31. Lugar favorito
As palavras de Pierre não paravam de ecoar em minha cabeça.
"Ele tem potencial."
Eu estava muito ansiosa pelo o que viria em seguida, e quando Pierre disse ter um conhecido dono de uma galeria de artes, não consegui conter minha felicidade e o agradeci muitíssimo pela ajuda.
Eu não deixaria que Zayn se abalasse por causa de mais problemas, a partir dali tudo daria certo. Eu não sabia se ser otimista era a resposta, mas eu esperava que fosse.
Estacionei meu carro na garagem do meu prédio, como sempre, e peguei um elevador, felizmente vazio, para subir até o meu andar. Saindo dele, a primeira coisa que me chamou atenção era que olhando para a minha porta no final do corretor, eu podia ver alguém sentado encolhido em frente a ela. Não demorei mais de um segundo para perceber que se tratava do meu namorado.
— Zayn? — perguntei tentando chamar sua atenção e agachei ficando em frente a ele para conseguir ter uma visão melhor de seu rosto.
— Wendy. — foi a única palavra dita por Zayn antes dele me envolver em um abraço aconchegante, mas quase que desesperado. — Eu... — disse arrastando aquela palavra de forma incerta, então olhei em seus olhos como se pedisse para que ele continuasse. — Eu precisava te ver. — soltou como em um suspiro.
Zayn tinha os olhos um pouco inchados e vermelhos, sinalizando um choro bem recente. Ele estava tão vulnerável que tive vontade de pega-lo no colo e leva-lo para dentro da minha casa para que eu pudesse cuida-lo, mas era óbvio que a primeira parte seria impossível devido ao seu peso certamente maior que o meu próprio.
Segurando sua mão, abri a porta com a outra e fechei depois de passarmos por ela.
— Aconteceu mais alguma coisa? — perguntei, mas Zayn pareceu não ouvir pois estava perdido demais na sua própria tristeza. — Você precisa descansar. — falei sem ligar se ele tinha ouvido ou não e o puxei em direção ao meu quarto.
Ele se sentou quando sentiu suas pernas chocarem contra a cama e fiz o mesmo. Comecei a encara-lo sem saber muito o que fazer ou dizer para que ele se sentisse melhor.
— Minha mãe é babá, não ganha muita coisa, nós só conseguimos pagar nossas contas juntando o salário dos dois. Agora, enquanto eu não arrumar um novo emprego, ela vai ter que fazer o possível e impossível para ganhar mais alguma coisa. — resolveu desabafar, cortando o silêncio que antes pairava pelo cômodo.
— Vai ficar tudo bem. — minha mão foi de encontro ao seu rosto, sentindo sua barba que não parava de crescer, a fim de conforta-lo.
— Não, não vai. — virou o rosto fazendo com que parecesse ter recusado meu toque. — Minha mãe vai ter que trabalhar por dois e a culpa é toda minha! Minha porque eu nunca corri atrás de algo melhor, nunca consegui. — falou como tentasse ferir a si próprio. — Eu sabia que não teria aquele emprego para sempre, mas não pensei que perderia ele logo agora. Eu estou completamente ferrado. — balançou a cabeça demonstrando ansiedade. — Eu me odeio. — finalizou com um suspiro pesado.
Eu sabia que não era sua intenção, mas aquelas palavras me feriram. Não, ele não podia se desprezar daquela forma. E então sem nem pensar direito antes, falei tudo que veio à minha cabeça:
— Mas eu te amo e eu odeio te ver desse jeito. — seu olhar e sua boca mostraram surpresa vindo de sua parte. — Eu odeio te olhar e não ver em seu rosto aquele sorriso que fez eu me apaixonar.
— Eu não te mereço, Wendy, nem um pouco. — me respondeu me deixando com uma pontada de ódio.
Era isso que ele tinha para me falar?
— Então mereça porque é você quem eu quero. — sem perceber elevei meu tom de voz, me arrependendo logo em seguida. — Me desculpa, eu não posso exigir que você sinta alguma coisa, é humanamente impossível. — me levantei indo até o banheiro para poder me trancar.
A vontade de chorar foi imediata, mas eu me recusei a deixar que aquelas malditas lágrimas caíssem. Eu não seria estúpida a aquele ponto.
Olhei para a porta esperando que ele batesse na madeira e chamasse pelo meu nome, mas isso não aconteceu.
Seria o fim do meu mundo perfeito? E o que seria um mundo perfeito se a perfeição não passava de uma mera ilusão? Talvez eu estivesse exigindo demais dele ou talvez ele estivesse certo. Eu era demais.
Abri a porta e fiquei parada na frente do banheiro sem saber o que fazer, eu apenas sabia que ficar ali dentro seria drama demais.
Não sei se fiquei feliz ou com raiva quando Zayn finalmente apareceu em minha frente.
— Por que você acha que eu te pedi em namoro? — sua pergunta me pegou de surpresa e eu cruzei os braços na defensiva.
— Para não ficar encalhado? — respondi com outra pergunta e ele gargalhou.
— Não, sua boba. Porque eu queria você para mim, como ainda quero. — disse se aproximando. — Sabe por quê? — balancei a cabeça negando e ele sorriu. — Porque eu te amo.
Me tremi toda por dentro ao ouvir aquelas palavras saindo de sua boca totalmente irresistível. Desgraçado. Eu queria ficar brava com ele, mas era impossível. Por que ele tinha que ser tão lindo?
— Quer que eu te prove? — era para ter sido uma pergunta inocente de sua parte, mas soou diferente aos meus ouvidos.
— Depende. — apontei meu dedo em seu peito, que deslizou até a barra da sua calça. — Só se for do jeito que eu estou pensando. — meu sorriso sacana denunciava minhas intenções.
Senti seu corpo colar no meu e suspirei pesadamente quando sua respiração bateu em meu pescoço, me arrepiando. Zayn pegou minha mão para me puxar de volta para o quarto e percebi seu olhar vagar para algo atrás de mim.
— Sabe, essa cama me trás ótimas lembranças. — sussurrou no meu ouvido.
Antes que eu pudesse dizer algo, sua boca foi para o meu pescoço deixando um chupão no local. Suas mãos apertavam minha cintura por debaixo da minha blusa, que ele parecia ansioso em tirar. Eu sentia meu corpo se aquecer com a mistura de todos aqueles toques tão bons.
Me afastei por um momento para conseguir fitar seus olhos castanhos. Eles se fecharam e os meus fizeram o mesmo quase que automaticamente. Um beijo lento, mas muito quente se iniciou. Sua boca macia contra a minha, seu corpo quente colado ao meu, eu não podia querer outra coisa. Seus braços haviam se tornado meu lugar favorito.
N: Vou confessar que ando com vontade de parar de escrever, mas mesmo assim vou tentar ao máximo deixar essa fanfic finalizada, então me amem por isso. Comentem e votem bastante pq quando não tem retorno eu acho q vcs não estão gostando. Me perdoem se tiver qualquer erro. É isso, até!
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