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𝟬𝟮. NOVAS AMIZADES

A CAMINHONETE QUE ROUBARAM era grande o suficiente para seis pessoas, mas não para doze. Porém... Como é que dizem mesmo? "Onde cabe um, cabem dois". Foi mais ou menos essa lógica que eles usaram para carregar todo mundo pela estrada, no intuito de chegarem no braço direito e conseguirem se juntar aquela "força militar" contra o CRUEL. Para que coubesse todo mundo eles dividiram da seguinte forma: Jorge estava dirigindo, Brenda no banco do carona e Fry (Caçarola), Aris e Teresa no banco de trás. Já sentados na caçamba do carro, estavam Thomas, Ayla, Katherina, Minho, Newt, Liam e Max. Cobertos cada um com um pano no rosto para se proteger do sol.

Todos estavam bastante cansados. Então alguns foram dormindo, enquanto outro observando a paisagem, mas raramente alguns deles conversava algumas coisa. Só queriam chegar nesse tal braço direito, beber água, comer, descansar e se preparar para o que viria no futuro.

─ Você está bem? ─ Thomas quebrou o silêncio fazendo aquela pergunta para Ayla. Ele estava do lado direito dela.

─ Achei que não confiavamos uns nos outros ainda. ─ A garota respondeu de olhos fechados. Sua cabeça estava deitada na caçamba da caminhonete. ─ Porque tá preocupado se eu estou bem?

─ Eu não tô preocupado. ─ Thomas deu de ombros, fingindo que nem se importava tanto assim em saber na verdade. ─ Só perguntei por perguntar.

─ Então você é do tipo que não consegue ficar calado? ─ Ela virou o rosto para o lado dele e abriu os olhos. O pano no enrolado na cabeça impedia que o sol afetasse sua visão. Então conseguia vê-lo bem.

Thomas se sentiu um pouco intimidado com aquele olhar. Raramente as pessoas encaravam as outras nos olhas e Ayla não parecia ter problemas quanto isso. Não sabia bem que tipo de sentimento era, mas podia chutar que era nervosismo, já que ele era um pouco tímido.

─ É brincadeira, não precisa ficar nervoso. ─ Ashworth riu. ─ Vocês não viveram mesmo no mundo normal, não é? ─ Ele negou, fazendo um beicinho e balançando a cabeça. ─ Você é fofo.

─ O que? ─ O rapaz arregalou os olhos, sem entender muito bem o que aquilo queria dizer.

─ Ela gostou de você, trolho. ─ Minho, que estava ao lado de Ayla, se meteu na conversa. Perdeu a paciência por Thomas ser lerdo demais. ─ É isso que quer dizer.

─ Olha, parece que você entende um pouco das coisas. ─ A loira olhou para Minho e sorriu, estreitando os olhos. ─ Você não viveu no mundo normal, mas até que é esperto.

─ Você deu muito na cara. ─ Minho passou a mão por cima do rosto, mas sem encostas. Apenas para demonstrar o que ela estava falando.

─ Não consigo disfarçar muito bem. ─ Ela gargalhou, tirando surpreendente um sorriso rápido do garoto.

Eles dois até que eram um pouco parecidos nessa questão. Ambos eram sinceros, sarcásticos e não conseguiam fingir nem se quisessem.

─ Enfim, Thomas, respondendo a sua pergunta, eu estou bem sim. ─ Voltou a olhar para ele, balançando a cabeça positivamente. ─ Fiquei com dor de cabeça por um momento, mas já passou. E você?

─ Também. ─ Respondeu breve. ─ Posso te perguntar uma coisa? ─ Ela concordou. ─ Você se lembra de algo que tenha haver com o CRUEL? ─ Perguntou. Não queria ser muito desconfiado, mas talvez eles pudessem ajudar.

─ Bom... Eu não sei.

Ayla não sabia se seus pesadelos tinham haver com o CRUEL, porque na verdade, ela, seus irmãos e seu amigo só ficaram sabendo da organização depois que saíram do bunker e encontraram o outro grupo. Ela se lembrava das palavras do pai, dizendo claramente para não confiar no CRUEL e que eles não eram bons, mas de resto, realmente nunca teve nenhuma informação.

