30. Contato
Aproveitei que eu estava desocupada, ou quase isso, e fui até os meus contatos para ligar para a minha mãe.
— Que saudades, meu amor! — sorri automaticamente quando ouvi sua voz melodiosa.
— Oi, mãe, também estou com saudades. — falei sendo sincera.
— E então? Como você está?
— Muito bem na verdade.
— Alguma novidade? — pareceu curiosa.
— Eu diria que mais de uma. — ri.
— Está namorando? — ela perguntou.
Mães e suas magias negras. Aquela mulher parecia ler minha mente toda vez que eu piscava.
— É, também. — confirmei sua hipótese.
— Você não me conta mais nada não é? — fingiu estar decepcionada.
— Mas, mãe, eu estou te contando agora. Ainda está fazendo aquelas aulas de teatro? Porque você está indo muito bem com todo esse lance de drama.
— Estou, não é? — pela sua voz, ela devia ter um enorme sorriso no rosto. — Então, eu quero conhecer o rapaz. Qual é o nome dele? — aquele era apenas o início da sua típica enxurrada de perguntas.
— Zayn Malik. — respondi contra a vontade.
Eu amava aquele nome.
— E onde vocês se conheceram?
— Ah, mãe, pela vida.
Eu não estava afim de entrar em detalhes nem pessoalmente, imagina por telefone.
— Olha lá o problema que você vai me arrumar, Wendy. — de repente sua voz se tornou séria, me deixando com medo. — Eu espero que vocês estejam usando camisinha, e de marca boa porque a última coisa que eu quero é um neto nascendo por causa de uma camisinha estourada. — revirei os olhos assim que entendi do que se tratava. — Eu posso te dizer quais são as melhores que o seu pai usa e...
— Mãe! — gritei a interrompendo. — Eu já tenho vinte e quatro anos, já sei de todas essas coisas. — revirei os olhos. — Não é como se eu tivesse perdido a virgindade ontem.
Longe disso, eu diria.
— Pois para mim você sempre será meu bebê. — disse com a voz mais fina que o normal, me deixando constrangida com a possibilidade de ter alguém do seu lado ouvindo aquelas palavras.
— Mãe, eu te amo, mas por favor, não começa com essa voz não. — pedi e ela riu. — Enfim, eu te liguei para pedir o número do Pierre. Você ainda tem contato com ele, não é? — eu quis confirmar.
— Claro, ele é meu amigo de anos. Mas para que você quer?
— Depois eu te explico. Agora, preciso que você me mande o número dele o mais rápido possível. — falei mostrando uma certa urgência.
Desliguei assim que ela me permitiu, vulgo quando ela parou de tagarelar sobre como o meu pai não fazia nada o dia inteiro enquanto ela queria sair e curtir o dia. Nada novo.
Um minuto depois, recebi sua mensagem com o contato de Pierre. Fiquei um tempo pensando se eu realmente deveria tomar aquele passo e quando tive certeza, enviei uma mensagem para ele pedindo para que pudéssemos conversar e expliquei um pouco do porquê. Bloqueei meu celular e suspirei, torcendo para que tudo desse certo.
"Um cliente desmarcou ontem comigo um horário para hoje de noite, parece que é o seu dia de sorte, Wendy"
Recebendo essa mensagem, tive certeza de que o destino estava conspirando a meu favor e torci para que Pierre estivesse certo e aquele fosse o meu dia de sorte.
...
Aproveitando que eu ainda tinha um tempo antes de me encontrar com Pierre, fui para casa tomar banho e me arrumar.
Pierre era um empresário de sucesso e conhecia minha família há muitos anos. Se ele não me ajudasse, com certeza me indicaria alguém tão bom quanto ele.
Quando vi o quadro das flores, descobri que Zayn tinha talento para aquilo e tinha certeza de que se ele tentasse lucrar em cima das suas habilidades com as tintas, ele conseguiria se manter financeiramente e ainda por cima fazendo algo que ele realmente gosta.
Assim que Pierre me mandou seu endereço, vi que ele morava na mesma rua de Louis, e eu não podia esperar menos já que aquele era um dos locais com as melhoras casas da região onde nós morávamos.
Seu escritório ficava dentro de sua casa e por isso eu iria até lá.
Já chegando na mansão, vi que eu não estava errada em achar que aquela era uma das melhores casas da rua. Ao mesmo tempo que tinha a estrutura bem diferente da de Louis, era tão linda e chique quanto a dele.
Não precisei estacionar meu carro pois logo um empregado da casa apareceu para fazer isso. Agradeci e entrei, sendo acompanhada por outro que me levou até a sala em que Pierre estaria.
Entrando na sala branca, que mais parecia um consultório médico, ouvi ele terminando uma ligação com alguém, então esperei que ele acabasse para me pronunciar.
— Quanto tempo, Wendy! — disse animado vindo apertar minha mão em forma de cumprimento.
— Muito tempo mesmo.
— Sente-se e fique à vontade. — falou e assim que eu me sentei, ele fez o mesmo, mas na cadeira posicionada do outro lado da mesa, a minha frente. — Fiquei surpreso quando você entrou em contato comigo, espero que eu consiga te ajudar.
— Então, eu te expliquei que eu estou namorando com esse cara que é muito bom com pintura.
— Parece que foi ontem que você ainda batia na minha cintura, agora até namorado tem. — comentou me fazendo rir. — Estou brincando, pode continuar.
— Eu estou com uma foto aqui de um dos que ele fez. — falei mexendo no meu celular e logo em seguida entregando-o para ele.
Enquanto Pierre analisava a foto, eu me segurava para não roer as unhas de tanto nervosismo que eu estava sentindo. Aquele famoso frio na barriga que nada parece melhorar.
Eu queria muito ajudar Zayn. Primeiro que ele merecia um emprego muito melhor do que o que ele tinha, e segundo que agora nem esse ele tinha mais já que estava quase certo de que a floricultura fecharia por causa da morte de Calvin. Eu não podia ficar parada vendo tudo aquilo acontecer com o meu namorado. Como se já não bastasse perder uma pessoa tão importante para ele como Calvin, ainda estava sem emprego, perdido e sem rumo. Então, naquele momento eu decidi. Eu tentaria ser sua âncora até que a vida me permitisse.
N: Me desculpem se o capítulo não ficou bom mas eu precisava atualizar vcs logo. Obg pela paciência, pelos votos, comentários e td mais. Me desculpem qualquer erro. Até o próximo!
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