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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO NOVENTA E TRÊS
─── NOVAS ADIÇÕES E TRADIÇÕES DE CASAMENTO
30 de junho de 2000
A MANHÃ DO último dia de junho amanheceu mais rápido do que o previsto, e Charlie acordou no sótão da Toca, dando as boas-vindas ao dia que tinha pela frente com piscadas rápidas que lhe permitiram reconhecer o que estava ao seu redor, talvez pela última vez.
Ele se espreguiçou e, de repente, tornou-se consciente da ausência dos roncos habituais de Ron, Charlie se virou e viu seu amigo bem acordado, com a testa franzida, sentado imóvel como uma pedra, os cotovelos sobre os joelhos esguios, o queixo apoiado nas mãos, simplesmente olhando para Charlie.
— Qual é o problema? — Charlie perguntou, passando a mão pelos cabelos nervosamente.
— Então... Você tem certeza?
— Ron... — Charlie não pôde deixar de revirar os olhos depois de todas as conversas que teve esta semana, todas as garantias firmes que deu.
Sim, era isso que ele queria, o que eles queriam.
Eles tinham certeza.
Eles nunca tiveram tanta certeza de nada, na verdade.
— Eu sei que é Hermione e tudo mais - você e Hermione, mas...
— Mas o quê, Ron? Você acha que estamos sendo um pouco imprudentes? — disse Charlie sarcasticamente, mas não cruel, com um sorriso malicioso nos lábios e a sobrancelha levantada. — Ou você teria preferido que esperássemos até você e Lilá se casarem primeiro?
As bochechas de Ron coraram de vergonha. — Er...
— Escute. — Charlie suspirou. — Está pode ser a coisa menos imprudente que já fiz. Mas não sei se posso dizer o mesmo de Hermione, concordando em ficar comigo e tudo mais...
— Você está bravo. — Ron balançou a cabeça, rindo levemente. — Vocês dois, mas acho que é por isso que somos amigos.
Charlie riu, incapaz de discutir. Ele balançou as pernas para fora da cama e olhou pela janela. O sol brilhava dourado sobre o jardim da Toca, e Charlie sorriu ao imaginar como a luz brilharia no cabelo de Hermione em apenas algumas horas.
— Oh, ótimo, você está acordado! — veio a voz de Harry Potter, quando ele entrou apressado na sala, com as mãos cheias de caixas de sapatos, com várias gravatas penduradas no pescoço. — Está começando a ficar um pouco caótico. — acrescentou, fechando a porta atrás de si com um bufo. — A Sra. Weasley está tentando organizar tudo lá embaixo, e Elaina e Gina estão preocupadas com o estado do cabelo de Hermione há uma hora.
— Não há muito com o que se preocupar, eu acho... Vai ser espesso. — Ron riu baixinho. — É sempre espesso.
— Exatamente o que penso. — bufou Harry, finalmente largando as caixas de sapatos. — Merlin, não me lembro de tanta loucura quando Elaina e eu nos casamos - é como um maldito zoológico lá embaixo na cozinha!
— O quê, ficando com medo? — Charlie perguntou ao seu melhor amigo, virando-se com um sorriso malicioso. — Sobre ser meu padrinho?
— Absolutamente não. — Harry sorriu, seu sorriso contagiante. — Caos ou não, estou ansioso por este dia há anos.
— É uma loucura pensar nisso, não é? — ponderou Ron, parecendo subitamente sentimental. Ele se virou para Charlie, seus olhos implorando: — Só... Apenas prometa que não vai se separar, ok? Será extremamente estranho se você fizer isso.
Charlie revirou os olhos, jogando um travesseiro na direção de Ron, que se esquivou com uma facilidade surpreendente.
— Quero dizer, qual é a pressa? Hermione não está - você sabe... — sussurrou Ron, apontando para seu estômago, ganhando um olhar imediato de Charlie.
— Você está parecendo cada vez mais com sua mãe a cada dia. — ele repreendeu. — É hora de conseguir seu próprio lugar.
— Mas talvez mamãe e papai tenham razão. — sugeriu Ron, encolhendo os ombros. — Você ainda é tão jovem...
— Eles querem se casar, Ron. — acrescentou Harry, lançando ao amigo um olhar severo. — Nada que você disser vai mudar isso.
— Eu sei, mas...
— Não queremos esperar para começar a viver. — disse Charlie resolutamente, como ele e Hermione explicaram uma vez ao Sr. e à Sra. Granger, ao resto dos Weasleys.
Isso pareceu acalmar Ron, e ele se levantou para dar um tapinha nas costas de Charlie.
— Se você machucá-la, eu vou...
— Você vai o quê? Me dar um soco na cara? Já estive lá, fiz isso, cara. — brincou Charlie, e os três garotos riram juntos dessa vez. Charlie não conseguia pensar em nada que pudesse ser pior do que o que eles já haviam sofrido; apenas o pensamento de sua vida sem Hermione ao seu lado parecia ser um castigo pior.
Houve uma batida suave na porta antes de ela ser aberta suavemente. Enfiando sua cabeça de cabelo rosa pelas frestas, Teddy Lupin, o Metamorfomago de dois anos favorito de Charlie, fez sua presença inegável ser conhecida na porta.
Charlie virou a cabeça, percebeu quem era e rapidamente correu e levantou Teddy, que gritou em resposta, em seus braços. O menino estava vestido com um terno cinza claro, combinado com uma pequena gravata borboleta rosa que imitava perfeitamente a cor de seu cabelo.
— Olhe para você, Ted! — ofegou Charlie, bagunçando o cabelo do menino enquanto ele ria contentemente em resposta. — Você está pronto para um casamento, não está?
— Tia Mione me ajudou a me lavar. — balbuciou Teddy, puxando sua gravata borboleta. — Ela disse que eu fui para casa!
— Você precisa, garoto. — Charlie riu: — Mas não vá roubar o coração da minha futura esposa, certo?
— O que você tem aí, Ted? — perguntou Harry, apontando para um pequeno bilhete colocado na mão do menino enquanto sorria amplamente, observando seu melhor amigo interagir com seu afilhado. — De quem é isso?
— Este é seu tio Chawlie! — sorriu Teddy, muito feliz ao entregar o bilhete ao futuro noivo. — Tia Mione disse para você dar a sua identidade! Ela queria que você tivesse a sua identidade antes do casamento!
— Obrigado, Ted. — sorriu Charlie brilhantemente, pegando o bilhete na palma da mão. — Agora, por que você não vai ajudar a vovó Weasley na cozinha? Tenho certeza que ela adoraria sua ajuda.
— Ok! — balbuciou Teddy. — Boa sorte, tio Chawlie!
E antes que Charlie pudesse dizer qualquer coisa em resposta, a criança de dois anos saiu correndo da sala com um pequeno salto que o levou do sótão até a cozinha, com um baque no chão de madeira após cada salto. Charlie, Harry e Ron observaram Teddy sair da sala, trocando um olhar alegre em resposta.
— Eu amo aquele garoto. — disse Harry, boquiaberto de admiração enquanto voltava a se atrapalhar com as caixas de sapatos. — Ele pode ser a melhor coisa a sair da guerra.
— Eu concordo. — Ron acenou com a cabeça, e ele parou por um momento antes de se voltar para Charlie. — Então, o que diz? — ele perguntou, apontando para o bilhete. — Ela cancelou o casamento de repente?
Revirando os olhos, Charlie olhou para o bilhete e sentiu-se tenso enquanto ponderava sobre o conteúdo do bilhete de Hermione; e se Ron estivesse certo, e se ela tivesse cancelado o casamento? Respirando fundo, ele se forçou a abrir lentamente o bilhete, seus olhos focando nas cerca de vinte palavras espalhadas na página com a caligrafia reconhecível de Hermione:
Meu amor, estou contando ansiosamente os segundos até ser oficialmente seu para sempre...
Me encontre no altar, serei eu de branco,
beijos.
E assim, qualquer dúvida que Charlie pudesse ter sobre o dia de seu casamento foi removida de seu pensamento consciente. Ele sorriu mais brilhante do que nunca, dobrando o bilhete de volta e olhando para Ron e Harry antecipados mais uma vez.
— Muito pelo contrário, Ronald. — disse ele, com total confiança na voz. — Ela está tão pronta quanto eu.
— Charlie? — veio o som de outra voz na porta, sussurrando antes que Harry ou Ron pudessem responder; Elaina Dumont apareceu, com o cabelo sofisticadamente preso em um lindo penteado com coque alto. — Merlin, por que vocês três não estão se vestindo? A Sra. Weasley já esteve duas vezes no quarto de Hermione para se certificar de que tudo está em ordem. — ela se juntou a eles no sótão, caminhando até o armário e tirando seus ternos cinza claro que imitou o de Teddy.
— Claro. — Charlie deu a Elaina um sorriso de alívio. — Sabe, eu não tinha certeza se a Sra. Weasley mudaria de ideia, mas agora que ela...
— Ela deu uma volta completa. — riu Ron. — Ninguém pode impedir minha mãe de ir ao casamento.
— Mas ela não tem muita escolha, não é? — perguntou Harry retoricamente, rindo.
— De qualquer forma, tenho certeza de que todos estão animados. — Elaina sorriu, olhando de Harry para Charlie. — Não vou estragar muito, mas sua futura esposa está absolutamente deslumbrante! Ela disse que os pais dela deveriam chegar a qualquer momento...
— Gina! Elaina! Hermione! — a Sra. Weasley chamou do andar de baixo, sua voz alta e bem preparada, como se ela tivesse ouvido eles pronunciarem seu nome. Charlie, Harry e Ron trocaram um olhar divertido com o som.
— É melhor você ir, antes que ela venha até aqui... — Ron disse, olhando cansado para a porta. — Nunca ouviremos o fim se ela souber que ainda não estamos vestidos.
— Bem, é melhor deixar vocês três sozinhos, então. — provocou Elaina, dando um beijo na bochecha de Harry antes de sair da sala.
— Ugh. — Ron gemeu brincando com falso desgosto enquanto Elaina desaparecia escada abaixo. Ele se virou para Harry, murmurando: — Há tanto amor no ar que eu poderia sufocar só de pensar nisso.
— Você diz isso agora. — Charlie revirou os olhos, cruzando a sala para começar a vestir seu terno. — Mas você ainda não viu nada, meu amigo...
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— Nervoso? — Harry perguntou enquanto eles estavam no altar pouco tempo depois, vestidos com ternos cinza claro com detalhes em rosa. Charlie exalou profundamente em resposta ao seu melhor amigo enquanto brincava com as abotoaduras de sua camisa.
— Muito nervoso. — ele murmurou, virando-se e sorrindo nervosamente para o Sr. e a Sra. Weasley, que lhe fizeram um sinal de positivo com o polegar para tranquilizá-lo na primeira fila. — E se ela não aparecer, Harry?
— Você ficou completamente louco? — Harry perguntou incrédulo, rindo enquanto dava tapinhas nas costas de seu melhor amigo. — É claro que ela vai aparecer, seu idiota! Ela te ama. Completamente. Ela poderia ter desistido de você há muito tempo, mas não desistiu, ela ficou ao seu lado, te amou e te apoiou.
— Sim, sim, você está certo. — Charlie exalou profundamente mais uma vez, tentando acalmar seus nervos, enquanto tirava um lenço do bolso e enxugava a testa.
— Você não gostaria de ficar sentado aqui vendo ela se casar com Krum ou Cormac, não é? — riu Harry, tentando ser engraçado e aliviar o clima, mas não pareceu funcionar, pois Charlie apenas deu um soco no ombro dele, seu olhar fixo no garoto Potter.
— Não é engraçado. — resmungou o noivo, mas seu nervosismo disparou novamente quando a música começou a tocar. Ele olhou ao redor, sentindo que seu coração poderia fugir do peito a qualquer momento porque estava batendo muito rápido. Inconscientemente para si mesmo, Charlie prendeu a respiração.
Os terrenos da Toca nunca pareceram mais bonitos para Charlie do que naquele dia, o dia em que foi palco da cerimônia mais importante de sua vida. Ele e Hermione optaram por um casamento em junho, com encantamentos espalhados por toda a propriedade para dar as boas-vindas ao sol poente. Eles foram inspirados no casamento de Gui e Fleur, e as luzes cintilantes caindo em cascata do teto da marquise e das árvores ao redor eram uma indicação clara. A temperatura no local foi mantida em um nível confortável, então não foi difícil para os convidados sentarem-se do lado de fora para testemunhar o feliz casal se casando.
Bem no centro dos vastos gramados da Toca, ficava a plataforma onde Charlie e Hermione trocariam seus votos. Havia um arco de aparência rústica com um caminho que levava até ele, indo das portas traseiras da Toca até a área onde os assentos haviam sido dispostos em um piso branco pérola que ficava no topo da grama. O corredor estava forrado de rosas cor de rosa e brancas, e havia vários vasos altos contendo flores combinando espalhados pela área de recepção.
O casamento foi tudo o que Charlie poderia ter esperado: curto, simples e rodeado pelas pessoas que ele amava; os Weasleys, incluindo Gui e Fleur, que exibiam uma protuberância crescente sob seu vestido azul esvoaçante; Sra. Granger, chorosa mas alegre na primeira fila enquanto esperava seu marido e filha caminharem até o altar; Hagrid, soluçando alto e incontrolavelmente em seu lenço do tamanho de uma toalha de mesa; Andrômeda balançando Teddy, seu cabelo azul voltou; os Lovegoods, Luna adornada com brincos de rabanete e tudo; Neville, parecendo emocionado; até mesmo McGonagall, enxugando os cantos dos olhos; Slughorn também, tão rotundo como sempre, que de alguma forma conseguiu um convite, balançando a cabeça em aprovação antes do início da cerimônia.
Charlie, de forma bastante aguda, continuou a sentir a ausência de Tonks, Remus e Fred, mas, de alguma forma, ele sabia que eles também estavam lá. Ele não precisava da Pedra da Ressurreição para saber que eles, junto com sua mãe, Sirius, Dumbledore e, como ele gostava de pensar, Snape, nunca o abandonariam de verdade.
