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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO SESSENTA E CINCO
─── LEVADO EMBORA E FORÇADO A OBEDECER
SEUS GRANDES OLHOS castanhos pareciam temerosos, sua boca ligeiramente aberta. Um adolescente, com cerca de dezesseis anos, parecia em estado de choque ao ficar cara a cara com um homem diabólico, alto e esquelético, com um rosto mais branco que um crânio e olhos escarlates lívidos. O trovão ribombou à distância, criando uma vasta escuridão e uma sensação de imenso perigo.
Os olhos do menino desviaram-se ligeiramente do homem à sua frente. Ele olhou ao redor do vestíbulo da bela mansão. Havia várias figuras escuras boquiabertas para ele, silenciosas como se esperassem por algo. E, no entanto, o olhar do menino caiu sobre um ponto logo acima do homem diabólico. Olhando para as escadas, ele viu um adolescente loiro de sua idade, segurando sua varinha trêmula em suas mãos pálidas.
O rosto de Draco Malfoy mal foi visto entre as sombras quando um raio iluminou o céu noturno através das janelas, e a chuva caiu em torrentes dos céus.
O menino foi empurrado para a frente pelo homem cruel atrás dele, a quem ele tinha vergonha de chamar de pai. Seus olhos castanhos dourados se voltaram para o diabo, ele tentou gritar, mas seu pai colocou a mão sobre sua boca. Seu cabelo castanho escuro caiu, quase escondendo seus límpidos olhos castanhos. Sua pele pálida e magra tinha uma cor doentia, fazendo-o parecer extremamente doente.
— Fique quieto, garoto. — seu pai silenciou em um sussurro raivoso. — Os adultos estão falando.
Com um olhar de satisfação cruel, o homem com olhos escarlates vívidos examinou o menino. Um sorriso lascivo se estendeu em seu rosto. Seu sorriso maligno e o brilho sombrio em seus olhos enervavam as pessoas mais próximas a ele. Apesar da vontade do pai, o menino lutou, girando e socando loucamente.
— Suficiente! — seu pai latiu, segurando os pulsos de seu filho com mais força, fazendo o menino estremecer. — Você está fazendo papel de bobo diante da grandeza. — ele encontrou os intrusos olhos vermelhos do diabo e curvou-se. — Meu Senhor.
— Hawthorne. — o garoto ouviu o Lorde das Trevas rosnar com puro veneno. — Nós estivemos esperando você.
— Estou aqui, meu Senhor. — disse seu pai trêmulo, embora seu aperto nos pulsos de seu filho não afrouxasse. — Como você pediu... E eu trouxe o menino.
— Entendo. — afirmou a voz fria e sombria do homem diabólico. O menino quase podia sentir seu pai se encolher com o tom da voz do Senhor.
Era impossível ignorar o olhar que o menino recebia daquele-que-não-deve-ser-nomeado, enquanto seus olhos carmesim perfuravam o lado de sua cabeça em busca de respostas que ele lutava para encontrar.
— Charles, meu garoto. — Voldemort sussurrou, seu rosto se contorcendo em um sorriso sinistro. — É tão bom ver você de novo. Pensou duas vezes antes de se juntar a nós, não é?
Charlie parecia apavorado, mas olhou para Voldemort, sem se mover para trás, apesar de sua proximidade. Ele ainda não tinha dito nada quando a porta da mansão se abriu, e o familiar rosto carrancudo do Professor Severus Snape apareceu na porta. As vestes negras esvoaçantes o faziam parecer ainda mais pálido do que o normal quando ele entrou, mas quando ele viu o garoto Hawthorne preso, ele pareceu ficar ainda mais pálido. Ele deu um passo em direção a Charlie, mas pareceu se conter e redirecionou sua atenção para o Lorde das Trevas.
— Você chamou? — ele levantou uma sobrancelha, silenciosamente pedindo uma explicação.
De repente, houve uma briga entre a multidão de Comensais da Morte. Bellatrix Lestrange, revelando-se sob seu capuz preto, deu um passo à frente. Snape assentiu para reconhecer a presença dela, mas seus olhos permaneceram no menino que tremia de terror. Foi apenas seu domínio da Oclumência que lhe permitiu manter um olhar desinteressado em seu rosto.
Bellatrix soltou uma lufada de ar, soprando os fios de cabelo de seus olhos. Suas palavras eram perigosas, mas sua voz era preguiçosa. — E você demorou.
