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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO CINQUENTA E NOVE
─── TEMPORADA DE FÉRIAS E MOTIVO DESCONHECIDO

CHARLIE NÃO TINHA certeza de para onde estava indo. Tudo o que ele sabia era que sua consciência altruísta o estava levando para o mais longe possível de Ron Weasley. Ao mesmo tempo, porém, sua raiva tentava convencê-lo a voltar e se libertar; ele não desistiria, é claro, mas os pensamentos estavam muito arraigados em sua mente.

Harry Potter seguiu o rastro de seu amigo, imitando cada passo que Charlie dava para fora do castelo e para o terreno da escola.

— Ei, espere, sim? — ele chamou. — Onde diabos você está indo?

Charlie rosnou. — Afastando-me de Ron antes que eu faça algo que me arrependa.

O garoto de óculos suspirou, acelerando o passo para ficar ao lado do amigo enquanto caminhavam pelo terreno, o sol brilhando sobre eles. Harry observou Charlie atentamente, notando suas feições tensas; sua mandíbula estava cerrada, seus punhos cerrados e seus olhos estavam quase tão negros quanto suas íris.

— Ouça. — Harry disse suavemente, puxando o braço de seu amigo para fazê-lo parar. — Ron estava sendo um idiota, ok? Eu sei disso, acredite em mim, mas não vale a pena ficar tão chateado nunca. Ele não tem razão nesse estado.

Charlie zombou, evitando contato visual. — Eu não dou a mínima se ele está em seu estado certo ou não. Isso não justifica um soco na minha cara!

— Eu sei disso. — Harry suspirou, dando de ombros levemente. — E eu não estou do lado dele de forma alguma, mas tente entender da perspectiva dele, sim? A garota por quem ele está apaixonado...

— A garota por quem ele está apaixonado? — Charlie repetiu, seus olhos se estreitando em descrença. — Você quer dizer, minha namorada? Minha namorada, Harry! Quero dizer, pelo amor de Deus, por que ele não poderia ter gostado de outra pessoa?!

— Bem, suponho que Ron esteja pensando a mesma coisa sobre você. — Harry deu de ombros, sorrindo inquieto na tentativa de aliviar o clima. — Olha, foi um pouco chocante para Ron, descobrindo assim, mas ele vai se recuperar, tenho certeza.

— E se ele não quiser? — Charlie questionou, sentindo-se um pouco desanimado; seu rosto caindo ligeiramente.

— Bem... Eu acho que vai ser difícil superar Hermione. — Harry disse gentilmente. — E sem dúvida, vai levar algum tempo, mas você não precisa se preocupar com isso. Ela escolheu você, não é? E ela, sem dúvida, te ama... Qualquer um com olhos pode ver isso. Parece-me que você não tem nada com que se preocupar.

Charlie engoliu em seco, sentindo-se dividido entre o sentimento agitado que recebeu ao ser lembrado do amor inegável de Hermione por ele, e a realidade potencialmente manchada de sua amizade com Ron.

— O que vai acontecer conosco agora? — ele perguntou, sua raiva se transformando em preocupação. — O que isso significa para Ron e para mim?

— Vocês são melhores amigos. — Harry sorriu, batendo nas costas do amigo. — E será uma pena se você deixar uma garota ficar entre vocês.

Charlie suspirou, passando as mãos pelo cabelo. — Mas ela não é qualquer garota.

— Não importa, porque no final das contas... — Harry começou, soando esperançoso. — Nós somos amigos há muito tempo para deixar algo tão estúpido se interpor entre nós.

— Suponho que você esteja certo. — disse Charlie, franzindo ligeiramente a testa.

— Tudo vai se resolver sozinho. — Harry riu, virando-se para continuar caminhando. — Mas não vale a pena ficar confuso; essa coisa toda está fora de controle. Ninguém pode escolher por quem se apaixonar. Quero dizer, eu saberia, não saberia?

— Ei. — Charlie riu, seguindo atrás de seu amigo. — Admitindo que você se apaixonou pela Weasley mais nova, não é, Potter?

Harry deu de ombros, rindo. — Não sei.

Sentindo-se dez vezes melhor do que momentos antes, Charlie seguiu Harry até a cabana de Hagrid, já que ambos haviam inconscientemente concordado em ficar longe do castelo por um tempo. Eles bateram duas vezes na porta da cabine, mas não houve resposta.

Pensando em sua visita anterior a Hermione, Charlie lembrou-se de Hagrid emergindo da floresta quando eles chegaram. Naturalmente, alguém poderia supor que Hagrid deve estar cuidando de algo na floresta. E assim, Charlie e Harry se viraram e caminharam direto para as árvores em busca de um meio-gigante amigável.

Eles caminharam por cerca de dez minutos até chegarem a um lugar onde as árvores ficavam tão juntas que era tão escuro quanto o crepúsculo e não havia neve alguma no chão. Para sua surpresa final, não foi Hagrid quem ocupou a área na Floresta, mas a sonhadora Luna Lovegood, descalça e contente.

— Luna? — Charlie chamou gentilmente, tomando cuidado para não assustar a loira. — Você está bem? O que você está fazendo aqui?

O corvinal de cabelos loiros se virou, radiante. — Olá, Charlie Hawthorne. Olá, Harry Potter.

— Seus pés. — Harry disse inexpressivamente, incrivelmente confuso. — Eles não estão frios?

— Um pouco. — Luna encolheu os ombros, mas seu sorriso nunca vacilou. — Infelizmente, todos os meus sapatos desapareceram misteriosamente... Suspeito que Nargles esteja por trás disso.

— O que você está fazendo aqui? — Charlie repetiu, tentando evitar a pergunta óbvia sobre Nargles pela terceira vez.

— Visitando. — Luna disse sonhadoramente. — Hagrid me deixa ir vê-los sempre que eu quiser... Ele diz que eles gostam da companhia.

— Eles? — Harry questionou, compartilhando um olhar muito discreto de diversão com Charlie.

Luna não disse nada, mas em vez disso, apontou para o espaço negro entre dois teixos retorcidos.

Um par de olhos vazios, brancos e brilhantes estava crescendo na escuridão e, um momento depois, o rosto de dragão, o pescoço e o corpo esquelético de um grande cavalo alado preto emergiram da escuridão. Ele examinou Charlie e Harry por alguns segundos, balançando seu longo rabo preto, então ergueu a cabeça para pegar um pedaço de maçã que Luna, coincidentemente, havia tirado de suas vestes; a besta mastigava ruidosamente com suas presas pontiagudas.

Uma grande onda de alívio tomou conta de Charlie. Depois de pensar que ele poderia estar imaginando essas criaturas, aqui, finalmente, estava a prova de que eram reais. Ele olhou ansiosamente para Harry, e notou que seu amigo o encarava com admiração; ele podia vê-los também.

Charlie instantaneamente voltou a cabeça para Luna, procurando por respostas. — O que são?

— Eles são chamados de Testrálios. — sorriu Luna, sorrindo para eles contente. — Eles são bastante gentis, na verdade, mas as pessoas os evitam porque são um pouco... Diferentes.

Harry perdeu o olhar ao ouvir este comentário, seus olhos se arregalando em intriga. — Por que ninguém mais pode vê-los?

— Eles só aparecem para aqueles que viram ou experimentaram a morte. — explicou Luna enquanto tirava outro pedaço de fruta do bolso.

Charlie e Harry trocaram um olhar confuso, ambos inconscientemente pensando a mesma coisa:

— Mas eu nunca testemunhei ninguém morrer antes?

— Nem eu.

— Bem, se você realmente pensar sobre isso, você morreu por alguns momentos em junho do ano passado, não é? — disse Luna, seus olhos focados em Charlie. — E Harry estava lá para testemunhar, então acho que faz sentido...

— Bem, eu suponho. — Charlie murmurou, estremecendo levemente com a menção daquela noite.

Harry balançou a cabeça, afastando as lembranças horríveis que ocupavam seus pensamentos; ele se virou para Luna. — Então você conheceu alguém que morreu?

— Minha mãe. — Luna respondeu tristemente, balançando a cabeça. — Ela era uma bruxa extraordinária, mas gostava de experimentar... E um dia, um de seus feitiços deu terrivelmente errado - eu tinha nove anos.

Charlie franziu a testa, seu coração pulsando de tristeza. — Sinto muito.

— Sim, foi horrível. — disse Luna suavemente, evitando contato visual acariciando o testrálio. — Eu me sinto muito triste com isso às vezes, mas eu tenho meu pai... — ela parou por um momento antes de mudar de assunto. — Nós dois acreditamos em você, a propósito... Aquele-que-deve-não-deve-ser-nomeado está de volta, e vocês dois o enfrentaram, e o Ministério e o Profeta estão conspirando contra vocês dois.

Os dois garotos da Grifinória trocaram um olhar triste; Charlie enfiou as mãos desajeitadamente nos bolsos enquanto Harry trocava os óculos em seu rosto.

— Obrigado. — Harry disse logo depois, interrompendo um momento de silêncio. — Você faz parte de um grupo muito pequeno de pessoas que acreditam.

— Eu não acho que isso seja verdade. — murmurou Luna, seus olhos caindo sobre os testrálios mais uma vez; Charlie e Harry olhando para ela, porém, curiosos. — Mas suponho que é assim que ele quer que você se sinta.

Charlie franziu as sobrancelhas. — O que você quer dizer?

— Bem, se eu fosse Você-Sabe-Quem. — começou Luna, mudando seu olhar para Harry especificamente. — Eu gostaria que você fosse separado de todos os outros... Tanto de uma ameaça, não é?

Embora indubitavelmente dirigidas a Harry, as palavras de Luna pareceram ressoar profundamente dentro de Charlie. Ele não pôde deixar de aplicar as mesmas palavras de sabedoria à situação com seu pai.

— É melhor eu ir embora. — Luna sorriu, alimentando o testrálio uma última vez. — Bom ver vocês dois. Continuem cuidando de Nargles, sim?

E com isso, ela voltou para o castelo, deixando Charlie e Harry sozinhos com os testrálios; ambos compartilhando pensamentos de curiosidade e confusão, que eram basicamente as consequências típicas de um encontro com Luna Lovegood.

Pouco tempo depois, Charlie e Harry fizeram o caminho de volta pelos terrenos do castelo, caminharam por corredores desertos e subiram em direção à Torre da Grifinória. Charlie havia se acalmado significativamente desde sua briga com Ron, graças à ajuda de Harry, e estava pronto para enfrentar as esperadas perguntas importunas de sua namorada preocupada.

Para sua surpresa, no entanto, quando ele e Harry entraram pelo buraco do retrato alguns minutos depois, Hermione parecia muito preocupada com seus gritos altos e raivosos de acusação para notar qualquer outra coisa:

— SE VOCÊ COLOCAR OUTRA MÃO NO MEU NAMORADO, RONALD WEASLEY. — ela começou em um tom ameaçador. — EU VOU AJUDAR VOCÊ NO PRÓXIMO ESQUECIMENTO!

Antes que Ron pudesse refutar em autodefesa, houve um som alto de tapa que pode ser ouvido por quilômetros, seguido por um grito de surpresa de outra pessoa na sala.

— Pare, Hermione! — veio a voz assustada de Ron. — Merlin! Calma, você nem sabe o que aconteceu!

— NÃO ME IMPORTO! ESTOU AVISANDO VOCÊ, RONALD! — gritou Hermione; Charlie e Harry trocaram um olhar alarmado na porta. — JURO POR MERL... GINNY DEIXE-ME IR!

— Não, isso é ridículo. — veio a voz de Ginny, embora fosse abafada por um ataque de riso quando ela acrescentou. — Mas tão engraçado.

Virando a esquina, os queixos de Charlie e Harry caíram no chão. Diante deles, em uma cena que irradiava intensidade, estavam Hermione, Ron e Gina. O garoto de cabelos ruivos estava em pé sobre a mesa no meio da sala, acariciando o lado do rosto e tentando se proteger dos livros voadores que estavam sendo jogados por Hermione, que estava agarrada com força por Gina do outro lado da sala impedindo-a de atacar Ron; os olhos da garota de cabelos espessos estavam iluminados com uma raiva ardente.

No que parecia ser câmera lenta, Charlie assistiu quando Hermione se livrou do aperto de Ginny, ergueu-se sobre o sofá antes de tentar avançar, ativando o modo de ataque no ruivo encolhido que estava em cima da mesa de café. Pensando rapidamente, Charlie correu e pegou Hermione em seus braços antes que ela fizesse contato com o rosto de Ron. Hermione chutou e gritou, não percebendo quem a impediu de entrar em uma briga; tudo o que importava para ela era se libertar.

— SOLTE! — ela gritou, seus olhos mortais ainda fixos em seu alvo. — ELE MERECE O QUE EU VOU FAZER COM ELE! SEU BURRO COMPLETO, RONALD WEASLEY! GOSTA DE BATE NAS PESSOAS, NÉ?

— Querida, acalme-se. — Charlie murmurou em seu ouvido, e quase imediatamente, Hermione parou. Ele continuou com uma risada suave. — Por mais cativante que eu ache, você sabe, você me defendendo e tudo mais, eu prefiro não ser testemunha de um assassinato.

O rosto cheio de fúria de Hermione rapidamente se suavizou ao ouvir a voz de Charlie, e ela ficou em silêncio enquanto enterrava a cabeça em seu peito, aliviada por ele ter voltado. As gargalhadas de Ginny ainda podiam ser ouvidas ao fundo, junto com os gemidos de medo de Ron, mas Hermione não parecia se importar. Na verdade, ela simplesmente envolveu o namorado com os braços, sorrindo satisfeita contra a curva do pescoço dele enquanto ele a colocava de volta no chão.

Charlie riu levemente ao testemunhar a rápida mudança de humor de Hermione. — Essa é minha garota.

Passando um braço em volta de sua namorada, Charlie virou-se para o resto do grupo; Gina e Harry estavam trocando olhares divertidos enquanto Ron pulava da mesa, parecendo incrivelmente envergonhado.

Coçando a nuca, ele deu um passo à frente, evitando contato visual. — Ouça, eu n-nunca quis...

— Foi um mal-entendido, — Charlie dispensou, dando de ombros ligeiramente. — Nós brigamos e as coisas esquentaram, só isso.

Mal-entendido. — Hermione murmurou enojada, a raiva retornando em sua voz enquanto ela olhava para Ron de dentro dos braços de Charlie. — E que tipo de discussão, posso perguntar, provocou um comportamento tão idiota? Sobre o que foi?

Isso fez com que os ouvidos de Ginny se aguçassem do outro lado da sala; as duas garotas agora olhavam curiosamente para os três garotos, esperando uma resposta. Harry ajeitou os óculos mais uma vez na tentativa de evitar a pergunta, e Charlie olhou para Ron, que simplesmente engoliu em seco com a atenção.

— B-Bem, era sobre... — Ron parou, suas mãos começando a tremer de medo de que Hermione descobrisse a verdade.

— A coisa toda de monitor. — Charlie interrompeu com uma mentira, salvando Ron de sua miséria. — Foi estúpido, realmente.

— C-Certo. — Ron gaguejou, seus olhos se arregalando ligeiramente, mas Charlie simplesmente acenou com a cabeça em resposta, dizendo-lhe para ir em frente.

Hermione, no entanto, não parecia acreditar nessa história enquanto olhava entre os dois garotos com uma sobrancelha levantada, olhando para eles acusadoramente. Na tentativa de ajudar a situação, Charlie se desvencilhou de sua namorada e deu um passo à frente, estendendo a mão para Ron.

— Estamos bem? — ele perguntou, sua voz ligeiramente inquieta. — Isso não vai acontecer de novo, vai?

Por um momento, Ron ficou parado e olhou para Charlie incrédulo. Somente quando sentiu seus amigos olhando para ele em antecipação, o ruivo deu um passo à frente, unindo sua mão à de Charlie e apertando-a com firmeza. A parte enervante, no entanto, foi que Ron não disse nada e não deu nenhuma indicação de reconciliação além daquele aperto de mão. Na verdade, depois que os dois se deram as mãos, Ron simplesmente se virou e caminhou até o dormitório sem mais interação.

— Imbecil e intolerável. — disse Hermione com raiva, observando o ruivo desaparecer escada acima. Balançando a cabeça, ela se virou e juntou sua mão com a de Charlie, puxando-o em direção à porta. — Venha, vamos pegar um pouco de gelo para esse seu hematoma.

Assentindo lentamente enquanto desviava seus olhos tristes da direção de Ron, Charlie permitiu que Hermione o puxasse para o buraco do retrato mais uma vez. Eles estavam prestes a sair completamente para o corredor quando ouviram o suspiro exasperado de Ginny vindo das profundezas da sala comunal.

— Garotos são tão confusos. — ela murmurou, rindo levemente como se ela tivesse caído no sofá, sem dúvida se curvando para Harry, enquanto a risada dele rapidamente seguia a dela.

O jantar naquela noite foi incrivelmente estranho, para dizer o mínimo. Ron mal havia falado desde seu colapso na sala comunal, e Charlie não tinha energia para continuar a pressioná-lo sobre o assunto. Ginny e Harry, em contraste, estavam apreciando seu relacionamento sem pensar agora que a atenção estava fora deles, e Hermione inconscientemente encontrou conforto sentando-se perto de Charlie, para grande irritação de Ron, que ela não pareceu notar.

Independentemente disso, depois de voltar para a sala comunal e dar um discreto beijo de boa noite em Hermione, Charlie subiu as escadas cambaleando em direção ao seu dormitório compartilhado com Harry e Ron. Os três meninos tiraram os robes e vestiram os pijamas em um silêncio tenso; Dean, Seamus e Neville já estavam dormindo. Charlie moveu ligeiramente um Ludo adormecido e foi para a cama, mas não fechou as cortinas em torno de seu dossel; em vez disso, ele olhou para o pedaço de céu estrelado visível através da janela ao lado da cama de Neville.

Se ele soubesse, desta vez na noite passada, que em vinte e quatro horas seu mundo viraria de cabeça para baixo...

— Boa noite. — Ron grunhiu, de algum lugar à sua direita.

— Boa noite. — Harry respondeu suavemente, tirando os óculos e colocando-os na mesa de cabeceira.

— Boa noite. — Charlie sussurrou, mas quando as luzes se apagaram, seus olhos permaneceram abertos e seus pensamentos correram soltos.

Ron ficaria bravo com ele para sempre?

Da próxima vez que eles brigassem... Se houvesse uma próxima vez... As coisas iriam piorar mais do que apenas um soco na cara?

Charlie ficou acordado, sua mente instilando pensamentos de dúvida em sua cabeça enquanto ele se lembrava de quão rápido as coisas poderiam mudar. Nesse ponto, ele estava começando a acreditar que seu relacionamento com Hermione estava causando mais mal do que bem.

Com mais pessoas descobrindo e Umbridge à espreita, era apenas uma questão de tempo até Fenwick ouvir a notícia, tornando Hermione um alvo fácil. Normalmente, Charlie estremeceria com a simples ideia de Hermione em perigo, mas de repente ele sentiu essa percepção angustiante profundamente dentro dele; seu amor por Hermione acabaria sendo o que a colocaria em perigo.

E agora, com a revelação de Ron, isso não apenas fez Charlie se perguntar se seu amigo o perdoaria, mas também o fez questionar se talvez, apenas talvez, Hermione estaria melhor sem ele.

Talvez ela estivesse melhor com alguém que não tivesse um pai disposto a matar para esconder a verdade.

Alguém que a amasse incondicionalmente e não tivesse medo de contar a ela por medo do que isso poderia significar.

Alguém como Ron.

Deus, se Hermione soubesse que você está pensando nisso, pensou ele, ela o mataria.

Mas e se ele tivesse o direito de se preocupar?

Charlie fechou os olhos com força e sentou-se, passando as mãos pelo rosto. Ele não tinha percebido, mas tinha sido consumido em seus pensamentos por pouco mais de uma hora agora, e seus amigos pareciam dormir profundamente... Bem, exceto por um.

Com os sons altos de movimento e o rangido de uma mola de cama, Charlie virou a cabeça para a esquerda onde estava a cama de Harry. Seus olhos se arregalaram em choque ao testemunhar seu amigo convulsionar em pânico debaixo das cobertas.

Puxando as próprias cobertas de si mesmo, Charlie saltou de sua cama para se mover e olhar para baixo sobre Harry para se certificar de que ele estava bem. Seu rosto caiu, no entanto, ao perceber que Harry estava coberto por uma fina camada de suor e parecia estar murmurando baixinho:

— Eu devo... D-dominar o impulso... Mordê-lo... MATAR ele...

— Harry. — Charlie sussurrou, sacudindo seu amigo levemente. Quando nada aconteceu, ele sacudiu o amigo com mais força, gritando: — HARRY!

Seus gritos pareciam altos o suficiente para acordar Ron, Dean, Seamus e Neville, que se sentaram grogues, seus olhos arregalados de horror enquanto todas as suas cabeças inundavam com o déjà vu do ataque de Sirius Black no terceiro ano. O ruivo foi o primeiro a pular da cama e veio correndo em socorro do amigo.

— O que está acontecendo? — Ron perguntou a Charlie, claramente em pânico enquanto olhava para Harry. — Caramba, o que há de errado com ele?

— Eu não sei. — disse Charlie, seu tom provocando preocupação. — Parece que ele está tendo um ataque ou algo assim.

— Ei, Harry! — Ron chamou, sacudindo-o. — HARRY, ACORDE!

Com um sobressalto, os olhos de Harry se arregalaram. Cada centímetro de seu corpo estava coberto por um suor gelado; as cobertas de sua cama estavam enroladas em volta dele como uma camisa de força; ele sentiu como se um atiçador em brasa estivesse sendo aplicado em sua testa.

— Harry! — Charlie engasgou, aliviado. — Merlim, você está bem?

Harry olhou para cima. Tanto Charlie quanto Ron estavam de pé sobre ele parecendo extremamente assustados enquanto outras figuras pareciam se reunir ao pé de sua cama. Ele segurou a cabeça com as mãos; a dor o cegava... E sem responder Charlie, ele rolou e vomitou na beirada do colchão.

— Ele está doente. — resmungou Charlie, seu rosto se contorcendo de desgosto. — Talvez devêssemos ligar para alguém?

Ron balançou a cabeça, estendendo a mão para Harry mais uma vez. — Harry? HARRY! Você está bem?

Tomando um grande gole de ar, Harry se levantou na cama, tentando não vomitar de novo, embora a dor o estivesse cegando. Em um movimento brusco, ele agarrou o pijama de Ron com força.

— Seu pai. — ele ofegou, seu peito arfando e seu aperto aumentando. — Seu pai... foi atacado...

— O que? — disse Ron sem compreender. — O que você está falando?

— Seu pai! Ele foi mordido, é sério, tinha sangue por todo lado...

— Ei. — chamou Charlie, virando-se para se dirigir a Dean, Seamus e Neville ao pé da cama. — Um de vocês poderia procurar ajuda, por favor?

Pouco depois, ouviram-se três conjuntos fugazes de passos a correr para fora do dormitório. Voltando-se para seu amigo doente, Charlie tentou ao máximo controlar a situação.

— Harry, cara. — ele disse incerto. — V-você estava apenas sonhando...

— Não! — estalou Harry furiosamente; era crucial que eles entendessem. — Não foi um sonho... Não foi um sonho comum... Eu estava lá, eu vi... Eu vi...

Charlie e Ron trocaram um olhar assustado, mas Harry não pareceu notar; a dor em sua testa estava diminuindo ligeiramente, embora ele ainda estivesse suando e tremendo febrilmente. Ele vomitou de novo e Ron pulou para trás, fora do caminho.

— Harry, você não está bem. — ele disse trêmulo. — Não se preocupe, a ajuda está chegando.

— Estou bem! — Harry engasgou, limpando a boca no pijama e tremendo incontrolavelmente. — Não há nada de errado comigo, é com o seu pai que você tem que se preocupar... Precisamos descobrir onde ele está! Ele está sangrando como um louco... Eu estava - era uma cobra enorme.

Ele tentou sair da cama, mas Charlie o empurrou de volta para ela; Ron assistiu horrorizado. Se um minuto se passou ou dez, Charlie não sabia, ele simplesmente ficou lá segurando seu amigo até ouvir passos apressados ​​subindo as escadas, e ele ouviu a voz de Neville.

— Aqui, professora.

A professora McGonagall entrou correndo no dormitório em seu roupão xadrez, os óculos tortos empoleirados na ponta do nariz ossudo.

— O que foi, Potter? Onde dói?

Charlie nunca ficou tão feliz em ver McGonagall; era um membro da Ordem da Fênix que Harry precisava agora, não alguém se preocupando com ele e prescrevendo poções inúteis.

— É o pai de Ron. — Harry disse, sentando-se novamente. — Ele foi atacado por uma cobra e é sério, eu vi acontecer.

— O que quer dizer, você viu isso acontecer? — perguntou a professora McGonagall, suas sobrancelhas escuras se contraindo.

— Eu não sei... Eu estava dormindo e então eu estava lá...

— Quer dizer que você sonhou isso?

— Não! — disse Harry com raiva. — No começo eu estava tendo um sonho sobre algo completamente diferente, algo estúpido... E então isso o interrompeu. Era real, eu não imaginava. O Sr. Weasley estava dormindo no chão e foi atacado por uma gigantesca cobra, tinha um monte de sangue, ele desmaiou, alguém tem que descobrir onde ele está

A professora McGonagall estava olhando para ele através de seus óculos tortos como se estivesse horrorizada com o que estava vendo.

— Eu não estou mentindo e não estou bravo! — Harry disse a ela, sua voz subindo para um grito. — Eu te digo, eu vi isso acontecer!

— Eu acredito em você, Potter. — disse a Professora McGonagall secamente. — Coloque suas vestes - vamos ver o Diretor. Sr. Hawthorne e Sr. Weasley, vocês deveriam vir também.

Assentindo apressadamente, Charlie foi até seu baú imediatamente, vestiu as vestes sobre o torso nu e enfiou a varinha em um dos bolsos. Pouco depois, os três garotos da Grifinória seguiram a Professora McGonagall passando pelas figuras silenciosas de Neville, Dean e Seamus, para fora do dormitório, descendo as escadas em espiral para a sala comunal, através do buraco do retrato e ao longo do corredor iluminado pela lua da Mulher Gorda.

Charlie observou Harry com curiosidade, preocupado que o pânico dentro dele pudesse transbordar a qualquer momento. Ele não queria nada mais do que seu amigo obter ajuda de seu avô, então, quando chegaram à gárgula de pedra que guardava a entrada do escritório de Dumbledore, alguns minutos depois, Charlie foi o primeiro a dizer a senha:

— Fazendo Whizzbee!

A gárgula ganhou vida e saltou para o lado; a parede atrás dela se dividia em duas para revelar uma escada de pedra que subia continuamente como uma escada rolante em espiral. Os quatro subiram a escada rolante; a parede se fechou atrás deles com um baque e eles foram subindo em círculos apertados até chegarem à porta de carvalho altamente polido com a aldrava de latão em forma de grifo.

Embora já passasse da meia-noite, havia vozes vindo de dentro da sala, um murmúrio positivo delas. Parecia que Dumbledore estava entretendo pelo menos uma dúzia de pessoas.

Charlie bateu três vezes com a aldrava de grifo e as vozes cessaram abruptamente, como se alguém as tivesse desligado. A porta se abriu sozinha e a professora McGonagall conduziu Charlie, Harry e Ron para dentro.

A sala estava na penumbra; os retratos de antigos diretores e diretoras cobrindo as paredes estavam todos cochilando em suas molduras. Atrás da porta, um magnífico pássaro vermelho e dourado, do tamanho de um cisne, cochilava em seu poleiro com a cabeça sob a asa.

— Ah, é você, professora McGonagall... E... Ah.

Dumbledore estava sentado em uma cadeira de espaldar alto atrás de sua mesa; ele se inclinou para a luz da vela iluminando os papéis colocados diante dele. Ele estava usando um robe roxo e dourado magnificamente bordado sobre uma camisola branca como a neve, mas parecia bem acordado, seus penetrantes olhos azuis-claros fixos intensamente na professora McGonagall.

— Professor Dumbledore, Potter teve um... Bem, um pesadelo. — disse a Professora McGonagall. — Ele disse...

— Não foi um pesadelo. — disse Harry rapidamente, interrompendo McGonagall.

A professora McGonagall olhou para Harry, franzindo ligeiramente a testa. — Muito bem, então, Potter, conte isso ao Diretor.

— Eu... Bem, eu estava dormindo... — disse Harry e, mesmo em seu terror e desespero para fazer Dumbledore entender, ele se sentiu um pouco irritado porque o Diretor não estava olhando para ele. — Mas não foi um sonho comum... Foi real... eu vi acontecer... — ele respirou fundo. — O pai de Ron - Sr. Weasley - foi atacado por uma cobra gigante.

As palavras pareceram reverberar no ar depois que ele as disse, soando um pouco ridículas, até mesmo cômicas. Houve uma pausa na qual Dumbledore se recostou e olhou pensativamente para o teto. Charlie olhou de Harry para Dumbledore, pálido e chocado.

— Como você viu isso? — Dumbledore perguntou baixinho, ainda sem olhar para Harry.

— Bem... Eu não sei. — disse Harry, bastante bravo; o que isso importa? — Dentro da minha cabeça, eu suponho...

— Você me entendeu mal. — disse Dumbledore, ainda no mesmo tom calmo. — Quero dizer... Você consegue se lembrar... Onde você estava posicionado enquanto assistia esse ataque acontecer? Você estava talvez parado ao lado da vítima, ou então olhando para a cena de cima?

Esta foi uma pergunta tão curiosa que Harry ficou boquiaberto com Dumbledore; As orelhas de Charlie se animaram com curiosidade.

— Eu era a cobra. — Harry murmurou, um pouco envergonhado por deixar as palavras saírem de sua boca. — Eu vi tudo do ponto de vista da cobra.

Ninguém mais falou por um momento, então Dumbledore, agora olhando para Ron que parecia assustador, perguntou em uma voz nova e mais aguda. — Arthur está gravemente ferido?

— Sim. — disse Harry enfaticamente, ainda surpreso com o fato de Dumbledore ainda não ter olhado para ele.

Mas Dumbledore se levantou, tão rápido que fez Charlie pular, e se dirigiu a um dos velhos retratos pendurados bem perto do teto.

— Everardo? — ele disse bruscamente. — E você também, Dilys!

Um bruxo de rosto pálido com uma franja preta curta e uma bruxa idosa com longos cachos prateados na moldura ao lado dele, os quais pareciam estar no mais profundo dos sonhos, abriram os olhos imediatamente.

— Você estava ouvindo?

O mago assentiu; a bruxa disse: — Naturalmente.

— O homem tem cabelos ruivos e óculos. — disse Dumbledore. — Arthur está de guarda esta noite, certifique-se de que ele seja encontrado pelas pessoas certas.

Ambos assentiram e se moveram para o lado fora de seus quadros, mas em vez de emergir nas fotos vizinhas (como geralmente acontecia em Hogwarts) nenhum reapareceu. Uma moldura agora continha nada além de uma cortina escura como pano de fundo, a outra uma bela poltrona de couro. Charlie notou que muitos dos outros diretores e professoras nas paredes, embora roncando e babando de forma muito convincente, continuavam espiando-o por baixo de suas pálpebras, e de repente ele entendeu quem estava falando quando eles bateram.

Não muito tempo depois, ouviu-se um grito do alto do muro à direita; o mago chamado Everard reaparecera em seu retrato, ligeiramente ofegante.

— Dumbledore!

— Que novidades? — disse Dumbledore imediatamente.

— Eles o pegaram, Albus. — disse o mago, que estava enxugando a testa na cortina atrás dele. — Foi por pouco, mas eles acham que ele vai sobreviver. Ele está a caminho do hospital agora.

Assentindo, Dumbledore marchou até outro retrato, desta vez de um bruxo de aparência inteligente com barba pontuda, que havia sido pintado usando as cores da Sonserina, verde e prata, e aparentemente estava dormindo tão profundamente que não conseguiu ouvir a voz de Dumbledore quando tentou despertá-lo.

— Phineas. Phineas!

Os temas dos retratos que enfileiravam a sala não fingiam mais estar dormindo; eles estavam se movendo em seus quadros, tentando encontrar uma posição que fosse melhor para observar o que estava acontecendo. Quando o mago de aparência inteligente continuou fingindo dormir, alguns deles gritaram seu nome também.

— Phineas! Phineas! PHINEAS!

Ele não podia mais fingir; ele deu um empurrão teatral e arregalou os olhos.

— Alguém ligou?

— Eu preciso que você visite seu outro retrato em Grimmauld Place, Phineas. — exigiu Dumbledore, descansando as mãos nos quadris em aborrecimento. — Eu tenho outra mensagem. Diga a Sirius que Arthur Weasley foi gravemente ferido e que sua esposa, filhos, Harry Potter e Charlie Hawthorne chegarão em sua casa em breve. Você entendeu?

— Arthur Weasley ferido, esposa e filhos, filho de Hawthorne e Potter vindo para ficar. — Phineas repetiu com uma voz entediada. — Sim, sim... Muito bem...

Ele se inclinou para dentro da moldura do retrato e desapareceu de vista no exato momento em que Dumbledore voltou-se para Everard mais uma vez.

— O que mais?

Everard suspirou, expressando alívio. — O Lorde das Trevas falhou em adquiri-lo.

— Oh, graças a Deus. — suspirou Dumbledore antes de se virar para McGonagall. — Minerva, eu preciso que você vá acordar as outras crianças Weasley, traga-as aqui.

— Claro...

A professora McGonagall se levantou e foi rapidamente até a porta. Charlie lançou um olhar de soslaio para Ron, que parecia apavorado.

— E Dumbledore - e quanto a Molly? — perguntou a professora McGonagall, parando na porta.

— Vou enviar Fawkes. — dispensou Dumbledore imediatamente. — Mas ela já deve conhecer... Aquele excelente relógio dela.

Charlie sabia que seu avô estava se referindo ao relógio que informava, não a hora, mas o paradeiro e as condições dos vários membros da família Weasley, e com uma pontada de tristeza ele pensou que a mão do Sr. Weasley deveria, mesmo agora, estar apontando para Perigo mortal...

Perdido em seus pensamentos, Charlie levou um minuto para perceber que, momentos depois, a porta do escritório se abriu novamente. Fred, George e Ginny foram conduzidos para dentro pela professora McGonagall, todos os três parecendo desgrenhados e chocados, ainda em suas roupas de dormir.

— Harry, o que está acontecendo? — perguntou Gina, que parecia assustada. — A professora McGonagall disse que você viu o papai se machucar...

— Seu pai foi ferido durante seu trabalho para a Ordem da Fênix. — disse Dumbledore, antes que alguém pudesse falar. — Ele foi levado para o Hospital St. Mungus para Doenças e Lesões Mágicas. Estou mandando vocês de volta para a casa de Sirius, que é muito mais conveniente para o hospital do que A Toca. Você encontrará sua mãe lá.

— Como vamos? — perguntou Fred, parecendo abalado. — Pó de Flu?

— Não. — disse Dumbledore, balançando a cabeça. — Pó de Flu não é seguro no momento, a Rede está sendo vigiada. Vocês vão pegar uma Chave de Portal. — ele indicou uma chaleira velha inocentemente sobre sua mesa. — Devemos agir rapidamente, não vai demorar muito até que a professora Umbridge descubra que todos vocês estão fora de suas camas... Minerva, vá e afaste-a - conte a ela qualquer história.

A professora McGonagall se foi em um farfalhar de xadrez.

— Venham aqui, então. — Dumbledore chamou Charlie, Harry e os Weasley. — E rapidamente, antes que alguém se junte a nós.

Charlie e os outros se reuniram em volta da mesa de Dumbledore. Batendo a mão nas costas de seu neto, Albus sussurrou, alto o suficiente para ele ouvir. — Você fique seguro, ok? Fique longe de problemas.

Com um aceno relutante de seu neto, Dumbledore sorriu ligeiramente, mas não pôde deixar de se sentir um pouco culpado por deixar a mente de Charlie ponderar tantas questões. Afastando esses pensamentos, ele se voltou para o grupo.

— Todos vocês já usaram uma chave de portal antes? — ele perguntou, e eles assentiram, cada um estendendo a mão para tocar alguma parte da chaleira enegrecida. — Ótimo. Contando até três, então... Um... Dois... Três.

Charlie sentiu um puxão forte atrás do umbigo, o chão sumiu sob seus pés, sua mão grudou na chaleira; ele estava batendo nos outros enquanto todos avançavam em um redemoinho de cores e uma rajada de vento, a chaleira puxando-os para frente... Até que seus pés bateram no chão com tanta força que seus joelhos dobraram, a chaleira caiu no chão e em algum lugar próximo uma voz disse:

— De volta, os pirralhos traidores do sangue. É verdade que o pai deles está morrendo?

— FORA! — rugiu uma segunda voz.

Charlie se levantou e olhou em volta; eles chegaram à cozinha sombria do porão do número doze, Largo Grimmauld. As únicas fontes de luz eram o fogo e uma vela gotejante, que iluminava os restos de um jantar solitário. Monstro estava desaparecendo pela porta do corredor, olhando para eles com malevolência enquanto abotoava a tanga; Sirius estava correndo em direção a todos eles, parecendo ansioso. Ele estava com a barba por fazer e ainda com suas roupas de dia; havia também um cheiro de álcool velho nele.

— O que está acontecendo? — ele perguntou, estendendo a mão para ajudar Ginny a se levantar. — Phineas disse que Arthur está gravemente ferido...

— Pergunte a Harry. — Fred deu de ombros, inconsciente.

George acenou com a cabeça. — Na verdade, eu quero ouvir isso por mim mesmo.

Os gêmeos e Gina estavam encarando Harry, esperando respostas. Os passos de Monstro pararam na escada do lado de fora.

— Uh, bem... — Harry começou; isso foi ainda pior do que contar a McGonagall e Dumbledore. — Eu t-tive uma visão...

E ele contou a eles tudo o que tinha visto, embora tenha alterado a história para que soasse como se tivesse assistido do lado de fora enquanto a cobra atacava, e não por trás dos olhos da própria cobra. Ron, que ainda estava muito branco, lançou-lhe um olhar fugaz enquanto Charlie olhava para baixo, permanecendo em silêncio. Quando Harry terminou, Fred, George e Ginny continuaram a encará-lo por um momento.

Interrompendo o silêncio, Charlie virou-se para Sirius. — A Sra. Weasley está aqui?

— Ela provavelmente nem sabe o que aconteceu ainda. — suspirou Sirius, dando de ombros levemente. — O importante era levar vocês embora antes que Umbridge pudesse interferir. Espero que Dumbledore esteja deixando Molly saber agora.

— Nós temos que ir para St. Mungos. — disse Gina com urgência. Ela olhou para os irmãos; eles estavam, é claro, ainda de pijama. — Sirius, você pode nos emprestar capas ou algo assim?

Sirius foi pego de surpresa. — Esperem aí, vocês não podem ir direto para o St. Mungus!

— Claro que podemos ir ao St. Mungus se quisermos. — disse Fred, com uma expressão teimosa. — Ele é nosso pai!

— E ele está seguro, não está? — Charlie disse gentilmente, não querendo interferir muito. — Ele está recebendo a ajuda de que precisa no hospital. Temos que ficar parados, pelo menos até termos notícias de sua mãe.

— Ele está certo. — concordou Sirius, incitando as crianças em direção à mesa. — Vamos, vamos todos tomar um drink enquanto esperamos. Accio Butterbeer!

Ele levantou a varinha enquanto falava e meia dúzia de garrafas veio voando em direção a eles da despensa, derrapou sobre a mesa, espalhando os restos da refeição de Sirius, e parou bem na frente dos sete. Todos beberam e, por algum tempo, os únicos sons eram os do fogo crepitante da cozinha e o baque suave de suas garrafas sobre a mesa.

Charlie só estava bebendo para ter algo para fazer com as mãos. Seu estômago estava cheio de uma preocupação horrivelmente quente e borbulhante; ele não disse adeus a Hermione, e algo não caiu bem com ele sabendo que ela acordaria amanhã de manhã e todos os seus amigos não estariam lá...

Ele baixou a garrafa com um pouco mais de força do que pretendia, e ela caiu sobre a mesa; ninguém prestou atenção. Então uma rajada de fogo no ar iluminou os pratos sujos à sua frente e, enquanto davam gritos de choque, um rolo de pergaminho caiu com um baque sobre a mesa, acompanhado por uma única pena de cauda de fênix dourada.

— Fawkes! — Charlie sorriu imediatamente, pegando o pergaminho. — Esta não é a escrita do meu avô, deve ser da sua mãe - aqui.

Ele colocou a carta na mão de George, que a abriu e leu em voz alta: — Papai está bem. Estou indo para St. Mungus agora. Fiquem onde estão. Enviarei notícias assim que puder. Mamãe.

A sala ficou em silêncio mais uma vez, e se Charlie já havia passado uma noite mais longa do que esta, ele não conseguia se lembrar. Sirius sugeriu uma vez, sem nenhuma convicção real, que todos fossem para a cama, mas os olhares de desgosto dos Weasleys foram resposta suficiente. Eles se sentaram em silêncio ao redor da mesa, observando o pavio da vela afundando cada vez mais em cera líquida, ocasionalmente levando uma garrafa aos lábios, falando apenas para verificar o tempo, para se perguntar em voz alta o que estava acontecendo e para assegurar um ao outro que, se havia más notícias, eles saberiam imediatamente, pois a Sra. Weasley devia ter chegado há muito tempo ao St. Mungus.

Fred caiu em um cochilo, com a cabeça pendendo para o lado sobre o ombro. George se encolheu na cadeira como um gato. Ginny havia encostado a cabeça no ombro de Harry, seus olhos se abrindo a cada poucos segundos. Ron estava sentado com a cabeça entre as mãos, se acordado ou dormindo era impossível dizer. Harry, Sirius e Charlie se olhavam de vez em quando, intrusos na dor da família, esperando...

Às cinco e dez da manhã, pelo relógio de Charlie, a porta da cozinha se abriu e a Sra. Weasley entrou na cozinha. Ela estava extremamente pálida, mas quando todos se viraram para olhar para ela, Fred, Ron Charlie e Harry meio se levantando de suas cadeiras, ela deu um sorriso suave.

— Ele vai ficar bem. — disse ela, com a voz fraca de cansaço. — Ele está dormindo. Todos nós podemos ir vê-lo mais tarde. Bill está com ele agora; ele vai tirar a manhã de folga do trabalho.

Fred caiu para trás em sua cadeira com as mãos sobre o rosto. George e Ginny se levantaram, caminharam rapidamente até a mãe e a abraçaram. Ron deu uma risada muito trêmula e bebeu o resto de sua cerveja amanteigada de uma só vez.

— Café da manhã! — Sirius sorriu alto e alegremente, pulando de pé. — Onde está aquele maldito elfo doméstico? Monstro! MONSTRO!

Mas Monstro não respondeu à convocação.

— Ah, esqueça, então. — murmurou Sirius, contando as pessoas à sua frente. — Então, é café da manhã para - vamos ver - oito... Bacon e ovos, eu acho, e um pouco de chá, e torradas.

Charlie correu até o fogão para ajudar; ele não queria se intrometer no momento de felicidade dos Weasleys. No entanto, ele mal havia dado cinco passos de seu assento à mesa quando a Sra. Weasley se moveu até ele e o puxou para um abraço.

— É um prazer vê-lo, querido. — disse ela com a voz abafada. — Obrigada por estar aqui em nosso momento de necessidade.

— A qualquer hora. — disse Charlie sinceramente, retribuindo o abraço. — É bom ver você também.

Verdade seja dita, Charlie dificilmente poderia expressar sua gratidão, mas felizmente ela logo o liberou para se voltar para Harry e agradecê-lo por salvar seu marido. Não muito tempo depois, Sirius disse à Sra. Weasley que estava feliz em cuidar das crianças e esperava que todos ficassem com ele enquanto o Sr. Weasley estivesse no hospital.

— Oh, Sirius, estou tão grata... Eles acham que ele vai ficar lá por alguns dias e seria maravilhoso estar mais perto... Claro, isso pode significar que estamos aqui para o Natal.

— Quanto mais melhor! — disse Sirius com uma sinceridade tão óbvia que a Sra. Weasley sorriu para ele, vestiu um avental e começou a ajudar no café da manhã.

Adormecer naquela noite foi um processo bastante culpado; ninguém queria ser o primeiro a adormecer. Quando todos o fizeram, no entanto, acordaram na manhã seguinte e notaram que seus baús haviam chegado de Hogwarts, para que pudessem se vestir de trouxas para a viagem ao St. Mungus.

Ansiosos como sempre, partiram para o hospital depois do almoço. Embarcando em uma longa jornada através de um atalho em uma loja chamada Purge & Dowse Ltd, os Weasley, Harry e Charlie entraram no que parecia ser uma área de recepção lotada, onde fileiras de bruxas e bruxos estavam sentados em cadeiras de madeira bambas, algumas parecendo perfeitamente normais. e folheando cópias desatualizadas do Witch Weekly, outros exibindo desfigurações horríveis, como trombas de elefante ou mãos extras saindo do peito.

Bruxas e bruxos em túnicas verde-limão andavam de um lado para o outro nas fileiras, fazendo perguntas e fazendo anotações em pranchetas como as de Umbridge.

— Eles são médicos? — Harry perguntou baixinho a Charlie, apontando para o emblema bordado no peito dos bruxos: uma varinha e um osso, cruzados.

— Médicos? — riu Charlie, tentando aliviar o clima. — Aqueles malucos trouxas que cortam as pessoas? Nah, eles são curandeiros.

— Por aqui! — chamou a Sra. Weasley antes que Harry pudesse responder, e todos eles a seguiram até a fila em frente a uma bruxa loira rechonchuda sentada em uma mesa marcada, Inquéritos.

Enquanto as pessoas na fila começavam a desaparecer lentamente, movendo-se em direção a suas alas respeitadas, a Sra. Weasley se moveu em direção à mesa, pronta para sua vez.

— Olá. — ela disse alegremente. — Meu marido, Arthur Weasley, deveria ser transferido para uma enfermaria diferente esta manhã, você poderia nos dizer?

— Artur Weasley? — disse a bruxa loira, passando o dedo por uma longa lista à sua frente. — Sim, primeiro andar, segunda porta à direita.

— Obrigada. — sorriu a Sra. Weasley. — Vamos, pessoal.

Eles a seguiram através das portas duplas e ao longo do estreito corredor além, que estava repleto de retratos de Curandeiros famosos. Eles passaram por uma seção do hospital para efeitos de feitiços de longo prazo, o que deu a Charlie uma triste lembrança de que os pais de Neville estavam em algum lugar por aqui, torturados até a loucura; por alguma razão desconhecida, isso provocou uma vívida sensação de déjà vu dentro dele.

Mais bruxas e bruxos em túnicas verde-limão entravam e saíam pelas portas por onde passavam; um gás amarelo malcheiroso entrou no corredor quando eles passaram por uma porta, e de vez em quando eles ouviam lamentos distantes. Eles subiram um lance de escadas e entraram no corredor Lesões Induzidas por Criaturas, onde a segunda porta à direita trazia as palavras: 'Perigoso' Dai Llewellyn Ward: Mordidas Graves.

— Bem, acho que seria melhor esperarmos lá fora, então. — Charlie disse gentilmente, gesticulando entre ele e Harry. — Tenho certeza que o Sr. Weasley não vai querer muitos visitantes de uma só vez... Deve ser apenas a família primeiro.

Harry assentiu, recuando para ficar ao lado de Charlie e atrás de todos os outros. No entanto, assim que os dois meninos deram um passo para trás, a Sra. Weasley estendeu as mãos e arrastou os dois pela porta.

— Não sejam bobos. — Molly suspirou, com um sorriso encantador em seu rosto. — Harry, Arthur quer te agradecer... E Charlie, ver você vai alegrar o dia dele, tenho certeza.

Assentindo relutantemente, Charlie seguiu todos eles até a sala. A enfermaria era pequena e bastante suja, pois a única janela era estreita e ficava no alto da parede de frente para a porta. A maior parte da luz vinha de bolhas de cristal brilhantes agrupadas no meio do teto. Havia apenas três pacientes, e o Sr. Weasley estava ocupando a cama na extremidade da enfermaria ao lado da pequena janela.

Charlie ficou agradavelmente aliviado ao ver que estava recostado em vários travesseiros e lendo o Profeta Diário sob o solitário raio de sol que incidia sobre sua cama. Ele olhou para cima enquanto caminhavam em sua direção e, vendo quem era, sorriu amplamente.

— Olá! — ele chamou, jogando o Profeta de lado. — Bill acabou de sair, Molly... Teve que voltar ao trabalho, mas ele disse que passará por você mais tarde.

— Como você está, Artur? — perguntou a Sra. Weasley, inclinando-se para beijar sua bochecha e olhando ansiosamente em seu rosto. — Você ainda está parecendo um pouco pálido.

— Eu me sinto absolutamente bem. — disse o Sr. Weasley brilhantemente, estendendo seu braço bom para dar um abraço em Ginny. — Se eles pudessem apenas tirar as bandagens, eu estaria pronto para ir para casa.

Fred franziu as sobrancelhas, perguntando: — Por que eles não podem tirá-los, pai?

— Bem, eu começo a sangrar como um louco toda vez que eles tentam. — disse o Sr. Weasley alegremente, estendendo a mão para sua varinha, que estava em seu armário de cabeceira, e acenando para que sete cadeiras extras aparecessem ao lado de sua cama para acomodar todos eles. — Eu tenho que tomar uma poção de reposição de sangue a cada hora mais ou menos... Havia algum tipo de veneno bastante incomum nas presas da cobra que mantém as feridas abertas, você vê. Eles têm certeza de que encontrarão um antídoto, no entanto!

Fred assentiu, puxando sua cadeira para mais perto. — Então, você vai nos contar o que aconteceu?

— Bem, vocês já sabem, não é? — questionou o Sr. Weasley, olhando discretamente para Harry. — Uma cobra velha e rosada rastejou atrás de mim e me atacou do nada!

— Você estava de plantão, não estava? — perguntou Fred, baixando a voz. — O que eles estão fazendo você fazer que é tão perigoso?

As orelhas de George se aguçaram, — Você estava guardando, não estava? A arma? A coisa que Você-Sabe-Quem está atrás?

— George, fique quieto! — estalou a Sra. Weasley.

Isso pareceu silenciar um dos gêmeos, mas o outro continuou a investigar mais.

— Você não disse que Você-Sabe-Quem tem uma cobra, Harry? — perguntou Fred, olhando para o pai esperando uma reação. — Um enorme? Você o viu na noite em que ele voltou, não é?

— Já chega. — repreendeu a Sra. Weasley. — Vão esperar lá fora enquanto eu falo com seu pai. Vocês podem vir se despedir depois. Vão em frente.

Harry, Ron, Charlie, Fred, George e Ginny voltaram para o corredor e, quase imediatamente, a porta da enfermaria se fechou atrás deles. Fred ergueu as sobrancelhas, suspirando.

— Tudo bem. — disse ele friamente, remexendo nos bolsos. — Seja assim. Não nos diga nada.

— Procurando por isso? — George sorriu, segurando o que parecia ser um emaranhado de barbante cor de carne.

— Você leu minha mente. — disse Fred, sorrindo. — Vamos ver se o St. Mungus coloca Feitiços Imperturbáveis ​​nas portas de suas alas, certo?

Ele e George desembaraçaram o barbante e separaram seis Orelhas Extensíveis um do outro, entregando uma para cada um de seus irmãos e para Charlie e Harry. Inserido em seu ouvido com relutância, Charlie observou os fios cor de carne se contorcerem como longos vermes magros e serpentearem por baixo da porta. A princípio, ele não ouviu nada, então deu um pulo ao ouvir o sussurro da Sra. Weasley tão claramente como se ela estivesse bem ao lado dele.

— Harry viu tudo acontecer. — ela disse, parecendo desconfortável. — E Dumbledore parecia preocupado com a coisa toda quando falei com ele esta manhã.

— Ele tem o direito de estar preocupado, não é? — perguntou o Sr. Weasley, parecendo estranhamente ansioso. — O menino está vendo coisas de dentro da cobra de Você-Sabe-Quem. Obviamente, Harry não percebe o que isso significa, mas se Você-Sabe-Quem o está possuindo...

A voz de Arthur sumiu na cabeça de Charlie quando sua atenção foi atraída por Harry puxando a Orelha Extensível para fora da sua. O menino de óculos olhou em volta para seus amigos. Eles estavam todos olhando para ele, os fios ainda saindo de suas orelhas, parecendo repentinamente amedrontados.

Com muito poucas palavras ditas por alguém, a Sra. Weasley liderou o caminho de volta para Grimmauld Place mais uma vez. Segundos após a chegada, Harry saiu correndo, trancando-se em seu quarto e impedindo que outros falassem com ele. Charlie suspirou vendo seu amigo desaparecer.

Normalmente, ele teria toda a intenção de ir atrás de Harry, mas Charlie estava exausto. Ele estava confuso além da medida, ele experimentou terror, alívio, então terror novamente nas últimas doze horas, e ainda estava completamente inconsciente do que exatamente estava acontecendo. Ele sentiu como se tivesse viajado por quilômetros e quilômetros... Parecia impossível que menos de vinte e quatro horas atrás Ron o tivesse socado em seu rosto.

Uma sensação de mau presságio tomou conta de Charlie enquanto ele esperava o jantar. Pensar em Hermione sozinha em Hogwarts provocou a teoria de Umbridge percebendo que ele, Harry e os Weasleys haviam partido. Ou seja, não demoraria muito até que seu pai estivesse alerta e, assim, procurando por ele, procurando por respostas.

Mas o que Charlie diria?

A sensação de estar preso se intensificou. Ele meio que desejou não ter obedecido a Dumbledore e ficado onde estava, repentinamente sem vontade de estar aqui para os Weasleys quando eles mais precisavam dele. Com sua luta interna consumindo-o, Charlie não foi jantar naquela noite e, em vez disso, foi para a cama cedo; ele não infligiria sua miséria aos outros.

Todos os outros passaram a manhã seguinte arrumando as decorações de Natal. Charlie não conseguia se lembrar de Sirius estar de bom humor; ele estava realmente cantando canções de natal, aparentemente feliz por ter companhia no Natal. Charlie falou muito poucas palavras ao longo do dia; os Weasley estavam preocupados demais para notar, e Harry continuava a se isolar no quarto frio, sentado sozinho.

Depois do almoço, Charlie subiu as escadas, as ameaças de seu pai pairando sobre sua cabeça mais do que nunca. Ele conseguiu encontrar uma desculpa para sua ausência cuidando de Bicuço, o que todos pareciam acreditar. Na realidade, porém, ele estava sentado sozinho, observando o céu ficando mais branco do lado de fora das janelas enquanto esperava o momento em que seu mundo desabaria com uma única letra.

Por volta das seis horas da tarde, a campainha tocou e a Sra. