16. Dívida
Zayn P.O.V
Eu andava de um lado para o outro no quarto disponibilizado por Louis para mim. Meu celular estava jogado em uma das camas de solteiro e eu olhava para o mesmo como se fosse a coisa mais assustadora do mundo. Eu estava com medo pois o que eu mais temia estava acontecendo. Eu havia sido descoberto.
Mensagens de um número desconhecido haviam aparecido no meu aparelho hoje mais cedo, e eu sabia de quem se tratava. Brad Foster.
Na época em que eu andava com Natalie e outros amigos nossos, eu fumava maconha, então eu sempre comprava com Brad. Às vezes pegava e só pagava depois, mas ele nunca viu nenhum problema nisso. O problema foi quando minha fonte de dinheiro secou. Minha mãe até tentou tirar algo de James, meu ex-padrasto, mas pelo fato dela ter o traído não foi possível. E então eu me vi totalmente sem dinheiro. Não tinha como eu pedir para a minha mãe, afinal o que eu diria? Que eu estava devendo dinheiro para um cara que eu conhecia e que me vendia maconha?
Eu não trabalhava na época, então a minha brilhante ideia, ou nem tão brilhante assim, foi desaparecer das festas que eu frequentava. Assim eu me afastei dos meus amigos, parei totalmente a minha vida social e ainda por cima não podia nem ao menos sustentar meu vício. Agora que eu estava finalmente me reerguendo, o passado havia resolvido bater na minha porta.
Felizmente, depois de amanhã já seria segunda, então tive a ideia de pedir para meu chefe que me adiantasse uma parte do meu salário. Eu precisava pagar Foster o mais rápido possível.
Peguei meu celular e tomei coragem para olhar a última mensagem recebida.
"Você realmente achou que eu nunca te encontraria, Malik?" — eu li.
"Eu vou te pagar assim que eu puder, Foster, eu te juro." — enviei com dificuldade já que minhas mãos tremiam.
"Você tem uma semana para isso. Se passar do prazo não irei ter piedade." — recebi.
...
Com a chegada de segunda-feira eu estava mais nervoso do que nunca. Eu não sabia se conseguiria o dinheiro para pagar Brad e eu corria risco de vida se não fizesse. Maldito vício, se não fosse por ele eu não estaria passando por esse momento terrível.
Na época eu só queria me divertir. Eu era apenas um adolescente inconsequente descobrindo as coisas boas da vida. Não trabalhava, não ajudava a sustentar a casa, tinha amigos e garotas dando em cima de mim pela primeira vez na vida. Eu estava construindo meu status.
— Filho, não vai nem comer alguma coisa antes de sair? — minha mãe perguntou preocupada assim que me viu pegar minha chave e ir em direção à porta.
— Hoje não, mãe. Eu estou atrasado. — falei indo abraçá-la para me despedir.
— Mas ainda são sete horas e você só entra às oito. — argumentou.
— O senhor Calvin pediu para que eu chegasse mais cedo. — menti e saí do abraço.
— Tudo bem. Bom trabalho, meu amor. — me envolveu em mais um abraço. — É doloroso te ver saindo por aquela porta sem ter certeza de que você vai voltar. — disse me fazendo aperta-lá nos meus braços.
— Eu sempre irei voltar, mãe. — afirmei.
Tentei sair do abraço, mas ela não deixou. Parecia que ela estava pressentindo algo ruim e por isso queria aproveitar cada segundo da minha presença.
Após finalmente ter deixado minha casa e seguir meu caminho para a floricultura, senti meu celular tremer.
"Agora eu tenho certeza de onde você mora. Será que vou precisar te fazer uma visita? Só depende de você." — engoli a seco assim que li aquelas palavras.
Eu havia cometido erros no passado, e agora parecia ter chego a minha hora de pagar por eles.
Entrando no meu local de trabalho, vi que Calvin estava distraído colocando as flores de cada cor e tipo em seus devidos lugares. Ele amava aquele trabalho e aquilo era bem nítido para qualquer um que parasse alguns segundos e observasse o senhor de idade.
— Zayn? Você chegou cedo, aconteceu alguma coisa? — perguntou parando o que ele estava fazendo.
— Na verdade, sim. — sorri envergonhado.
Eu não queria fazer aquilo. Eu me sentia como se estivesse se aproveitando de sua boa vontade.
— Pode falar, sou todo ouvidos. — me deu permissão, enquanto me olhava atento.
— Eu preciso te pedir uma coisa. Eu sei que ainda faltam algumas semanas para eu receber meu salário, mas eu precisava que o senhor me adiantasse uma pequena parte se possível. — falei olhando para minhas mãos totalmente sem jeito.
— Bom, você sabe que a floricultura não anda tendo muito lucro, mas vou ver o que posso fazer por você. — deu dois tapinhas nas minhas costas e voltou a atenção para sua tarefa.
Meu chefe era a minha única esperança. Se eu não conseguisse todo o valor até sábado eu podia começar a me considerar um homem morto. Entre tantas formas de morrer aquela definitivamente não era a que eu me imaginava partindo.
Minha mãe não podia passar por uma decepção tão grande como a de perder um filho. A vida já tinha a tirado seu marido, perder mais um dos amores de sua vida seria como a própria morte para ela. E eu não queria ser mais um motivo para a sua tristeza incurável.
N: Tive tantas ideias pros próximos capítulos, eu to pirando.
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