O rosto de Snape não mudou. — Eu não venho à sua disposição, Bella.
— No entanto, aqui está você.
Ele olhou para além dela, tentado a revirar os olhos, e olhou para o prisioneiro imóvel, que estava firmemente nas mãos do ex-Ministro da Magia, Fenwick Hawthorne.
— É quem eu acho que é?
— Na própria carne. — Voldemort falou lentamente, e a garganta de Charlie se fechou de medo. — Emocionante, não é? Diante de você, Severus, está o futuro membro mais jovem de nossa família... O mais novo depois do filho de Malfoy, quero dizer.
A mente de Snape estava correndo. Charlie percebeu que o professor ficou chocado com essa nova informação. Havia algo parecido com pena nos olhos de Snape enquanto ele olhava entre Charlie e Draco. Quando ele processou as palavras de Voldemort, sinos de alerta dispararam na cabeça de Snape.
— Meu Senhor. — ele murmurou hesitante, e olhos vermelhos imediatamente caíram sobre ele. — Devo perguntar, você tem certeza de que esta é a decisão mais adequada? Eles são crianças, com certeza não podem...
— Eu acredito que você descobrirá que eles podem ser muito úteis, Severus. — interrompeu a voz de pesadelo de Voldemort. — Especialmente quando você souber o que planejei para cada um deles.
— N-Não... Por favor, você não pode fazer isso. — Charlie resmungou em um sussurro enquanto um arrepio de mau presságio percorria sua espinha.
Por uma fração de segundo, o rosto de Snape não exibiu mais a expressão odiosa e carrancuda pela qual ele era famoso, mas sim uma expressão de tristeza e pesar.
— Certamente, deve haver uma opção melhor...
— Absurdo! — dispensou Fenwick imediatamente, puxando o pulso de Charlie mais uma vez. — Garoto tolo, ele não sabe do que está falando. Perdoe-me, meu senhor. Talvez eu deva soltar a língua dele um pouco?
A careta ameaçadora de Voldemort cresceu. — Você deve.
Charlie tentou lutar, mas quase não tinha mais impulso. Ele foi deixado parado no meio da Mansão Malfoy, preso com os personagens de seus pesadelos. Houve uma agitação à esquerda dele, onde os Comensais da Morte estavam, e ele notou que eles o observavam com uma curiosidade curiosa.
— Oh bom! — riu Bellatrix, praticamente pulando de excitação. — Deixe-me fazê-lo! Ficarei feliz em fazê-lo, meu Senhor.
— Não. — uma voz diferente berrou, e Charlie olhou para cima para ver Narcissa Malfoy desfilando escada abaixo, Draco em seus calcanhares. — Deixe meu filho fazer isso. Deixe-o provar que estava destinado a mostrar a marca.
— Ótima ideia, Cissy! — Bellatrix sorriu, seu sorriso perverso crescendo.
Draco, no entanto, claramente não havia concordado em cumprir as precauções necessárias contra Charlie. Seus olhos se arregalaram e Charlie o observou engolir em seco de nervosismo. Os dois garotos trocaram um olhar lamentável, inconscientemente imaginando no que eles haviam se metido.
Pela primeira vez, Charlie notou a bandagem branca enrolada no antebraço esquerdo de Malfoy, que estava úmido de sangue. Ao perceber os olhos errantes de Charlie, Draco abaixou a manga do paletó com um bufo, fingindo que estava bem. Charlie percebeu o medo por trás dos olhos do menino, no entanto, e abriu a boca para pedir sua ajuda. Seu pai finalmente chegou antes dele quando a voz alta e raivosa de Fenwick ecoou pela sala.
— Foi ideia minha. — ele latiu, e Bellatrix franziu a testa com o maior desapontamento. — E ele é meu filho.
Sem ter um momento para reagir, Charlie foi jogado no chão duramente. Ele estava pronto para usar os poucos segundos que tinha como uma oportunidade para escapar, mas quando ele se virou, ele se deparou com a varinha de seu pai apontada diretamente para ele.
— P-Pai, por favor...
— Crucio!
O encantamento foi murmurado com um veneno tão profundo que era quase ensurdecedor quando ricocheteou nas paredes. O jato de luz vermelha voou da ponta de sua varinha e atingiu o peito de Charlie, e uma única lágrima escorreu por sua bochecha quando ele caiu no chão, sacudindo-se incontrolavelmente.