─ Eu já tive alguns pesadelos durante esses seis anos, mas nenhum deles nunca fez sentido para mim. Nenhum deles foi claro o suficiente. Mas... ─ Contou, arrumando sua posição onde estava sentada e se endireitando. ─ Hoje, depois que desmaiamos eu tive um mais complexo. Eu estava em uma espécie de laboratório com cores azuis. Tinham cientistas, várias outras crianças e... Um bicho. ─ Ayla tombou a cabeça para o lado, se lembrando exatamente de como era aquele pesadelo. ─ Eu era criança e achei uma sala. Me aproximei dela e quando olhei bem de pertinho pelo vidro, vi uma... Aranha gigante?

Thomas se surpreendeu ao ouvir aquele relato. Se fosse o que ele estava pensando, a "aranha gigante" eram os famosos verdugos que eles enfrentaram no labirinto e o laboratório poderia ser um dos que faziam experimentos neles.

─ Mas eu não consegui ver o que era, porque meu pai apareceu e me puxou. ─ Ela queria muito saber o que aquele pesadelo significava e principalmente porque seu pai estava nele.

─ Seu pai? ─ Foi a vez de Newt se intrometer. Ele estava ao lado de Thomas. ─ Como seu pai estava no sonho?

─ Não sei. ─ Deu de ombros. ─ Mas aquele laboratório parecia com o que o papai me levava quando eu era pequena. ─ A Ashworth era péssima para lembrar de coisas de quando ela era pequena, mas já tinha ido tantas vezes no laboratório, que não tinha como esquecer. ─ Ele e minha mãe eram cientistas, então de vez em quando levavam eu, meus irmãos e até o Max para lá.

─ É, eu me lembro disso... Mas acho que não fiquei muito feliz. ─ O rapaz resmungou, recordando alguns acontecimentos. ─ O Kalel fez a gente fazer alguns exames e até nos numerou na época... Ele disse que era para quando fosse anotar.

─ E o laboratório tinha acabado de abrir, então acho que fomos os primeiros. ─ Katherina riu, percebendo que Maxfield estava falando isso por causa das agulhas. Ele odiava agulhas.

─ Meu número era o zero. ─ Ayla falou. ─ Mas também tinha outra pessoa com um zero... Acho que era um garoto.

No grande quadro de anotações haviam alguns nomes e números escritos neles. Era sempre, 001, 002, 003 e assim por diante. No entanto, o único número escrito com dois nomes diferentes, era o 000.

─ E vocês só se lembram disso? ─ Dessa vez foi Thomas que perguntou, querendo entender mais o que eles estavam falando.

Estava claro para eles que aqueles garotos também tinham envolvimento com CRUEL. Aparentemente, também tinham sido vítimas de experimentos e, assim como todos eles, não pareciam se lembrar.

─ Sim. ─ Liam respondeu. ─ Eu sei que você não acredita na gente, mas estamos falando a verdade.

─ Eu não disse que não...

─ É, nossos pais provavelmente estão do lado deles, feliz? ─ O Ashworth mais velho continuou, bravo. Não era raiva de Thomas, mas sim dos seus pais. ─ Mas nós não sabemos de nada. Você acha que se estivéssemos do lado CRUEL, estariamos aqui com vocês quase morrendo?

─ Não, dúvido muito que você iria querer ser um espião. Não tem muita paciência. ─ Newt retrucou, calmo. O loiro mais novo deu um sorriso, sem olhar para Liam.

─ Exatamente, espertalhão. ─ Ele debochou, fazendo uma careta.

─ Ok, eu sei que meu irmão não é lá a pessoa mais simpática de conversar, mas ele tem razão. ─ Ayla concordou com Liam, algo que fazia apenas uma vez a cada mil anos. ─ Não sabemos de nada, e... na verdade me sinto mal de pensar que nossos pais podem estar envolvidos nisso.

─ Talvez eles não estejam. ─ Katherina tentou pensar em outra resposta. ─ Eles disseram para não confiar no CRUEL.

─ Deviam estar enganando vocês também. ─ Minho respondeu. ─ Ou estão fingindo?

Querendo ou não, não era uma mentira. Tudo estava muito confuso, mas a cada revelação, ficava um pouco mais complicado entender o que seus pais queriam falar e de que lado eles estavam.

─ O que, trolhos? Não mintam. ─ Minho defendeu-se quando seis amigos olharam para ele com um olhar de quem queria que ele fosse mais compreensível.

