2. Dinner with the devil ?
Acordei com meu despertador tocando, eram seis da manhã, hoje começaria meu primeiro dia no trabalho.
Eu entrava às 8h o que me deixava tranquila, pois era um ótimo horário pra mim.
Levantei da cama e tomei um banho, coloquei um Hobby e fui tomar meu café.
Já tinha deixado minha roupa separada pra não ter o risco de sofrer imprevistos, coloquei uma calça de cintura alta formal, uma blusa social e um salto, como estava frio um sobretudo iria completar meu look.
Fiz uma maquiagem simples, peguei minha bolsa, a chave do carro e uns papéis que teria que levar hoje e fui pro elevador, olhei no relógio:
07:10
Enquanto esperava, minha atenção se voltou a porta do meu vizinho... Nenhum barulho, nem um movimento, nada...
Ele era alto, tinha cabelos na altura dos ombros em um tom castanho, seus olhos tinham um verde singular que completava com um sorriso doce, ele realmente era bonito.
O elevador chegou me tirando dos pensamentos sobre o meu vizinho barulhento, entrei nele e apertei o botão do térreo(T).
Assim que o elevador começou a descer as luzes piscaram e de repente a escuridão tomou conta do local.
- Merda - disse me encostando no canto do elevador.
Por sorte ele continuava descendo, mas na completa escuridão.
Senti uma presença no elevador e me encolhi, o som da minha respiração agora era o único barulho que preenchia o local.
Senti uma aproximação que fez meus pelos se eriçarem, nesse momento eu fiquei imóvel, só quis chegar logo lá embaixo e sair desse lugar.
Assim que as portas se abriram a luz invadiu o local mostrando que eu estava completamente sozinha.
Sai de la rápidamente e olhei para o elevador ainda escuro.
As portas foram se fechando e pude ver uma silhueta masculina dentro do elevador.
Impossível.
Eu estava sozinha, entrei sozinha e ele não parou em nenhum andar, acho que estou ficando louca.
Fui até o estacionamento que ficava uns dois minutos do prédio, pois ele não possuía um próprio, então as pessoas tinham que guardar seu carro nesse estacionamento.
Entrei no meu carro e fiz meu trajeto até meu novo emprego, que em menos de 25 minutos já tinha chego.
- Bem rápido - disse estacionando meu carro .
Desci do carro e fiz meu caminho até o prédio rústico que preenchia a rua, ele era grande diferente dos outros que tinham um porte menor.
- Bom dia - disse sorrindo para a recepcionista do local.
- Bom dia, como posso ajuda-la ? - sorriu gentilmente.
- Eu sou amber, Amber price - sorri - Fui contratada pela empresa.
- Ah claro, senhorita price, fui avisada da sua chegada - se levantou pedindo pra segui-la.
- O Sr. Robert pediu pra mandar a senhora pra sala dele quando chegasse, lá ele te dará todas as instruções necessárias.
- Tudo bem - disse.
Chegamos no elevador e não pude deixar de pensar no incidente de mais cedo, mas cheguei a conclusão de que deveria ter sido o susto por causa da luz, por isso devo ter achado que vi algo.
Entramos e ela me perguntou:
- Você é nova pra ser formada - sorriu.
- Bem, um pouco talvez - ri - tenho 23 anos.
- Imaginei, mas isso é bom né - disse - A minha filha tem 24 e está no último ano da faculdade.
- Que ótimo, o que ela faz ? - perguntei.
- Engenharia - disse orgulhosa - Eu sempre me esforcei pra dar o melhor a elas - sorriu - Tenho duas filhas.
- Parabéns, imagino que deve estar feliz e orgulhosa pela sua filha - sorri gentilmente .
- Sim estou - falou.
O elevador chegou no destino e ela foi mostrando o caminho e me dizendo como era trabalhar nessa empresa, que por mais que parecesse calma, tinha seus dias agitados que parecia uma feira.
Chegamos em um porta grande de vidro e ela deu duas batidas, logo ouvi uma voz grossa dizer:
- Pode entrar !
- Sr. Robert ? - ela disse - A senhorita price está aqui.
- Ah, Ótimo pode mandar entrar.
Ela me deu passagem e num susurro disse:
- Boa sorte !
- Obrigada - respondi no mesmo tom.
- Bom dia - disse entrando na sala.
- Bom dia senhorita price é uma honra tê-la em nosso compania - sorriu erguendo a mão para mim aperta-la.
