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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO OITENTA E NOVE
─── FEITIÇOS FALHADOS E INSPIRADOS EM HOGWARTS

DO TÚNEL, COM os cabelos crescidos, o rosto cortado, as vestes rasgadas, escalou o verdadeiro Neville Longbottom, que deu um rugido de alegria, saltou da lareira e gritou:

— Eu sabia que você viria! Eu sabia, Harry! Eu sabia!

— Neville... O que... Como?

Mas Neville também avistou Charlie, Hermione e Ron, e com gritos de surpresa, ele os abraçou também. Quanto mais Charlie olhava para Neville, pior ele parecia; um de seus olhos estava inchado, amarelo e roxo, havia marcas de arranhões em seu rosto e seu ar geral de desleixo sugeria que ele estava vivendo uma vida difícil.

E ainda assim, seu rosto machucado brilhou de felicidade quando ele soltou Hermione e disse novamente. — Eu sabia que você viria! Continuei dizendo a Simas que era uma questão de tempo!

Hermione guinchou ao vê-lo. — Neville, o que aconteceu com você?

— O que isso? — Neville descartou seus ferimentos balançando a cabeça. — Isso não é nada, Seamus é pior, mas vocês terão que ver por si mesmos. Vamos indo então? Oh... — ele se virou para Aberforth. — Ab, pode haver mais algumas pessoas no caminho.

— Mais alguns? — repetiu Aberforth ameaçadoramente. — O que você quer dizer com mais alguns, Longbottom? Há toque de recolher e um Feitiço Camwaulding em toda a vila!

— Eu sei, é por isso que eles vão aparatar diretamente no bar. — sorriu Neville. — Basta mandá-los pela passagem quando chegarem aqui, sim? Muito obrigado.

Neville estendeu a mão para Hermione e ajudou-a a subir na lareira e entrar no túnel; Ron e Harry seguiram rapidamente atrás. Charlie, entretanto, virou-se e dirigiu-se a Aberforth.

— Obrigado... Por salvar nossas vidas. — ele sussurrou, abrindo um pequeno sorriso. — E me desculpe por me deixar levar mais cedo. Foi desnecessário, especialmente porque você é a única família que me resta...

— Eu não teria tanta certeza disso, sobrinho. — disse Aberforth rispidamente, apontando na direção onde os outros haviam desaparecido. — Eles são sua família agora também. Então cuide deles, certo? Porque talvez eu não consiga salvá-los novamente.

Com um pequeno aceno de cabeça, Charlie subiu na lareira e passou pelo buraco atrás do retrato de Ariana. Havia degraus lisos de pedra do outro lado: parecia que a passagem já existia há anos. Lâmpadas de latão pendiam das paredes e o chão de terra estava gasto e liso; enquanto caminhavam, suas sombras ondulavam, como leques, pela parede.

— Há quanto tempo isso está aqui? — Ron perguntou enquanto eles partiam. — Não está no Mapa do Maroto, está Harry? Eu pensei que havia apenas sete passagens dentro e fora da escola?

— Eles isolaram tudo isso antes do início do ano. — explicou Neville. — Não há chance de passar por nenhum deles agora, não com maldições nas entradas e Comensais da Morte e Dementadores esperando nas saídas. — ele começou a andar para trás, radiante, absorvendo-os. — Esqueça essas coisas... É verdade? Você invadiu Gringotes? Você escapou em um dragão? Está em toda parte, todo mundo está falando sobre isso! Terry Boot foi espancado por Carrow por gritar sobre isso no Salão Principal durante o jantar!

Harry acenou com a cabeça. — Sim, é verdade.

Neville riu alegremente.

— E o que exatamente você fez com o dragão?

— Liberamos na natureza. — disse Ron, encolhendo os ombros. — Embora Hermione fosse totalmente a favor de mantê-lo como animal de estimação...

— Não exagere, Ron. — repreendeu Hermione. — Eles estavam torturando o coitado, então é claro que eu queria ter certeza de que estava tudo bem! — ela acrescentou, lançando um olhar de culpa para o namorado por sua má escolha de palavras. Charlie apenas estremeceu, com as mãos tremendo.

Notando o rosto caído de seu amigo, Neville prosseguiu rapidamente. — Mas o que você tem feito? As pessoas têm dito que você está fugindo, Harry, mas acho que não. Acho que você tem feito isso. algo.

— Você está certo. — respondeu Harry simplesmente. — Mas conte-nos sobre Hogwarts, Neville, não ouvimos nada.

— Tem sido... Bem, não é mais como Hogwarts. — disse Neville, o sorriso desaparecendo de seu rosto enquanto ele falava. — Você sabe sobre os Carrows?

— Aqueles dois Comensais da Morte que ensinam aqui?

— Eles fazem mais do que ensinar. — zombou Neville. — Eles são responsáveis ​​por toda a disciplina. Eles gostam de punição, os Carrows.

Charlie pigarreou, murmurando. — Como Umbridge?

— Nah, eles a fazem parecer domesticada. Todos os outros professores deveriam nos encaminhar para os Carrows se fizermos algo errado. Eles não o fazem, no entanto, se puderem evitar. Você pode dizer que eles os odeiam tanto quanto nós. fazer. Amycus, o cara, ele ensina o que costumava ser Defesa Contra as Artes das Trevas, só que agora é apenas Artes das Trevas. Devemos praticar a Maldição Cruciatus em pessoas que ganharam detenções...

O quê?

As vozes unidas de Charlie, Harry, Ron e Hermione ecoaram pelo corredor. Charlie pôde sentir Hermione se encolher ao lado dele, sua memória do Cruciatus muito recente. Ele pegou a mão dela e ela sorriu para ele agradecida.

— Sim. — disse Neville, sua visão viajando para as mãos unidas de Charlie e Hermione, e então rapidamente voltando para seus rostos. — Foi assim que consegui este. — ele apontou para um corte particularmente profundo em sua bochecha. — Recusei-me a fazer isso. Algumas pessoas gostam disso, no entanto; Crabbe e Goyle adoram. É a primeira vez que eles estão no topo. qualquer coisa, eu espero.

— Alecto, irmã de Amycus, ensina Estudos dos Trouxas, que é obrigatório para todos. Todos nós temos que ouvi-la explicar como os trouxas são como animais, estúpidos e sujos, e como eles levam os bruxos a se esconderem por serem cruéis com eles, e como a ordem natural está sendo restabelecida. Eu peguei esse aqui — ele indicou outro corte em seu rosto. — Por perguntar a ela quanto sangue trouxa ela e seu irmão têm.

— Caramba, Neville. — disse Ron, balançando a cabeça. — Há uma hora e um lugar para ter uma boca esperta.

— Você não a viu. — argumentou Neville justificadamente. — Você também não teria apoiado isso. O problema é que ajuda quando as pessoas os enfrentam, dá esperança a todos. Eu costumava notar isso quando vocês faziam isso.

— Mas eles usaram você como amolador de facas. — disse Ron, estremecendo levemente ao passar por uma lâmpada e os ferimentos de Neville ficaram ainda mais evidentes.

— Não importa. — Neville encolheu os ombros. — Eles não querem derramar muito sangue puro, então eles vão torturar se formos tagarelas, mas na verdade não vão nos matar.

Houve um breve momento de silêncio.

— S-Sim, eu sei como isso deve ser. — gaguejou Charlie, e ele sentiu Hermione apertar sua mão com mais força em resposta. — Mas é pior, não é? A tortura, quero dizer.

Às vezes a morte parece uma saída mais fácil...

Paralisado, Neville pareceu entender de repente por que Charlie estava daquele jeito, todo espancado e machucado. Por isso mesmo, ele estremeceu e depois disse: — Às vezes, eu acho. Depende, não é?

Charlie não sabia o que era pior, as coisas que Neville estava dizendo, ou o tom prosaico com que as dizia. Limpando a garganta devido à tensão desconfortável, Neville começou a liderar o caminho mais uma vez.

— As únicas pessoas em perigo real são aquelas cujos amigos e parentes externos estão causando problemas. — continuou ele. — Eles são feitos reféns. O Sr. Lovegood estava falando um pouco demais em O Pasquim, então eles arrastaram Luna para fora do trem no caminho de volta para o Natal.

Hermione sorriu suavemente, sussurrando: — Neville, ela está bem, nós a vimos...

— Sim, eu sei, ela conseguiu enviar uma mensagem para mim.

Do bolso ele tirou uma moeda de ouro, e Charlie a reconheceu como um dos galeões falsos que a Armada de Dumbledore usava para enviar mensagens uns aos outros.

— Estes foram ótimos. — disse Neville, sorrindo para Hermione. — Os Carrows nunca comentavam como estávamos nos comunicando, isso os deixava loucos. Costumávamos sair escondidos à noite e colocar grafites nas paredes: 'Exército de Dumbledore, ainda recrutando' e coisas assim. Snape não gostava muito disso.

— Você costumava? — repetiu Charlie, que havia notado o pretérito.

— Bem, ficou mais difícil com o passar do tempo. — explicou Neville, franzindo a testa. — Perdemos Luna no Natal, e Ginny e Elaina nunca mais voltaram depois da Páscoa...

— Elaina? — perguntou Harry, seus ouvidos se animando com a menção de sua namorada. — Ela está bem? O que aconteceu com ela?

— Ela está segura, não se preocupe. — disse Neville de forma tranquilizadora. — Como eu disse, ela e Ginny foram para casa juntas na Páscoa, e estão fazendo check-in desde então. De qualquer forma, nós quatro éramos uma espécie de líderes. Os Carrow pareciam saber que eu estava por trás de tudo isso, então eles começaram a me atacar com muita força. Então Michael Corner foi pego libertando um aluno do primeiro ano que eles haviam acorrentado e o torturaram bastante. Isso pareceu ter assustado as pessoas.

— Sem brincadeira. — murmurou Ron, quando a passagem começou a subir.

— Sim, bem, eu não poderia pedir às pessoas que passassem pelo que Michael fez, então abandonamos esse tipo de acrobacia. Mas ainda estávamos brigando, fazendo coisas underground, até algumas semanas atrás. era apenas uma maneira de me impedir, suponho, então eles foram atrás da vovó.

— Eles o quê? — ofegou Hermione, agarrando o braço de Charlie.

— Sim. — disse Neville, um pouco ofegante agora, porque a passagem era muito íngreme. — Bem, você pode ver o pensamento deles. Funcionou muito bem, sequestrar crianças para forçar seus parentes a se comportarem. Suponho que foi apenas uma questão de tempo antes que eles fizessem o contrário. A questão era. — ele os encarou, e Charlie ficou surpreso ao ver que ele estava sorrindo. — Eles morderam um pouco mais do que podiam mastigar com vovó. morando sozinhos, eles provavelmente pensaram que não precisavam enviar ninguém particularmente poderoso. De qualquer forma, — Neville riu. — Dawlish ainda está fugindo no St. Mungus e na vovó. Ela me enviou uma carta. — ele bateu palmas para o bolso superior de suas vestes. — Me dizendo que ela estava orgulhosa de mim, que sou filho dos meus pais, e para continuar assim.

— Isso é ótimo, Nev. — sorriu Charlie, aliviado.

— Sim. — disse Neville feliz. — A única coisa foi que, uma vez que eles perceberam que não tinham controle sobre mim, eles decidiram que Hogwarts poderia viver sem mim, afinal. Não sei se eles estavam planejando me matar ou me mandar para Azkaban; de qualquer forma, eu sabia que era hora de desaparecer.

— Mas... — disse Rony, parecendo completamente confuso. — Não estamos... Não estamos voltando direto para Hogwarts?

— Claro. — assentiu Neville. — Mas você verá. Estamos aqui.

Eles viraram uma esquina fechada e então ali, à frente deles, estava o fim da passagem. Outro pequeno lance de escadas levava a uma porta igual àquela escondida atrás do retrato de Ariana. Neville abriu-a e entrou. Enquanto Charlie o seguia, ele ouviu Neville gritar para pessoas invisíveis:

— Olha quem é! Eu não te contei?

