7 - O Alvo
Todos saíram de casa, indo para a parte da frente da mesma. Havia uma mesa bastante comprida, com várias pistolas e M-16 em cima. Haviam também dois alvos de metal em formatos de pessoas.
- Levante a mão quem já alguma vez usou uma arma. - mandou Palermo.
Todos se entreolharam e lentamente a Reh foi levantando a mão, sendo a única do grupo a fazê-lo e recebendo alguns olhares confusos.
- O meu pai é polícia e eu sou curiosa ok? - disse ela cruzando os braços.
- Quantos anos tinhas? - perguntou o Professor.
- Uns 16. - respondeu Reh.
- Quando é que isso aconteceu? Porque eu não me lembro dele alguma vez nos deixar mexer numa arma. Ou fazer alguma coisa "perigosa" no geral. - disse Sofia.
- Esse é exatamente o ponto. - disse Reh.
As irmãs apenas ficavam sozinhas quando Mateo tinha de ir trabalhar, mas a sua diferença de idades fazia com que elas não tivessem de passar o tempo todo juntas. Sofia muitas das vezes saía escondida de casa, para poder sentir-se um pouco livre. Sempre que conseguia levava a irmã, mas naquele dia em específico isso não foi possível.
Em casa, sozinha e sem nada para fazer, Reh começou a procura de algo com que se entreter. Foi quando ao abrir uma gaveta qualquer encontrou uma pistola que pertencia ao seu pai. A sua curiosidade fez com que ela a quisesse experimentar, então rapidamente foi até ao jardim e atirou contra uma das árvores. Para surpresa da mais nova, a arma realmente disparou, o que não só a assustou a ela mas também ao monte de pássaros que estava a pousar nas árvores ali á volta. Quando os pássaros começaram a voar, também assustados pelo barulho do tiro, Reh voltou a correr para dentro de casa, guardou a pistola onde estava e foi até ao seu quarto, onde ficou o resto daquela tarde fingindo que nada aconteceu.
- Então mostra-nos do que és capaz. - disse Pedro, entregando á Reh uma pistola.
Reh meteu-se em posição e mirou o alvo.
- Não mates ninguém. - disse Catarina.
- Não me distraias. - disse Reh.
Depois de suspirar fundo e de se concentrar, Reh disparou a pistola, mas nem sequer chegou a acertar no alvo e sim, curiosamente, numa das árvores.
- Alguém já usou uma arma e sabe dispara-la bem? - perguntou Palermo.
- A culpada foi a Catarina. - disse Reh.
- Têm de treinar melhor isto. - disse o Professor.
- Mas nós não vamos ter armas verdadeiras pois não? - perguntou o Finn.
- Não, mas nunca se sabe quando é que podem ter de usar uma verdadeira. - disse a Toulouse.
- De qualquer forma, tentem cada um uma vez e depois podem descansar até ao final da tarde. - disse o Professor. - O Berlim e o Pedro vão ajudar-vos.
O Professor olhou para o Palermo e para o Miguel e eles rapidamente foram para dentro.
- E vocês os dois? - perguntou Berlim.
- Nós vamos tratar de coisas importantes. - disse Toulouse, agarrando na mão do Professor e levando-o para dentro.
- Tu achas que eles estão juntos? - perguntou Reh, depois de se ter aproximado de Sofia enquanto todos os viam a entrar em casa.
- Provavelmente. - disse Sofia.
- Bom... Vamos começar com as pistolas porque as M-16 já são mais complicadas. - disse Pedro. - Quem quer ir primeiro?
Todos ficaram em silêncio, como todos ficam quando um professor faz uma pergunta em que ninguém sabe a resposta, o que era exatamente o que estava a acontecer. Nenhum deles sabia o que estava a fazer.
- Se ninguém se oferecer vamos ter de escolher. - disse Pedro.
O silêncio ficou exatamente como estava. Pedro e Berlim olharam um para o outro, quase como se falassem mentalmente, e depois voltaram a olhar para o grupo. Berlim deu um passo a frente e sorriu.
- Princesa. - disse Berlim.
- Quem é a princesa? - perguntou Sara.
A Reh sorriu e deu a pistola á irmã.