- Eu que agradeço pela oportunidade, é muito bom poder contribuir - sorri amigavelmente.
O Sr. Robert era alto, forte, tinha cabelos loiros e parecia ser novo também.
- Bem, vou te passar toda instrução do seu trabalho - disse analisando os papéis - Nós trabalhamos com antiguidades, ou seja, tudo relacionado a isso como notícia, novas descobertas, novos estudos, hipóteses, histórias tudo relacionado a coisas antigas nós avaliamos o que convém e fazemos acontecer.
- Entendi, sou formada em história e estudei sobre antiguidades, fósseis, relatos, histórias antigas, tudo no mundo da história eu venho me aprofundado - sorri.
- Eu vi no seu currículo e isso me chamou atenção, você parece ser muito esforçada e inteligente - me analisou - É isso que procuramos - sorriu.
- Obrigada - disse.
- Nós temos um centro de estudos também, que é onde fica a parte mais delicada da empresa, nós trabalhamos com fósseis e estudamos cada coisa que descobrimos - falou - Você tem o perfil que se encaixa em tudo, mas eu quero você como analista.
Analista.
- Você vai analisar todas as conclusões sobre as pesquisas e vai me passar - disse - Na verdade, você vai ficar nesse setor temporariamente porque depois vamos precisar de você pra comandar o setor de pesquisas - sorriu.
- Ah, tudo bem - disse.
- Vamos entrar com o novo estudo sobre a cidade de Manchester e seus ancestrais, publicaremos em breve essa edição nas bancas - falou.
- Eu li a edição sobre a cidade de Liverpool, foi incrível - sorri.
- Obrigada, eu sei que você tem o potencial pra fazer isso. É uma grande responsabilidade, você está de acordo ? Digo, vão ter dias que você terá que ficar até mais tarde, vai ter que esquecer de sair e ir pras baladas - riu - Mas toda a hora extra que fizer será paga.
- Eu entendo que esteja preocupado com isso mas eu assumo essa responsabilidade, estou disposta a fazer isso porque é o que eu amo fazer, não poderia estar mais feliz trabalhando aqui - disse confiante.
- Bom, fico feliz em ouvir isso, vou te apresentar ao pessoal da análise e eles irão te orientar também ao que deve fazer.
Me levantei e segui ele por todo o andar, as pessoas são legais e simpáticas dotadas de um conhecimento incrível.
Me senti tão privilegiada de fazer parte disso que nada estragaria esse momento na minha vida.
Será Price ?
(....)
Cheguei em casa depois de um longo dia, foi bem cansativo analisar todas aquelas pesquisas, dar uma opinião, fazer alguns ajustes, acrescentar algumas observações, etc...
Olhei no relógio e eram quatro e meia, fui tomar banho e fazer minha janta pois amanhã seria mais um dia produtivo no meu trabalho, estou muito satisfeita com minha vida agora.
Terminei de fazer minha refeição uma simples macarronada com creme de milho e frango, coloquei no prato e sentei na mesa até ouvir umas batidas na porta.
Levantei e fui ate ela olhando pelo olho mágico, era meu vizinho, ele estava em frente a minha porta e eu não sabia se atendia ou ignorava.
- Oi desculpa te incomodar - disse ele sorrindo e percebi que ele tinha covinhas, seus olhos de perto tinham um verde profundo, ele é bem mais bonito do que achava - Eu vim te trazer isto em forma de desculpas pelo barulho na noite passada - ele disse me entregando uma sacola de papel bem trabalhada.
- Ah, não precisa se desculpar, você não incomodou - sorri olhando pra sacola dele - Não precisa se preocupar com isso, já tinha até esquecido - disse simpática.
- Aceite por favor, me senti culpado por ter incomodado seu precioso sono - deu a sacola em minhas mãos e no momento que sua pele encostou na minha senti uma sensação estranha.
- Ham... Obrigada então - fiquei constrangida sem ter o que falar - Você não gostaria de .... Entrar ? - falei me arrependendo imediatamente de ter feito esse convite.
- Não vai te incomodar ? - Perguntou olhando em meus olhos.
Droga.
- Não, pode entrar - dei passagem pra ele entrar e ele entrou - Ia jantar agora, mas já que você apareceu pode me fazer companhia, o que acha ? - perguntei sorrindo.
