❁° 06 ❁°
Os anos não foram gentis com Cibele.
Após Lucien a levar de volta, as coisas foram um pouco melhores do que antes, mas ela ainda estava presa na mansão. Saindo apenas uma vez na semana, com a companhia de Tamlin apenas.
Portanto, depois de tudo, depois de todos esses anos presa e impedida de ser livre, não foi uma surpresa quando Tamlin a proibiu de ir na festa, o baile de máscaras que Amarantha, que aparentemente havia enganado os outros Grão Senhores, roubado seus poderes e se coroado Grã Rainha de Prythian, Amarantha, que havia mutilado Lucien poucos dias antes.
Uma festa, aquela fae odiosa disse, uma festa para compensar o que ela fez com Lucien, e um baile de máscaras para que Lucien não tivesse que revelar a horrível cicatriz em seu rosto.
Toda a Corte Primaveril deveria comparecer, até mesmo os criados, e eles deveriam usar máscaras, para honrar os poderes de mudança de forma de Tamlin.
Segundo Tamlin, Amarantha estava disposta a tentar acabar com o conflito sem derramar mais sangue.
Cibele não entendia.
Como Tamlin podia acreditar nela depois do que ela fez com os Grão Senhores e principalmente com Lucien?
Lucien.
Lucien, que havia abandonado a própria Corte alguns anos antes, depois de um desentendimento com os irmãos.
Ele agora era membro da Corte Primaveril, e Tamlin não tinha boas relações com a Corte Outonal (afinal, ele havia matado dois dos irmãos de Lucien quando eles cruzaram a fronteira).
Cibele estava sentada em seu quarto, observando a noite através da janela.
Ela sabia que o baile de máscaras seria uma ocasião importante, uma reunião para planejar uma suposta paz, mas isso não diminuía a sensação ruim que ela tinha em relação a ele.
O incidente com Lucien ainda estava fresco em sua mente.
A forma que ele havia retornado para a Corte Primaveril, completamente coberto pelo próprio sangue, de tal forma que Tamlin vomitou.
Cibele não poderia esquecer a forma que mesmo a magia dela, não poderia trazer o olho dele de volta.
Ver alguém que ela se importava, alguém que ela amava, ser brutalmente mutilado por Amarantha a assombraria para sempre.
Aquela visão havia deixado cicatrizes profundas em sua alma, e o pensamento de estar sob o mesmo teto que a cruel fêmea enchia Cibele de receio.
Entretanto, ela não poderia deixar Tamlin e Lucien irem sozinhos, ela deveria ir com eles.
Na última festa que Cibele não compareceu, os Grão Senhores foram enganados e seus poderes tomados. Cibele precisava ir nesse. Proteger Tamlin e Lucien se precisasse.
E ela sentia que eles precisariam.
ㅡ Você não deve ir, Bele. ㅡ disse Tamlin mais uma vez, entrando no quarto dela.
Ele estava usando uma requintada máscara de ouro incrustada com esmeraldas, com formas espirais de folhas que cobriam seu nariz, bochechas e sobrancelhas.
Ela o olhou, os olhos cheios de preocupação. Apesar de tudo, Cibele se preocupava.
ㅡ Você sabe como me sinto em relação a Amarantha, Tamlin. Não posso suportar a ideia de você e Lucien estarem perto dela, não depois do que ela fez com Lucien. Do que ela fez com os Grão Senhores.
Tamlin suspirou, parecendo cansado. Ele sempre esteve cansado para Cibele nos últimos anos.
ㅡ Eu entendo, Bele, mas é importante que eu vá. Além disso, ainda tenho poder, vou me proteger e proteger Lucien.
Cibele sabia que Tamlin estava certo.
Entretanto, Cibele sabia que Amarantha queria Tamlin, ela sempre quis.
Antes, quando a mãe deles ainda vivia e Tamlin era um irmão amoroso, ele costumava contar para Cibele como ele afastava Amarantha, e como ela parecia obcecada por ele.
