32. Sem sentido
Acordei com os resmungos de Zayn pedindo para que eu atendesse a porta logo e que assim o barulho totalmente irritante da minha campainha parasse.
Levantei contra minha vontade e o barulho da campainha se fez presente de novo, me fazendo bufar.
Quando abri a porta, pude ver que era minha mãe com um sorriso radiante no rosto. Que horas eram? Oito da manhã? Minha mãe tinha aparecido na minha casa oito da manhã em um sábado?
— Fiquei com tanta saudade depois que nos falamos essa semana no telefone. Eu vim porque precisava ouvir sua voz pessoalmente. — me abraçou apertado, mas quando nos separamos vi que sua expressão havia mudado, ela parecia chocada e até constrangida enquanto olhava para trás de mim.
— Quem era? — ouvi a voz de Zayn e virei meu rosto para olha-lo.
Ele coçava os olhos parecendo ainda estar meio que dormindo. Olhei mais para baixo e arregalei os olhos vendo que ele não vestia nada.
— Zayn! — gritei e só então ele percebeu como estava e na frente de quem estava.
— Ah, e-eu... E-eu já volto. — gaguejou e tampou suas partes baixas antes de sair correndo de volta para o quarto.
Quando voltei a olhar para a minha mãe, vi que ela tampava os olhos com as mãos.
— Já pode olhar, mãe. — falei e ela aos poucos cedeu fazendo o que eu pedi.
Eu não sabia quem havia ficado mais constrangido, eu, ela ou Zayn.
— Me desculpa por isso.
— Eu que deveria ter avisado que viria. — ela tentou se explicar.
— Não, eu entendo que você quis fazer uma surpresa. — sorri tentando fazê-la entender que estava tudo bem. — Vamos nos sentar. — apontei para o meu sofá e assim nos acomodamos.
— Então, ele que é o seu namorado? — minha mãe puxou assunto e eu assenti. — E ele está morando aqui com você?
— Não, ele só vem aqui às vezes.
Confesso que "às vezes" não eram as duas melhores palavras para descrever quantas vezes ele vinha para a minha casa na semana.
— E como está o meu pai? — perguntei para mudar de assunto.
— Não faço ideia. — fechou a cara e desviou o olhar.
— Vocês brigaram de novo? — desconfiei.
— O que você acha? — pela sua cara aquele com certeza havia sido um "sim".
Antes que eu pudesse continuar falando, Zayn apareceu na sala, mas dessa vez totalmente vestido e arrumado.
— Mil desculpas pela péssima primeira impressão, Sra. Reed.
— Vamos pular as formalidades, por favor. Me contem o que é realmente interessante. Como vocês se conheceram?
Eu já esperava por aquela pergunta, então contei da forma mais resumida possível. E depois daquela vieram várias outras que também respondi tentando resumir tudo.
— Eu já vou indo, tenho muito o que fazer hoje ainda. — se levantou do sofá e percebi que aquela agilidade para fazer as coisas que ela tinha antes, já não estava tão presente. — Adorei te conhecer Zayn, só gostaria de te pedir que andasse mais vestido pela casa da minha filha. — falou, mas logo depois gargalhou fazendo Zayn voltar a relaxar sua expressão.
Minha mãe se despediu de mim com um abraço apertado como da primeira vez que nos vimos hoje mais cedo e saiu me deixando sozinha com Zayn naquele apartamento.
— Eu tenho muita falta de sorte mesmo. — Zayn riu se jogando no sofá e pegando o controle para ligar a televisão. — Ela podia ter aparecido enquanto eu estivesse vestido. Agora minha sogra sabe o tamanho do meu pau. — disse voltando a ficar constrangido e eu gargalhei alto.
— Quando eu tiver filhos terei que conta-los isso. — falei tentando controlar minha vontade de rir que não passava.
— Está querendo dizer que teremos filhos? Você não acha que está sonhando alto demais? — Zayn perguntou brincando e eu resolvi fazer o mesmo.
— E quem disse que terei meus filhos com você?
— Essa doeu. — fingiu tristeza.
— Me diz onde que assim eu dou um beijinho para curar. — sentei em seu colo, com um sorriso bobo no rosto.
— No meu corpo inteiro. — brincou.