Charlie gritou em pura agonia quando começou a se contorcer de dor. Seus gritos de dor atravessaram a mansão, mas não causaram nada além de um alvoroço de alegria da colônia de Comensais da Morte que assistia. Parecia que um enorme buraco estava se abrindo dentro de Charlie, tudo estava desmoronando por dentro, torcendo-se nesse miserável e frio vácuo negro.
Como uma onda, partiu de sua espinha. Dezenas de estalos ecoaram por seu corpo e, por uma fração de segundo, parecia que todos os seus ossos estavam sendo quebrados. Charlie se contorceu no chão, incapaz de lidar. Seus movimentos apenas intensificaram a dor, e ele percebeu isso tarde demais. Um grito escapou de sua garganta, erguendo-se no ar, igual ao de uma vítima levada por um assassino.
Ele doía por inteiro. Quase não havia luz, tudo estava escuro e Charlie sentiu como se seu corpo fosse desistir. Ele gritou até ficar rouco pela dor agonizante que se espalhou como um incêndio por todo o seu corpo. Seus olhos se fecharam enquanto ele entrava e saía da realidade.
— Seu tolo! — sibilou uma voz, cheia de raiva, — Se o menino morrer em suas mãos, você terá que pagar um inferno! Você não entende o conceito simples de como pode parecer se ele não retornar a Hogwarts?! Todos estarão procurando ele! Você está implorando por suspeitas!
— Ele não vai morrer, Severus. — respondeu uma voz entediada. — Já vi meu filho passar por coisas piores.
— É melhor você esperar que ele não morra.
— Fale baixo, Severus, eu gostaria de lembrá-lo de que esta é a minha mansão. — veio a voz calma e feminina de Narcissa Malfoy mais uma vez.
A voz de resposta, agora quase mortalmente silenciosa, tornou-se impossivelmente mais ameaçada por trás dela. — Você perdeu quase tudo, Malfoy. Seu marido está trancado em Azkaban por seu comportamento imprudente, e parece que não aprendemos nada com seu sacrifício! Se eu fosse você, agiria com muito, muito cuidado.
Para isso, não houve resposta. Na verdade, a dor que se espalhava pelo corpo de Charlie parecia diminuir, e ele ofegava febrilmente no chão, tentando recuperar o fôlego. A luz cintilou na parte de trás das pálpebras de Charlie, e elas se abriram, cautelosas.
Charlie protegeu os olhos quando uma varinha acesa apareceu em seu rosto, seu dono ajoelhado ao lado dele. Olhando para cima novamente e para o rosto de seu perpetrador, ele podia ver o sorriso presunçoso de seu pai olhando para ele, e uma onda de ódio inundou as veias de Charlie. Ele olhou para ele com a maior aversão.
— Você está pronto para aceitar o presente que o Senhor está disposto a conceder a você? — Fenwick perguntou, zombando maliciosamente. Charlie empalideceu, tentando esconder seu terror por trás de seu ódio.
— Foda-se. — ele cuspiu, mas sua voz era quase inaudível de tanto gritar.
Bellatrix parecia ser a única que tinha ouvido os palavrões do menino e, consequentemente, disparou um jato laranja de magia em Charlie, o que o fez se debater como um homem se afogando até que Snape inevitavelmente interveio.
Ele levantou uma mão desdenhosa em sua direção, e sua varinha baixou relutantemente. — Tenho a impressão de que o Lorde das Trevas exige que Hawthorne esteja em um estado físico e mental apto. Então, pelo amor de Merlin, é melhor você não desmembrar ou mandá-lo para a quebra de insanidade para o nosso bem.
— Você não quer se juntar a nós para algum esporte, Severus?
A pergunta implicava e implorava uma série de coisas, e Charlie estremeceu com o pensamento.
— Eu nunca disse que não iria. — Snape sorriu levemente. — Mas ainda tenho uma tarefa a cumprir em Hogwarts, e não posso desperdiçar meu dia hospedando nosso, ah, convidado especial aqui.
Os olhos de Snape encontraram os de Charlie através da cortina de seu cabelo preto e oleoso. Era difícil para o coração não quebrar ao som dos gemidos tristes de Charlie.
Por mais que tentasse, Charlie não conseguia impedir que as lágrimas vazassem de seus olhos enquanto ele permanecia congelado. De repente, ele perdeu a simplicidade de sua vida. O sorriso reconfortante de seu avô, a risadinha adorável de Hermione, os comentários atrevidos de Harry, a incapacidade de Ron de parar de comer, a gentileza radiante de Elaina e sua casa em Hogwarts - mas tudo foi tirado dele.
Seus gritos de socorro variaram, cada um contando uma história diferente. Um grito agudo, mais parecido com um lamento, era de descrença, com uma corrente de terror alimentando-o. Um grito, baixo e primitivo, revelou sua compreensão de seu destino exposto a ele - um destino para morrer em dor. Um longo grito mantido por segundos não falava de nada além de uma dor que o consumia. E ainda, de alguma forma, Charlie estava acostumado com todos os três.
— Já chega. — o Lorde das Trevas instruiu Fenwick, aristocrático na execução. Fenwick imediatamente vacilou e controlou suas ações, levantando-se mais uma vez.
Houve um suspiro pesado de Fenwick, que parecia uma criança pega em flagrante. — Eu sei, meu Senhor. Sinto muito.
Voldemort, seus olhos fixos no menino tremendo de medo, avançou, passou por Fenwick e se ajoelhou na frente de Charlie. Charlie, sabendo que seu tempo havia acabado, a menos que ele agisse, rapidamente se arrastou para trás, determinado a permanecer o mais longe possível do homem diabólico.
O Lord das Trevas apenas riu, saboreando o medo que incutiu no garoto de dezesseis anos; Snape observou cuidadosamente, sua mão se contraindo, querendo fazer alguma coisa; Draco demonstrou verdadeira covardia enquanto se escondia atrás de sua mãe; Bellatrix lançou um olhar de cruel satisfação, esperando que algo fosse feito; e Fenwick sorriu como se estivesse esperando por esse momento há muito tempo.
— O que vamos fazer com você, Charles? — Voldemort perguntou, seu tom tinha uma pitada de diversão. — Veja, estou ficando um pouco impaciente aqui, então, a menos que você queira ser vítima da Maldição Cruciatus de novo...
— Não! — Charlie resmungou, com as bochechas manchadas de lágrimas.
— Muito bem, então. — rosnou Voldemort, seus lábios se curvando em um sorriso perverso. — Pela última vez, você está disposto a se juntar a nós? Acredite em mim, garoto, você faria melhor em não recusar tais graciosos presentes oferecidos a você pela segunda vez.
Charlie entrou em pânico, sua garganta entupida de emoção. — Por favor, eu n-não posso...
— Se eu puder fornecer uma anedota de persuasão. — Fenwick rosnou, aparentemente não querendo deixar seu filho sair ileso. Charlie olhou para ele horrorizado enquanto continuava: — É você ou a garota...
E assim, Charlie estava preso. Parecia que o peso do mundo descansava em seu peito. Era difícil respirar, pensar, fazer qualquer coisa. O ar escapou de seus pulmões mais rápido do que entrou, as lágrimas escorriam por seu rosto de menino enquanto suas mãos apertavam seu cabelo castanho escuro... Por que ele não conseguia respirar?
Eu vou morrer, eu vou morrer.
O mantra se repetia como uma oração, um apelo a qualquer deus que cuidasse dele para ajudá-lo, para deixá-lo morrer ou, de alguma forma, sobreviver ao que ele estava prestes a fazer.
Ele franziu ainda mais a testa, mergulhando nas memórias. O coração de Charlie doeu por Hermione mais do que nunca. Seus sentimentos por ela eram maiores do que qualquer dor que ele já sentiria. Suas intenções a esse respeito são, pela primeira vez, surpreendente e gloriosamente claras. Ele faria qualquer coisa para protegê-la dos demônios com os quais se encontrava atualmente.
Charlie amava Hermione mais do que tudo. Tanto assim, que ele prefere passar o resto de sua vida chafurdando no sofrimento do que ter que viver sem ela. E assim, quando as palavras saíram dos lábios de seu pai, ele se decidiu. Colocar Hermione em perigo não era uma opção, não depois de tudo que ele teve que sacrificar para garantir a segurança dela.
Ele não veio até aqui só para chegar até aqui.
— O-Ok. — ele respirou trêmulo, e sua inocência infantil pareceu morrer naquele instante. — Ok, tudo bem. Por favor... Eu farei isso.
Hermione Granger pode ter sido sua fraqueza, mas não havia criptonita melhor. Nada era tão ameaçador para Charlie quanto a mera ideia de seus erros colocando em perigo a mulher que amava.
Por um breve momento, Charlie se permitiu a esperança impossível de que ninguém lhe respondesse. No entanto, uma voz respondeu imediatamente, uma voz nítida e decisiva que soava como se estivesse lendo uma declaração preparada.
— Brilhante! — Fenwick sorriu, esfregando as mãos maliciosamente. — Absolutamente brilhante!
— Rabicho! — acenou para Voldemort, um sorriso vitorioso se formando em seu rosto de linha de cobra enquanto ele se levantava mais uma vez. — Traga-me minha varinha!
De repente, uma porta escondida se abriu, revelando uma escada estreita na qual um pequeno homem estava congelado. Peter Pettigrew cambaleou para a frente.
Snape grunhiu. — Ah, Rabicho... Que graça de sua parte nos abençoar com sua presença.
Peter desceu os últimos degraus, corcunda, e entrou na sala. Ele tinha olhos pequenos e lacrimejantes, nariz pontudo e exibia um sorriso desagradável. Sua mão esquerda acariciava a direita, que parecia envolta em uma luva de prata brilhante.
— Mestre! — ele disse, com uma voz esganiçada. — Eu não sabia que tínhamos companhia.
— Eu não fazia ideia, Rabicho, que você desejava ser incluído em uma missão tão perigosa. — riu Voldemort suavemente. — Vou ter isso em mente da próxima vez, me perdoe. Agora, me dê minha varinha.
Rabicho hesitou por um momento, parecendo um pouco desanimado, mas então tropeçou para a frente, entregando a varinha de Voldemort tão graciosamente como se fosse uma das maiores honras. Em segundos, ele estava recuando, fugindo da presença do Lorde das Trevas e fechando a porta secreta atrás de si.
— Bella. — o Lorde das Trevas chamou mais uma vez, e Bellatrix basicamente caiu a seus pés em louvor. — Você sabe o que fazer.
O coração de Charlie saltou quando cordas de corda, que pareciam notavelmente como aço, de repente o prenderam. Ele não podia se mover, ele não podia quebrar o poder deles sobre ele. Ele olhou para a esquerda e não ficou surpreso ao ver Bellatrix administrando a marca da agonia.
Gargalhando enquanto vasculhava sua capa, Bellatrix puxou uma pequena adaga de prata e a girou em suas mãos. Ela circulou Charlie, olhando-o de cima a baixo como se ele fosse uma interessante tela tridimensional.
Então, ela olhou para Draco, arrulhando. — Observe com cuidado, Draco... Há muito para você aprender.
Charlie fechou a boca e tentou não gritar muito quando a adaga dela foi puxada para o lado dele e ao longo de sua caixa torácica vestida, depois ao redor de seu antebraço esquerdo - mas quando ela forçou a adaga em seu braço com mais força, cravando no músculo e tendão, ele poderia não conteve o grito abafado que escapou de seus lábios selados.
Bellatrix riu como uma maníaca, girando a adaga até ouvi-lo gritar. Ela não tirou então, no entanto. Ela torceu a lâmina, gravando um desenho em seu braço, esculpindo-o sem nenhum cuidado no mundo. Charlie teve que implorar por sua misericórdia, implorar para ela parar até que ela parasse.
Charlie estava perdendo muito sangue em um ritmo acelerado. Seus olhos se fechariam, apenas para se abrirem sempre que Bellatrix cortasse outra lasca intocada de sua pele. Ela puxou a faca ao longo dele novamente em um único corte fluido e prolongado, então novamente ela empurrou a faca em seu braço ainda mais, observando seu rosto avidamente como se sua dor, seus gritos e berros fossem o néctar essencial.
Draco sentiu a cor sumir de seu rosto com a visão. Ele não queria fazer parte disso. Seu processo não era tão horrível quanto o de Charlie, e ele se perguntou se isso seria verdade se ele não fosse da família.
Enquanto ela enfiava a faca cada vez mais fundo no braço de Charlie, ele se perguntava o quanto poderia suportar. Ele sentiu a prata fria aprofundando seu corte em sua carne e gritou, suas pernas tremeram sob ele e suas cordas vocais estavam imensamente tensas de seus gritos de gelar o sangue.
A sala explodiu em som e movimento, Comensais da Morte gesticulando descontroladamente e gritando todo tipo de coisas que não eram ouvidas no barulho de vozes estrondosas. Eles só se aquietaram quando Bellatrix parecia ter terminado seu ataque ao braço do garoto, enquanto retraía sua adaga e limpava o sangue da lâmina em suas vestes negras, sorrindo de satisfação.
Charlie olhou para baixo com horror. A carne recém-esculpida estava ensanguentada, sua pele um tom de carmesim mais profundo do que os olhos do próprio Lord Voldemort. Ele se esforçou para identificar o desenho que Bellatrix Lestrange havia esculpido em seu braço. Então, Charlie, com uma sensação que o abalou profundamente, percebeu que era de fato um crânio colossal, composto de pele intacta, com uma serpente saindo de sua boca como uma língua.
Era estranho pensar que, uma vez, Fenwick havia falado inúmeras vezes sobre o poder que o Lorde das Trevas daria a Charlie. Ele sempre dizia a ele que pela simples tarefa de fazer os indignos desaparecerem, o Lorde das Trevas concederia dons de magia, conhecimento e poder.
Então, por que parecia que ele estava sufocando? Como se a mera ideia de mostrar a marca que o Lorde das Trevas lhe deu tão graciosamente fosse uma sentença de morte - ou pior?
Com o futuro de Charlie, e possivelmente o futuro do Mundo Mágico em suas costas, Snape caminhou o mais calmamente que pôde para onde Bellatrix e os Malfoys estavam encolhidos sobre o corpo gritando de Charlie Hawthorne. Era triste ver com o que eles se acostumaram no meio da guerra. Eles foram forçados a assistir pessoas que conheciam sendo torturadas e mortas, mas o pior é que nada puderam fazer a respeito, exceto garantir que os corpos fossem encontrados.
Bellatrix deve ter ouvido seus passos, porque ela se levantou, um olhar de calma forçada em seu rosto. Ela chutou Charlie selvagemente nas costelas, recebendo um gemido de resposta dele. Charlie já havia passado da fase de gritar.
— Quer dar uma volta? — sua voz, embora suave, disse-lhe que ele deveria acenar com a cabeça.
Mas Snape relutantemente balançou a cabeça. — Mais um corte no braço do menino e podemos muito bem matá-lo agora.
Bellatrix sorriu perversamente. — Agora, há um pensamento.
— SUFICIENTE! — rugiu Voldemort, e Bellatrix rapidamente ficou em silêncio. O Lorde das Trevas avançou, girando a varinha em suas mãos enquanto se aproximava do garoto. — Isso não é maneira de falar sobre um novo membro da nossa família, Bella, você não tem vergonha?
Os olhos de Fenwick se iluminaram ao ver o braço de seu filho que agora exibia a mesma marca que ele. O trabalho de escultura de Bellatrix era sadicamente caótico. Estava sangrando profusamente, e Charlie permaneceu imóvel no chão, seus olhos piscando entre a consciência e a inconsciência. Ficou claro que ele havia perdido muito sangue e precisaria, no mínimo, de uma poção para repor o sangue.
O que ele não esperava, no entanto, era que o Lorde das Trevas se inclinasse sobre ele mais uma vez, o carmesim de seus olhos escurecendo com o reflexo da visão sangrenta diante dele. Com um sorriso torcido, Voldemort pegou o braço esquerdo de Charlie em suas mãos. Charlie estremeceu, de alguma forma o contato com o Lorde das Trevas foi totalmente mais doloroso do que o que ele já havia suportado esta noite.
O misterioso luar entra pelas janelas da Mansão Malfoy, destacando as feições repugnantes do rosto de Voldemort. Os ventos fortes e a chuva forte do lado de fora só aumentavam a cena horrível que acontecia no saguão. O clima violento aumentou o humor de Charlie. Ele estava silenciosamente feliz por cada gota de chuva fria e forte que ricocheteava nas vidraças.
Os trovões e relâmpagos pareciam esconder os gemidos vindos de Charlie, e assim, mesmo que houvesse alguém por perto, ninguém viria em seu socorro.
As unhas afiadas de Voldemort cravaram na pele ao lado do corte no braço de Charlie, segurando o menino firmemente enquanto ele levantava a varinha para a pele sangrando.
— Morsmordre!
Uma explosão de luz verde explodiu da ponta da varinha de Voldemort, e Charlie assistiu em completo choque, incapaz de acreditar em seus olhos. Ele traçou as feridas profundas que Bellatrix havia feito, murmurando o encantamento com uma voz tão horrenda que Charlie estremeceu.
Para sua surpresa, no entanto, o fluxo de sangue pareceu diminuir, pois a ferida estava cicatrizando. Houve uma sensação aguda e pungente que queimou o antebraço esquerdo de Charlie, quase como se ele estivesse sendo esfaqueado com um atiçador de fogo vermelho e ardente. Ele cerrou os dentes, tentando suportar a dor que surgiu em seu braço.
De repente, como antes, a dor diminuiu e Voldemort recuou para admirar seu trabalho. Agora marcada, a ferida de Charlie estava coberta com o que parecia ser uma tinta preta. Era uma reminiscência de uma tatuagem trouxa, mas o significado era muito mais sombrio.
Fenwick sorriu com a conclusão da tarefa, enquanto Bellatrix e os outros Comensais da Morte aparentemente não se incomodaram. Charlie observou o professor Snape abaixar a cabeça até o chão, triste com o que acabara de testemunhar. Draco, em comparação, não conseguiu testemunhar, pois parecia ter olhado pela janela o tempo todo.
Charlie deixou uma lágrima cair de seu rosto. A tinta preta era uma comparação chocante com a palidez de sua carne. Seus olhos piscaram com algo parecido com horror, enquanto ele observava a cobra deslizar fluidamente por sua pele, através da Marca Negra, antes de se acomodar em uma posição imóvel.
A sensação de adrenalina pulsava profundamente em suas veias. Charlie podia ouvir seu pulso correr sangue para seu coração batendo freneticamente. Ele respirou fundo e olhou fixamente para a Marca Negra tatuada em seu antebraço, seu coração inchando de ódio pelo que ele tinha acabado de se tornar.
Um monstro... Você é um monstro... Oh, Merlin, o que você fez?
As amarras ao redor de Charlie se soltaram e ele se levantou febrilmente, entrando em pânico ao ver sua recém-descoberta adição ao antebraço esquerdo. Apesar de seu medo imediato, os Comensais da Morte ao seu redor bateram palmas, torcendo enquanto aparentemente o aceitavam como um deles.
— Bem-vindo à família, meu querido menino. — Voldemort zombou, sua voz cheia de terror ameaçador. — Eu só sei que você será incrivelmente benéfico para nós. Sua tarefa é simples, responda quando solicitado. Se não o fizer, haverá consequências... E tenho certeza que você está bem ciente do que eu sou capaz de fazer.
O rosto de Charlie vacilou, seu peito subindo e descendo rapidamente, o rubor em suas bochechas. Atrás dele, Snape estava sentado imóvel, seu rosto ainda escondido atrás de suas cortinas de cabelo.
— Meu filho... Meu único filho. — disse Fenwick com orgulho, sua boca se contorcendo com profusa felicidade.
— Você deveria estar orgulhoso! — concordou Bellatrix impiedosamente, enquanto se movia para acariciar o lado do rosto de Draco. Ela olhou para sua irmã, Narcisa, acrescentando: — Vocês dois deveriam estar incrivelmente orgulhosos. Se eu tivesse filhos, ficaria feliz em entregá-los ao serviço do Lorde das Trevas!
Charlie notou que Narcissa vacilou ligeiramente. Ela agarrou seu longo cabelo loiro, presumivelmente arrependida do que havia feito com sua própria gente, mas ela nunca admitiria isso na frente do Lorde das Trevas.
Houve um momento de silêncio. Bellatrix observou, ainda girando a adaga em suas mãos, seus olhos arregalados de curiosidade enquanto olhava para a marca no braço de Charlie; ele se encolheu sob o olhar dela, envergonhado consigo mesmo.
— É oficial. — murmurou Snape, com um tom de pena subjacente. Ele examinou Charlie cautelosamente, parando quando seu olhar caiu sobre a Marca Negra queimada no braço do menino. — Uma grande honra foi concedida ao menino.
E assim, o destino de Charlie Hawthorne foi selado para sempre.
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