- Já te disse para não me chamares de princesa. - disse Sofia.
- Ambos sabemos que isso não vai acontecer. - disse Berlim sorrindo mais ainda.
Sofia foi para onde a Reh tinha estado em posição, mas ao contrário da irmã, ela nem sequer sabia por onde começar. Para piorar a sua situação Berlim foi para o lado dela, começando a observar cada pequeno gesto que ela fazia.
- Eu não faço ideia como fazer isto. - disse Sofia.
- É só apontares e disparares. - disse Berlim.
- Sim, e acertar no alvo também era boa ideia certo? - perguntou Sofia ironicamente.
O que ela não esperava era que Berlim se metesse atrás dela, com a cabeça quase apoiada no seu ombro e com as mãos na sua cintura.
- Se queres acertar no alvo então vamos acertar no alvo. - disse Berlim.
Ele puxou-a mais para si, não havendo nenhuma distância entre os seus corpos e corrigiu a sua postura. Também corrigiu a posição dos seus braços, fazendo com que ela já tivesse o alvo na sua mira.
Enquanto ele fazia isso, Sofia apenas obedecia ao que ele ia dizendo. Para meter o braço mais para cima, para tentar relaxar o corpo, para ter a cabeça erguida e inclusive para abrir um pouco mais as pernas.
- Agora é só disparares. - sussurrou ele ao ouvido dela, voltando a colocar as mãos na cintura de Sofia.
Sem pensar duas vezes Sofia disparou e para sua surpresa, tinha acertado no alvo.
- Acertaste-lhe no coração. - disse Berlim sorrindo.
Pela anatomia humana, realmente o local onde Sofia tinha acertado era o coração, porém pela entoação de Berlim parecia que ele não estava a referir-se ao alvo.
Mas antes de Sofia sequer tentar contra-argumentar, Berlim saiu de perto dela e foi até Pedro, que estava a sorrir.
- Quem quer ir agora? - perguntou Berlim.
O silêncio voltou de novo.
- Finn. - escolheu Pedro.
Sofia foi até ao grupo e entregou a pistola ao Finn. Não foi difícil de notar que a Reh tentava esconder um sorriso.
- Para que é que foi aquilo? - perguntou Pedro, falando um pouco baixo para que apenas o Berlim o ouvisse.
- Aquilo o quê? - perguntou Berlim, que continuava a ver o Finn.
- Aquela proximidade com a Sofia...
- Não sei do que falas.
- Devias fazer isso ao António. - disse Pedro rindo.
Naquele momento o Finn disparou a pistola e se Sofia tinha acertado no coração do alvo, o Finn definitivamente tinha tido a certeza de que ele não teria mais filhos. O tiro foi até às partes baixas do alvo. Não tinha sido mau.
- Às vezes tu tens de aprender as coisas comigo. - disse Berlim, olhando para Pedro. - Tu queres a Reh? Então faz tu o primeiro passo.
Pedro olhava para ele com toda a atenção do mundo, como se tentasse absorver cada palavra que saía da boca de Berlim.
- Ontem eu chamei-a de princesa e hoje ela já me disse que me tinha de levar mais vezes para o meu quarto. Mulheres gostam de desafios meu amigo. - disse Berlim, batendo nas costas de Pedro. - Se tu não lhes deres o desafio, elas não vão ter nada a que se agarrar.
- E que desafio é que deste á Sofia? - perguntou Pedro.
- Obedecer-me.
Pedro ficou em silêncio, tentando assimilar a informação que recebia. Obviamente que Berlim era o exemplo de alguém a quem seguir neste tipo de coisas. Ele tinha mais experiência e conseguia sempre o que queria.
- Então tu queres ter algo com a Sofia? - perguntou Pedro.
- Define "algo".
- Não sei... Contigo é difícil de definir algo. Tu tens cara de quem podia sair daqui e pagar uma noite no motel mais caro daqui da zona só para dormires com ela.
- Isso por acaso é uma boa ideia... - disse Berlim, começando a ir em direção ao grupo.
Ele olhou á sua volta e analisou para um deles. Parecia que lhes conseguia ler a alma.
- Sara. - escolheu o Berlim, mais uma vez. - Depois vai a Catarina e por fim o António.