— Então parece que eu vou ter muito trabalho. — rimos e me aproximei mais dele para beija-lo carinhosamente.
Beijar aquela boca nunca ficava ruim e seu gosto era extremamente viciante. Eu continuaria beijando ele por muito mais tempo se ele não tivesse se afastado.
— O que foi? — perguntei estranhando aquela atitude repentina.
— Quem é Pierre?
— O quê? — franzi a testa desentendida e vi Zayn suspirar antes de voltar a me encarar.
— Enquanto eu colocava minha roupa hoje mais cedo, seu celular apitou e apareceu esse nome na tela. — explicou enquanto parecia analisar minha reação.
— Ele é um amigo muito próximo da minha mãe. — não menti, mas também não expliquei da forma mais completa.
— E por que ele te mandaria mensagens? Vocês costumam conversar?
— Eu andei falando com ele. — continuei a não dar muitas informações.
— Sobre? — Zayn não me deixaria em paz até eu contar tudo.
— Sobre você. — falei depois de alguns segundos de silêncio de ambas as partes.
— Sobre mim? Você andou desabafando sobre nossa relação com ele? Mas ele não era amigo próximo da sua mãe? — enfatizou a palavra mãe.
A curiosidade de Zayn estava começando a me irritar. Era óbvio que ele estava desconfiando de mim e isso não me deixava nem um pouco contente.
— Ele é empresário, Zayn. — respondi demonstrando mais irritação do que eu desejava.
— Você ainda não me disse muita coisa. — murmurou insatisfeito.
Bufei e saí de seu colo para me sentar no sofá.
— Eu não entendo o porquê você está me escondendo alguma coisa. Se lembra daquele dia em que prometemos que não teria mais mentiras entre nós?
— É que eu não queria te contar e te dar falsas esperanças se não desse certo. — encolhi minhas pernas, virando para ficar de frente para ele.
— Do que você está falando, Wendy? Nem parecemos estar no mesmo assunto. — falou demonstrando estar sem paciência.
Passei minhas mãos pelos meus cabelos e as apoiei no meu colo antes de começar a falar.
— Sua mãe me disse que o quadro que tem na sua sala foi você quem pintou e então eu achei que... — fui interrompida antes de concluir minha frase.
— Eu pintei? Aquele quadro foi pintado pelo meu pai. Ele fica lá na sala justamente porque é muito importante para nós. — disse me deixando sem palavras.
— Por que sua mãe mentiria sobre isso? — perguntei incrédula.
— Eu não sei. Ela faz várias coisas sem sentido.
— Como assim, Zayn?
— Eu não sei explicar, às vezes ela cria coisas na cabeça dela e acredita que aquelas coisas são a verdade e que realmente aconteceram. Você acha mesmo que eu sou pintor? Se eu fosse com certeza teria as mãos sujas de tinta quase sempre e eu precisaria ter espaço, coisa que eu não tenho. — ele disse e vi que aquilo fazia muito sentido.
— Mas por que me dizer aquilo? Por que não dizer logo que foi o seu pai?
— É o jeito que a cabeça dela achou de fugir do sofrimento. Excluindo meu pai das suas memórias e preenchendo da forma que dá.
— Ela também disse que você andava inspirado para pintar por minha causa. — contei esperando que ele me explicasse aquilo também.
— Você não está vendo uma semelhança? — Zayn me perguntou e eu neguei, balançando a cabeça. — Se eu sou o meu pai e pintei aqueles quadros, então minha inspiração é você da mesma forma que minha mãe era para o meu pai.
Minha cabeça girava com as suas conclusões. Era lerdeza minha não estar entendendo nada?
— Eu preciso de cafeína. — foi a única coisa que consegui dizer.
— Vou preparar para você. — beijou minha testa e foi em direção à cozinha.
Depois de um tempo pensando nos últimos acontecimentos, lembrei que nossa quase discussão começou por causa das mensagens que recebi de Pierre. Deixei a sala para ir até meu quarto e pegar o maldito telefone. Eu estava curiosa para saber o que era e também precisava explica-lo sobre o mal entendido.
N: Gente, a fanfic ta perto de acabar mas ainda não sei exatamente quantos capítulos vão ter até lá.
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