À medida que a música ficava mais alta, Charlie ajeitou desajeitadamente a gravata-borboleta enquanto muitos dos convidados se levantavam e deram um temor coletivo de aprovação à nova visão emergindo da entrada da marquise. O barulho de cadeiras encheu seus ouvidos, e Charlie se virou lentamente para ver o Sr. Granger conduzindo Hermione pelo corredor, seu vestido branco aparentemente ainda mais brilhante do que se imaginava sob o sol.
Ela estava incrivelmente deslumbrante. Seu cabelo enrolado e caído sobre os ombros, sua maquiagem leve.
— Ainda nervoso? — Harry sussurrou provocativamente no ouvido de Charlie, e o noivo assentiu discretamente, enxugando as palmas das mãos na parte de trás da calça.
Quando Hermione e seu pai se aproximaram dele, Charlie sentiu lágrimas inundarem suas pálpebras diante da imensa beleza diante dele. Ele fez um esforço para controlar suas emoções, mas ficou surpreso com a quantidade de amor e admiração que pareciam dominar seus sentidos. Ele nunca sentiu nada tão palpável como seu amor por Hermione. Charlie estava tão focado em sua noiva que ignorou totalmente as duas damas de honra que caminhavam diante dela. Ela estava marchando com a cabeça erguida, com um pequeno sorriso nos lábios que parecia livrar Charlie de toda a ansiedade anterior.
O olhar de Charlie permaneceu fixo em Hermione quando ela finalmente chegou ao final do corredor ao lado de seu pai, a música do coral vibrando suavemente ao fundo. No segundo em que o Sr. Granger deu um beijo na bochecha de Hermione e a soltou, Charlie estava instintivamente estendendo a mão para sua futura esposa.
— V-você está - u-uau... — ele murmurou nervosamente, ajudando-a a subir os degraus do altar, e Hermione riu timidamente, inclinando-se para beijar sua bochecha e enxugar as lágrimas de seus olhos.
— Você também parece bastante arrojado. — ela sussurrou em seu ouvido, sorrindo para si mesma. — Mas acho que vou gostar mais do que está por baixo.
Charlie riu em resposta, levando a mão de Hermione aos lábios antes de entrelaçá-los enquanto eles se viravam para encarar o mesmo pastor que oficializou o casamento de Gui e Fleur, o mesmo bruxo pequeno e de cabelos tufados que também presidiu o funeral de Dumbledore.
— Senhoras e senhores. — começou ele, dirigindo-se à multidão, logo após trocar breves sorrisos com o casal que estava diante dele. — Estamos aqui reunidos hoje para celebrar a união de duas almas fiéis...
Charlie estava ciente de que provavelmente deveria prestar mais atenção às palavras do homem, embora estivesse estranhamente distraído hoje. Não importa o quanto ele tentasse lutar contra isso, ele não conseguia parar de olhar para sua futura esposa. Na verdade, se ele não soubesse disso, ele juraria que ela era uma Veela e estava usando seus encantos nele. Ele sabia que não era verdade, mas gostava de pensar assim mesmo. Felizmente, mesmo nesse estado, ele conseguia ouvir vagamente o que o pastor estava dizendo.
— Diante de seus amigos e familiares, peço-lhes que afirmem sua disposição de firmar a aliança do casamento e de compartilhar todas as alegrias e tristezas de suas vidas e de seu relacionamento, seja qual for o futuro. Então, Charles. — disse o pastor. — Você gostaria de fazer as honras?
Essa era a parte da cerimônia em que se esperava que os namorados fizessem os votos de casamento. Charlie olhou brevemente para o pastor, que olhou de volta para ele, e então se virou para olhar para sua futura esposa, quase se perdendo em seus olhos castanho chocolate.
— Hermione... — ele conseguiu, com a emoção obstruindo sua garganta. — Eu gostaria de começar dizendo que vejo esses votos não apenas como promessas, mas como privilégios. Que privilégio é poder estar aqui, na frente de nossos amigos e familiares, e finalmente poder me comprometer com vocês da maneira que sempre sonhei.
— Hoje é apenas o começo de nossas vidas juntos, e posso garantir a você, com cada batida do meu coração, que meu amor por você só aumentará a cada segundo que passar em nossa vida juntos. — ele falou com uma voz emocionada, sinceridade presente em cada palavra que ele disse enquanto Hermione começava a chorar lindamente sob o véu. — Hermione Jean Granger, juro amar você ferozmente em todas as suas formas, agora e para sempre. Prometo nunca esquecer esse amor que só acontece uma vez na vida. Sempre saber no fundo da minha alma que não importa o que aconteça desafios podem nos separar, sempre encontraremos o caminho de volta um para o outro.
— Minha vida estará para sempre entrelaçada com a sua a partir de hoje. Você é minha vida, meu maior presente, e serei o homem mais sortudo do mundo por poder chamá-la de minha esposa. que você sempre sonhou, não apenas como seu marido, mas como seu melhor amigo, seu amante fiel e seu maior apoiador. Deixe-me prometer ser o ombro em que você pode chorar, o homem dos seus sonhos e o companheiro da sua vida. — ele soluçou, apertando as mãos dela com mais força por causa do nervosismo. — Hoje é o dia em que prometo que você nunca mais terá que enfrentar o mundo sozinho.
Os convidados de Charlie e Hermione explodiram coletivamente em admiração e fungadas quando Charlie terminou seus votos, mas os olhos dos noivos permaneceram fixos um no outro, paralisados. Hermione começou a soluçar desde o primeiro murmúrio de seu nome, forçando Ginny e Elaina a levar lenços de papel até o altar para ajudar a amiga a livrar as lágrimas de seu rosto antes que a maquiagem pudesse manchar. À distância, Charlie podia ouvir os gemidos e murmúrios de: — Orgulho! Estou tão orgulhoso! — vindo do Sr. e da Sra. Weasley na primeira fila, e ficou ainda mais surpreso ao ouvir Harry e Ron lutando para conter suas emoções em seus lugares no altar atrás dele.
Houve um breve momento de silêncio, permitindo que todos tentassem se recompor, antes do pastor pigarrear e gritar mais uma vez: — Hermione, por favor, quando estiver pronta.
A noiva enxugou os olhos, pigarreou e conseguiu sussurrar: — Meu querido, Charlie. O que posso dizer a você que você ainda não sabe? Durante anos eu amei você, cuidei de você, cuidei de você , e até odiei você e suas tendências heróicas. Mesmo assim, não posso dizer que trocaria nosso amor por qualquer coisa.
— Em seus olhos expressivos, encontrei compaixão total. Em seu coração raro e terno, encontrei um amor inestimável. Em sua alma bondosa, encontrei minha outra metade, meu parceiro para toda a vida, que vale tudo o que tenho a oferecer. — ela pressionou, lágrimas rolando delicadamente por seu rosto. — E hoje, prometo ajudá-lo a amar a vida, a sempre abraçá-lo com ternura e a ter a paciência que o amor exige. discordar sobre cappuccinos trouxas e viver no calor do seu coração e sempre chamá-lo de lar.