Harry entrou primeiro na sala além da passagem, e houve vários gritos e berros:

— É Potter, é POTTER!

— Charlie!

— Hermione!

— Rony!

Charlie teve uma impressão confusa de cortinas coloridas, de luminárias e de muitos rostos. No momento seguinte, ele, Harry, Rony e Hermione foram engolfados, abraçados, espancados nas costas, com os cabelos desgrenhados, as mãos trêmulas, pelo que pareciam ser mais de vinte pessoas; eles poderiam ter vencido uma final de quadribol.

— Ok, ok, acalme-se! — Neville chamou, e enquanto a multidão recuava, Charlie foi capaz de observar os arredores. Ele não reconheceu a sala.

Era enorme e parecia o interior de uma casa na árvore particularmente suntuosa, ou talvez a cabine de um navio gigantesco. Redes multicoloridas estavam penduradas no teto e em uma varanda que contornava as paredes com painéis de madeira escura e sem janelas, cobertas por tapeçarias brilhantes: Charlie viu um leão dourado da Grifinória, estampado em escarlate; o texugo preto da Lufa-Lufa, contraposto ao amarelo; a águia de bronze da Corvinal, em azul; e a serpente prateada da Sonserina em uma tela verde-escura. Havia estantes de livros abarrotadas, alguns cabos de vassoura encostados nas paredes e, no canto, um grande rádio com caixa de madeira.

— Onde estamos?

— A Sala Precisa, é claro! — sorriu Neville. — Superou-se, não foi? Os Carrows estavam me perseguindo, e eu sabia que tinha apenas uma chance de me esconder; consegui passar pela porta e foi isso que encontrei! Bem, não foi exatamente assim quando cheguei, era muito menor, havia apenas uma rede e apenas cortinas da Grifinória. Mas foi expandido à medida que mais e mais promotores chegaram.

— E os Carrows não podem entrar? — perguntou Charlie, olhando em volta em busca da porta.

— Não. — disse Seamus Finnigan, cujo rosto estava machucado e inchado. — É um esconderijo de verdade, contanto que um de nós fique aqui, eles não podem chegar até nós, a porta não abre. Tudo depende de Neville. Ele realmente fica com este quarto. Você tem que perguntar. exatamente o que você precisa - como, 'Não quero que nenhum apoiador de Carrow possa entrar' - e isso servirá para você! Você só precisa ter certeza de fechar as brechas! Neville é o cara!

— Isso é brilhante! — exclamou Hermione, seus olhos perdidos nos detalhes da sala.

Neville sorriu com orgulho e disse: — Isso significa muito vindo de você, Hermione.

Charlie apertou a mão da namorada imediatamente, seus lábios se curvando em um sorriso orgulhoso.

— Mas é bastante simples, na verdade. — Neville continuou modestamente. — Eu estava aqui há cerca de um dia e meio, ficando com muita fome, e gostaria de poder comer alguma coisa, e foi então que a passagem para Cabeça de Javali se abriu. Passei por ela e conheci Aberforth. nos dá comida, porque, por algum motivo, essa é a única coisa que o quarto realmente não faz.

— Sim, bem, a comida é uma das cinco exceções à Lei da Transfiguração Elemental de Gamp. — disse Ron com naturalidade; Charlie apenas riu em resposta. De todas as coisas que Hermione havia explicado a eles ao longo dos anos, ele estava consumido pela hilaridade de que esse fato em particular tivesse ficado tão firmemente na mente de Ron.

— Então estamos escondidos aqui há quase duas semanas. — explicou Seamus depois de um momento. — E isso só faz mais redes cada vez que precisamos delas, e até criou um banheiro muito bom quando as meninas começaram a aparecer...

— E pensei que eles gostariam de se lavar, sim. — forneceu Lavender Brown, que Charlie não havia notado até aquele momento. Agora que olhou em volta corretamente, reconheceu muitos rostos familiares. As duas gêmeas Patil estavam lá, assim como Terry Boot, Ernie Macmillan, Anthony Goldstein, os irmãos Creevey e Michael Corner.

— Conte-nos o que você tem feito. — disse Ernie ansiosamente. — Tem havido tantos rumores, estamos tentando acompanhar você no Potterwatch. — ele apontou para o rádio. — Você não invadiu Gringotes?

— Eles fizeram! — exclamou Neville. — E o dragão também é verdadeiro!

Houve alguns aplausos e alguns gritos; Ron fez uma reverência, mas Charlie foi rápido em cutucá-lo no ombro, rindo histericamente.

— O que você estava procurando? — perguntou Simas, com os olhos arregalados.

Antes que qualquer um deles pudesse responder à pergunta com uma de suas próprias mãos, Harry sentiu uma dor terrível e abrasadora em sua cicatriz em forma de raio. Enquanto o corpo de seu amigo ameaçava desabar, Charlie estendeu a mão e o pegou nos braços, a sensação da mão de Hermione desaparecendo de sua consciência. A sala irrompeu em suspiros assustados, mas Carlinhos, Hermione e Rony apenas trocaram um olhar de compreensão.

Depois de um tempo, Harry sentiu as mãos de Charlie em seus ombros e, com um enorme esforço, saiu da mente de Voldemort novamente, voltando para onde estava, balançando, na Sala Precisa, suor escorrendo de seu rosto.

— Você está bem, Harry? — Neville estava dizendo. — Quer se sentar? Imagino que você esteja cansado, não está...?

— Não. — disse Harry, mais incisivo do que pretendia. Ele olhou para Charlie, Ron e Hermione, tentando dizer-lhes sem palavras que Voldemort acabara de descobrir a perda de uma das outras Horcruxes. O tempo estava se esgotando rapidamente; se Voldemort escolhesse visitar Hogwarts em seguida, eles perderiam a chance. — Precisamos ir. — acrescentou rapidamente, e as expressões de seus amigos lhe disseram que eles entendiam.

— O que vamos fazer então, Harry? — perguntou Simas. — Qual é o plano?

— Plano? — repetiu Harry, exercendo toda a sua força de vontade para evitar sucumbir novamente à raiva de Voldemort. — Bem, há algo que nós - Charlie, Ron, Hermione e eu - precisamos fazer e então sairemos daqui.

Ninguém estava mais rindo ou gritando. Neville parecia confuso.

— O que você quer dizer com 'sair daqui'?

— Não voltamos para ficar. — disse Harry, esfregando a cicatriz, tentando aliviar a dor. — Há algo importante que precisamos fazer...

— O que é?

— E-eu não posso te contar.

Houve uma onda de murmúrios diante disso; As sobrancelhas de Neville se contraíram.

— Por que você não pode nos contar? Tem algo a ver com lutar contra Você-Sabe-Quem, certo?

— Bem, sim...

— Então nós vamos ajudá-lo.

Os outros membros da Armada de Dumbledore assentiam, alguns com entusiasmo, outros solenemente. Alguns deles levantaram-se das cadeiras para demonstrar a sua vontade de agir imediatamente.

— Você não entende. — Harry parecia ter dito muito isso nas últimas horas. — Nós... Não podemos contar a você. Temos que fazer isso... Sozinhos.

— Por que? — perguntou Neville.

— Porque...

Em seu desespero para começar a procurar pela Horcrux desaparecida, ou pelo menos para ter uma discussão particular com Charlie, Ron e Hermione sobre onde eles poderiam começar a busca, Harry achou difícil organizar seus pensamentos. Sua cicatriz ainda estava queimando.

— Dumbledore deixou um emprego para nós quatro. — ele disse cuidadosamente. — E não deveríamos contar - quero dizer, ele queria que fizéssemos isso, apenas nós quatro.

— Nós somos o exército dele. — argumentou Neville. — A Armada de Dumbledore. Estávamos todos juntos nisso, continuamos enquanto vocês quatro estavam sozinhos...

— Não foi exatamente um piquenique, cara. — murmurou Ron.

— Eu nunca disse que sim, mas não vejo por que você não pode confiar em nós. — Neville suspirou. — Todos nesta sala estão brigando e vieram aqui porque sabiam que você viria para nos liderar na batalha. Todos aqui provaram que são leais a Dumbledore - leais a você.

— Olha... — Charlie começou, sem saber o que iria dizer, mas isso não importava. A porta do túnel acabara de se abrir atrás dele.

— Recebemos sua mensagem, Neville! — veio a voz alegre de Dean Thomas, que apareceu ao lado de Luna Lovegood na entrada. Simas deu um grande rugido de alegria e correu para abraçar o namorado, dando-lhe um beijo na bochecha.

— Oi, pessoal! — Luna sorriu, atravessando a multidão, e para surpresa de todos, ela envolveu Neville em um abraço íntimo. — É tão bom estar de volta

— Err... — murmurou Ron, confuso. — Perdemos alguma coisa?

— Parece que sim, — Charlie riu, olhando entre os dois casais felizes. — Isso vai mostrar há quanto tempo estamos fora...

— Ou há quanto tempo estamos alheios. — finalizou Harry, com as bochechas vermelhas de vergonha.

— Meninos. — disse Hermione, balançando a cabeça, enquanto avançava para cumprimentar os recém-chegados. — Luna, oi! O que você está fazendo aqui?

— Eu mandei chamá-la. — disse Neville, evitando qualquer constrangimento adicional e segurando o galeão falso. — Eu prometi a ela, Elaina e Ginny que se você aparecesse eu os avisaria. Todos nós pensamos que se você voltasse, isso significaria uma revolução. Que iríamos derrubar Snape e os Carrows.

— Claro que é isso que significa. — disse Luna alegremente para Neville, e então olhou para os outros. — Não é? Vamos lutar contra eles para fora de Hogwarts?

— Escute. — começou Harry, com uma crescente sensação de pânico. — Me desculpe, mas não foi para isso que voltamos. Há algo que precisamos fazer, e então...

— Você vai nos deixar nessa bagunça? — acusou Michael Corner.

— Não, claro que não. — disse Charlie rapidamente. — O que estamos fazendo irá beneficiar a todos no final, é tudo uma questão de tentar se livrar de Você-Sabe-Quem...

— Então vamos ajudar! — gritou Neville com raiva. — Queremos fazer parte disso!

Houve outro barulho atrás deles e Charlie se virou. Seu coração deu um salto: Elaina Dumont estava agora escalando o buraco na parede, seguida de perto por Fred, George, Gina e Lino Jordan. Eles sorriram ao avistar Charlie, Harry, Ron e Hermione.

— Ei! Ei! — gritou George, e Ron logo foi engolfado por seus irmãos.

— Hermione! Charlie! — sorriu Ginny, enquanto se separava do abraço coletivo dos Weasley, lançando-lhes um sorriso radiante. — Como vocês dois estão?

Antes que Charlie tivesse a chance de responder, Fred e Jorge se separaram da multidão, puxando o herdeiro de Hawthorne para um abraço coletivo de esmagar ossos. Os gêmeos estavam combinando com grandes sorrisos estampados em seus rostos, sufocando o jovem Grifinório com um reencontro de irmãos.

— Lá está ele! Lá está ele!

— Freddie, olhe! Ickle Charlie se foi e deixou crescer a barba!

— Ah! Eles crescem tão rápido, não é, Georgie?

— De fato, eles fazem! De fato, eles fazem!

Charlie riu alto, retribuindo o abraço. Logo, ele, Rony, Harry e os gêmeos estavam todos compartilhando sentimentos fraternos, dando tapinhas nas costas uns dos outros e bagunçando os cabelos com uma alegria alegre.

— Nós também sentimos sua falta, seus idiotas!

Quando os meninos se reuniram, no entanto, Elaina abriu caminho no meio da multidão e voltou sua atenção para Harry Potter. Ela correu em direção ao namorado, envolvendo-o em um abraço apertado. Naturalmente, Harry se separou dos outros, ganhando assobios e suspiros fingidos de surpresa com o reencontro do casal.

— Senti tanto a sua falta, Harry! — Elaina gritou, espalhando beijos por todo o rosto dele. — Lamento não poder ir ver você no Shell's Cottage, mas eu...

— Está tudo bem. — Harry a interrompeu, sorrindo de uma orelha a outra. — Você está aqui agora e isso é tudo que importa.

Eles se beijaram, sorrindo o tempo todo. Harry havia esquecido - ele nunca havia apreciado totalmente - o quão linda sua namorada era, mas nunca ficou tão satisfeito em vê-la. O abraço do casal pareceu roubar o barulho da sala, deixando todos os outros boquiabertos em silêncio. Com o passar de vários momentos, demorou um ou dois minutos até que Harry e Elaina se afastassem, sorrindo radiantemente um para o outro, corando com a atenção que receberam.

Para dissipar a tensão estranha, Charlie gritou: — Aí garoto, Harry!

Com uma risada, Harry enterrou a cabeça na curva do pescoço de Elaina, escondendo-se enquanto sua namorada cumprimentava todos os outros. Então, depois de alguns momentos, todos se reuniram e se amontoaram.

— Aberforth está ficando um pouco irritado. — disse Fred, levantando a mão em resposta a vários gritos de saudação. — Ele quer dormir e seu bar virou estação ferroviária.

A boca de Charlie se abriu. Logo atrás de Lee Jordan veio a paixão de Harry do quarto ano, Cho Chang. Com um aceno para todos, ela sorriu.

— Entendi a mensagem. — disse ela, segurando seu próprio galeão falso, e foi sentar-se ao lado de Michael Corner.

— Então qual é o plano? — perguntou Jorge.

— Não existe. — disse Charlie, ainda desorientado pelo súbito aparecimento de todas aquelas pessoas, incapaz de absorver tudo enquanto seu corpo demorava a se recuperar.

Fred sorriu: — Só vamos fazer as pazes à medida que avançamos, não é? Meu tipo de plano favorito!

— Você tem que parar com isso! — Harry disse a Neville. — Por que você ligou para todos eles? Isso é uma loucura...

— Estamos brigando, não estamos? — questionou Dean, pegando seu galeão falso. — A mensagem dizia que Harry estava de volta e que íamos lutar! Mas vou ter que pegar uma varinha...

— Você não tem uma varinha? — começou Simas.

Ron virou-se de repente para Harry.

— Por que eles não podem ajudar?

— O que?

— Eles podem ajudar. — Ron baixou a voz e disse, para que nenhum deles pudesse ouvir, exceto Charlie e Hermione, que estavam entre eles. — Não sabemos onde está. Temos que encontrá-lo rápido. Não precisamos dizer a eles que é uma Horcrux.

Charlie olhou de Ron para Hermione, que murmurou: — Acho que Ron está certo. Nem sabemos o que estamos procurando, precisamos deles.

Mas quando Harry não pareceu convencido, Charlie deu um tapinha nas costas dele de forma tranquilizadora, sussurrando: — Você não precisa fazer tudo sozinho, Harry.

Harry e Charlie trocaram olhares por um momento, ambos pensando simultaneamente no aviso de Dumbledore contra contar a qualquer pessoa, exceto Rony e Hermione, sobre as Horcruxes. Soltando um suspiro pesado, Charlie encolheu os ombros em resposta, e Harry aparentemente cedeu.

— Tudo bem. — ele disse calmamente para os outros três. Ron assentiu; Hermione agarrou o braço de Charlie mais uma vez.

— Ok, ouçam! — Charlie chamou a sala em geral e todo o barulho cessou; Fred e Jorge, que contavam piadas para os mais próximos, ficaram em silêncio e todos pareciam alertas, entusiasmados.

Com uma cutucada, Charlie empurrou Harry para frente, incitando-o a falar.

— Há algo que precisamos encontrar. — disse ele, limpando a garganta. — Algo que nos ajudará a derrubar Você-Sabe-Quem. Está aqui em Hogwarts, mas não sabemos onde. Pode ter pertencido à Corvinal. Alguém já ouviu falar de um objeto como esse? Alguém já encontrou algo com a águia dela, por exemplo?

Charlie olhou esperançoso para o pequeno grupo de Corvinais, para Padma, Michael, Terry e Cho, mas foi Luna quem respondeu.

— Bem, aí está o diadema perdido dela. Eu te contei sobre isso, lembra, Harry? O diadema perdido da Corvinal? Papai está tentando duplicá-lo.

— Sim, mas o diadema perdido. — disse Michael Corner, revirando os olhos. — Está perdido, Luna. Esse é o ponto.

— Quando foi perdido? — perguntou Charlie rapidamente.

— Séculos atrás, dizem. — disse Cho, e o coração de Charlie afundou. — O Professor Flitwick disse que o diadema desapareceu com a própria Corvinal. As pessoas procuraram, mas... — ela apelou para seus colegas da Corvinal. — Ninguém nunca encontrou nenhum vestígio dele, não é?

Todos balançaram a cabeça.

— Desculpe, mas o que é um diadema? — perguntou Rony.

— É uma espécie de coroa. — respondeu Hermione sem esforço.

— Sim. — Terry Boot assentiu. — A Corvinal deveria ter propriedades mágicas, aumentar a sabedoria de quem o usa.

— Sim, os sifões Wrackspurt do papai... — começou Luna, mas Harry a interrompeu.

— E nenhum de vocês já viu algo parecido?

Todos balançaram a cabeça novamente. Charlie olhou para Harry, Ron e Hermione e sua própria decepção se refletiu nele. Um objeto que estava perdido há tanto tempo, e aparentemente sem deixar vestígios, não parecia um bom candidato para a Horcrux escondida no castelo...

Antes que qualquer um deles pudesse formular uma nova pergunta, Cho falou novamente.

— Se você quiser ver como deveria ser o diadema, eu poderia levá-lo até nossa sala comunal e mostrar a você, Harry? Ravenclaw está usando-o em sua estátua.

Mas a cicatriz de Harry queimou mais uma vez, seus olhos girando para trás. Ele viu a terra escura subindo abaixo dele e sentiu a grande cobra enrolada em seus ombros. Voldemort estava voando novamente, se para o lago subterrâneo ou aqui, para o castelo, ele não sabia. De qualquer forma, quase não sobrou tempo.

— Ele está em movimento. — ele disse baixinho no ouvido de Charlie. Ele olhou para Cho e depois voltou-se para Charlie, Hermione e Ron. — Escute, eu sei que não é uma grande pista, mas vou dar uma olhada nesta estátua, pelo menos descobrir como é o diadema. Espere por mim aqui e mantenha, você sabe - o outro - seguro.

Seus três amigos acenaram com a cabeça enquanto Harry, dando um último beijo na bochecha de Elaina, se virou para Cho, que se levantou.

— Tudo bem então, vamos...

— Luna pode levar você, Harry. — Elaina disse de repente, com bastante ferocidade. Charlie olhou para ela incrédulo. Certamente, de todas as vezes que ela ficou com ciúmes, não poderia ser agora.

— Oooh, sim, eu gostaria. — disse Luna feliz, enquanto Cho se sentava novamente, parecendo um tanto desapontada. Harry lançou outro olhar interrogativo para Elaina, mas decidiu que agora não era o melhor momento para discutir.

— Como podemos sair? — ele perguntou a Neville.

— Por aqui.

Neville conduziu Harry e Luna até um canto, onde um pequeno armário dava para uma escada íngreme.

— Ele sai em algum lugar diferente todos os dias, então eles nunca conseguiram encontrá-lo. — explicou ele. — O único problema é que nunca sabemos exatamente onde vamos parar quando sairmos. Cuidado, Harry, eles estão sempre patrulhando os corredores à noite.

— Sem problemas, obrigado. — disse Harry, abrindo um sorriso para os outros. — Te vejo daqui a pouco.

Esperar pelo retorno de Harry e Luna foi torturante, forçando conversas sem sentido para se atualizar. Charlie se viu andando de um lado para o outro, seu olhar fixo nos cortes e hematomas espalhados por seus braços enquanto ouvia preguiçosamente a Armada de Dumbledore conversar sobre os próximos passos contra Voldemort. Desde sua experiência em Gringotes, suas mãos tremiam incontrolavelmente e flashes de memórias contaminadas ganhavam vida em sua cabeça.

Como esperado, o retorno de Charlie a Hogwarts trouxe de volta muitas lembranças perturbadoras das quais ele preferiria dispensar, seu rosto estampado de estresse. Ele não conseguia mais se concentrar sabendo que Snape provavelmente estava trancado no escritório do diretor, vivendo a vida que roubou de Alvo Dumbledore. Esses pensamentos continuaram se impulsionando para a frente de sua mente, enfraquecendo seu estado já frágil. E assim, ele andou de um lado para o outro com passos cautelosos, perdendo-se lentamente.

Tendo notado isso, Hermione pediu licença para se reunir com Ginny e Elaina, então atravessou a sala na direção de seu namorado. Desde que resgataram Charlie de Gringotes, ela estava relutante em sair do lado dele, constantemente se perguntando se a tortura que ele sofreu nas mãos dos Comensais da Morte finalmente o levou ao limite.

Hermione tirou Charlie de seu devaneio dando um beijo suave em sua bochecha machucada, entrelaçando as mãos no processo; ela podia sentir as mãos dele tremerem nas dela, o pulso dele acelerar sob as pontas dos dedos. Mesmo assim, os olhos de Charlie se fecharam por um momento, interrompendo seus movimentos, e ele exalou lentamente com a sensação reconfortante do toque dela.

Com Charlie e Hermione à vista, não havia dúvida de que a maioria das pessoas na Sala, incluindo Ron, não tinha notado a troca. Eles não prestaram atenção aos outros, mas se Charlie e Hermione tivessem olhado para Rony, eles o teriam visto sorrir de seu lugar ao lado de Lilá Brown.

— Ei... — sussurrou Hermione finalmente, apertando as mãos dele. — Por que você não vem sentar comigo? Isso vai ajudar a passar o tempo enquanto esperamos.

Charlie deu um pequeno aceno de cabeça e os dois partiram em direção a um canto distante e isolado da Sala Precisa. Eles conseguiram encontrar um lugar próximo ao rádio desocupado, sentando-se um em frente ao outro em silêncio por um momento. Foi apenas uma noite, Hermione notou, mas a cor do rosto de Charlie havia se restaurado enquanto ele continuava a recuperar suas tão necessárias forças.

— Como você está se sentindo? — ela perguntou preocupada.

— Melhor do que antes. — admitiu Charlie, embora Hermione soubesse que essa não era a verdadeira extensão do que ele estava passando. — Mas estarei muito melhor quando tudo isso acabar.

— Bem, não deve demorar muito agora. — disse Hermione, seu tom melancólico. Com um meio olhar para os outros à distância, ela suspirou: — É estranho dizer isso, não é? Este último ano de nossas vidas foi... Diferente. Quase esqueci como é ser normal, você sabe?

Charlie assentiu, seus membros doíam significativamente sempre que ele fazia qualquer movimento minimalista.

— Foi um longo ano. — ele murmurou, enjoado. — Inferno, colocamos nossas vidas em risco mais vezes do que eu poderia contar. Parece nunca ter fim, não é? Caçar Horcruxes, procurar a Espada da Grifinória, lutar contra Comensais da Morte...

— Salvando você de Gringotes. — Hermione terminou, franzindo a testa, e sua cabeça inclinou-se em direção às mãos entrelaçadas. Hesitando por um momento, ela finalmente respirou: — Tem sido tudo tão difícil, Charlie. Mas essas últimas semanas sem você foram... Bem, insuportáveis, francamente.

Charlie deu um meio sorriso ao xingamento de Hermione. Ele a puxou para frente e para seu colo, precisando sentir o calor de seu corpo. O contato entre si era a melhor maneira que conheciam de evitar os pesadelos que inevitavelmente viriam.

— Eu também senti sua falta, baby. — ele disse a ela, tirando um fio de cabelo de seu rosto enquanto enroscava suas pernas nas dela. — Mas estou aqui agora... Estou bem.

Hermione enterrou a cabeça no pescoço dele e sussurrou: — Eu sei... Só espero que tudo tenha valido a pena. Tudo o que fomos forçados a sacrificar, quero dizer.

Charlie não respondeu. Ele gostaria de poder prometer a ela que seria, mas ela saberia tão bem quanto ele que seria mentira. Em vez disso, ele continuou a passar o polegar pela bochecha de Hermione e decidiu olhar nos olhos dela, concentrando-se nos sutis movimentos dourados que brilhavam nas esferas marrons. Seu coração começou a bater forte no peito, aliviando seu estado de fraqueza.

— De qualquer forma. — ela disse calmamente com um meio sorriso, mudando de tato. — Suponho que você não tenha notado... Mas Ron e Lilá parecem estar chegando bem perto.

Na verdade, Charlie havia notado. Enquanto esperavam por Harry na Sala Precisa, Rony parecia passar o tempo na companhia de Lilá Brown. Quer estivessem conversando sobre Hogwarts ou rindo de alguma piada estúpida que Ron havia feito, eles pareciam completamente apaixonados um pelo outro. Eles até se distanciaram de todos os outros e provocaram algum tipo de conexão em reclusão.

— Estranho. — Charlie sussurrou, rindo levemente. — Mas acho que eles têm em comum toda essa coisa de 'intromissão no relacionamento de outra pessoa'.

— Não seja mau. — disse Hermione, batendo em seu peito provocativamente. — Eu acho que ela é perfeita para ele.

Charlie riu mais profundamente e teve um vislumbre de Hermione observando-o, paralisada, como se ela tivesse perdido o som de sua risada. Incapaz de resistir, ele se inclinou e a beijou suavemente. Embora ela nunca admitisse isso para ele, Charlie sabia que o corpo de sua namorada ainda estava dolorido, sua garganta ainda exibindo a cicatriz onde a faca de Belatrix - aquela que matou Dobby - havia cravado.

Mas ao contrário da noite anterior, onde a exaustão e a tribulação ameaçaram dominá-los, desta vez Hermione rapidamente aprofundou o beijo; a língua dela passou rapidamente pelos lábios dele quase imediatamente, solicitando entrada. Charlie rapidamente atendeu seu desejo, passando as mãos por todo o corpo dela com uma carícia reconfortante. Pequenos gemidos saíram de seus lábios enquanto seus beijos se tornavam mais acalorados, o movimento de suas mãos mais frenético.

— Calma, querido, calma. — Hermione avisou humildemente, ofegante. — Não podemos fazer isso aqui.

— Isso é lamentável. — suspirou Charlie, mas mesmo assim ele deu um último beijo em seus lábios antes de se recostar na cadeira.

Eles ficaram sentados em silêncio por um longo tempo, os murmúrios das conversas entre os membros da Armada de Dumbledore desaparecendo lentamente de suas consciências. Hermione aninhou-se ao lado de Charlie, depositando beijos suaves em seu torso vestido, e respirou fundo de alívio com a sensação caseira que irrompeu em seu peito. Ali, nos braços de Charlie, está exatamente onde Hermione desejou estar por várias semanas.

— Eu te amo. — ele sussurrou em seu cabelo algum tempo depois. — Eu te amo tanto, 'Mione.

Hermione revirou os olhos ao ouvir a versão abreviada de seu nome, mas mesmo assim beijou o namorado. Sua declaração de amor era algo que Charlie contava muito a ela, especialmente agora que ele havia retornado para ela. Mesmo que os debates sobre o quanto o outro poderia aguentar se tornassem tensos, isso não impediu Charlie de dizer a Hermione o quanto ele precisava dela - a queria. Tornou-se como um mantra, que ele se sentia inclinado a repetir a cada segundo de cada dia.

Desviando o olhar, os olhos de Charlie vagaram pela Sala Precisa, admirando as bandeiras de Hogwarts penduradas no teto em silêncio. Hermione seguiu seu olhar, desenhando círculos nas costas de suas mãos distraidamente.

— E-eu sinto muito... — Charlie murmurou depois de um tempo.

— Para que? — Hermione perguntou, perplexa, segurando seu queixo para que ele tivesse que se virar para olhar para ela. — Charlie, você me salvou...

— Isso não. — ele disse calmamente, enquanto passava o dedo pelo 'M' no antebraço dela. Respirando fundo, ele explicou: — Sinto muito por não ter cumprido minha promessa. No sexto ano, dei minha palavra de que não te deixaria novamente, mas foi exatamente isso que fiz.

— Charlie...

— Durante o verão. — ele continuou. — E-eu não sabia como lidar com a morte do meu avô, então me distanciei de você porque estava convencido de que não merecia ser feliz depois de tudo que fiz. Hagrid deixaria suas cartas, e Eu os li inúmeras vezes, mas não... Eu...

— Eu já te perdoei por isso. — Hermione disse a ele. — E nós dois superamos isso.

— Eu sei, eu sei. — disse Charlie, com as mãos tremendo nas dela. — É só que - eu não - eu tive muito tempo para pensar em Gringotes, sabe? Estou repetindo esses cenários na minha cabeça há semanas e não consigo deixar de pensar em todos os erros Eu tomei ao longo do caminho. Por que sempre que tomo a decisão errada, é às custas de outra pessoa? Minhas desculpas podem não valer nada, mas pelo menos posso dizer que tentei me redimir. Porque eu sei o que é reviver cada arrependimento que você já teve durante seis semanas, Hermione, e eu nunca mais quero me sentir assim novamente.

Hermione deu um beijo no canto da boca dele.

— Então não faça isso. — ela disse suavemente. — Esteja aqui, neste momento, comigo agora. Porque temos sido uma segunda chance muito generosa, e não suponho que nenhum de nós tenha qualquer intenção de desperdiçá-la. Viver no passado não vai adiantar. Você é bom, não é? Em vez de se culpar por coisas que estão além do seu controle, por que você não percebe que tudo resultou nisso... Para estarmos aqui juntos? Pela aparência das coisas, devemos ter fiz algo certo.

Charlie fechou os olhos e esboçou um sorriso brilhante. Ele encostou o nariz na curva do pescoço dela, apertando-a com mais força, embora isso fizesse suas costelas fraturadas doerem.

— Sabe, eu morreria se alguma coisa acontecesse com você. — ele sussurrou, com a voz ligeiramente embargada. — Eu não posso perder você.

— E você não vai. — Hermione sussurrou em seu ouvido, sorrindo suavemente contra sua pele. — Você está preso comigo para sempre.

— Mas eu deveria ter percebido o que tínhamos antes... Poderíamos ter tido mais tempo... — sussurrou Charlie, envergonhado, e pela dor em seus olhos ele sabia que as lágrimas o estavam traindo. Sabendo que não precisava escondê-los na frente de Hermione, porém, ele não os segurou; a emoção e a exaustão estavam tomando conta dele mais uma vez. Não apenas pelo que acontecera antes, mas pelo que - ele sabia - ainda estava por vir.

Ele ainda teria que levar seus amigos ao perigo.

Hermione ainda estaria em perigo.

— Sinto muito. — ele repetiu, incapaz de se conter, enquanto Hermione segurava seu rosto e olhava para ele. — Sinto muito por tudo isso, você sabe.

— Não faça isso, Charlie - não é... — ela ergueu o queixo dele novamente, forçando o contato visual. — Não é culpa sua. Por favor, não pense assim.

Hermione o beijou com firmeza, então o deixou afundar a cabeça na curva de seu pescoço, segurando-o até que ele finalmente extravasasse a emoção. Ela o segurou consoladoramente enquanto seu corpo tremia e balançava em seus braços, tentando conter as próprias lágrimas.

— Você se lembra da primeira vez que te beijei? — ela perguntou depois que os soluços silenciosos de Charlie pararam, sua voz tão baixa que por um segundo ele não teve certeza se a ouviu direito.

Movendo os olhos lacrimejantes, Charlie voltou a se concentrar nela.

— Quarto ano? — ele questionou, mas sabia que devia estar errado pelo sutil balançar de cabeça dela.

— Na verdade, no terceiro ano. — Hermione corrigiu, rindo enquanto os olhos do namorado se arregalavam em lembrança.

— Você me beijou na bochecha durante a partida da Copa de Quadribol. — ele disse depois de um momento, lembrando.

Hermione assentiu.

— Bem, tecnicamente falando, o terceiro ano foi o primeiro beijo que todo mundo viu. Houve alguns antes disso, veja bem, mas de qualquer maneira. — ela começou, com um sorriso ao lembrar. — Ron não ficou muito satisfeito, continuou dizendo coisas tipo 'isso é nojento' e 'inapropriado', mas Ginny sempre o rejeitou.

— Por que você fez isso? — Charlie perguntou, antes que pudesse se conter, e Hermione corou ligeiramente.

— Eu não sei, para ser honesta. — ela sussurrou. — Bem, não, quero dizer que sim. É claro que sei por quê, pelo menos agora, mesmo que não soubesse exatamente na época. Mas não sei o que me levou a fazer isso, naquele momento, você sabe... Eu realmente nunca pensei - eu simplesmente... Fi isso.

— Isso não é típico de você. — Charlie brincou, seus lábios se curvando no fantasma de um sorriso. — Agir sem pensar. Mas suponho que eu era adorável demais para resistir, hein?

— Oh, cale a boca. — disse Hermione, revirando os olhos de uma forma divertida. — Foi estranho naquela época, você sabe... Porque eu ficava sendo provocado por aquele beijo, por sermos 'mais que amigos'. No dia em que você conheceu meus pais, até minha mãe continuou me lançando esses olhares, nada ruins, quase gosto de conhecer a aparência, e eu - acho que nunca corei tanto na minha vida. Mas eu realmente não sabia se sentia assim por você. Eu sabia que tinha feito isso um pouco, talvez, mas eu não tinha certeza.

Charlie conseguiu rir, embora tenha saído mais como um meio soluço, pensando naquele dia no Beco Diagonal, onde conheceu os pais de Hermione pela primeira vez, e depois automaticamente em Hermione no Baile de Inverno, e em como ela era linda. tinha olhado. Ele segurou a bochecha dela, passando a ponta do polegar em pequenos círculos, roçando-a nos lábios dela.

— Naquele verão, ela sempre dizia que eu deveria convidar você para vir. — continuou Hermione. — Papai não ficou muito feliz, mas ele teria concordado. Não que isso tivesse importância de qualquer maneira, visto que todos nós acabamos no Caldeirão Furado e você estava hospedado com Harry. Mas, ela sempre disse que ela queria conhecer você de maneira adequada, não apenas no Beco Diagonal. Ela sempre disse que um dia você faria alguém muito feliz, e isso provou ser verdade muito antes de começarmos a namorar.

Processando suas palavras, Charlie sentiu a mesma dor familiar apunhalá-lo novamente. O sacrifício que Hermione fez para acompanhá-lo, o preço que ela teve que pagar por conhecê-lo - por amá-lo - foi extremamente admirável.

— Mas não sou só eu. — disse Hermione calmamente. — Você faz todo mundo feliz, Charlie. As pessoas te amam... Harry te ama... Todos os Weasley te amam... Elaina... Luna...

— Romilda Vane? — ele perguntou, exibindo um sorriso malicioso.

Hermione revirou os olhos novamente, zombando. — Oh, por favor, o 'amor' de Romilda por você é baseado estritamente em sua própria paixão delirante...

— Droga, você acha?

— Mhm. — Hermione cantarolou, balançando a cabeça provocativamente. — Não se preocupe, porque minha paixão por você é pura lógica e ciência.

Charlie riu, mas depois olhou para baixo, vendo novamente as cicatrizes em seu braço. Sem pensar, ele se inclinou e deu vários beijos ao longo da palavra, 'sangue-ruim', silenciosamente esperando poder de alguma forma remover qualquer conotação negativa com a suavidade de seus lábios trêmulos.

— Dumbledore amava você... — Hermione sussurrou depois de um momento, e ao contrário do tempo fora da tenda na manhã de Natal, Charlie não discutiu com ela. — E Dobby, ele amava você. — ela o beijou novamente, concentrando sua atenção novamente nela. — E eu, mais do que tudo neste mundo, amo você.

Charlie sorriu, apoiando a cabeça na dela, e esfregou o nariz deles afetuosamente.

— Eu também te amo.

— Ei, pombinhos, importam-se se eu me juntar a vocês? — veio a voz alegre de Elaina Dumont, que, momentos depois, caminhou até o casal da Grifinória.

— Claro que não. — disse Hermione, sorrindo. — Sente-se. — ela indicou o local onde esteve sentada antes de se sentar no colo de Charlie. — Como você está? Estamos morrendo de vontade de saber o que está acontecendo por aqui.

— Oh, tenho certeza que Neville lhe contou todos os detalhes horríveis. — murmurou Elaina, encolhendo os ombros. — Além disso, tenho certeza de que o que quer que esteja acontecendo aqui não é comparável ao que vocês quatro têm feito. Os Sonserinos têm falado sem parar sobre você, sabe? Como a maioria deles tem pais Comensais da Morte, isso não aconteceu. Não demorou muito para que todo o boato do 'conflito na Mansão Malfoy' se espalhasse. Então, eu tenho que perguntar, é verdade? Vocês quase foram pegos?

— Sim, e temos as cicatrizes para provar isso. — Charlie zombou, balançando a perna para cima e para baixo ansiosamente.

Elaina piscou: — O que isso significa?

— Harry quebrou o tabu uma noite. Foi um acidente, veja bem, mas sim. — começou Hermione trêmula. — Os Snatchers nos encontraram... Eles nos levaram para a casa dos Malfoy assim que perceberam quem éramos. Então - bem, você provavelmente pode presumir o que aconteceu a seguir... Não foi muito bonito.

— Isso é um eufemismo. — Charlie murmurou baixinho, e Elaina olhou para ele com os olhos arregalados, confusos. Exalando lentamente, ele libertou o braço esquerdo do abraço de Hermione e arregaçou a manga, revelando a cicatriz da Marca Negra desbotada.

O queixo de Elaina caiu ao vê-lo, suas mãos cobrindo a boca por um momento. Então, sem pensar, ela estendeu a mão e passou as mãos pelas palavras 'Traidor de Sangue' como se esperasse que elas desaparecessem com seu toque. Hermione virou a cabeça, escondendo as lágrimas não derramadas dos outros.

— Legal, hein? — sussurrou Charlie, com uma risada sombria. — Isso é cortesia do meu próprio pai caloteiro, que, como você pode ver, ficou um pouco feliz demais com a faca. Mas, pelo lado positivo, a maldita coisa não queimou desde então.

Putain de merde. — Elaina praguejou em francês, balançando a cabeça. — Desculpe minha linguagem, mas isso é desumano! Sinto muito, Char, mas seu pai é realmente um lunático sádico.

— Sim, bem, não são todos Comensais da Morte? — Charlie encolheu os ombros, sem se importar com esse comentário. — Quero dizer, pelo que Neville nos contou, o novo diretor também não parece tão bom. É verdade, não sei o que mais esperaria de um assassino.

Hermione se virou, boquiaberta com a franqueza cruel do namorado.

— Charlie!

— O quê? É a verdade! — ele argumentou incrédulo. — E eu te disse o que aconteceria se eu visse o nariz anormalmente grande de Snape novamente...

Mas antes que Charlie pudesse terminar de xingar o ex-Professor de Poções, o retrato do Cabeça de Javali se abriu mais uma vez. Charlie, Hermione, Elaina e todos os outros membros da promotoria ficaram em alerta, olhando em estado de choque para a passagem abertamente admitida. Então, um por um, membros da Ordem da Fênix saíram das profundezas da escuridão, aglomerando-se na sala para criar uma multidão muito maior do que antes.

Na esperança de ver mais de perto, Charlie se posicionou em frente ao buraco do retrato, com a boca ligeiramente aberta. Kingsley e Lupin estavam olhando para ele da entrada do corredor, assim como Oliver Wood, Katie Bell, Angelina Johnson e Alicia Spinnet, Gui e Fleur, e Sr. e Sra. Weasley.

— Oh, que bom ver vocês, queridos! — sorriu a Sra. Weasley, puxando Charlie, Hermione e Ron para um abraço coletivo sem perder o ritmo. — Como você está? Vocês todos parecem um pouco cansados, devo dizer...

— Agora não é a hora, Molly. — avisou Kingsley, e a Sra. Weasley franziu a testa antes de recuar para ficar ao lado do marido e de Gina, cruzando os braços sobre o peito em aborrecimento.

— Charlie, o que está acontecendo? — disse Lupin, encontrando-o ao pé da escada.

— Você-Sabe-Quem está a caminho do castelo, estamos esperando Harry voltar com alguma coisa - o que vocês estão fazendo aqui? Como vocês sabiam?

— Enviamos mensagens para o resto da Armada de Dumbledore. — Fred explicou, erguendo seu galeão. — E o promotor avisou a Ordem, então tudo virou uma bola de neve. Você não poderia esperar que todos perdessem a diversão, Char!

Charlie olhou para Ron e Hermione, que refletiu seu próprio olhar de ansiedade para ele.

— Então, o que fazemos agora, Charlie? — chamado Jorge. — Não podemos simplesmente ficar sentados esperando por Harry! Vamos reunir as tropas e começar a lutar, o que você me diz?

— Não podemos...

Charlie se interrompeu quando a entrada encantada da Sala Precisa se abriu, expondo a escada íngreme que levava para cima. Ele respirou aliviado, esperando ver Harry e Luna aparecerem do outro lado, mas seu humor mudou rapidamente de forma significativa. Para surpresa de todos, Daphne Greengrass, membro do sétimo ano da Sonserina da AD, subiu correndo as escadas, parecendo extremamente assustada e ofegante.

— Daph! — exclamou Elaina, assustada. — O que é isso? Você deveria estar vigiando...

— Eu estava, mas tive que avisar você! — Daphne gritou, com as mãos tremendo de preocupação. — Snape sabe. Ele sabe que os Indesejáveis ​​foram vistos em Hogsmeade. Ele pediu a todos os alunos e funcionários que se reportassem ao Salão Principal imediatamente.

A multidão irrompeu em murmúrios de pânico, cada um deles olhando para Charlie, Hermione e Ron em busca de respostas. Alguns dos membros da AD já estavam começando a empacotar seus suprimentos, preparando-se para se amontoar no buraco do retrato do Cabeça de Javali para escapar.

— O que devemos fazer? — sussurrou Ron ansiosamente, alto apenas o suficiente para Charlie e Hermione ouvirem. — Alguém tem um plano? Hermione?

Hermione zombou. — Por que sou sempre eu?

— Porque, caso você tenha esquecido, você deveria ser aquela com intelecto de nível genial!

— E o que exatamente você deveria ser? —

— O quê, neste grupo? Eu sou facilmente o mais sensato!

— Oh, por favor, não me faça rir...

— Vocês dois, parem com isso! — disse Charlie bruscamente, silenciando-os imediatamente. — Precisamos deter Snape de alguma forma, para dar a Harry mais tempo para encontrar a Horcrux.

Ron piscou. — Mas como devemos fazer isso? Snape vai pensar que é muito suspeito se os membros da AD não aparecerem para interrogatório!

— Então seguiremos as instruções. — disse Charlie, encolhendo os ombros. Ron e Hermione olharam para ele, completamente confusos, antes de seu amigo se virar para falar com a sala. — Todos, ouçam! — ele chamou em voz alta. — Harry ainda não voltou, então, enquanto isso, precisamos protelar Snape e os Carrows. Não seremos capazes de conseguir nada com eles à espreita.

— O que você precisa que façamos? — perguntou Neville, falando em nome da multidão. — Seja o que for, nós faremos.

Charlie sorriu apreciativamente. Sua liderança foi trazida à tona enquanto todos congelavam ao som de sua voz autoritária, ouvindo suas palavras com cuidado e atenção.

— Todos os membros da AD irão ao Salão Principal a pedido de Snape. — ele os informou. — Você terá que agir da forma mais calma e convincente possível, você não pode deixá-lo pensar que você sabe alguma coisa sobre nossa vinda aqui esta noite.

— Entendi!

— Sem problemas!

— Considere isso feito!

— Bom! Agora, seguindo em frente. — Charlie continuou, seus olhos examinando a sala. — Nev, já que não é esperado que você esteja no Salão Principal, precisarei pegar emprestadas suas vestes da Grifinória.

Com um olhar confuso para Ron e Hermione, que não puderam fornecer mais informações, Neville questionou: — O quê? Por quê?

— Porque eu serei a distração que Harry precisa. — explicou Charlie, sem se importar com o suspiro sutil de Hermione atrás dele. — Vou me misturar à multidão, esperar, e então atacarei.

— Não, absolutamente não! — argumentou Hermione, dando um passo à frente. — Você está absolutamente louco? Não há como você enfrentar Snape e os Carrows sozinho! Charlie, por favor, você mal se recuperou de Gringotes.

— Sua fé em mim está faltando muito. — Charlie zombou de brincadeira. — Além disso, quem disse alguma coisa sobre enfrentar os Comensais da Morte sozinho?

Fred e George aplaudiram.

— Então estamos brigando?

— Já estava na hora!

— Vamos fazer isso!

— Hip hip hooray! Hip hip hooray!

— O resto de vocês estará do outro lado das portas do Salão Principal. — explicou Charlie em voz alta, acalmando as preocupações de Hermione. — Você vai esperar pelo meu sinal, ok? Ao fazer isso, vamos desviar a atenção de Harry e garantir que todos os outros no Salão cheguem em segurança antes que o inferno comece. Fui claro, alguma pergunta? Quem está comigo?

Houve um grande estrondo e uma onda em direção às escadas. Charlie foi pressionado contra a parede enquanto eles passavam por ele. Os membros misturados da Ordem da Fênix, da Armada de Dumbledore e do antigo time de Quadribol da Grifinória, todos com suas varinhas guardadas, dirigiram-se para o castelo principal.

— Aqui está, Char. — Neville gritou ao passar, estendendo suas vestes extras da Grifinória, e Charlie as pegou e colocou sobre suas roupas. Hermione até o ajudou a dar o nó na gravata.

— Sinto falta de ver você de uniforme. — ela brincou.

Charlie piscou para ela. — Aposto que sim.

Atrás deles, a multidão havia diminuído significativamente. Apenas um pequeno grupo de pessoas permaneceu abaixo na Sala Precisa, e Charlie e Hermione se juntaram a eles. A Sra. Weasley estava lutando com Gina, seu dedo repreendendo. Observando, em círculo ao redor deles, estavam Rony, Lupin, Fred, George, Bill e Fleur.

— Você é menor de idade! — Sra. Weasley gritou com sua filha quando Charlie se aproximou. — Eu não vou permitir! Os meninos, sim, mas você, você tem que ir para casa!

— Eu não vou!

O cabelo ruivo flamejante de Ginny voou quando ela puxou o braço do aperto de sua mãe.

— Estou na Armada de Dumbledore...

— Uma gangue de adolescentes!

— Uma gangue de adolescentes que está prestes a enfrentá-lo, o que ninguém mais se atreveu a fazer! — argumentou Fred.

— Ela tem dezesseis anos! — gritou a Sra. Weasley. — Ela não tem idade suficiente! O que vocês dois estavam pensando ao trazê-la com vocês...

Fred e George pareciam um pouco envergonhados.

— Mamãe está certa, Ginny. — disse Bill gentilmente. — Você não pode fazer isso. Todos os menores de idade terão que sair, é justo.

— Eu não posso ir para casa! — Ginny gritou, lágrimas de raiva enchendo seus olhos. — minha família inteira está aqui, eu não aguento esperar lá sozinha e sem saber e...

Ginny olhou para Charlie suplicante, mas ele balançou a cabeça e ela se virou amargamente. Não cabia a ele dizer se Ginny deveria ficar para lutar, não importa o quanto ela se importasse - ou inegavelmente apoiasse - seu relacionamento com Hermione.

— Tudo bem. — disse ela, olhando para a entrada do túnel de volta ao Cabeça de Javali. — Vou dizer adeus agora, então, e...

Houve uma briga e um grande baque. Outra pessoa havia saído do túnel, desequilibrado ligeiramente e caído. Ele sentou-se na cadeira mais próxima, olhou em volta através dos óculos tortos de armação de tartaruga e disse: — Já é tarde demais? Já começou? Acabei de descobrir, então eu... Eu...

Percy Weasley ficou em silêncio. Evidentemente, ele não esperava encontrar a maior parte de sua família.

Houve um longo momento de espanto, interrompido por Fleur virando-se para Lupin e dizendo, em uma tentativa descontroladamente transparente de quebrar a tensão. — Então... E aí, Teddy?

Lupin piscou para ela, assustado. O silêncio entre os Weasley parecia estar se solidificando, como gelo.

— Eu - ah, sim - ele está bem! — Lupin disse em voz alta. — Sim, Tonks está com ele - na casa da mãe dela.

Percy e os outros Weasleys ainda estavam olhando um para o outro, congelados.

— Aqui, eu tenho uma foto! — Lupin gritou, tirando uma fotografia de dentro de sua jaqueta e mostrando-a para Fleur, Charlie e Hermione, que viram um bebezinho com um tufo de cabelo turquesa brilhante, agitando os punhos gordos para a câmera.

— Eu fui um tolo! — Percy rugiu tão alto que Lupin quase deixou cair sua fotografia. — Eu fui um idiota, fui um idiota pomposo, fui um...

— Idiota amante do ministério, renegado da família e sedento de poder? — sugeriu Fred, erguendo uma sobrancelha.

Percy engoliu em seco.

— Sim...

— Bem, você não pode dizer algo mais justo do que isso. — disse Fred, estendendo a mão para Percy.

A Sra. Weasley começou a chorar. Ela correu, empurrou Fred para o lado e puxou Percy para um abraço estrangulador, enquanto ele dava tapinhas nas costas dela, com os olhos fixos no pai.

— Sinto muito, pai. — Percy sussurrou. Sr. Weasley piscou rapidamente, então ele também correu para abraçar seu filho.

— O que fez você ver sentido, Perce? — perguntou Jorge.

— Já faz um tempo. — suspirou Percy, enxugando os olhos sob os óculos com a ponta da capa de viagem. — Eu sabia que tinha que encontrar uma saída, mas não é tão fácil no Ministério - eles prendem traidores o tempo todo. Consegui fazer contato com Aberforth e ele me avisou que Hogwarts iria brigar. isso, então aqui estou.

— Bem, esperamos que nossos monitores assumam a liderança em momentos como este. — disse George, em uma boa imitação da maneira mais pomposa de Percy.

— Vamos. — Ron sorriu. — Vamos subir e lutar, ou todos os bons Comensais da Morte serão levados.

— Então, você é minha cunhada agora? —sorriu Percy, apertando a mão de Fleur enquanto eles corriam em direção à escada com Gui, Fred e Jorge.

— Gina! — latiu a Sra. Weasley.

Ginny estava tentando, disfarçada nas reconciliações, subir as escadas também.

— Molly, que tal isso? — começou Lupin. — Por que Ginny não fica aqui, então pelo menos ela estará no local e saberá o que está acontecendo, mas não estará no meio da luta?

— Eu...

— Essa é uma boa ideia. — disse o Sr. Weasley com firmeza. — Gina, você fica nesta sala, está me ouvindo?

Ginny não pareceu gostar muito da ideia, mas sob o olhar incomumente severo de seu pai, ela assentiu. Sem perder o ritmo, o Sr. e a Sra. Weasley, Rony e Lupin também foram para as escadas.

— Acho que essa é a nossa deixa. — murmurou Charlie, e se virou para seguir os outros. — Vamos, Hermione.

Ele estendeu a mão para ela pegar e, após um rápido adeus a Gina, Hermione entrelaçou os dedos. Eles atravessaram a sala apressadamente e subiram as escadas que levavam ao corredor do sétimo andar. Uma vez no topo, eles encontraram uma multidão de estudantes, a maioria vestindo capas de viagem por cima dos pijamas, sendo conduzidos até o Salão Principal por professores e monitores.

— Eu provavelmente deveria entrar escondido com os Grifinórios. — sussurrou Charlie, protegendo o rosto do transeunte. — Encontre os outros, ok? Vejo você daqui a pouco.

Mas, quando ele deu um passo para o corredor, Hermione involuntariamente apertou sua mão com mais força, não querendo deixá-lo ir. Com um meio sorriso, Charlie levou as mãos aos lábios e beijou-os.

Estremecendo com a sensação de seu afeto, Hermione sussurrou: — Por favor, Charlie, tenha cuidado.

— Sempre. — disse ele, com uma risada pequena e tranquilizadora.

E com isso, ele se esgueirou no meio da multidão, desaparecendo da vista de Hermione, até que finalmente chegaram ao Salão Principal. Charlie se misturou à multidão de estudantes, mantendo a cabeça baixa como forma de não chamar atenção desnecessária para si mesmo. Ele permaneceu invisível na maior parte do tempo, sua pele murcha ajudando a esconder suas feições facilmente identificáveis.

O teto encantado do Salão Principal era escuro e salpicado de estrelas, e abaixo dele as quatro longas mesas da Casa estavam repletas de estudantes desgrenhados, alguns com capas de viagem, outros com roupões. Perto do teto, as figuras brancas peroladas dos fantasmas da escola flutuavam no ar. Escondido entre os Grifinórios, Charlie sentiu seu coração desmaiar ao ver a casa de sua infância, sua sensação de familiaridade acalmando seus nervos. A mesa dos professores ainda ficava na frente do Salão, agora guardada por Amycus e Alecto Carrow, cada um dos quais permanecia como sentinelas sinistras, seus olhos percorrendo a multidão.

Com um suspiro de alívio, Charlie rapidamente avistou rostos familiares. A Professora McGonagall, com o rosto pálido e o porte reduzido, ficou ao longo da parede direita com outros professores, incluindo o Professor Slughorn, e alguns funcionários da custódia, enquanto os Professores Flitwick e Sprout ficaram com suas próprias Casas à esquerda. Cada um dos membros da equipe usava expressões solenes, parecendo esgotados, Charlie presumiu, por suas tentativas heróicas de manter os alunos de Hogwarts a salvo do ex-Comensal da Morte.

Então, com um estremecimento de pavor, as portas do Salão Principal se abriram novamente, silenciando imediatamente a sala. Caminhando pelo corredor do meio com sua capa esvoaçante caindo aos pés, o atual Diretor de Hogwarts, Severus Snape, apareceu. A simples visão de seu nariz comprido e pontudo e de seu cabelo preto e oleoso foi suficiente para fazer o sangue de Charlie ferver, seus olhos seguindo seu ex-professor enquanto ele se dirigia à mesa dos professores, parou dramaticamente em frente a ela e se dirigiu ao multidão com sua voz desagradável.

— Muitos de vocês certamente estão se perguntando por que os convoquei aqui a esta hora. — ele anunciou, e as mãos de Charlie cerraram-se involuntariamente diante da autoridade desprezível em seu tom. — Chegou ao meu conhecimento que no início desta noite... Os Indesejáveis ​​foram avistados em Hogsmeade.

Houve uma emoção murmurada que encheu o Salão Principal; Os olhos de McGonagall brilharam de curiosidade. Independentemente da excitação, Snape levantou brevemente a voz para abafar o barulho no Salão.

— Menciono isso na esperança de que a verdade não seja suplantada por boatos. Para mim e para alguns funcionários selecionados, isso não surpreende. Há algum tempo consideramos o retorno de Potter e Hawthorne a Hogwarts não apenas possível. mas inevitável. Consequentemente, nos últimos meses e sob minha direção específica, estratégias defensivas exaustivas foram empregadas para derrotar qualquer tentativa que os Indesejáveis ​​pudessem fazer para romper essas paredes. —

— Mas saiba disso. — ele sibilou provocativamente. — Se alguém - estudante ou funcionário - tentar ajudar os Indesejáveis, essa pessoa será punida de maneira consistente com a gravidade de sua transgressão. Além disso, qualquer pessoa que tenha conhecimento desses eventos, especialmente aqueles que não se manifestarem, serão tratados como igualmente culpados.

Enquanto os aplausos irrompiam dos sonserinos no lado esquerdo do Salão Principal, Charlie sentiu suas veias pulsarem com uma raiva e um ódio insondáveis. Ele sentiu como se fosse explodir sem. A sala ficou em silêncio, entretanto, quando Snape ergueu a mão mais uma vez.

— Agora, se alguém aqui tiver algum conhecimento dos movimentos dos Indesejáveis ​​esta noite... Eu os convido a dar um passo à frente agora.

Os olhos de Snape examinaram o Salão Principal, sua capa esvoaçante o seguindo enquanto ele andava de um lado para o outro. Houve uma mudança nervosa de olhares entre os estudantes, o silêncio ricocheteando assustadoramente nas paredes. Pela primeira vez, pelo menos nas lembranças de Charlie, o Salão Principal estava tão silencioso que ele jurou que teria sido capaz de ouvir um alfinete cair do outro lado da sala, se necessário.

E então...

Passos.

Tendo ouvido o suficiente, Charlie permitiu que sua raiva o arrastasse para fora das sombras no fundo do Salão, seus braços abrindo caminho com força entre seus colegas da Grifinória. Ao vê-lo, o queixo de McGonagall ergueu-se em descrença, seus olhos floresceram com uma nova esperança. Em contraste, Snape parecia ter ficado cara a cara com um fantasma. A multidão de estudantes, no entanto, dominou os dois quando cada um deles começou a gritar de choque com a aparição repentina de Charlie.

— Parece que... — começou Charlie em voz alta, encarando Snape com um olhar furioso, seus pés parando-o na abertura do corredor do meio. — Apesar de suas 'estratégias defensivas exaustivas', você ainda tem um pequeno problema de segurança, Diretor...

A sala ficou em silêncio mais uma vez; os alunos observaram o impasse no centro da sala com antecipação. Snape, no entanto, olhou para o herdeiro de Hawthorne com um olhar de espanto e espanto por um momento, antes de seu olhar mudar quando as portas do Salão Principal se abriram atrás do jovem.

Um por um, todos os membros da Armada de Dumbledore e da Ordem da Fênix emergiram, amontoando-se em solidariedade com Hermione e Ron na linha de frente, liderando o caminho a seguir.

— E temo que seja bastante extenso.

Nada além de vingança em sua mente, Charlie manteve contato visual com os olhos negros de Snape, procurando desesperadamente por algo que valesse a pena redenção. Mas não adiantou, a raiva que corria em suas veias era forte demais. Ele havia esquecido o quanto odiava o homem que tirou a vida de seu avô, da única família verdadeira que ele conheceu...

Os Carrows, que começaram a atacar Charlie, pareceram vacilar ao ver a Armada de Dumbledore e a Ordem, pois agora se voltavam para Snape com incerteza. Levantando a mão em direção ao bolso de suas vestes da Grifinória, os olhos de Charlie se estreitaram com malícia enquanto ele olhava para o Professor Snape.

— Como você ousa ficar onde ele estava...

Snape assistiu, paralisado, enquanto Charlie tirava a varinha do bolso, apontando-a para o Diretor de maneira desafiadora. O Salão Principal irrompeu em suspiros de surpresa, e Charlie poderia jurar que ouviu um suspiro desconfortável vindo dos lábios de Hermione atrás dele. Contudo, isso não o abalou, pois a sua raiva tornou a sua capacidade de racionalizar totalmente inútil.

— Conte a eles como aconteceu naquela noite. — ele desafiou, sua voz ecoando pelo Salão. — Conte a eles como você olhou nos olhos dele - um homem que confiava em você - e o matou! Diga a eles como você assassinou meu avô a sangue frio! Vá em frente! Conte a eles!

Por um momento, a boca de Snape se abriu, como se ele pudesse tentar apelar ao melhor julgamento de Charlie, antes de se fechar mais uma vez, incapaz de dizer qualquer coisa em sua própria defesa. McGonagall estava posicionada ao lado dos outros funcionários de Hogwarts, cada um deles não parecendo mais fantasmas pálidos. Na entrada, Ron e Hermione deram um passo à frente em defesa do amigo, as mãos mexendo nas próprias varinhas.

O ar dentro do Salão Principal formigava de antecipação, a tensão era quase sufocante...

De repente, quando Snape fez um movimento repentino para recuperar a varinha da capa, McGonagall se moveu mais rápido do que Charlie jamais poderia ter acreditado; sua varinha cortou o ar, e por uma fração de segundo, Charlie pensou que Snape devia ter caído, inconsciente, mas a rapidez de seu Feitiço Escudo foi tanta que McGonagall perdeu o equilíbrio. Ela brandiu sua varinha para algumas tochas na parede e elas voaram para fora de seus suportes; Charlie, prestes a amaldiçoar Snape com sua própria varinha, foi forçado a tirar alguns alunos do caminho das chamas que desciam, que se tornaram um anel de fogo que encheu o Salão Principal e voou como um laço em direção a Snape.

Então não era mais fogo, mas uma grande serpente negra que McGonagall transformou em fumaça, que se reformou e solidificou em segundos para se tornar um enxame de adagas perseguidoras: Snape os evitou apenas forçando Alecto e Amycus Carrow à sua frente, e com ecos clandestinos, as adagas afundaram, uma após a outra, em seus peitos.

— Minerva! — disse uma voz estridente, e olhando para trás, ainda protegendo os alunos de feitiços voadores, Charlie viu os Professores Flitwick e Sprout correndo pelo corredor em direção a eles em suas roupas de dormir, com o enorme Professor Slughorn, ofegante, na retaguarda.

— Não! — gritou Flitwick, erguendo sua varinha. — Você não cometerá mais assassinatos em Hogwarts!

O feitiço de Flitwick atingiu a mesa da frente atrás da qual Snape se abrigara; com um grande estrondo, quebrou-se como um galho em pedaços. Snape lutou para se livrar das tábuas de madeira esmagadoras e as fez voar de volta em direção aos seus atacantes: Charlie e McGonagall tiveram que mergulhar de lado para evitá-los quando eles se chocaram contra a parede e se desintegraram em serragem.

Crucio! Crucio! — Charlie gritou, enquanto se levantava mais uma vez, mas Snape, em menor número, parado no epicentro do Salão, desviou feitiço após feitiço com habilidade surpreendente.

Recuando, Snape avaliou a sala, passando a varinha sobre a cabeça; as tochas mal iluminadas restantes que revestiam a parede se extinguiram repentinamente e se transformaram em fumaça, lançando o Salão Principal na escuridão completa. À medida que os alunos começaram a gritar cada vez mais alto de medo, houve um grande som sibilante que encheu a sala e então, do nada, uma entidade não identificada passou voando pelas janelas, sacudindo as vidraças antes de explodir completamente.

Instantaneamente, as tochas voltaram à vida, iluminando a Professora McGonagall, que tinha sua varinha apontada para elas. Quando um murmúrio de sussurros assustados irrompeu no Salão Principal, Charlie correu até a janela quebrada, ignorando os gritos de espanto de McGonagall, Flitwick e Sprout com o que acabara de acontecer. Com uma pontada de horror, ele viu uma enorme forma semelhante a um morcego voando pela escuridão em direção à parede do perímetro à distância.

— Covarde! COVARDE! — ele gritou com raiva. — Ele nem ficou para lutar!

Ouviram-se passos pesados ​​atrás deles e muitas bufadas: Slughorn acabara de alcançá-los.

— Charles! — ele ofegou, massageando o peito imenso sob o pijama de seda verde-esmeralda. — Meu querido garoto... Minerva, por favor, explique... Severus... O quê?

— Nosso Diretor está fazendo uma pequena pausa. — disse a Professora McGonagall amargamente, apontando para a janela. — Ele parece ter aprendido alguns truques com seu mestre.

— Ele escapou! Ele escapou, caramba! — gritou Charlie, seus punhos cerrados socando repetidamente a parede próxima. — Covarde! COVARDE!

— Charlie, pare! — veio a voz exigente de Hermione, enquanto ela conduzia os outros membros da AD pelo corredor principal do Salão Principal. — Está tudo bem, está tudo bem! Apenas relaxe...

— Não me diga para relaxar! — Charlie retrucou, mais duro do que pretendia, seu trauma agora entrelaçado com sua onda de emoções. — Essa é a segunda vez que deixo ele escapar, e eu poderia ter...

— Primeiro, tome cuidado com seu tom comigo. — disse Hermione calorosamente, embora ela tivesse dado um passo para trás assim que ele levantou a voz. — Segundo, eu sei que você está chateado, mas temos problemas maiores agora, certo? Então, por favor, acalme-se!

Recuperando o juízo, Charlie respirou fundo, guardou a varinha no bolso e murmurou: — Você está certa... Sinto muito.

Hermione conseguiu dar um sorriso desconfortável.

— Está tudo bem, eu entendo.

— Charles! — chamou a Professora McGonagall, apertando o coração. — Charles... Você está aqui! O quê? Como? — ela lutou para se recompor. — Charles, isso foi incrivelmente tolo!

— Gosto de fazer uma entrada. — disse Charlie, encolhendo os ombros.

— Charles, não posso acreditar... Isso foi muito... Muito galante da sua parte... Mas você não percebe?

— Sim, eu quero, mas isso não importa. — Charlie assegurou-lhe, pois de alguma forma o pânico dela o acalmou. — Professora McGonagall, Você-Sabe-Quem está a caminho.

A boca de McGonagall caiu aberta, suas mãos agarradas à gola de seu velho roupão xadrez enquanto ela trocava olhares preocupados com os professores Flitwick, Slughorn e Sprout, cada um dos quais combinava com sua expressão de olhos arregalados.

— Então você deve fugir. — sussurrou a Professora McGonagall. — Agora, Charles, o mais rápido que puder! Leve Granger e Weasley com você...

— Não podemos. — argumentou Charlie. — Harry está procurando alguma coisa. Professor, você sabe onde está o diadema da Corvinal?

— O diadema da Corvinal? Claro que não - não está perdido há séculos? — McGongall se endireitou um pouco. — Charles, foi uma loucura, uma loucura total, você entrar neste castelo...

— Eu tive que fazer isso, professora. — disse Charlie rapidamente, lançando um olhar na direção de Ron e Hermione. — Estamos agindo sob as ordens de Dumbledore, temos que encontrar o que ele queria que encontrássemos! Mas temos que tirar os alunos enquanto Harry vasculha o castelo.

— Você está agindo sob ordens de Dumbledore? — McGonagall repetiu, com uma expressão de admiração. Então, ela se ergueu ao máximo. — Devemos proteger a escola contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado enquanto Potfer procura por este - este objeto.

— Isso é possível?

— Acho que sim. — disse McGonagall secamente. — Nós, professores, somos muito bons em magia, você sabe. Tenho certeza de que seremos capazes de segurar Você-Sabe-Quem por um tempo se todos nós colocarmos nossos melhores esforços nisso. Claro, seria realmente aconselhável tirar o máximo possível de pessoas inocentes do caminho. Com a rede de Flu sob observação e a aparatação impossível dentro do terreno...

— Há um caminho. — Ron entrou na conversa. — Há uma passagem para fora da Sala Precisa, para o Cabeça de Javali.

— Weasley, estamos falando de centenas de estudantes...

— Podemos usar os Elfos Domésticos! — exclamou Hermione, evocando um plano. — Eles podem aparatar e desaparatar no terreno, não podem? Podemos pedir-lhes ajuda! Se Você-Sabe-Quem e os Comensais da Morte estão se concentrando nos limites da escola, eles não estarão interessados ​​em ninguém que esteja desaparatando fora de casa.

— Definitivamente há algo nisso, Srta. Granger. — McGonagall concordou, e voltou sua atenção para o resto dos curiosos membros da equipe. — Aquele-que-não-deve-ser-nomeado está chegando. — Sprout e Flitwick engasgaram; Slughorn soltou um gemido baixo. — Os Indesejáveis ​​têm trabalho a fazer no castelo por ordem de Dumbledore. Precisamos colocar em prática todas as proteções que somos capazes enquanto Potter procura por tudo o que eles precisam encontrar.

— Você percebe, é claro, que nada do que fizermos será capaz de impedir a entrada de Você-Sabe-Quem indefinidamente? — guinchou Flitwick.

— Mas podemos segurá-lo. — argumentou a professora Sprout.

— Obrigada, Pomona. — disse a Professora McGonagall, e entre as duas bruxas houve um olhar de compreensão sombria. — Sugiro que estabeleçamos proteção básica ao redor do local, depois reunamos nossos estudantes e nos reunamos no pátio. A maioria deve ser evacuada, embora se algum dos maiores de idade desejar ficar e lutar, acho que deveria ter a chance.

— Concordo. — disse a Professora Sprout, já correndo em direção à porta. — Encontrarei você no pátio em vinte minutos. — e enquanto ela corria para fora de vista, Charlie podia ouvi-la murmurando. — Tentacula. Armadilha do Diabo. Vagens de Snargaluff... Sim, eu gostaria de ver os Comensais da Morte lutando contra eles.

— Posso agir daqui. — disse Flitwick, e embora mal conseguisse enxergar, apontou a varinha pela janela quebrada e começou a murmurar encantamentos de grande complexidade. Charlie ouviu um barulho estranho, como se Flitwick tivesse liberado a força do vento no terreno, e então uma cúpula - uma cúpula de luz azul 2 ergueu-se do chão, circundando o castelo.

— Professor. — Charlie disse, aproximando-se do pequeno mestre de Feitiços. — Professor, sinto muito interromper, mas isso é importante. Você tem alguma ideia de onde está o diadema da Corvinal?

Protego Horribilis - o diadema da Corvinal? — guinchou Flitwick, surpreso. — Um pouco de sabedoria extra nunca é demais, Hawthorne, mas não acho que seria de muita utilidade nesta situação!

— Eu só quis dizer... Você sabe onde fica? Você já viu?

— Viu? Ninguém nunca viu isso! Há muito tempo perdido, garoto!

Charlie sentiu uma mistura de desesperada decepção e pânico. O que era então a Horcrux?

— Depois que terminar, Filius, acompanhe seus Corvinais até o pátio! — disse a Professora McGonagall, inclinando a cabeça por cima do ombro.

Membros da AD e da Ordem da Fênix tinham acabado de se reunir na frente do Salão Principal quando Slughorn começou a falar.

— Minha palavra. — ele bufou, pálido e suado, seu bigode de morsa tremendo. — Que tarefa! Não tenho certeza se isso é sensato, Minerva. Ele certamente encontrará uma maneira de entrar, você sabe, e qualquer um que tente atrasá-lo correrá grave perigo...

— Espero você e os Sonserinos no pátio em vinte minutos também. — instruiu a Professora McGonagall. — Se você deseja partir com seus alunos, não iremos impedi-lo. Mas se algum de vocês tentar sabotar nossa resistência ou pegar em armas contra nós dentro deste castelo, então, Horace, duelaremos para matar.

— Minerva! — ele disse, horrorizado.

— Chegou a hora da Casa Sonserina decidir sobre sua lealdade. — interrompeu a Professora McGonagall. — Vá e reúna seus alunos, Horace.

Charlie não ficou para ver Slughorn balbuciar. Ele, Ron e Hermione seguiram a Professora McGonagall, que havia se posicionado no meio do Salão e ergueu sua varinha. — Piertotum... Ah, pelo amor de Deus, Filch, agora não...

O idoso zelador acabava de aparecer mancando, gritando: — Alunos, fora da cama! Estudantes nos corredores!

— Eles deveriam estar fora da cama, seu idiota! — gritou McGonagall. — Agora vá e faça algo construtivo! Encontre Pirraça!

— P-Pirraça? — gaguejou Filch como se nunca tivesse ouvido esse nome antes.

— Sim, Pirraça, seu idiota - Pirraça! Você não reclama dele há um quarto de século? Vá buscá-lo imediatamente!

Filch evidentemente pensou que a Professora McGonagall havia perdido o juízo, mas saiu mancando, com os ombros curvados, resmungando baixinho.

— E agora - Locomotor Piertotum! — gritou a professora McGonagall, e ao longo de todo o corredor externo, Charlie observou através das portas do Salão Principal enquanto as estátuas e armaduras saltavam de seus pedestais, e pelos estrondos ecoantes dos andares acima e abaixo, ele sabia que seus companheiros em todo o castelo fez o mesmo.

Sem perder o ritmo, todos os olhos, vivos e mortos, se fixaram na Professora McGonagall, que agora falava da plataforma elevada no topo do Salão. Atrás dela estavam os professores restantes, incluindo o centauro palomino, Firenze, e os membros da Ordem da Fênix que haviam chegado para lutar.

— Atenção, atenção! Hogwarts está sendo ameaçada, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado está a caminho! Nossos protocolos de evacuação serão supervisionados pelo Sr. Filch e Madame Pomfrey. Monitores, quando eu der a ordem, vocês irão organize sua casa e leve seus pupilos, de forma ordenada, ao ponto de evacuação.

Muitos dos estudantes pareciam petrificados. No entanto, enquanto os olhos de Charlie examinavam as paredes, examinando a sala em busca de qualquer sinal de Luna ou Harry, Ernie Macmillan levantou-se na mesa da Lufa-Lufa e gritou: — E se quisermos ficar e lutar?

Houve uma salva de palmas.

— Se você for maior de idade, pode ficar. — respondeu a Professora McGonagall.

— E as nossas coisas? — chamou uma garota na mesa da Corvinal. — Nossos baús, nossas corujas?

— Não temos tempo para recolher os pertences. — disse a Professora McGonagall rapidamente. — O importante é tirá-lo daqui em segurança. Já colocamos proteção ao redor do castelo, mas é improvável que aguente por muito tempo, a menos que a reforcemos. Devo pedir-lhe, portanto, que se mova com rapidez e calma, e façam como seus monitores...

Mas suas palavras finais foram abafadas quando uma voz diferente ecoou por todo o Salão. Estava alto, frio e claro. Não havia como saber de onde veio; parecia sair das próprias paredes. Tal como o monstro que uma vez comandou, poderia ter permanecido adormecido ali durante séculos.

Eu sei que você está se preparando para lutar.

Houve gritos entre os estudantes, alguns dos quais se agarraram uns aos outros, olhando em volta aterrorizados em busca da origem do som.

Seus esforços são inúteis. Você não pode lutar comigo. Eu não quero matar você. Tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico.

Agora havia silêncio no Salão, o tipo de silêncio que pressiona os tímpanos, que parece grande demais para ser contido pelas paredes.

Dê-me Harry Potter. — disse a voz de Voldemort. — E ninguém será ferido. Dê-me Harry Potter e deixarei a escola intocado. Dê-me Harry Potter e você será recompensado. Você tem até meia-noite.

O silêncio engoliu todos novamente. Todas as cabeças se viraram, todos os olhos no local pareciam ter encontrado Charlie, Ron e Hermione, para mantê-los congelados sob o brilho de milhares de raios invisíveis. Então uma figura levantou-se da mesa da Sonserina, e Charlie reconheceu Pansy Parkinson quando ela levantou um braço trêmulo e gritou, — Vamos encontrar Potter! Ele está em algum lugar no castelo! Alguém pegue seus amigos como forma de troca!

Antes que Charlie pudesse falar, houve um grande movimento. Os grifinórios à sua frente se levantaram e ficaram de frente, não para os três em questão, mas para os sonserinos. Então os Lufa-Lufas se levantaram, e quase no mesmo momento, os Corvinais, todos de costas para os Indesejáveis, todos olhando para Pansy, e Charlie, pasmo e oprimido, viu varinhas surgindo por toda parte, puxadas de debaixo das capas e por baixo das mangas.

— Obrigada, Srta. Parkinson. — disse a Professora McGonagall com uma voz entrecortada. — Mas temo que isso não seja necessário - Filch! — ela exigiu, e o zelador apontou sua cabeça feia de volta para a sala. — Acompanhe a Srta. Parkinson e qualquer outra pessoa que não queira lutar, desde o local até novo aviso.

Charlie ouviu o barulho dos bancos, depois o som de alguns sonserinos marchando do outro lado do Salão. Lentamente, as quatro mesas da Câmara foram se esvaziando. A mesa da Sonserina estava quase completamente deserta, mas vários membros mais velhos da Corvinal permaneceram sentados enquanto seus colegas saíam; ainda mais alunos da Lufa-Lufa ficaram para trás, e metade da Grifinória permaneceu em seus assentos, sendo necessária a descida da Professora McGonagall da plataforma dos professores para advertir os menores de idade em seu caminho.

— Absolutamente não, Creevey, vá! E você, Peakes!

Charlie conduziu Rony e Hermione até os outros Weasleys, que estavam todos sentados juntos à mesa da Grifinória.

— Só temos uma hora até a meia-noite, então precisamos agir rápido. — disse ele ansiosamente. — Mas o que exatamente faremos a partir daqui?

— Os Professores Flitwick, Sprout e McGonagall vão levar grupos de lutadores até as três torres mais altas - Corvinal, Astronomia e Grifinória - onde terão uma boa visão geral, posições excelentes para fazer feitiços. — explicou Kingsley. — Enquanto isso, Remus, Arthur e eu levaremos grupos até a borda das muralhas do castelo. Precisaremos de alguém para organizar a defesa das entradas das passagens da escola...

— Parece um trabalho para nós. — disse Fred, indicando a si mesmo e a George, e Kingsley acenou com a cabeça em aprovação.

— Tudo bem, líderes aqui em cima e vamos dividir as tropas! Os Elfos Domésticos estão dispostos a ajudar no transporte de pessoas para um local seguro. A Ala Hospitalar será o porto de escala para evacuações médicas e será vigiada. para o Salão Principal, se necessário.

— Charles. — disse a Professora McGonagall, correndo até ele, enquanto os alunos inundavam a plataforma, disputando uma posição, recebendo instruções. — Você tem alguma ideia de onde Potter pode estar no meio de tudo isso?

— Não. — Charlie balançou a cabeça. — Ele saiu com Luna há algum tempo, ninguém o viu desde então.

— Ele provavelmente encontrou o que procuramos. — disse Hermione esperançosa, enquanto ela e Ron se aproximavam de Charlie. — É por isso que ele está demorando tanto, ele está tentando encontrar uma maneira de destruí-lo.

— Mas Grampo pegou a espada. — lembrou Ron, apesar do súbito olhar confuso de McGonagall sobre o que eles estavam falando. — Mesmo que ele tenha conseguido localizar o diadema, como ele pretende destruí-lo?

Charlie beliscou a ponta do nariz e disse: — Sem mencionar que ainda temos o outro para destruir. Hermione o colocou em sua bolsa de contas, lembra?

McGonagall franziu as sobrancelhas, olhando entre os três com total curiosidade.

— O que você está falando?

Charlie deu uma risadinha: — É uma longa história, professora...

— Espere! — disse Ron abruptamente, e Charlie e Hermione pularam com a urgência em sua voz. — Veneno de Basilisco!

— Sim, Ronald, sabemos que a espada estava impregnada com veneno de basilisco quando Charlie... — Hermione começou, mas ela rapidamente se interrompeu quando uma expressão de surpresa maravilhosa substituiu a expressão tensa em seu rosto. — Quando Charlie matou o basilisco na Câmara Secreta. Oh meu Deus, Ron! Isso é brilhante!

Ron sorriu positivamente sob a admiração dela, e Charlie, compreendendo rapidamente, perguntou-se como ele poderia se sentir tão satisfeito na atmosfera de destruição iminente em que eles viveram por tanto tempo.

— Rony, você é um gênio! — ele ficou impressionado, bagunçando o cabelo do amigo em uma demonstração fraterna de afeto. — Se sairmos agora, podemos coletar algumas presas da câmara e encontrar Harry aqui.

— Mas, querido, como você espera que entremos? A Câmara só abre para aqueles que ordenam que abra em língua de cobra. — disse Hermione com naturalidade, os braços cruzados em decepção. — Teremos que esperar até Harry...

— Não podemos esperar tanto tempo. — interrompeu Charlie, implorando com os olhos. — Voldemort está a caminho agora. — Ron engasgou. — O quê? Podemos muito bem usar o nome dele, companheiro, porque ele vai tentar nos matar de qualquer maneira. Mas temos que destruir a taça para vencê-lo, e temos que estar prontos para destruir o diadema. Da última vez Harry e eu entramos na Câmara, ouvi como ele abriu a porta e acho que posso repetir de alguma forma.

— Isso é bom o suficiente para mim. — disse Ron com uma risada estranha. — Será bom tentar, pelo menos, certo?

— Mas como vamos voltar? Fawkes não te trouxe da última vez? — perguntou Hermione, que não pôde deixar de expressar sua última preocupação.

— Bem... Vamos voar de volta de novo. — sugeriu Charlie, e ele sacou sua varinha mais uma vez e acenou. — Accio Nimbus 2000!

Num instante, a vassoura elegante e brilhante, com 'Nimbus Dois Mil' escrito em ouro no topo do cabo de mogno, veio zunindo da janela quebrada pela qual Snape havia escapado. Segurando a vassoura com uma mão, Charlie estendeu a mão para Hermione com a outra. Apesar do lábio inferior ansioso entre os dentes, ela gentilmente pegou a mão dele e acenou com a cabeça em aprovação ao plano.

— Ok, isso vai funcionar. — Ron sorriu, e o retorno à Câmara Secreta afastou momentaneamente todos os outros pensamentos de suas mentes.

Charlie se virou para se dirigir a McGonagall surpresa, dizendo: — Professora, temos que...

— Então vá, Charles, vá!

— Certo - sim.

— Ah, e por falar nisso, Charles. — chamou McGonagall, sorrindo para si mesma, antes que os grifinórios começassem a se mover. — É bom ver você.

— Você também, professora.

E com isso, Charlie conduziu Hermione e Ron em direção à saída, o Nimus 2000 debaixo do braço. Antes de passarem pela soleira, entretanto, Hermione se virou e disse por cima do ombro: — Elaina, se Harry voltar antes de nós, por favor, diga a ele que fomos ao banheiro feminino do segundo andar.

A intercambista francesa pareceu perplexa por um momento, mas depois concordou em transmitir sua mensagem.

— Espere, onde vocês três estão indo? — a Sra. Weasley gritou atrás deles. — Ronaldo! RONALD!

— Desculpe, mãe! — ele gritou de volta. — Eu vou explicar mais tarde!

E antes que outro protesto ressoasse no ar, Charlie, Ron e Hermione correram para o lotado Hall de Entrada, ignorando os olhos que seguiam cada movimento deles enquanto corriam. Eles se deixaram levar pela escada de mármore junto com o transeunte, mas no segundo andar, os três grifinórios correram pelo corredor deserto em direção ao banheiro da Murta Que Geme.

— A Sra. Weasley vai nos matar, você sabe. — Charlie ofegou enquanto eles corriam pelo corredor. — Mesmo que consigamos sair vivos desta maldita câmara.

Ron riu, segurando uma pontada na lateral do corpo. — Estou surpreso por termos conseguido sobreviver à ira dela por tanto tempo, para ser honesto.

— Rapazes, concentrem-se! — repreendeu Hermione, embora houvesse um fantasma de um sorriso curvando-se em seus próprios lábios. — Estamos ficando sem tempo!

O som de centenas de pessoas marchando em direção à Sala Precisa acima deles ficou cada vez mais alto. Os monitores gritavam instruções, tentando acompanhar os alunos em suas próprias casas; Charlie ouviu os gemidos dos alunos mais novos, enquanto os mais velhos chamavam desesperadamente pelos amigos ou irmãos.

É isso, ele pensou. O fim está chegando, é hora da guerra.

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