- Bem... Eu ia sair agora pra pegar minha refeição já que não sou muito fã de cozinhar - disse - Trouxe um vinho na sacola, eu não sei se você bebe mas acho que é impossível não gostar desse vinho - sorriu.
- Eu não tenho esse costume mas posso experimentar - disse colocando mais um prato na mesa junto com os talheres - Pode se servir.
- Obrigada pela gentileza. - falou - É bom finalmente ter uma vizinha, esse apartamento estava vazio a algum tempo e eu estava sendo o único nesse andar - disse se servindo.
- Eu imagino como deve ser solitário, minha tia disse que estava um bom tempo sem alugar esse apartamento pra ninguém - falei e comecei a comer - Não sei qual o motivo já que aqui é bem grande e é bonito também.
- Sim, gostei do seu apartamento - ele olhou em volta - É quase igual ao meu.
- Eu imaginei que fosse - disse analisando cada centímetro dele, ele estava com uma calça preta colada, um moletom marrom e seu cabelo meio desarrumado que o dava um ar sexy.
Ele me olhava sempre e muita das vezes me perdia no movimento de seus lábios com o garfo, sua mão enrolando o macarrão e seu maxilar enquanto mastigava, fazia eu me perder em pensamentos que nem mesmo eu tinha a noção de possui-los
- Está divino - falou saboreando - Você me surpreendeu - disse limpando o canto da boca com o dedo e sorrindo.
- Obrigada, que bom que gostou - disse servindo nos dois com o vinho que ele trouxe.
Tinha algo nele que me intrigava, a forma como ele olhava pra mim, como ele me media, a forma que falava olhando em meus olhos me deixava com uma sensação magnética desconhecida.
Eu já me senti atraída por alguns homens mas não lembrava de ser tão intenso como isso.
Estou atraída por ele ? Meu vizinho que eu mal conheço ?
Depois de terminar a refeição ficamos apenas saboreando o vinho, enchi a taça pra segunda vez e disse:
- Esse vinho é realmente maravilhoso - disse analisando o conteúdo no copo - Não me lembro de ter tomado algo assim tão ... Ham... Delicioso - disse com a embaçada que deu na minha visão.
- Acho que é melhor eu parar de beber - disse - Amanhã eu trabalho e ... - Mais uma vez um borrão se formou em minha visão.
Estávamos sentados no sofá e ele me encarava com ansiedade no olhar, o que ele tinha colocado aqui ?
- Você está bem ? - perguntou ele tocando no meu ombro.
- Estou, quer dizer .... Estou sim - olhei em seus olhos já me sentindo melhor.
- Bem, acho que já está ficando tarde - disse ele se levantando - Vou indo, tenho uma coisas pra resolver mas obrigada pela janta, eu adorei.
- Por nada, Obrigada pelo vinho - disse o levando até a porta.
- Tchau, foi um prazer ! - acenou.
- Tchau, o prazer foi meu - Acenei de volta e fechei a porta atrás de mim, senti uma ânsia forte mas acho que foi o vinho.
Já fazia um bom tempo que não bebia e meu estômago era bem frágil pra esse tipo de coisa.
Escovei os dentes e fui deitar, amanhã era o segundo dia de trabalho e eu teria bastante coisa pra fazer.
Deitei e peguei no sono tao rápido que nem percebi quando acordei às duas da manhã com a garganta seca.
Levantei da cama e fui na cozinha beber água, enchi um copo de água gelada e bebi ele inteiro mas... Eu não consegui saciar minha sede.
Meus olhos pousaram na garrafa de vinho e involuntariamente fui até ela e despejei no copo usado pela água, bebi um gole de vinho e a minha vista já embaçou, tomei o resto e coloquei o copo na pia.
Deitei pra dormir mas novamente ouvi um barulho no apartamento do meu vizinho.
Mas que Droga é essa ?
Barulho de batidas foram ficando cada vez mais altas, correntes e alguns estrondos me incomodaram.
Levantei rapidamente o que me deu uma tontura completa e de repente minha vista escureceu, entrei em um completo transe inesplicável.
Deitei na cama novamente e olhei pra cima, quando minha visão voltou, estava tudo num tom vermelho parecia que eu estava sonhando, meus olhos pesados e o som da minha respiração eram as únicas coisas que conseguia ouvir.
O que está acontecendo comigo ?
Virei minha cabeça para o lado e lá estava uma silhueta parada me olhando.
Não consegui reconhecer quem era,mas fiquei completamente assustada com o que estava no meu quarto.
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