A política das Cortes era complicada, e Tamlin tinha suas próprias preocupações como Grão-Senhor da Corte Primaveril, o único a ainda estar em sua Corte. No entanto, o mal pressentimento que ela sentia não desaparecia.
ㅡ Prometa que vai tomar cuidado.
ㅡ pediu ela à Tamlin, segurando sua mão com força, antes que ele pudesse partir.
Apesar de tudo, Cibele ainda o amava. Ainda se importava com ele. Mesmo depois de tudo.
Tamlin sorriu gentilmente por trás da máscara, Cibele sentia saudades desse tipo de sorriso.
ㅡ Sempre, minha irmã. Sempre.
Lucien usava uma máscara de raposa.
Há algumas décadas, Cibele teria rido e brincado sobre isso, o provocando por dias.
Agora, ela apenas sorriu fracamente para ele.
Aquele dia, o dia que um simples por favor a trouxe de volta, foi o começo do fim para o que eles tinham.
Houve realmente um fim.
Agora, eles voltaram a ser apenas amigos, ou quase isso.
Havia um abismo entre eles.
Um que foi criado pelas escolhas que ambos fizeram nos últimos anos. Na forma que Cibele se fechou cada dia mais, e Tamlin se tornava o amigo mais próximo de Lucien, não ela.
Ainda assim, Cibele se preocupava com ele, se preocupava mais do que deveria.
Ela também o amava, o amava mais do que era aceitável devido a situação que eles se encontravam.
ㅡ Você deveria ficar. ㅡ ela sussurrou para ele, sua voz fraca.
Lucien a encarou, surpreso que ela tenha iniciado uma conversa.
Como eles deixaram aquilo que eles tinham chegar a esse ponto? A esse abismo?
ㅡ Não posso deixar Tam ir sozinho. ㅡ o Vanserra murmurou.
ㅡ Na última vez que você foi lá, você voltou sem um olho. O que me garante, que dessa vez, você nem mesmo voltará?
Ela o encarou com uma intensidade que ele não via a décadas. E Lucien a encarou da mesma forma, um fantasma da dupla que costumava se amar tão profundamente.
ㅡ Eu vou voltar, Cibele. Prometo.
Cibele, não Bele, Lobinha ou Querida. Não mais, Meu Amor.
Ela era apenas Cibele agora.
E ele era apenas Lucien.
ㅡ Você faz promessas demais. ㅡ ela acusou fungando enquanto segurava as lágrimas.
Lucien suspirou e se aproximou dela. A mão dele afastou os fios de cabelo loiro do rosto dela.
ㅡ Eu vou voltar, Cibele. ㅡ ele disse com convicção.
Vou voltar pra você. Era o que ele deixou implícito, sendo visto apenas em seu único olho restante.
E ele o faria.
Lucien voltaria para a Corte Primaveril.
Cibele era àquela que não o faria.
Enquanto se preparava para a festa, observando o simples vestido de baile que ela havia escolhido, Cibele não conseguia conter a sensação de que algo estava terrivelmente errado.
Ela não queria ir até lá, não queria ser parte daquela loucura, mas sentia que não tinha escolha.
No espelho, seu reflexo mostrava uma expressão cansada e resignada.
Cibele se perguntou se alguma vez teria a chance de ser verdadeiramente livre e feliz, de explorar o mundo além da mansão.
Ou se estava fadada a passar o resto de seus dias na sombra de Tamlin, mesmo que ele a amasse de seu próprio jeito distorcido, e aquilo fosse o que ele pensava ser proteção.
Cibele não sabia o que a aguardava Sob a Montanha naquela noite, mas ela estava determinada a encontrar uma maneira de manter sua família viva, mesmo no meio das artimanhas de Amarantha.
Ela sabia que precisava ser cuidadosa e esperta, porque Sob a Montanha, nada era o que parecia, e a sobrevivência dela dependia de muito mais do que simplesmente usar uma máscara.
Ninguém a notou.
Para todos, ela não passava de uma nobre da Corte Primaveril. Alguém sem muita importância.