— Celebrarei seus triunfos e, pelos seus fracassos, amarei você ainda mais. Charlie, não há nada que eu queira mais do que prometer ser seu maior apoiador, companheiro amoroso e parceiro no crime pelo resto de nossas vidas juntos. — ela disse com sinceridade, do fundo do seu coração. — Você tem sido meu melhor amigo, companheiro de brincadeiras, confidente e meu maior desafio. Mas o mais importante, como o amor da minha vida, você me fez mais feliz do que eu jamais poderia imaginar. Como você disse, hoje é o início de nossas vidas juntos. Então, escolho passar o hoje e todos os meus amanhãs com você. Porque eu amo você, Charles Florent Amadeus Hawthorne... Sempre amei e sempre amarei.
Com seu olhar tão fixado em sua noiva, Charlie se esqueceu da multidão que assistia enquanto as palavras de Hermione repetiam tão lindamente em sua cabeça. Era como se ele e Hermione fossem as únicas pessoas na marquise, com as mãos trêmulas ainda entrelaçadas. A única vez que Charlie conseguiu perceber a presença de mais alguém foi quando o pastor falou novamente de seu pódio atrás deles.
— Você, Charles Florent Amadeus Hawthorne, aceita Hermione Jean Granger como sua legítima esposa, para ter e manter, a partir de hoje, para melhor ou para pior, para mais rico ou para mais pobre, na doença e na saúde, para amar e aprecie até que a morte os separe?
— Sim. — ele respondeu quase imediatamente, sua voz - embora não tivesse ideia de como isso era possível dadas as circunstâncias - tornou-se forte e confiante; Hermione alargou um pouco o sorriso com isso. Pelo canto do olho, Charlie pôde ver o pastor balançando a cabeça em aprovação.
— E você, Hermione Jean Granger, tome Charles Florent Amadeus Hawthorne como seu legítimo marido, para ter e manter, a partir de hoje, para melhor ou para pior, para mais rico ou para pobre, na doença e na saúde, para amar e apreciar até que a morte os separe?
— Sim. — foi a resposta imediata da noiva, e ela apertou as mãos de Charlie com mais força. Por um segundo, ele não teve ideia de que estava prendendo a respiração quando o pastor fez a pergunta a Hermione, mas assim que ela deu a resposta positiva, ele deu um suspiro de alívio.
— Então eu declaro que você está ligado para o resto da vida.
Charlie estava tão perdido em seus pensamentos que mal conseguia ouvir o que o Ministro estava dizendo, mas percebeu que as pessoas ao seu redor - especialmente a Sra. Weasley, que negaria se alguém ousasse dizer isso - estavam chorando. Segundos depois, ele viu o pastor erguer sua varinha bem acima de suas cabeças e uma chuva de estrelas prateadas caiu sobre eles, espiralando em torno de suas figuras agora entrelaçadas; a mesma coisa aconteceu durante o casamento de Fleur e Bill, como se fosse uma tradição.
— Eu agora os declaro marido e mulher. — disse o pastor, com um tom de voz alegre. — Charles, agora você pode beijar sua noiva.
— Com prazer. — Charlie sorriu, e não precisou ouvir duas vezes. Ele se inclinou na direção de Hermione, que sorriu alegremente para ele, e gentilmente pressionou seus lábios nos dela. O beijo deles foi lento e bastante romântico, pois eles queriam aproveitar o primeiro beijo como casal o máximo que pudessem, nenhum dos dois desejando que terminasse. Eles estavam tão perdidos no beijo que ignoraram completamente os aplausos das pessoas, bem como os cliques furiosos das câmeras, quando as estrelas prateadas começaram a piscar com mais brilho do que antes.
— Sabe... — Hermione respirou assim que eles se separaram para respirar. — Esse pode ter sido meu beijo favorito que já compartilhamos.
— Isso foi apenas o começo. — prometeu Charlie à esposa. — Temos o resto de nossas vidas para praticar.
Hermione riu em resposta antes que o casal feliz se virasse para encarar seus convidados. Tomando a mão dela, Charlie conduziu sua nova esposa para a multidão de amigos e familiares que esperavam. Sem hesitar, o casal foi inundado de simpatizantes e Hermione sentiu a mão de Charlie escapar de seu alcance. Apesar de não ter contato físico com seu novo marido, Hermione o manteve na linha dos olhos o tempo todo até que eles pudessem voltar a dar as mãos.
— Vamos, temos que assinar os papéis. — Charlie sussurrou para Hermione, voltando em sua direção, enquanto a Sra. Weasley anunciava que era hora de as pessoas saírem momentaneamente da marquise para que a recepção pudesse começar. — Não estamos oficialmente casados até que os papéis sejam assinados.
— Achei que não estávamos oficialmente casados até que o casamento fosse consumado. — Hermione brincou enquanto eles caminhavam pela multidão, marchando de volta em direção ao altar.
— Não se preocupe, pretendo fazer isso também. — Charlie sorriu para sua esposa. — Assim que o pastor tiver os papéis em ordem, iremos para Hogwarts e usaremos a mesa do meu novo diretor. Você acha que alguém notará se os noivos faltarem à recepção por algumas horas? — ele perguntou brincando, passando a boca sobre a orelha dela.
— Você é terrível. — Hermione riu enquanto seguia o marido até o canto traseiro da marquise, onde o pastor e Ministro da Magia, Kingsley Shacklebolt, estava esperando.
O pomar ao redor da Toca foi inundado por uma luz dourada, a brisa soprando suavemente através das folhas das árvores enquanto Charlie e Hermione assinavam o contrato de casamento. Eles se beijaram ao som de aplausos e gritos de sua festa de casamento; Harry, Ron, Ginny e Elaina, cada um ao lado deles como sempre estiveram antes.
Charlie sentiu que seu coração certamente iria explodir.
— Eu te amo. — Hermione sussurrou, enquanto ela e Charlie tiravam um momento para saborear seus primeiros momentos fugazes como um casal oficialmente casado.
— Eu também te amo. — Charlie respondeu, beijando castamente seus lábios, bem ciente de que toda a vida deles estava pela frente, uma vida que ele estava tão grato por viver. — Sempre. —
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27 de agosto de 2002
Sozinho no escritório do diretor, Charlie Hawthorne tinha acabado de se servir de uma boa xícara de chá e estava se preparando para aproveitá-lo, rabiscando algumas anotações finais sobre a primeira semana de aulas em um pedaço de pergaminho, quando alguém bateu em sua porta. . Sua curiosidade atingiu o auge, Charlie relutantemente colocou o chá na mesa e gritou rapidamente: — Entre!
O barulho de seus saltos a delatou antes mesmo que a porta se fechasse completamente atrás dela; O sorriso de Charlie cresceu quando ele largou a pena e se levantou, contornando a mesa para cumprimentar sua linda esposa com um beijo casto.
— Olá, Ministra. — ele brincou contra seus lábios, fazendo Hermione corar nervosamente com o título que ela havia adquirido recentemente. — A que devo esta visita inesperada, mas muito necessária, a Hogwarts?
