💥OLÁ PECADORES💥

THE END > ANJOS NÃO DEVIAM GOSTAR <

Todos são livres para gostar de alguém?

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— E agora? — questionou o mais novo, após minutos sentindo o melhor abraço do mundo. — Por onde começamos? 

O mesmo encarou o anjo, que a segundos atrás tinha a sua cabeça escondida sob a curvatura do seu pescoço e sorriu ladino, ao vê-lo aspirando o seu cheiro. Ambos os olhares logo se encontraram e sem que soubessem explicar o que estava acontecendo, se deixaram simplesmente levar pela a certeza que os circundava.

Kim Taehyung nunca imaginou viver uma aventura em pleno fim do mundo, mas ali estava ele, quando mais uma vez tomou os lábios do anjo para si — provando que não há momento perfeito para sentir o coração palpitar além do limite.

— Em? — proferiu baixo sobre os lábios do anjo, enquanto tentava regular a sua própria respiração.

— Vamos ajudar todos que precisam de nós.

E o moreno assentiu, mais convicto da sua nova realidade.

— E eu vou ganhar alguns beijinhos? 

Não era possível como um cara todo tatuado e feição intimidadora, poderia simplesmente deixar toda a capa de lado e assumir uma versão quase que puramente genuína e birrenta.

O anjo deixou um riso nasal escapar, enquanto sua mão acariciou a bochecha do mais alto.

— Só se for um bom menino. — provocou.

— E eu serei.

💥💥

Já passava das 15h da tarde e só era possível saber disso, por Taehyung ter achado perdido em meio a alguns escombros, um relógio de ponteiro. Os dois caminhavam de mãos dadas, em meio a destruição que se encontrava mais uma vez a capital da Coreia do Sul. Faltavam mais de duas horas para o crepúsculo e inutilmente, não havia mais vida.

Tudo já tinha concluído o seu ciclo.

Gritos logo ensurdeceram o mais novo, que ao menos sabia lidar direito com o seu dom. Num toque de acalento o moreno encarou o anjo, que tinha os olhos ainda mais pretos e brilhantes e encontrou ali um refúgio, uma paz, uma luz.

— Tome a frente da situação Taehyung, não deixe que façam da sua mente fonte de baderna. — sua mão fechou com mais força sob o pulso do mais novo e voltou a proferir. — Respire fundo e tente organizar tudo.

Fazendo o que lhe foi dito, o mais novo fechou os olhos, respirou fundo e tentou por meio de sua mente, se comunicar com as vozes que estavam a falar.

— Não dá Min, são muitas falando ao mesmo tempo! — proferiu lamurioso.

O mais velho se aproximou, sentindo algo em si se incomodar pela a face de dor do moreno e tentou junto dele — se comunicar com as almas ali presentes — enquanto segurava a sua mão.

E aos poucos tudo foi cessando.

— Obrigado. — falou Tae ao anjo, assim que conseguiu equilibrar sua mente.

— Você está indo bem. — e um sorriso gengival pairou sobre os lábios do esbranquiçado, levando o moreno a sorrir também.

— Também... — e Tae piscou travesso. — tenho o melhor professor.

Ainda que Taehyung tivesse se decidido por ajudar o anjo Min a voltar para o céu, mais uma vez eles haviam falhado e isso ficou claro, quando uma chuva ácida no crepúsculo, atingiu o mundo e terminou de dissipar tudo e todos mais uma vez.

💥💥

A floresta de Seul sempre estava igual quando o jovem abria os seus olhos, enquanto, toda vez jazia deitado sobre o chão coberto de gramas e tulipas de diversas cores. Constatando, que iria viver mais um fim do mundo.

— TAEE... — gritou o anjo quando correu em direção ao corpo do mais novo estirado no chão. 

Ele chorava copiosamente.

Mas o que poderia ter acontecido?

Me pondo a sentar rapidamente, logo senti os braços do anjo me abraçando de maneira desesperada, enquanto o mesmo se dissolvia em lágrimas e soluços. Seu rosto estava vermelho e eu queria lhe perguntar o motivo dele estar assim, no entanto, ainda que curioso, esperei pelo o seu tempo. Logo, o anjo já estava deitado com a cabeça sobre a minha coxa e minha mão afagava os seus cabelos.

— Minha asa... — e ele fungou alto. — U-uma delas está totalmente preta.