A festa estava em pleno andamento, e Cibele podia sentir a tensão no ar.
As cortes estavam reunidas, seus Grão Senhores eram fantoches de Amarantha agora, e havia algo de errado, algo que não se encaixava naquela cena de celebração.
Cibele se perguntou o que Amarantha estava planejando, o que estava tramando sob aqueles sorrisos e rosto deslumbrante e aterrorizante.
Cibele tentou se manter com os olhos em Tamlin e Lucien, observando-os enquanto conversavam com outros fae.
Ela quase podia sentir que eles estavam preocupados com a situação, assim como ela estava.
A mutilação de Lucien ainda era uma ferida aberta, e a presença de Amarantha só agravava a situação.
Cibele se misturou à multidão mascarada na festa, seu vestido de baile primaveril se destacando com sua simplicidade em meio a toda a ostentação.
Ela sabia que estava arriscando muito ao estar ali, mas também sabia que era sua única chance de proteger aqueles que amava.
Cibele não conseguia se livrar da sensação de que algo ruim estava prestes a acontecer, mas ela estava determinada a fazer o que fosse necessário para proteger aqueles que amava.
Enquanto a noite avançava, Cibele observou Amarantha de longe, tentando entender seus movimentos e suas intenções. A Grã Rainha era uma presença imponente e assustadora, e Cibele sentia um arrepio na espinha toda vez que seus olhos cruéis varriam a multidão.
A música na festa continuava, mas Cibele mal conseguia ouvi-la. Ela mal conseguia ouvir as vozes ao seu redor. Seus sentidos estavam alertas, cada músculo tenso enquanto ela se preparava para agir se fosse necessário.
O salão ficou silencioso quando Amarantha levantou a mão, o anel contendo o olho de Jurian se moveu, surpreendendo Cibele.
ㅡ Tamlin. ㅡ Amarantha chamou.
Cibele arregalou levemente os olhos e começou a empurrar os convidados para chegar até onde o irmão estava.
Tamlin se aproximava de Amarantha, e Cibele se aproximava do irmão.
ㅡ Haverá paz com a Corte Primaveril. ㅡ Amarantha murmurou enquanto Tamlin se colocava de frente para ela. ㅡ Se Tamlin se juntar a mim como amante e consorte.
O salão estava tenso, todos os olhos se voltaram para Tamlin e Amarantha, enquanto eles esperavam pela resposta do Grão Senhor.
Enquanto ele não respondia, Amarantha levantou a mão para tocar Tamlin, e algo estalou no peito de Cibele.
Todas aquelas conversas voltaram para ela, o nojo que Tamlin sentia por Amarantha. A forma que ele sempre se encolhia enquanto contava para Cibele sobre a fae asquerosa que agora se denominava Grã Rainha.
Tamlin era o irmão dela, sua única família restante. O ser que ela mais amava em todo o mundo.
Contra sua intuição, razão e bom senso, Cibele deu um passo a frente, antes que Tamlin pudesse reunir coragem para responder, ou se afastar da Grã Rainha.
A magia de Cibele se enroscou no pulso de Amarantha, a puxando para trás, para longe do rosto de Tamlin.
ㅡ Não toque nele. ㅡ a voz de Cibele ecoou pela sala.
O salão ficou em silêncio absoluto quando Cibele interveio, sua magia primaveril segurando o pulso de Amarantha, impedindo-a de tocar Tamlin.
O olhar de surpresa e raiva da Grã Rainha se voltou para Cibele, seus olhos cruéis agora fixos na jovem fae que se atreveu a desafiá-la.
Tamlin, atônito com a ação de sua irmã, irmã essa que não deveria estar lá, deu um passo para trás, afastando-se ainda mais de Amarantha.
Ele olhou para Cibele, uma mistura de preocupação máxima e raiva em seus olhos.
ㅡ Não toque nele. ㅡ a voz de Cibele ecoou novamente, mais firme desta vez.