Ao chegar próximo de um vale, uma parede rochosa tomou conta da vista, com diversas montanhas ao seu redor, que cobriam o sol e deixavam o local quase o dia inteiro na sombra. A estrada agora era visível e de concreto, com barras de ferro que delimitavam a parte aberta da estrada, à direta, que dava para um perigoso desfiladeiro de rochas.

─ Aqui é bonito. ─ A mais falante, Ayla, comentou olhando ao redor. ─ Faz tempo que não víamos uma vista tão bonita.

─ Parece perigoso. ─ Thomas respondeu, também olhando para os lados.

─ Coisas perigosas também são bonitas. ─ Ela riu. Costumava fazer algumas trilhas em família quando era mais nova, principalmente em algum fim de semana que seus pais estivessem livres.

A conversa foi interrompida antes que Thomas pudesse continuar sua avaliação pouco interessante sobre as rochas, quando Jorge parou carro. Os mais jovens perguntaram o que havia acontecido e olharam para frente, percebendo que haviam vários carros antigos enfileirados pelo resto da rodovia, impedindo a passagem.

─ Parece que teremos que ir a pé. ─ Catherina falou, pegando sua mochila e descendo da caçamba do carro com a ajuda de Max.

─ Acabou o passeio turístico, preguiçosa. ─ Maxfield Raynott brincou, dando um empurrãozinho nela.

Não havia outra passagem que não fosse por aquela, então pelo visto, teriam que seguir o resto da rota, andando.

Liam Ashworth não estava tão cansado fisicamente, mas sinceramente não sabia para onde eles estavam indo. O rapaz, que antes de ser trancado dentro de um bunker, sonhava em se alistar para o exército quando fizesse dezoito anos, odiava aquela situação. No entanto, eles não sabiam de nada. O que ele, suas irmãs e seu melhor amigo tinham eram informações jogadas, desconfianças e uma possível guerra. O que ele poderia fazer? Até procurar pelos seus pais ─ que aparentemente pareciam ter algo haver com aquilo, parecia inviável.

─ O que você pensa tanto? ─ Newt perguntou a Liam assim que desceram do carro. Ambos se organizavam para caminhar. ─ É sobre seus pais?

Liam olhou para ele e hesitou. Não entendia o repentino interesse do outro loiro, que já deveria ter percebido como o Ashworth não gostava de conversar íntimas com desconhecidos.

─ Vai que eles se arrependeram. ─ Newt deu de ombros. Não conhecia ninguém que trabalhava para o CRUEL e havia se arrependido, mas parecia uma resposta decente. ─ Nunca se sabe.

─ Esquece, você tá tentando com o irmão errado, espertalhão. ─ Liam respondeu, o chamando pelo mesmo nome que falou horas atrás.

O mais velho pegou sua mochila, colocou nas costas e deu as costas para o outro, que riu com a situação. Newt havia notado que o rapaz se preocupava em saber de que lado seus pais estavam e quando eles iriam aparecer para explicar alguma coisa. Porém, era muito orgulhoso para falar.

─ Nossa, espera ai cara! ─ O mais magro correu em sua direção, caminhando ao lado dele. Liam olhou para Newt e resmungou, querendo ficar sozinho. ─ Agora que estamos todos juntos, precisamos ser amigos. Você não acha?

─ Não. ─ O Ashworth falou firme e seco.

─ Mas eu acho que sim. ─ Newt disse e Liam revirou os olhos.

Liam queria se jogar daquele penhasco ali mesmo, se tivesse que continuar escutando Newt sendo amigável e legal.

Thomas e Ayla foram os últimos a saírem. Thomas desceu primeiro e pegou a mochila dele e da garota, colocando a sua nas costas. Em seguida, estendeu sua mão para que ela se apoiasse e conseguisse descer da caminhonete. A altura não era tão alta, mas mesmo assim, o rapaz quis ser legal. Ayla olhou para ele várias, arqueou a sobrancelha e virou a cabeça para o lado, processando. Ele, com vergonha, apenas deixou a mão ali e virou seu rosto para frente.

─ Isso é porque eu disse indiretamente que você é legal? ─ Perguntou, soltando um riso baixo e nasal.

Ele não respondeu ─ e nem sabia.

É claro que ela conseguiria sair dali sem precisaria de ninguém, mas o pouco que observou de Thomas, para uma pessoa tímida e reservada, aquela ação era bonita. Portando, aceitando a gentileza, Ayla segurou na mão estendida de Thomas e impulsionou os pés na caçamba da caminhonete, pulando no chão da estrada e conseguindo manter um bom equilíbrio graças a ajuda dele.

─ Valeu ai... Thomas. ─ Agradeceu, dando um sorriso sincero. Não que os outros não fossem, mas esse parecia mais puro e doce, do que aqueles outros sorrisos debochados e brincalhões da Ashworth.

O garoto lhe entregou a bolsa transversal que ele usava e a encarou.

─ Sabe quando você disse que ainda não confiava em nós? ─ Thomas falou referindo-se ao grupo.

─ Ah, isso... ─ Ela sabia sim. Não fazia tanto tempo assim. ─ Eu sempre fui desconfiada. Mas... Eu não sei porque... ─ A garota esfregou o lóbulo da orelha com os dedos indicador e polegar. ─ Você me parece ser uma pessoa confiável.

Ayla não era o tipo de pessoa que confiava facilmente nas pessoas e isso acontecia muito antes do apocalipse acontecer. Apesar da boa comunicação e simpatia, que fazia com que as pessoas acreditassem que ela confiaria facilmente em você, não era bem assim. Para ela, lealdade deveria ser conquistada. Seus lemas sempre eram: ouvir, assimilar e julgar.

─ Eu também pensei se confiaria em você ou não, mas... ─ Thomas entendia o que ela queria dizer.

Ele já havia sido enganado tantas vezes, que desde a saída do labirinto, se tornou ainda mais desconfiado e decidiu pensar antes de sair confiando tão rapidamente em todo mundo. Queria proteger seus amigos ─ principalmente depois de descobrir que havia ajudado o CRUEL.

─ Por algum motivo também acho que você é confiável. ─ Talvez ainda fosse o resto de inocência que lhe restava, mas ele realmente queria acreditar naquilo.

Sentia como se eles já se conhecessem.

─ Isso é um pouco estranho pra alguém como você, mas se olhar de perto, não é tanto. ─ Ayla disse. Ao analisar o que havia acabado de falar parecia um pouco estranho, mas na verdade, faltava um complemento. ─ Tô falando da sua personalidade.

Ela o puxou para caminharem juntos e não se afastarem tanto um dos outros, que já estavam alguns metros dali.

─ Minha personalidade? ─ Indagou, confuso. Tudo que ela falava parecia um pouco informativo.

─ Deduzindo o que eu já observei, você parece muito ser do tipo ISTP. ─ Respondeu, citando um dos 16 tipos de personalidades caracterizados. ─ É um tipo de personalidade do livro "tipos psicológicos" publicado pela primeira vez em 1921 por Carl Gustav Jung.

─ Isso existe? ─ Thomas perguntou e Ayla concordou. ─ E o que significa ser isso?

─ Hm... ISTP é do tipo virtuoso. ─ Continuou, ficando animada ao ver o interesse dele em saber. ─ Percebi que você é muito curioso, observador, detalhista, prático... Gosta de entender como as coisas realmente funcionam. ─ Thomas havia se identificado, apesar de não saber nada sobre isso. ─ Também é reservado, o que me surpreendeu... Por isso eu perguntei se tinha estendido a mão para mim porque achei você legal.

Padrões de personalidades não eram sempre exatos, mas davam uma boa base para as pessoas que queria entendem um pouco mais sobre elas mesmas e se encaixarem.

─ Mas não é porquê você é reservado, que não pode ser gentil ou tentar se aproximar. ─ Falou a Ashworth, colocando as mãos no bolso do casaco. ─ São detalhes que mostram que você talvez esteja interessado em me conhecer e confiar em mim... então eu aceitei sua ajuda.

Ayla, assim como Thomas, era uma pessoa analítica ─ por mais que, de vez em quando, seus impulsos pudessem falar mais alto.

Thomas estava surpreso como ela havia o analisado tão bem. Se lhe perguntassem, nem mesmo ele conseguiria tão bem por em palavras, aqueles traços que ela ditou como se já o conhecesse há muito tempo.

─ E você? Qual você... se encaixa? ─ Questionou, querendo entender.

─ ESTJ. ─ Respondeu, mas ele continuou encarando. ─ Ah, você quer saber o que significa? ─ Thomas concordou, balançando a cabeça. ─ Isso é você que tem que descobrir! Não tem graça se você souber... você seria influenciado pelo que eu te falei.

De uma coisa Thomas tinha certeza: ela era muito misteriosa.

Enquanto passavam pelos carros, os jovens olhavam atentamente para ver se havia algo de útil dentro dos veículos, no entanto, pela quantidade de tempo que eles deveriam estar ali abandonados, não tinha nada sobrando. Os carros eram tão velhos e antigos que, se fizessem muita força, provavelmente se despedaçariam. Com certeza, se tivesse alguma coisa ali, já teria sido roubada por alguém! A única coisa que compensava ali era a vista e o silêncio.

O grupo andou por mais ou menos 400 metros, até que algo aconteceu. Quando Thomas aproximou-se de um carro e analisou uma marca de bala no mesmo, armas apontaram na direção do grupo e começaram a atirar neles.

─ Se abaixem! ─ Jorge gritou, puxando Thomas e Ayla junto com ele para trás de um dos carros.

Liam puxou Newt para trás de uma caminhonete que estava bem ao lado deles. Minho, Caçarola e Brenda se esconderam em um carro de cor vermelha que ficava do lado do desfiladeiro. Max também puxou Catherina para trás de um dos carros e a protegeu com seu corpo, já que a garota estava muito assustada. Enquanto Aris e Teresa recuaram um pouco para se aproximar dos demais e se esconderam como os outros.

Os tiros só duraram até o momento em que o grupo conseguiu se esconder, pois logo mais eles pararam.

─ Tá todo mundo bem aí? ─ Thomas gritou, perguntando aos demais.

─ Tudo bem! ─ Teresa gritou de volta.

─ Alguém sabe de onde os tiros estão vindo? ─ Newt perguntou, olhando para os lados.

─ O desgraçado do Marcus nos mandou para uma emboscada. ─ Jorge falou, bastante bravo. O homem de pele negra e cabelos crespos abriu a mochila e parecia procurar algo.

─ Thomas. ─ Ayla o chamou e ele olhou. ─ Me dá um pedaço da sua camisa.

─ O que? Porque? ─ Perguntou confuso. A adrenalina em seu corpo estava alta demais, então não conseguia parar para raciocinar tão rápido quanto queria.

A Ashworth apontou para sua perna, que continha uma bala alojada bem no meio de sua coxa esquerda. A ideia era fazer um torniquete, mas o pano da blusa que ela estava usando era muito mais fina do que a dele. Por esse motivo, precisava de um pedaço da do garoto.

Thomas arregalou seus olhos grandes e inocentes, se assustando. Se contestar, ele arrancou um pedaço considerável da barra de sua camiseta acinzentada e, antes que ela negasse e quisesse fazer sozinha, a ajudou. Ele enrolou bem firme o pano grosso ao redor do local atingido e apertou um pouco, dando um nó no final. Ayla suspirou. Ela estava bem, mas tinha medo de que, se não tirasse aquela bala logo e ela se movesse erradamente, poderia acabar atingindo algum nervo e local importante.

─ O que faremos? ─ Ayla perguntou a Jorge. Sinceramente não tinha nenhuma ideia.

O mais velho tirou uma bomba caseira, que tinha mais ou menos o tamanho de uma mão, de dentro da bolsa e ofereceu a Thomas. Os mais jovens se entre olharam, imaginam quais seriam os próximos passos.

─ Precisamos distrai-los. ─ Jorge falou aos dois. Mais precisamente para Ayla que havia feito a pergunta. ─ Se prepara pra lançar. É só você apertar o botão nela. ─ Dessa vez, falou com Thomas.

Jorge fechou a mochila e passou seu braço pela cintura de Ayla. Depois que a bomba explodisse, eles teriam a chance de voltar para o carro. Então, a loira precisava de ajuda no momento.

─ Pessoal, se preparem pra correr pra Berta! ─ Jorge gritou para os outros jovens. ─ E tapem os ouvidos!

Ninguém respondeu, mas Jorge sabia que eles haviam entendido. O mais velho do grupo, ao lado de Ayla e Thomas, contou de cinco até dois, porém foi parado quando ouviu o som da arma sendo destravada e apontada para ele.

─ Larga. ─ Falou uma mulher em pé ao lado dos três. Seu rosto estava coberto por um pano preto até a altura do nariz. ─ Eu mandei largar.

A garota, que tinha por volta de seus vinte e poucos anos, os ameaçou novamente, se aproximando ainda mais e apontando o cano da arma para eles. Outra mulher, que parecida ter a mesma idade, ficou ao lado dela para ajudar.

─ Levantem! ─ Ordenou. ─ Rápido!

Thomas e Jorge ajudaram Ayla a se levantar o mais rápido que podiam, cada um de um lado. Ela apoiou seus braços por cima dos ombros deles e caminhou com apenas uma perna, deixando a outra suspensa. Todos ficaram surpresos ao ver que ela havia sido atingida, mas seu irmão mais velho, foi o primeiro que tentou tomar uma atitude. Por sorte, Newt o impediu e o segurou pelo braço, já que a situação só pioraria se ele fizesse alguma merda.

─ Não sejam burros, se levantem todos! ─ A loira, que estava ao lado da mulher de dreads, também gritou com eles.

Os jovens foram se levantando aos poucos, um por um e com cautela... Até que a primeira mulher falou algo surpreendente.

─ Aris? ─ Perguntou ao ver um garoto loiro e magro mais atrás.

Ela tirou o pano que cobria o rosto e o garoto também se surpreendeu.

─ Harriet é você! ─ Falou, andando na direção da garota e lhe dando um abraço apertado.

─ Caramba, o que você tá fazendo aqui? ─ Perguntou, devolvendo o braço. A mais velha quase chorou ao vê-lo.

─ Não acredito que você tá aqui! ─ Dessa vez foi a outra garota que falou.

─ Sonya! ─ Aris disse, também a abraçando.

─ Que sorte a gente não ter atirado em você! ─ Sônia falou, rindo um pouco.

─ É, mais vocês atiraram em mim! ─ Ayla falou, dando um 'oizinho' para as duas.

Com um buraco por dentro do jeans e uma marca de bala, o sangue de cor vermelho escuro, quase vinho, descia lentamente pelo seu tornozelo. Uma das balas atiradas havia atingido a perna da moça, quase perto do tornozelo e superficialmente alojada na pele. A garota tentou se levantar sozinha, mas não conseguiu. Thomas se aproximou rapidamente de Ayla, rasgou um pedaço da camiseta que usava marrom que usava e fez um torniquete no local, apertando o tornozelo dela para que o sangue parasse. Com a ajuda de Min-ho, os dois apoiaram os braços  ao redor da cintura da moça e lhe ajudaram a se levantar. Segurando cada um de um lado.

─ Sinto muito! ─ Uma delas, a loira, falou arrependida. Não tinha como adivinhar que eram pessoas boas e contra o CRUEL. ─ Precisamos ajuda-lá.

─ Tudo bem, é só um arranhão. ─ Ayla disse, fingindo estar bem. No entanto, seu pé estava ardendo e ficar naquela posição, com a perna pendurada, não ajudava em nada.

─ O que é que tá rolando? ─ Minho perguntou, confuso.

─ Ficamos juntos no labirinto. ─ Aris respondeu.

Harriet assobiou para as montanhas, revelando outras pessoas do seu grupo que estavam escondidas. Ela pediu para que todos saíssem e falou que estava tudo bem, que eles poderiam baixar as armas.

─ Foi mal pelo tiro, não sabíamos quem era. ─ Harriet falou para Ayla. Não havia sido ela que atirou, mas mesmo assim, se sentia um pouco mal, já que eles eram amigos de Aris. ─ Vamos levar vocês para a base.

─ Como vinheram parar aqui? ─ Thomas perguntou.

─ O braço direito nos salvou.

─ Braço direto? ─ O nome despertou total interesse. Finalmente eles haviam achado. ─ Sabe onde eles estão?

─ Entrem ai.

Thomas olhou para Ayla e para seus dois melhores amigos, mas os três  pareciam muito mais tranquilos do que ele. A loira sorriu, olhando para a porta do Jeep com uma expressão de "vamos ver", mostrando que estava disposta a enfrentar o que viesse. E bem, eles haviam passado por várias coisas para achar o Braço direto... não podiam pensar muito sobre as consequências, se tinham a chance de encontra-lo.

☢ · the cure · ☢

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