E mais uma vez ele caiu no choro, deixando o meu coração despedaçado. O anjo se encolheu em posição fetal, ao que soluçava alto e poxa, ele parecia tão indefeso e necessitado de proteção, que o meu ser gritou para que o trouxesse aos meus braços e cuidasse de ti.

— Não chora meu anjo, nem tudo ainda está perdido.

E ele negou.

— N-não, já era... e-eu tenho que me conformar que serei um demônio em breve. — e ele limpou as lágrimas do rosto inchado. — Doeu tanto ver minha asa daquela cor Tae, que nem quero mais as encarar.

Taehyung o apertou ainda mais em seus braços, ao que automaticamente seus lábios beijaram os cabelos alheios.

— Eu já disse que não quero te encontrar no inferno e cumprirei com a minha palavra. — ditou, ainda que incerto sobre as suas palavras, mas não menos convicto de suas ações.

— Eu acredito em você, Kim Taehyung.

— E eu em você, anjo Min.

— Yoongi.

O mais novo lhe encarou surpreso e recebeu do esbranquiçado um sorriso tímido, ainda mesclado com sua face chorosa.

— Esse é o meu nome e você é o primeiro humano a saber disso.

— Yoongi?

E ele assentiu, observando a face bonita do mais novo.

— Sim.

— O seu nome é muito bonito.

— Só o nome? — provocou o anjo, arrancando um sorriso animado de Taehyung.

O mais novo aproximou sua face ao do anjo e selou seus lábios nos dele. Era estranho como em menos de cinco dias junto do ser celestial, Kim Taehyung se sentia absurdamente afetado por ele e até ousaria em dizer que estava nutrindo sentimentos.

Logo ele, que nunca nem mesmo havia namorado alguém.

Não por falta de oportunidades, todavia, a vida de Kim Taehyung era um tanto doida e ele gostava de como a vivia junto de seu melhor amigo. Contudo, não podia negar que Min Yoongi o estava deixando coisado.

— Não mesmo! Seria até pecado falar isso... — e mais um selinho fora dado nele, que jazia no colo do humano. — Você é todo lindo Min Yoongi.

— Não sou não... — e mais uma vez o esbranquiçado murchou lembrando de sua asa com coloração escura. — Agora pareço uma aberração. — novamente uma feição chorosa estava pairando sob a face imaculada do anjo, deixando um Taehyung desesperado.

— Quer que eu te conte alguma história? — questionou ao outro, sendo a primeira coisa que veio em sua mente.

Min Yoongi logo assentiu e se encolheu ainda mais em seus braços, esperando pela a voz encorpada do moreno a tomar o ambiente, e assim aconteceu.

— Antes de parar aqui, eu estava numa festa e poha... ela foi bem louca.

— Por que não estou impressionado? — debochou o mais velho em tom baixo, mas não menos provocativo.

— Vou ignorar isso. — e o Kim riu. — Bom, eu apostei com o meu melhor amigo, quem conseguiria beijar dez pessoas na noite...

— Dez? — falou dando ênfase no número. — Você é um devasso mesmo humano idiota!

— Não imagina o quanto. — provocou de volta, já nem ligando mais para o adjetivo que o anjo sempre lhe atribuía. — Hnm... eu ganhei a aposta, mas antes disso, foi bem engraçado ver o meu amigo Jimin ficando com uma menina e avó dele falecida o olhando em reprovação.

— Espera. Ela estava nessa tal festa? — e o moreno assentiu. — E por que não contou ao seu amigo?

E o mais novo deu de ombros.

— Ele estava entretido.

— Tá... e por que ela o olhava daquele jeito?

— Essa é a melhor parte. — e o Kim riu. — Ela o olhava em desaprovação, porque o Jimin é gay e até hoje tem medo de vivenciar isso. Só eu e a falecida avó dele sabemos e ela sempre o incentivou a vencer o medo que ele tem dos pais e ser quem ele sempre foi.

A face do anjo acendeu ao compreender a história e logo veio em sua mente um questionamento:

— E você? Do que gosta?

— Eu gosto de pessoas, independente se são celestiais ou não. — rebateu rapidamente, deixando o anjo um tanto envergonhado por ter sido tão direto.

— Ah e... por que ele tem medo? — mudou logo o rumo da conversa.