Amarantha soltou um riso que ecoou pelo salão, um som arrepiante que fez a multidão recuar. Ela puxou seu pulso com força, quebrando a magia de Cibele, lançando um olhar ameaçador para a fae mais jovem.
ㅡ Tola feérica primaveril.
ㅡ Amarantha sibilou. ㅡ Quem seria você?
Tamlin negou com a cabeça.
Cibele não ligou para o aviso dele.
Cibele, apesar de não ser jovem, de ter lutado algumas batalhas e tendo grande poder, ainda era muito inconsequente, sendo guiada pela emoção e não pela razão.
Além disso, depois de tantos anos presa naquela mansão, a maior parte de seu instinto de auto preservação se foi.
E Cibele estava com tanta raiva.
Tanta raiva.
E estava tão cega pra tudo.
A máscara de lobo que ela usava foi arrancada de uma úcica vez, sendo jogada aos pés de Amarantha.
Amarantha a estudou por um momento, depois olhou para Tamlin, parecendo notar a semelhança entre eles.
ㅡ Você não vai tocá-lo, Amarantha.
ㅡ Cibele repetiu, sua voz firme, com a raiva que ela sentia em seu ser.
ㅡ Tamlin não se juntará a você. Não importa o que ofereça.
Algo na mente de Cibele sibilou, e Cibele o trancou. O trancou naquela cela escura na mente dela.
Amarantha soltou um riso frio, como se achasse a situação mais uma diversão do que uma ameaça real.
ㅡ Muito bem. Você é corajosa, eu lhe darei isso. Mas não subestime o que estou disposta a fazer para conseguir o que quero.
Antes que alguém pudesse reagir, Amarantha fez um gesto com a mão, convocando sua própria magia. Cibele sentiu uma força sobrenatural tentando a acertar, mas ela resistiu, sua magia primaveril brilhando em resposta.
Verde enchendo a sala.
Das sombras, um rosto familiar olhava para ela com preocupação.
Rhysand.
Ver o rosto de Rhys depois de tanto tempo, foi o suficiente para tirar a concentração de Cibele.
A magia de Amarantha, aquela que ela roubou, a atingiu em cheio, a lançando pela sala.
O impacto a fez colidir com uma das paredes do salão, e ela caiu no chão com força.
Sua visão ficou turva por um momento, mas Cibele recusou-se a desistir.
Ela se forcou a levantar, apesar das dores em seu corpo. Sua raiva sendo seu combustível.
Mas, a raiva era um combustível que se apagava muito rapidamente.
Cibele pôde ver Tamlin se aproximando dela, preocupado.
ㅡ Minha irmã está certa. ㅡ Tamlin finalmente disse algo. ㅡ Eu nunca a aceitaria. Nunca. Principalmente depois do que fez para Lucien.
Amarantha encarou Tamlin em um silêncio mortal.
ㅡ Eu prefiro levar uma fêmea humana para a cama, preferia me casar com uma humana, do que tocá-la.
Amarantha poderia ter deixado Tamlin sair ileso disso, até mesmo Cibele, se ele não tivesse continuado:
ㅡ Sua própria irmã preferia a companhia de um humano à sua, sua própria irmã havia escolhido Jurian a ficar do seu lado.
Amarantha encarou Tamlin por um longo segundo, em silêncio. Seus olhos cruéis o observando.
Quando ela estendeu a mão outra vez, o controle restante de Cibele, aquela corrente grossa que prendia sua verdadeira forma, se partiu.
Todos arregalaram os olhos com o que viram a seguir.
Quando viram o que se escondia sob a pele da delicada e uma vez doente, lady da Corte Primaveril.
Cibele atacou.
Com garras e presas.
Com uma velocidade que surpreendeu a todos, Cibele se lançou sobre Amarantha, suas garras e presas prontas para atacar.
A Grã Rainha mal teve tempo de reagir antes que Cibele a atingisse, rasgando a pele e mordendo ferozmente o braço, cujo a mão estava estendida.