— É sempre um prazer, professor. — riu Hermione, brincando descaradamente com os pelos da nuca dele, os braços em volta dele. — No entanto, desejo que abandonemos tais formalidades.
— Provavelmente para melhor. — Charlie riu, beijando-a novamente. Eles se separaram novamente e ele segurou seu rosto, perguntando: — Mas, falando sério, meu amor, o que você está fazendo aqui? Pensei que você tivesse uma reunião com Kingsley esta tarde.
— Sim. — Hermione suspirou, tirando as mãos do pescoço dele com relutância. — Embora eu suponha que Kingsley tenha achado melhor eu tirar o dia de folga. Ele disse que percebeu que eu estava parecendo bastante doente nos últimos dias, você vê.
— Ainda? — perguntou Charlie preocupado, contornando sua mesa até a poltrona do diretor. — Caramba, Hermione, você acha que poderia ter tido uma intoxicação alimentar ou algo assim quando saímos de férias? Devo ligar para Madame Pomfrey e pedir ajuda?
— Não! Não há necessidade! — Hermione acenou para ele, seus olhos entraram em pânico de repente. — Eu já estive no St. Mungus. — ela disse a ele. — E, bem, há algo que eu queria te contar...
— O que é? — Charlie olhou para ela com cautela, tentando encontrar os olhos dela que pareciam tão determinados a evitar os dele. — Hermione, você está me assustando - há algo errado?
— Não... Pelo menos, acho que não. — engoliu em seco Hermione, estendendo as mãos ansiosamente enquanto começava a andar de um lado para o outro. — É só... Eu queria te contar há semanas, mas nunca soube como trazer isso à tona. E agora, eu nem sei como você vai reagir. M-mas pensei que se pudesse venha aqui e deixe escapar, eu pararia de me sentir culpado por esconder isso de você...
— Hermione. — Charlie a interrompeu, seu corpo ficando tenso enquanto ele lentamente se aproximava dela novamente. — O que você está dizendo?
Respirando fundo, Hermione apenas olhou para o marido por um momento. Charlie percebeu que ela mordeu o lábio, algo que ela só fazia quando estava nervosa com alguma coisa. Ele olhou para ela interrogativamente. A centímetros entre eles, Hermione pegou as mãos dele novamente e começou a desenhar círculos nas costas de suas mãos, preparando-se para sussurrar as duas palavras que mudariam drasticamente o relacionamento deles para sempre...
— Eu estou grávida. — ela respirou, procurando nos lindos olhos castanhos dourados de Charlie uma reação imediata com a notícia.
— V-você é - você é o que? — ele gaguejou, seu coração disparando em um ritmo notável. Seus olhos ameaçaram rolar para trás de sua cabeça enquanto ele balançava no mesmo lugar, lutando para manter o equilíbrio enquanto as palavras de Hermione se repetiam continuamente dentro de sua cabeça.
— Estou grávida, Charlie. — ela repetiu, com a voz ligeiramente embargada. Seu domínio sobre ele aumentou, sua respiração ficando pesada. Por um momento, houve uma leve pontada de medo diante de sua reação apática, pois não havia indicação do que seu marido poderia estar pensando. Seu coração ficou aliviado, entretanto, quando os olhos de Charlie se iluminaram com a confirmação e um amplo sorriso apareceu em seus lábios rosados.
Ele a puxou para mais perto, passando os braços em volta da cintura dela, e perguntou: — Tem certeza?
— Sim. — Hermione sorriu, entrelaçando as mãos em volta do pescoço dele. — Sim, tenho certeza. Os curandeiros do St. Mungus me disseram que estou com cerca de seis semanas...
As palavras ficaram presas em sua garganta quando Charlie pegou seu rosto entre as mãos e a beijou com uma paixão avassaladora. Ele a puxou ainda mais em seus braços, levantando-a do chão e girando-a com uma alegria alegre em comemoração. Sua esposa apenas riu em seu ombro, dando vários beijos na lateral de seu rosto até que Charlie finalmente a colocou de volta no chão; eles tropeçaram um pouco como resultado da excitação compartilhada.
— Estamos tendo um bebê! — Charlie aplaudiu, girando sua esposa novamente. — Uau! Nós vamos ter um... — ele parou tão rapidamente quanto começou e colocou Hermione cuidadosamente de volta no chão. — Você está bem? Eu não machuquei você ou o bebê, machuquei?
— Não, não, estou bem. — Hermione assegurou-lhe com uma risada, beijando sua bochecha como forma de remover a preocupação repentina gravada em seu rosto. — Além disso, você sabe o quanto adoro ver você assim.
— Meu amor. — sussurrou Charlie, apoiando a testa na dela. — Acho que nunca fui tão feliz em toda a minha vida!
— Eu te amo. — ela disse a ele, ficando na ponta dos pés para lhe dar um beijo suave nos lábios. — Nós amamos você. — acrescentou ela, movendo as mãos em direção à barriga.
Charlie sorriu amplamente antes de se agachar para ficar no nível dos olhos da barriga crescente de sua esposa, dando alguns beijos em sua barriga vestida como uma forma de carinho. Seus olhos viajaram até encontrar os de Hermione e, com as mãos escovando suas mechas de cabelo bagunçadas, Charlie começou a sussurrar palavras doces para sua barriga, para seu bebê em crescimento.
— Diga-me que não estou sonhando. — ele exigiu suavemente, levantando-se novamente lentamente. — Diga-me que quando eu acordar amanhã, você ainda estará grávida do nosso bebê. Porque tudo parece um pouco surreal agora.
— Você não está sonhando. — Hermione sorriu e beijou o marido mais uma vez. — Estou realmente grávida, querido.
Charlie aprofundou seus beijos, tornando-os lentos e apaixonados, enquanto lentamente empurrava Hermione até a mesa do diretor. Ele a pegou pela parte de trás das pernas e gentilmente a colocou na superfície da mesa de madeira, mantendo os lábios presos aos dela enquanto fazia isso. Perdidos em um momento de pura serotonina, seus beijos só foram interrompidos pelas risadas contagiantes e sorrisos exultantes que saíam de seus lábios.
— Eu vou ser pai. — ele murmurou entre beijos, fazendo Hermione rir animadamente com suas palavras.
— O melhor pai. — ela disse a ele de todo o coração, envolvendo-se nele antes que eles se perdessem em sua excitação juntos, solidificando seu amor nos toques mais sensuais e beijos apaixonados por horas em cima da nova mesa do diretor de Charlie...
Exatamente como ele havia prometido a ela no dia do casamento.
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Quando Hermione chegou ao quarto mês, sua barriga estava ficando um pouco mais evidente. Os vestidos mais justos que ela estava acostumada a usar em eventos e reuniões do Ministério pareciam desconfortáveis, esticados em torno de sua barriga protuberante. Suas idas aos curandeiros haviam se tornado uma rotina frequente, e Charlie percebeu que sua esposa estava quase sempre cansada, mal-humorada ou com fome. Os dias em que os três se combinaram (como costumavam ser), foi como um tornado sangrento de emoções. Se Charlie às vezes pensava que lidar com Hermione quando ela estava preocupada com as provas era demais para lidar, então a dificuldade da grávida Hermione foi ampliada em pelo menos dez vezes. Ela teve seus dias bons, é claro, mas a gravidez estava realmente começando a afetá-la.