— Digamos que os pais do Jimin não são lá amigáveis. Eles são advogados e sempre foram muito frios com o filho. — e então ele deu de ombros. — é complicado pra ele.

— E os seus pais? Sabem?

Um suspiro cortou o ambiente, no momento em que as copas tornaram a balançar com a ventania que estava iniciando. Os pássaros pareciam desorientados e cantavam lamuriando pelo o céu, embora tudo ainda aparentemente estivesse normal, Taehyung e o anjo Min sabiam que um ciclone logo passaria por ali.

— Precisamos sair daqui. — proferiu o anjo ao que se pôs de pé rapidamente.

Assentindo à fala dita, o moreno também se colocou de pé e institivamente uniu a sua mão a do anjo, numa atitude protetora ou quem sabe afetiva. Era estranho para os dois e não foi a toa, que ao ver ambas as mãos juntas, o anjo tenha sentido um rubor tomar as suas bochechas.

— Está tudo bem? — questionou o mais novo, assim que saíram dos arredores da floresta e caminhavam por entre as ruas e avenidas do país.

Sem deixar de expressar a sua nova sensação, Yoongi levantou as duas mãos juntas na altura de seus olhos e encarou o moreno.

— Eu sei que já fizemos isso, mas agora me deixa agoniado.

Sentindo-se afetado pela a fala do anjo, Taehyung soltou de maneira abrupta a sua mão e logo deu um passo atrás.

— Me desculpe por isso. — sem conseguir o encarar — o mais novo observou ao redor — enquanto arrastada o pé na grama, numa atitude de extrema vergonha. — E-eu meio que fiquei empolgado.

E um riso cortou o ambiente tenso.

— Você entendeu errado Tae. — e o anjo se aproximou não dando margem para ele se afastar, quando envolveu sua cintura e o puxou para ainda mais perto de si. — A minha agonia vem por sentir meu ser cada vez mais eufórico por sua causa humano. — o nariz um tanto gelado do ser, raspou no pescoço do maior, lhe causando arrepios e o deixando ainda mais desconcertado. — Eu não sei o que está acontecendo... — e mais uma vez o anjo se embriagou do cheiro que o moreno exalava. — ...e a culpa é sua. Eu deveria te odiar como odeio todos os outros humanos inúteis... mas você, eu não consigo.

Um aperto fora dado com uma força surreal, que o Kim não conseguiu conter uma arfada que lhe escapou. Min Yoongi não sabia o quanto a sua carinha angelical, mesclado a sua estupidez e brutalidade, deixavam o moreno excitado.

 — Você gosta de mim, Yoongi?

Taehyung não queria, mas sabia que a sua face era deveras esperançosa — como se dependesse do afeto alheio para se sentir bem, como se estivessem de algum modo predestinados a vivenciar uma loucura ou mesmo, se apaixonarem. Rapidamente seus olhos buscaram pelo os deles, enquanto sentia o seu coração acelerar.

— Eu não sei muito sobre isso, mas sinto que... — e ele olhou para o céu rapidamente, voltando a encarar o mais novo. — ...de algum modo, eu te quero perto. Eu sou um anjo Taehyung, eu não deveria me envolver com um humano mas...

— Mas...? — questionou ansioso.

— É impossível não sentir algo por você.

Um estrondo ensurdecedor tomou o mundo e sob os pés de ambos, uma fissura se abriu rapidamente. Em poucos segundos os dois se viram separados por ela, enquanto a mesma dividia tudo pela a frente. De maneira síncrona, um terremoto de magnitude incontrolável, tratou de estremecer todo o mundo, sendo quase impossível alguma coisa permanecer em pé.

Algo estava errado, pois nem mesmo era o crepúsculo e tudo parecia já está no fim.

 — YOONGI! — gritou o mais novo, ao ver o anjo sendo separado cada vez mais de ti. — VOCÊ... — e o mesmo apontou para o céu. — NÃO DEVIA FAZER ISSO COM A GENTE!! — esbravejou ainda mais, ao que sentiu o seu corpo ser lançado ao chão. Taehyung sentia tudo girar, enquanto encarava a imensidão azul acima de ti com os olhos cheios de lágrimas. — EU GOSTO DELE!

"Eu também gosto de você Tae."

Escutou em sua mente a voz do anjo.

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> E os nossos TAEGI foram separados

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