágrimas com a manga da minha túnica, eu me sinto exausta, mas ainda há uma urgência dentro de mim que não posso ignorar. Lyra me olha com os olhos ainda vermelhos.

  Saímos juntas da tenda, a chuva fria batendo em nossos rostos enquanto nos dirigimos ao centro do acampamento. Os soldados restantes estão ocupados, alguns ainda cuidando dos feridos, outros discutindo a batalha, mas meus olhos continuam a procurar Jack entre eles.

  As horas parecem se arrastar, e quanto mais tempo passa, mais o desespero tenta se infiltrar em meu coração. Eu começo a sentir o peso de uma possível verdade que não quero enfrentar, mas não posso me deixar cair agora. Não ainda. Finalmente, avistamos o Capitão Rorkrubrak, sua postura rígida, mas seus olhos carregam a mesma exaustão e pesar que vejo em todos os outros. Corro até ele, meu coração acelerando.
— Capitão, por favor... - minha voz falha, mas eu continuo. — Lettieri... Jack Lettieri você o viu? - Lyra perguntou.

  O Capitão me encara por um longo momento antes de responder, ele parece hesitar, como se estivesse escolhendo suas palavras cuidadosamente.
— Jack lutou bravamente.

Meu estômago se revira, e por um instante, o mundo ao meu redor para. - Ele está... - Tento terminar a frase, mas as palavras me traem.

— Ele foi separado do grupo principal durante o ataque. - continua o Capitão, sua expressão severa. — Não temos certeza do que aconteceu, mas não o encontramos entre os feridos ou os mortos. - meu coração afunda.
— Ele pode estar vivo. - digo, a esperança se agarrando a cada palavra. — Ele pode ter escapado. - o Capitão Rorkrubrak assente lentamente.
— É possível, Selene. Não deixamos nenhum homem para trás. - enquanto ele fala, sinto a energia dentro de mim se agitar novamente, como se respondesse ao meu crescente pânico. Tento ignorá-la, focando apenas na possibilidade de que Jack ainda esteja vivo.

  Rorkrubrak pede licença e sai em direção a tenda do General Thalor, o silêncio permanece entre mim e Lyra enquanto Capitão Rorkrubrak se afastava, suas palavras ainda ecoando em meus pensamentos. A chuva continuava a cair, fria e implacável, levando com ela as lágrimas que não conseguia mais segurar.

"Não deixamos nenhum homem para trás", a frase rodava em meus pensamentos, a incerteza está pairando sobre nós como uma nuvem carregada, ameaçando esmagar o pouco de esperança que me restava. Eu me concentrei na idade de que Jack está vivo e escondido em alguns lugar.

  Eu me sinto à beira de um abismo, prestes a ser consumida por desespero. Tudo se misturava em uma tempestade que ameaçava a engolir a minha sanidade.
— Tinha fogo na suas mãos... Uma espécie de luz. - a voz de Lyra sai temerosa. — O que foi aquilo? - a energia que Vladimir havia despertado ainda pulsava em minhas veias, e cada vez que eu tento suprimi-la, a sensação de que estava prestes a perder o controle aumentava.

  Olho ao redor e ainda vejo soldados retornando para o acampamento, carregando feridos e mortos, a morte era palpável e impregnava o ar com uma dor sufocante.
— Eu não sei Lyra... - ela me olha incrédula, mas eu estou tão surpresa quanto ela. — Vladimir De Noir fez isso comigo. - Lyra recua um passo, o choque evidente em rosto. As palavras que acabei de proferi pairam entre nós como uma nuvem carregada de tensão, não queria compartilhar isso com absolutamente ninguém, agora já não tenho escolha.

— Vladimir... De Noir? - Lyra repete, com a voz em um sussurro amedrontado, como se dizer um nome pudesse invocar a própria escuridão. Eu assinto , ainda sentindo o calor residual daquela energia indomável nas pontas dos meus dedos, um calafrio percorre minha coluna, não pela chuva ou o frio cortante, mas pelo que aquilo significa, ele tocou algo em mim que eu não sabia que existia, algo que ele soube controlar.

— O que ele fez, Selene? - ela pergunta com a voz vacilante. Olho para as minhas mãos e as lembranças daquele momento com Vladimir voltam a tona com uma nitidez cruciante. A sensação esmagadora de esta perdendo o controle, respiro fundo, lutando contra a onda de medo que ameaça me engolir novamente. Estou com medo de mim mesma.

— Ele despertou algo dentro de mim. - minha voz sai trêmula, quase quebrada sob o peso do que estou tentando explicar. —  Eu não faço ideia do que esta acontecendo. Sinto como se estivesse à beira de um abismo... não sei se consigo conter isso dentro de mim, Lyra.










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