Simone pulou para fora do seu táxi batendo a porta rapidamente. Agarrou seu grosso casaco enquanto a chuva torrencial caía. Manteve a cabeça baixa enquanto exibia um sorriso torto. Era a emoção em saber o que estava prestes a fazer. Ela correu até os degraus da varanda, onde ficava a grande e elegante casa situada na rua lateral em Upper Manhattan. Ela havia feito esse trajeto muitas e muitas vezes. Parou diante a porta e repetiu o ritual de apertar a campainha duas vezes antes de esperar pacientemente.

Depois de alguns segundos a menina de sempre a saudou na porta. Aparentemente com mais de vinte anos, pele bonita em uma cor caramelada, cabelos loiros até a altura do quadril. Era extremamente linda. Ela sorriu para Simone e balançou a cabeça dando-lhe um sorriso educado.

-Bem-vinda de volta, Sra. Tebet. É um prazer, como sempre. - Disse ela em uma voz baixa, como um discurso memorizado. Simone entrou deixando as gotas de água da chuva no chão de mármore.

-Obrigado, Leila. Por favor, guarde o meu casaco. - Ela instruiu. A jovem fez o que lhe foi dito e obedientemente colocou o casaco em um rack. Ela virou-se para Simone, que estava olhando ao redor.

-Devo chamar Mistress Damares? Ou você sabe o que quer, senhora? - Simone parou por um segundo e olhou para os vários desenhos no teto.

- Eu gostaria de vê-la. E eu sei encontrar sozinha a sala de estar.

Leila balançou a cabeça novamente e virou-se para longa escada à sua direita. Simone levou suas mãos para trás das costas enquanto caminhava por toda a longa sala de mármore branca até estar na sala de visitas. Uma das outras garotas estava ali, organizando os livros sobre a mesa de café antiga. O som dos saltos despertou a morena.

-Boa tarde, Sra. Tebet. Bom vê-la novamente. - Disse ela baixinho, desviando os olhos para o chão, Simone sorriu ter o poder sobre essas meninas não passava de uma diversão.

-Boa tarde, Luiza. Eu espero que tudo esteja bem. - Simone a saudou levemente, sentando-se em um dos sofás vermelhos no cômodo.

-Sim senhora, obrigado por perguntar.

Depois de alguns segundos de silêncio com Simone olhando para Luiza com expectativa, ela percebeu o que deveria fazer.

-Mil perdões senhora, você gostaria de ver o catálogo?- Ela ofereceu rapidamente, pegando um dos álbuns. Simone assentiu e estendeu a mão para o livro com capa de couro, em seguida, voltou ao seu assento e começou a folhear a sessão de mulheres disponíveis.

- Não há ninguém novo?- Perguntou Simone preguiçosamente. Todas as fotos que ali estavam ela já havia visto, e mais do que isso, a grande parte delas já haviam estado com Simone. Antes que Luiza pudesse responder, Leila surgiu com Damares atrás dela.

-Sra. Tebet, Mistress Damares vai vê-la agora- Leila disse. Sua cabeça pendida para baixo enquanto falava, Damares tocou delicadamente em seu ombro e olhou para o corredor. Era a deixa para que as deixassem sozinhas.

Finalmente, quando as duas meninas não estavam mais na sala grande, Simone se levantou para atender Damares e apertar sua mão.

-Boa tarde, Sra. Alves.

-Oh, Simone, por favor. Você vem aqui há anos. Você pode me chamar pelo primeiro nome. - Ela respondeu calorosamente sentando-se em uma cadeira antiga ao lado de Simone no sofá.

-Como quiser, Damares - Simone ajeitou-se na poltrona. - Então como está tudo?

-As coisas estão bem, o negócio está crescendo. - Ela abriu um sorriso de canto. - Acredite ou não, em tempos econômicos difíceis, tudo o que alguém quer fazer é ter uma boa transa com uma mulher sexy. E todos nós sabemos que eu tenho as melhores.- Disse Damares com um sorriso.

-Tenho certeza que seus outros clientes fieis confortam.- Simone respondeu desviando os olhos para a lareira. Depois de alguns segundos, Simone finalmente virou-se para Damares.

-O que eu posso fazer por você hoje? O que você está procurando? -Perguntou Damares.

O rosto de Simone tornou-se pensativo. Ela deslizou os longos dedos através do seu cabelo escuro. Jogando-os para o lado.

-Eu não estou muito certa na verdade. É por isso que pedi a Leila para lhe chamar.- Simone estudou Damares- Tenho vindo aqui há anos, e eu sempre sei exatamente o que estou procurando, mas hoje não sei.

Damares assentiu compreensivamente.- Você já olhou nosso catálogo? Você sabe que nada está fora dos limites, se você quiser algo especial diga-me e eu vou arranjar uma das minhas meninas.- Ela fez uma pausa para sorrir. - Ou mais de uma, se é isso o que você procura.

- Não, não, eu sei que tenho tudo o que quero ao meu alcance aqui, eu praticamente tenho essa coisa memorizada. - Simone respondeu segurando o livro que estava se referindo. - Talvez eu esteja procurando por uma sugestão.

-Claro, vamos ver... - Damares fez uma pausa enquanto ela revisou as meninas mentalmente em seu bordel. - Você quer uma asiática? Melinda está recebendo um feedback muito positivo de alguns dos meus outros clientes.

-Não, eu tive uma asiática recentemente.- Disse Simone com um suspiro. - O que mais?- Ela olhou fixamente a Damares, como se estivesse pedindo para ela ler sua mente. A dona do bordel fez uma pausa e olhou para Simone com a cabeça inclinada para o lado.

- Perdoe-me se eu estiver errada, mas parece que você tem uma ideia do que deseja, você está apenas esperando que eu adivinhe. - Simone não conseguiu controlar o sorriso em seus lábios.

- Você me conhece bem, Damares. Eu estava esperando que você tivesse alguém novo… alguém jovem… alg…

-Mistress Alves…

Só então a pequena garota de pele bronzeada e traços alemães apareceu na sala. Seus longos cabelos loiros pendiam em seus ombros, que estavam cobertos por nada além de um robe fino. Seus pés descalços estavam ligados à pernas longas e torneadas que desapareciam debaixo da seda rusa de sua roupa

-Oh, desculpe-me senhora, eu não sabia que tinha um cliente.- A moça disse em voz baixa, corando furiosamente para Simone. A morena não deixou de sorrir enquanto a observava. - Sinto muito senhora, eu vou voltar quando você estiver sozinha.

Damares e Simone a observaram sair rapidamente, sorrindo uma para a outra Damares voltou sua atenção, pronta para retomar a conversa.

-Ela…- Simone disse. - Eu quero ela.