Charlie às vezes marcava os meses em ambas as mãos, calculando quantas semanas aproximadamente lhe restavam até o nascimento do bebê. Não que ele achasse que sua esposa fosse demais para lidar ou algo assim, mas às vezes ela começava a chorar, outras vezes ela começava a repreendê-lo e a repreendê-lo pelas menores coisas.
Mesmo assim, ele não trocaria sua vida por nada.
Quando a barriga de Hermione se tornou perceptível, eles deram a notícia aos amigos e familiares. As reações que receberam variaram; Harry e Ron brigaram para ver quem seria o padrinho; Elaina e Ginny pareciam saber antes de qualquer um que a notícia havia sido revelada; A Sra. Weasley chorou; Hagrid chorou em seu lenço; A Professora McGonagall soltou um grito de total surpresa; O Sr. e a Sra. Granger ficaram muito felizes por se tornarem avós; e todo o Mundo Mágico os parabenizou assim que Rita Skeeter apareceu na primeira página do Profeta Diário com o anúncio:
'HERÓIS DA GUERRA ESPERAM O PRIMEIRO FILHO!'
Certa noite, depois de um longo dia de trabalho como Diretor de Hogwarts, Charlie voltou para casa e encontrou sua esposa lendo na cadeira de balanço que ele havia construído para o berçário. No fim de semana, eles desperdiçaram o dia pintando as paredes com um tom suave de amarelo, e Charlie usou sua varinha para encantar seu pincel para aplicar a quantidade certa de revestimento nas paredes.
Sorrindo consigo mesmo com a lembrança, Charlie encostou o corpo no batente da porta e observou sua esposa, sua atenção atraída pelo livro de gravidez que ela segurava nas mãos. Ela estava murmurando baixinho, como se estivesse lendo para o bebê ainda não nascido; Charlie sentiu seu coração disparar com a visão. Sua barriga já estava bem grande agora, e Charlie sempre se perguntava como ele teve tanta sorte de poder voltar para casa e ver isso.
— Nariz enfiado em um livro, eu vejo. — ele brincou, fazendo Hermione pular levemente ao ver seu marido, seus lábios curvando-se para cima sem a menor hesitação ao som de sua voz. Ele soltou uma risada ofegante: — Por que não estou surpreso?
Sua esposa corou, largando o livro.
— Eu quero estar preparado! — ela defendeu, rindo baixinho para si mesma. — Ter um bebê é uma grande coisa, Charlie.
— Há preparado e depois há loucura. — ele respondeu, cruzando a sala para dar um beijo carinhoso na testa dela; ele passou por cima das pilhas de guias parentais que sua esposa havia adquirido nas últimas semanas. — Você será uma ótima mãe, você sabe.
— Vou deixar de lado todos os meus outros livros por um tempo. — Hermione suspirou inflexivelmente, e ela se levantou por um momento para que Charlie pudesse sentar na cadeira de balanço e puxá-la para seu colo. — Mas chega disso agora, como foi o trabalho? — ela acrescentou, aninhando-se em seu abraço.
— Foi bom, foi o primeiro dia de Neville como substituto da Professora Sprout. — ele respondeu, passando os braços em volta da cintura de Hermione. — Ele também nos convidou para jantar na casa dele e de Luna na próxima semana.
— Isso parece ótimo. — Hermione deu um beijo rápido nos lábios do marido. — Eu não vejo Luna desde...
Sua voz foi sumindo, com uma parada abrupta, e ela começou a inspirar profundamente, para preocupação imediata do marido.
— O que é? — perguntou Charlie, assustado, enquanto as mãos de Hermione voavam para sua barriga. — Querido, o que há de errado?
— É... Me dê sua mão, Charlie, — ela respirou, e sem esperar por uma resposta, ela pegou a mão de Charlie e pressionou-a contra sua barriga, olhando para ele com olhos brilhantes e um sorriso lacrimejante. As sobrancelhas de Charlie franziram e seus lábios formaram um beicinho: o que ele deveria estar fazendo? Então, quando estava preparado para perguntar, sentiu algo mudar dentro dela. Seus olhos se arregalaram e ele olhou para a barriga dela, maravilhado com o movimento repentino.
— O que?
— É o bebê, Charlie. — Hermione disse finalmente, a emoção obstruindo sua garganta. — O bebê está chutando.
O mundo pareceu parar ao seu redor e, depois de um momento, Charlie sentou-se um pouco, apertando os dedos no material macio da camisa de sua esposa. Seus dedos percorreram a barriga protuberante dela, fascinados pela sensação do bebê chutando contra a mãe (dele? dela?). Ele se inclinou para frente, pressionando o rosto contra o ombro de Hermione e sussurrou a única coisa que conseguiu pensar.
— U-Uau...
Hermione riu antes de se abaixar e capturar os lábios de Charlie novamente, colocando as mãos sobre as dele na barriga. Ela acariciou sua bochecha com a ponta do polegar enquanto eles se separavam, segurando-o com força.
— Acho que ela sentiu falta do pai.
— Ela? — ele perguntou, levantando uma sobrancelha para sua esposa.
— Sim. — Hermione sorriu. — É apenas um pressentimento...
★
Durante o sétimo mês de gravidez, Hermione começou a se estressar com nomes dignos de seu filho ainda não nascido, mais do que qualquer outra coisa. Escondidos em todos os diferentes livros e guias que ela comprou sobre gravidez, eles encontraram alguns diferentes dedicados exclusivamente a nomes; nomes trouxas de álamo, nomes populares do mundo mágico, nomes incomuns, nomes tradicionais, nomes simbólicos. As listas se estendiam indefinidamente, e toda vez que Hermione arrastava um daqueles tomos pesados e insistia para que eles o folheassem, Charlie tinha uma enxaqueca lancinante vinda do nada.
A verdade é que, à medida que a data do parto se aproximava, a realidade de Charlie começou a se instalar como uma nuvem escura pairando sobre ele. De repente, ele ficou com medo de se tornar pai, e parecia que o verdadeiro terror do trabalho que o esperava estava se tornando cada vez mais real a cada segundo que passava. O fim da gravidez de Hermione estava se aproximando, e Charlie ficou impressionado com o que o aguardaria no fim do túnel: um bebê que respirava, que era seu para segurar, cuidar e criar.
Ele estava petrificado.
Ele não sabia ser pai.
Como ele pode?
Ele mal teve uma figura paterna em sua vida.
Ele estava perdido.
Ele estava assustado.
E se eu for como meu...?
Ele não conseguiu nem terminar essa frase...
— Charlie... — Hermione repetiu, cutucando o marido enquanto eles se acomodavam na cama no final da noite.
— Desculpe, o que?
— Eu disse... O que você acha do nome Scarlett para uma menina?
— Sim, eu gosto disso.
— Você faz?
— Sim claro.
— Ok. — Hermione suspirou, sentando-se e olhando para o marido, que estava olhando sem rumo para o teto do quarto deles. — O que esta acontecendo com você?
Charlie engoliu em seco, seus olhos viajando para encontrá-la. — O que você quer dizer?
— Você agiu de forma estranha a noite toda. — Hermione franziu os lábios para ele, as sobrancelhas levantadas acusadoramente. — Então... — ela insistiu. — Me diga o que está acontecendo.
— Não é nada. — Charlie mentiu rapidamente, beliscando a ponta do nariz como forma de escapar do olhar exigente de sua esposa. — Acabei de ter um dia ruim no trabalho, só isso.
— Não faça isso. — Hermione exigiu calorosamente, batendo no braço dele com bastante força. — Quantas vezes devo dizer para você não mentir para mim? Você pensaria que depois de cinco anos de estarmos juntos, você já teria percebido que suas desculpas esfarrapadas nunca funcionaram comigo.
— Por favor, Hermione. — Charlie sentou-se na cama, com as costas agora apoiadas na cabeceira enquanto soltava um grande suspiro. — Prefiro não falar sobre isso agora.
— Difícil. — Hermione estreitou os olhos. — Porque se você não me contar o que está acontecendo, você estará dormindo no quarto de hóspedes esta noite.
Charlie ficou boquiaberto com ela: — Você não pode estar falando sério...
— Com meus hormônios da gravidez do jeito que estão. — Hermione brincou de volta, apoiando uma mão na barriga, — Acho que você vai descobrir que estou falando sério, Charles.
Com os olhos arregalados ao usar seu nome oficial, Charlie dirigiu toda a sua atenção para sua esposa. Apesar de todas as mudanças de humor e problemas que surgiram com a gravidez, ela nunca chegou ao ponto de fazer com que eles não dormissem um ao lado do outro todas as noites. Percebendo a gravidade da situação, Charlie recostou a cabeça na cabeceira da cama com um suspiro. Ele então pegou a mão de Hermione e a levou aos lábios, beijando-a enquanto tentava organizar seus pensamentos.
— Tenho pensado muito ultimamente. — ele confessou em um sussurro ofegante, um pouco envergonhado enquanto os olhos de Hermione o examinavam atentamente. — Só sobre o bebê e como será se tornar pai, sabe? E não sei como explicar, mas estive pensando no meu próprio pai...
— Fenwick está morto, Charlie. — sussurrou Hermione gentilmente, sua expressão suavizando enquanto a preocupação substituía a fúria em seus olhos. — Ele já existe há algum tempo e, embora eu entenda que ele ainda é seu pai, eu realmente espero que você não tenha dado a ele tanto poder sobre o seu...
— Não é isso. — interrompeu Charlie, balançando a cabeça. — Acredite em mim, ele é a última coisa em minha mente. É só - não sei - Hermione, como vou ser pai se na verdade nunca tive um? Para ser sincero, não tenho ideia do que sou. Pretendia fazer...
— Ei. — Hermione se aninhou mais perto dele, dando beijos suaves na parte inferior de sua mandíbula como uma forma de confortá-lo. — Estamos nisso juntos, e sempre estivemos. Você honestamente acha que eu sei o que estou fazendo? Nós dois somos completamente novos nisso, querido.
— Eu sei, eu sei. — Charlie assentiu, segurando-a com mais força em seus braços. — M-Mas há uma sensação horrível que eu tenho. — ele respirou fundo, com as mãos ligeiramente trêmulas. — P-porque e se eu estiver destinado a me tornar igual a ele, Hermione? Eu nunca iria querer o nosso criança experimentar o que eu passei, mas o simples pensamento disso está me assustando...
Houve uma tensão solene que encheu o quarto com a confissão de Charlie, e Hermione poderia jurar que seu coração se partiu levemente quando as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de seu marido. Enterrando a cabeça entre as mãos, Charlie soluçou incontrolavelmente enquanto deixava sua esposa segurá-lo contra seu corpo inchado, seus lábios salpicando vários beijos leves contra sua cabeça.
— Me escute. — Hermione sussurrou, a emoção obstruindo sua garganta. — Você não é seu pai, Charlie. Este filho - nosso filho - vai te amar independentemente de qualquer coisa. — ela o beijou novamente, atraindo sua atenção para ela para que ela pudesse olhar profundamente em seus olhos. — E nós vamos criá-los saber a diferença entre o certo e o errado, meu amor, eu prometo.
— Sinto muito, Hermione. — Charlie tossiu, sua voz rouca de emoção. — É só que... Eu não quero que nada aconteça. — ele suspirou, colocando a mão suavemente na barriga crescente de sua esposa. Este é o nosso pacote de alegria, isso é algo que criamos. É a prova do quanto nos amamos, e eu só - não sei o que faria se alguma coisa acontecesse com você ou com eles.
— Sabe, são momentos como esses que apenas provam que você já é um pai melhor do que Fenwick jamais poderia ter sonhado ser. — Hermione disse a ele, inclinando o queixo dele para encontrar o olhar dela mais uma vez. — E não tenho dúvidas de que você mostrará ao nosso bebê o amor que ele merece. Não importa o quão difícil as coisas possam parecer, nós dois sempre descobriremos isso, ok? Então, por favor, Charlie, não seja tão duro consigo mesmo porque nem eu tenho ideia do que vai acontecer.
Charlie conseguiu sorrir em resposta a isso, seu humor mudando com a sinceridade e a crença absoluta presentes na voz de sua esposa. Ele assentiu, roubando um beijo dos lábios dela para expressar sua gratidão, antes de tentar aliviar o clima dentro do quarto mais uma vez.
— Quer dizer que você não pesquisou isso naqueles seus guias para pais? — ele perguntou, sorrindo.
— Ainda não. — disse Hermione brincando, sorrindo e balançando a cabeça. — Mas acho que deveria. Mas não, como eu disse, nós dois somos completamente novos nisso. Quer dizer... Ok, nós vimos Elaina e Harry, e alguns dos Weasleys passaram por isso, mas agora é pessoal para nós.
— Finalmente é algo que podemos aprender juntos. — brincou Charlie, puxando a esposa para o peito. — Algo que eu não preciso copiar de você.
Hermione soltou uma risadinha contagiante.
— Finalmente. — ela fingiu um suspiro. — Depois de todos esses anos.
Charlie riu, puxando as cobertas sobre eles, antes de dar mais alguns beijos no rosto de Hermione, pressionando-a contra o travesseiro. Então, quando sua esposa foi aprofundar o abraço, Charlie se afastou provocativamente e passou seus lábios por cima dos dela.
— Então... — ele disse brincando. — Isso significa que não tenho que dormir no quarto de hóspedes esta noite?
Hermione revirou os olhos e deu um tapa no braço dele novamente.
— Não... — ela disse maliciosamente, e seus braços serpentearam em volta do pescoço dele e o puxaram de volta para seu abraço carinhoso, seus lábios se reconectando antes de finalmente adormecerem nos braços um do outro.
★
3 de maio de 2003
O nono e último mês de gravidez de Hermione deixou Charlie em um estado constante de felicidade incontrolável. Suas preocupações em se tornar pai foram deixadas de lado em favor da preocupação de que a qualquer momento ele olharia para o lado e encontraria sua esposa entrando em trabalho de parto inesperadamente. Hermione havia garantido a ele que saberia em que minuto o bebê nasceria e, apesar do fato de que isso era para confortar Charlie, não fez nada além de deixá-lo nervoso.
Charlie temia que, se adormecesse, acordaria na manhã seguinte com Hermione gritando de dor; ele odiava a ideia de deixá-la quando ia trabalhar ou sair para fazer algumas tarefas, e sua paranóia finalmente se ampliou tão fortemente que ele tirou licença do trabalho para ficar em casa com ela. Hermione insistiu que ele estava sendo ridículo e superprotetor, mas seu marido nem se importou. Sua principal preocupação era sua esposa; sua esposa e o bebê crescendo dentro dela. Ele queria estar preparado para tudo, um traço característico identificável que ele adotou dela ao longo do relacionamento.
Aconteceu uma noite, enquanto eles estavam sentados perto do calor da lareira da sala de estar - Charlie estava examinando algumas corujas que recebeu de Hogwarts naquela tarde, e sua esposa estava tentando tricotar um chapéu para seu bebê. Eles trabalharam em silêncio por alguns momentos fugazes, mas quando Hermione se levantou e se aproximou para pegar sua cesta de lã, ela engasgou tão alto que Charlie quase caiu da cadeira com o som abrupto. Ele olhou para cima, ouvindo o barulho de algum tipo de líquido caindo no chão de madeira. A carta que ele segurava caiu no chão e ele olhou para a esposa com espanto e admiração.
— Uh, Hermione?
— Charlie. — ela começou, sua voz ligeiramente urgente. — Charlie, minha bolsa estourou.
— Então, isso significa...?
— Sim. — Hermione respirou, virando-se para encará-lo com os olhos arregalados. — O bebê está chegando.
Com os olhos arregalados, Charlie apressou-se em correr pela casa e reunir tudo o que haviam embalado para aquele exato momento. Ele até foi capaz de instruir sua coruja em miniatura, Fozy, a entregar cartas manuscritas a seus amigos e familiares anunciando que Hermione estava entrando em trabalho de parto. Em tempo recorde, Charlie colocou a sacola cheia de itens de bebê por cima do ombro, segurou a mão de sua esposa e levou os dois pelo Flu para o St. Mungus enquanto Hermione apertava sua mão com mais força, gemendo com as contrações.
No momento em que eles se registraram e se inscreveram no St. Mungus, Hermione sentiu gotas de suor escorrendo por sua testa, suas contrações surgindo cada vez mais frequentemente enquanto ela tentava respirar profundamente para relaxar. O aperto dela na mão de Charlie havia aumentado tanto que ele poderia jurar que os ossos estavam quebrados, embora ele não parecesse se importar muito, pois apenas passou um lenço na testa dela.
Eles receberam uma sala privada para fazer o parto do bebê, e Charlie foi silenciado, estupefato, enquanto os curandeiros invadiam a sala, preparando sua esposa para o parto. Os gritos de dor de Hermione ficaram mais altos, e quando seu marido finalmente reuniu forças para observar o processo de nascimento de seu bebê, Charlie teve certeza de que iria passar mal.
Ele também estava determinado a nunca mais fazer sexo.
Ele interpretou os gritos de gelar o sangue de Hermione como um acordo sem palavras.
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— É uma menina! — o Curandeiro exclamou acima dos gritos do bebê recém-nascido, depois de horas e horas passadas na enfermaria de gravidez do St. Mungus. Naquela época, Charlie nunca se atreveu a sair do lado de Hermione por um único segundo, pois estava muito preocupado em sussurrar palavras de conforto na esperança de acalmar sua esposa.
— Você ouviu isso, meu amor? É uma menina. — ele reafirmou com orgulho, apertando a mão de Hermione uma vez enquanto ela lutava para recuperar o controle de sua respiração. — Espero que ela seja igual à mãe.
Charlie deu alguns beijos no lado de sua cabeça, rindo baixinho como uma forma de esconder o quão nervoso e animado ele estava porque sua filha finalmente estava aqui. Hermione não mordeu a isca como ele esperava, movendo-se ligeiramente na cama e dando tapinhas para que ele se juntasse a ela enquanto os Curandeiros limpavam seu bebê. Charlie rapidamente se juntou à esposa na cama e, quando o bebê finalmente lhes foi entregue, ele poderia jurar que sua filha era a criatura mais linda do mundo. Seus pensamentos anteriores de inquietação e terror fugiram de sua mente e, em vez disso, Charlie ficou fascinado pelo pequeno bebê enrolado em panos e embalado nos braços de Hermione.
A filhinha deles já tinha algumas mechas de cabelo castanho escuro, e Charlie estendeu um dedo para roçar os cachos macios. Lágrimas escorrendo pelo rosto, Hermione se inclinou e deu um beijo aguado nos lábios de seu marido antes de ambos começarem a soluçar enquanto sua filha se mexia levemente ao ouvir as vozes de seus pais. Os curandeiros deixaram o casal sozinho com sua filha por um momento para permitir que eles ficassem confortáveis, e Charlie se abaixou e deu um beijo suave na testa do bebê, incapaz de evitar um sorriso de orelha a orelha ao ver sua filha.
Nunca em sua vida Charlie tinha visto nada mais bonito, seu coração batendo incontrolavelmente no peito. Ele tinha certeza disso, mesmo que não encontrasse palavras capazes de expressar a alegria que sentia.
— Ela é perfeita, Charlie.— sussurrou Hermione, sorrindo, enquanto descansava cansada no ombro do marido.
— Ela é, ela realmente é. — respondeu Charlie de todo o coração. Sua garganta estava quase fechada pelo inchaço e estava ficando bastante difícil para ele falar, mas ele sabia que Hermione entenderia isso. Juntos, eles eram a família perfeita. Ele podia imaginar os três construindo uma vida juntos; crescendo e envelhecendo.
Charlie conseguia até imaginar sua filhinha recebendo a carta de Hogwarts e embarcando no Expresso de Hogwarts daqui a uma década ou mais. Ele estava perdido em devaneios enquanto imaginava a vida mais perfeita para sua esposa e filha, com exceção de mais alguns acréscimos à família no futuro, e foi só quando ouviu alguém anunciar sua presença que ele se incomodou. reconhecer que qualquer outra pessoa existia no mundo. Ele piscou, radiante implacavelmente, para o Curandeiro que ousou perturbar o momento de paz feliz da família Hawthorne.
— Você já decidiu um nome? — o Curandeiro perguntou esperançosamente, com sua pena e prancheta na mão. Hermione olhou para o marido e sorriu, balançando a cabeça mais uma vez antes de lamber os lábios e falar.
— O nome dela é Scarlett. — ela respondeu suavemente. — Scarlett Julianne Granger-Hawthorne.
Scarlett Julianne Granger-Hawthorne.
E assim, o anjo deles recebeu o nome perfeito de um verdadeiro anjo no céu... A mãe de Charlie.
Juliana Dumbledore.
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