Sara respirou fundo e agarrou na pistola, mas com toda a pressão acabou por disparar no chão. Já a Catarina conseguiu acertar no que seria a barriga do alvo. O António foi o que de todos parecia mais descontraído. O Berlim e o Pedro foram até perto dele, para ter a certeza de que ele não tentava fazer asneira outra vez. Para espanto dos dois ladrões, António conseguiu acertar no mesmo local de Sofia.
Enquanto os dois ladrões analisavam o que tinha acabado de acontecer António sorria e quando Pedro finalmente olhou para ele, António entregou a arma o mais devagar possível, fazendo com que o ladrão tivesse de praticamente a arrancar das suas mãos.
- Por hoje estão despachados. - disse Pedro. - Podem todos ir para os vossos respectivos quartos até terem outra indicação.
Todos subiram até aos seus quartos, exatamente como Pedro tinha mandado. O resto do dia tinha passado rápido, a Toulouse tinha-os deixado ir para qualquer divisão da casa, com exceção dos quartos dos ladrões, então eles conseguiram falar uns com os outros e explorar melhor a casa.
Durante o jantar o Professor voltou a relembrar que iam fazer um primeiro assalto no dia seguinte, e explicou o que tinham de fazer. Depois de comerem voltaram aos seus quartos e com o passar das horas a maioria das pessoas da casa foram adormecendo.
Sofia tentava encontrar uma posição confortável para dormir, mas não conseguia. Tentou todas as posições possíveis, mas nenhuma a agradou, então acabou por desistir e simplesmente ficar deitada a olhar para o teto. Mas o sono também não vinha. Levantou-se e foi até a janela do seu quarto. Rapidamente percebeu que a lua estava no céu, mas não a conseguia ver completamente por causa de uma das árvores. Desde criança que ela tinha uma pequena obsessão pela lua. Cada vez que a via sentia-se completa.
Para conseguir ver a lua decidiu sair do seu quarto muito lentamente, indo até á varanda da casa. Quando finalmente lá chegou dava para ter uma percepção do quão bonita era a vista. A casa era completamente rodeada por árvores e quase não dava para ver nenhum sinal de alma viva naqueles inúmeros quilómetros.
Ficou ali, apenas no silêncio da noite a admirar a lua. Era como se ela fosse uma espécie de conforto. E assim, mergulhou nos seus pensamentos. Mentalmente desabafava com a lua sobre o que aconteceu, estava a acontecer e ia acontecer e fazia-lhe perguntas apesar de não conseguir respostas, obviamente. Porquê ela? Porquê eles? Há muitos mais filhos de polícias espalhados por aí, ela mesma os conhecia, tal como há filhos de ricos. E porque é que eles tinham de ir assaltar? Eles são ladrões, isso não devia ser algo de que eles estivessem encarregues de fazer sozinhos?
No meio da confusão que estava a sua cabeça não percebeu que alguém tinha ido até á varanda e que se ia aproximando dela lentamente, não para a assustar, mas para não a incomodar no meio dos seus pensamentos. Ela só veio a notar depois de ver a pessoa ao seu lado e o seu corpo congelou. Tinha sido descoberta.
- Não devias estar a dormir? - perguntou Berlim, virando-se de costas para o parapeito da janela e apoiando-se no mesmo para a poder encarar.
- Talvez... - disse Sofia.
- O que é que estás aqui a fazer?
- Eu não conseguia dormir.
Berlim analisou cada detalhe de Sofia naquele momento. Desde os chinelos que ela calçava até á ponta do cabelo. Quando ouviu que ela não conseguia dormir ele sorriu um pouco pelos pensamentos errados que tinha tido.
- Estás nervosa? - perguntou Berlim.
- Não... Quer dizer, não sei. Eu nunca fiz um assalto na minha vida, não sei como é que é suposto estarmos a sentir-nos antes disso acontecer.
Berlim parou para pensar um pouco. Ele tinha de lhe explicar o que é que se sente antes de um assalto, era o mínimo que podia fazer para a acalmar.
- É uma ansiedade normal... Como todas as ansiedades que tens antes de tentares algo pela primeira vez. - disse Berlim.
- Bom... É a primeira vez que eu estou a ser raptada e a primeira vez que vou assaltar então...
- Estás a dizer isso como se fosse mau...
- E não é?
- Se fosse mau eu não estaria aqui a falar contigo certo? Já te teria mandado para o quarto.
- Mas não o fizeste.
- Não o fiz.
- E porquê?
- Porque nós não estamos aqui para vos meter medo.
Sofia olhou para ele pela primeira vez desde que ele tinha chegado. Ele estava de terno e com uma taça de vinho tinto na mão.
- Também não estás a dormir, estás ansioso?
- Eu não tenho ansiedade. Não mais.
- Já és um pro nestas coisas? Tens mesmo cara disso.
Berlim sorriu e deu um gole no vinho. Aquilo era como um elogio para ele.
- E posso saber o que é que estás a ver aqui fora? - perguntou Berlim, finalmente olhando para a paisagem.
- A lua.
- A lua?
- Eu gosto de olhar para ela... É uma espécie de conforto para mim.
Eles ficaram os dois em silêncio, apenas a observar a lua. E a secretamente aproveitar a companhia um do outro.
Ali perto deles num dos quartos Reh estava na mesma situação da irmã. O sono não lhe aparecia. Estavam a acontecer coisas muito mais importantes, e dormir não era uma delas. Depois de voltas e voltas na cama decidiu que ia beber água, para se distrair dos pensamentos que tinha desde que entrou no quarto depois do jantar.
Saiu do seu quarto lentamente e ouviu duas vozes a conversar, ainda que baixo, ao fundo do corredor, então apressou-se a descer as escadas.
Chegou á cozinha e começou a procurar um copo. Haviam muitos armários e ela não tinha visto onde é que Toulouse tinha guardado toda a louça. Enquanto abria e fechava os armários encontrava de tudo, menos o que procurava. Para seu azar, ao abrir um dos armários um prato caiu e ao desviar-se para não levar com o mesmo em cima, o prato acabou por cair ao chão, fazendo um barulho enorme e desfazendo-se em vários pedaços, assustando Reh.
- Sempre ouvi dizer que partir pratos era um sinal de sorte. - disse Pedro que tinha acabado de entrar na cozinha, assuntando mais ainda a Reh.
- Eu só estava a procurar um copo, e do nada este prato caiu. - respondeu Reh.
Pedro foi até Reh, em completo silêncio, e parecendo até um pouco ameaçador. Quando finalmente chegou perto dela, estando a centímetros de distância da mesma olhou para ela e deu um pequeno sorriso. Reh não sabia o que fazer, estava ali a olhar para ele também e por breves segundos perdeu-se nos olhos castanhos claros do rapaz. Ele simplesmente esticou o braço e abriu o armário que estava atrás da mesma, tirando de lá um copo e entregando-lho.
Depois, como se nada tivesse acontecido, foi buscar uma vassoura e uma pá, e limpou a pequena confusão que Reh tinha feito.
Sem saber o que fazer, e ainda sentindo-se meio perdida no olhar que tinha recebido, Reh encheu o copo com água e bebeu, ficando a olhar para o Pedro a limpar.
- Obrigada... - disse Reh depois de Pedro ter deitado os restos do prato no lixo.
- Da próxima vez não faças tanto barulho. - disse Pedro olhando para Reh..
- Vou tentar.
Ele voltou a aproximar-se dela, estando á mesma distância que tinha estado a poucos minutos.
- Vamos rezar para que ninguém tenha ouvido. - disse Pedro. - Tu supostamente já devias estar a dormir.
- Eu sei... Mas eu tinha sede. Acho que ninguém me ia proibir de beber água certo?
Ele ficou em silêncio, apenas a olhar para ela. A divisão era iluminada por um candeeiro com uma luz muito fraca, e quase que dava apenas para perceber as silhuetas de quem estava também na cozinha. Reh acabou de beber a água e pousou o copo do balcão da cozinha.
- Bom... Eu devia ir... - começou Reh, sendo interrompida por Pedro que se encostou totalmente a ela para falar ao seu ouvido.
- Deixa-me dizer-te... Tu ficas tão bem a usar uma camisola minha. - sussurrou.
- É... É tua? - perguntou Reh. Aquilo estava no meio das roupas que Toulouse lhe tinha dado e como era largo e bastante confortável, acabou por usá-lo como pijama.
Pedro limitou-se a sorrir, o que fez a Reh ter um pequeno ataque. Ela realmente não sabia o que fazer, não esperava aquilo.
- Um dia destes devolves-ma... Agora devias ir dormir. - disse Pedro.
Apesar de não querer dormir e de querer ficar ali para sempre, Reh sabia que se mais alguém entrasse ali ela estaria em sarilhos. Então, um pouco contrariada, acabou por concordar com Pedro. Desejou-lhe boa noite e voltou ao seu quarto, onde agora ia poder ficar apenas preocupada com um pensamento: o que acabara de acontecer.
- Estás a ver? Agora alguém subiu... - sussurrou o Professor. Ele estava deitado na cama com Toulouse abraçada ao seu corpo. Tinha ouvido o barulho do prato a partir e tinha despertado, acabando também por acordar Toulouse.
- Tu realmente gostas de ter tudo controlado não gostas? Independentemente de quem for, agora já está no seu quarto... - disse Toulouse, abraçando o Professor com mais força.
O Professor suspirou fundo e virou-se totalmente para Toulouse, beijando-lhe o topo da cabeça e abraçando-a de volta.
- Desculpa ter-te acordado... - sussurrou, começando a passar o cabelo de Toulouse por entre os dedos.
Toulouse sorriu pela preocupação do seu noivo. Ela sabia que o Professor podia ter alguns feitios e manias, mas que no fundo ela a pessoa mais doce que ela alguma vez conhecera.
- Da próxima vez não desculpo. - brincou ela, fazendo o Professor sorrir.
- Boa noite meu amor... - sussurrou mais uma vez, apertando-a o máximo possível contra o seu corpo.
E assim foram os dois adormecendo aos poucos no abraço um do outro.
Enquanto isso, Berlim e Sofia ainda estavam os dois na varanda, agora com menos distância um do outro. Acontece que a conversa fluiu muito bem depois dos poucos minutos de silêncio em que ambos olhavam para a lua.
- Então estás a dizer-me que a última pessoa com quem estiveste foi um polícia qualquer que por acaso é colega do teu pai? - perguntou o Berlim.
- Não é "que por acaso". Eu conheci-o antes dele ser colega do meu pai. Ele é uns 5 anos mais velho que eu. - disse Sofia.
- Confia numa coisa: polícias são os piores de todos. Podes ter a certeza. - disse Berlim.
- Já alguma vez estiveste com um polícia para saberes isso?
- Não, mas sou ladrão. Acho que já conheço polícias suficientes.
Sofia ria com a conversa que estava a ter, e Berlim só ia metendo lenha na fogueira. O tempo que tinham estado ali a conversar já era o suficiente para saberem que iam dar-se muito bem.
- Bom, eu também só conheço polícias mesmo, então não posso opinar sobre se é melhor o polícia ou o ladrão. - disse Sofia.
Aquela frase fez Berlim aproximar-se ainda mais de Sofia e lentamente meter uma mão no parapeito que estava atrás da mesma, fazendo com que o seu antebraço estivesse encostado á cintura de Sofia.
- Acho que vamos ter de tirar isso a limpo... - sussurrou sorrindo, fazendo com que Sofia sorrise também.
Mas antes que Sofia conseguisse responder de volta, Pedro entrou na varanda e começou a falar antes de perceber que Berlim não estava sozinho.
- Berlim, tu não vais acreditar no que aconteceu! - começou Pedro, mas parou imediatamente ao perceber a proximidade de Berlim e Sofia. - Oh eu... Eu...
- Está tudo bem, eu já estava de saída. - disse Sofia.
- Estavas? - perguntou Berlim.
Sofia afastou-se um pouco do ladrão e sorriu.
- Boa noite Berlim. - disse ela olhando-o nos olhos e indo em direção á porta. - Boa noite Pedro.
E assim saiu da varanda, voltando para o seu quarto.
- Berlim... - começou o Pedro, assim que viu Berlim a beber tudo o que tinha na taça de vinho de uma vez.
- Dá-me uma boa razão para eu não te matar. - disse Berlim.
- Eu segui o teu conselho.
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