Amarantha gritou de dor e surpresa, seus olhos selvagens de raiva, agora preenchidos com uma pitada de terror.
Os fae ao redor recuaram ainda mais, horrorizados com a cena que se desenrolava diante deles.
Amarantha, apesar da surpresa inicial, mostrou ser uma adversária maior do que Cibele podia aguentar.
Ela canalizou a magia com uma velocidade surpreendente e empurrou Cibele para longe, lançando-a contra uma das colunas do salão.
O impacto fez Cibele perder o fôlego, e ela se esforçou para se levantar enquanto a visão se embaçava mais uma vez.
Amarantha, por outro lado, não mostrava muitos sinais de fraqueza. Ela estava com o braço sangrando e rasgado, mas sua determinação não vacilou.
Os fae na festa assistiam em choque, sem saber como reagir. Tamlin e Lucien tentaram proteger Cibele, mas foram impedidos pela magia de Amarantha.
A Grã-Rainha se aproximou de Cibele, seus olhos cruéis fixos na jovem fae, em sua forma primitiva, Cibele se encontrava caída.
ㅡ Você é corajosa.ㅡ Amarantha disse, sua voz fria como gelo. ㅡ Mas sua bravura não será suficiente para me deter.
Antes que Cibele pudesse reagir, Amarantha levantou a mão novamente, e começou a canalizar a magia poderosa dos Grão Senhores. A energia ao redor dela se intensificou, formando um redemoinho de poder, pronta para matar Cibele.
Cibele lutou para se levantar, sua mente cheia de desespero.
Ela sabia que estava em desvantagem.
Tamlin se aproximou então, se colocando na frente da irmã.
ㅡ Por favor, poupe-a. ㅡ Tamlin implorou.
Amarantha o encarou.
E diante de todos, Tamlin, o Grão Senhor da Corte Primaveril, caiu de joelhos.
ㅡ Poupe a vida de minha irmã. Por favor. ㅡ o Grão Senhor implorou.
Amarantha se aproximou de Tamlin.
E então, eles trocaram sussurros. Sussurros que Amarantha não permitiu que ninguém ouvisse.
Então, Tamlin se levantou, os olhos frios.
ㅡ Eu estou de bom humor.
ㅡ Amarantha disse. ㅡ Pouparei a vida de sua irmã e o darei uma chance de quebrar o feitiço que colocarei sobre você. Você tem sete vezes sete anos, antes de eu reivindicá-lo e você tenha que se juntar a mim Sob a Montanha queira você ou não.
Cibele arregalou os olhos, tentando reunir qualquer magia restante. Qualquer poder.
ㅡ Mas para quebrar sua maldição, você só precisa encontrar uma garota humana disposta a se casar com você. Mas não qualquer garota, uma humana com gelo em seu coração, com ódio pela nossa espécie. Uma garota humana disposta a matar um feérico.
O feérico que a humana deveria matar, tinha que ser um dos homens de Tamlin, enviado para o outro lado da muralha para ser abatido, o próprio Tamlin consciente disso.
E a garota só podia ser trazida para ser cortejada, caso matasse um dos seus homens num ataque não provocado, só o mataria por ódio, tal como Jurian tinha feito a Clythia. Então ele poderia entender a dor da irmã dela.
Foi tudo uma piada cruel, um castigo inteligente, para Amarantha.
O feitiço sobre Tamlin só poderia ser quebrado se ele fizesse exatamente isso, antes que os quarenta e nove anos terminassem, se aquela garota dissesse na cara dele que o amava, e o fizesse com todo o seu coração.
Cibele queria gritar. Queria rasgar a garganta de Amarantha. Mas tudo que ela pôde fazer, foi olhar.
Olhar, enquanto Tamlin assentia. Seu destino selado.
Olhar, enquanto Tamlin se virava para partir.
ㅡ E Cibele? ㅡ Lucien perguntou ao notar que Tamlin não fez nenhum movimento para levar Cibele para fora.
Tamlin se virou para Amarantha.
Ele não estava mais olhando para Cibele.
Como se ele não pudesse mais fazer isso.
ㅡ Vocé ficaria com ela, Amarantha?
ㅡ Tamlin perguntou para o choque de todos os presentes. ㅡ Temo que ela precise de modos, e de aprender a como seguir ordens.
Cibele sentiu os olhos familiares de Rhysand nela.
Mas Cibele não estava olhando para ele.
Cibele estava olhando para o irmão mais velho, que estava se desfazendo dela como se ela não passasse de um cachorro vadio.
O irmão mais velho que era o motivo para ela ter ido até lá em primeiro lugar.
O irmão mais velho que ela estava disposta a morrer, se isso significasse salvar ele.
Cibele choramingou. Suas patas se esforçando para a colocar de pé. Para se aproximar do irmão.
ㅡ Claro, Tamlin. ㅡ Amarantha sorriu de forma sádica. ㅡ Eu ficarei com ela.
Simples assim.
Como se Cibele fosse um cachorro a venda.
E Amarantha tivesse acabado de comprá-la.
ㅡ Tamlin? O que você está fazendo? ㅡ Lucien perguntou assustado e confuso. Como se não entendesse o que estava acontecendo. Por que Tamlin faria algo assim.
Tamlin não respondeu.
Ele apenas se aproximou de Lucien e o puxou contra a vontade para fora.
Sem olhar para Cibele uma única vez.
Tamlin tinha ido embora.
Tamlin tinha partido.
E ele havia a deixado lá.
Cibele queria gritar o irmão, chamar por ele, e ela o fez. Porém, seu grito, veio na forma de um sofrido uivo.
Amarantha gargalhou.
Tamlin havia a deixado lá.
Lucien havia partido sem ela.
Cibele estava Sob a Montanha.
Cibele estava Sob a Montanha. Sozinha.
O irmão dela havia a deixado lá.
A dor que a atingiu, a dor da traição, foi pior que qualquer ferimento, que qualquer doença da infância dela.
Aquela dor, aquele abandono. A forma que Tamlin a deixou sem pensar duas vezes, quebrou algo em Cibele.
Quebrou algo profundo na alma dela.
Algo qhe nunca poderia ser reparado.
Rhysand encarou Cibele com tristeza.
E então, o tormento de Cibele começou.
I. Oie pessoas. O que acharam do capítulo? Gostaram? Acho que vocês não estavam preparados pra esse capítulo, porque nem eu estava.
II. Eu ia postar esse capítulo apenas no fim de semana. Mas não me aguentei e tive que postar hoje. Fim de semana eu posto o próximo kkkk.
III. Sim, o Tamlin deixou a Cibele lá. Contudo e entretanto, como vocês que conhecem minhas histórias sabem, nada que eu escrevo é por um acaso. Tudo tem uma explicação. Até mesmo o Tamlin deixando ela lá. Se vocês vão gostar ou não da explicação é outra questão. Afinal, é o Tamlin né kkkk.
IV. Cibele e Lucien estão realmente terminados. Eles passaram as últimas décadas se afastando. Eles no momento desse capítulo ainda se amam, mas acabaram criando um abismo entre eles. Infelizmente. Outra coisa, ele não teve nenhum outro romance aqui (até o momento). Então podem esquecer todo aquele rolê cheio de sofrimento que ele passou, com a personagem que foi morta (esqueci o nome dela kkkk).
V. Próximo capítulo teremos descrição do que acontece com a Cibele em Sob a Montanha, irei descrever muita coisa que poderá ser gatilho pra alguém, como tortura e pensamentos suicidas. Então, estou avisando caso não queiram ler.
VII. Sei que tudo tem sido tristeza nessa fanfic, mas haverá felicidade algum dia, não por enquanto, mas haverá. Essa fanfic consegue ser pior que a do Azriel em relação à personagem principal sofrer. E desculpa por isso.
VIII. Por hoje é só, mas nós nos vemos em breve.
Byee ♡.
27.092023
Duda.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro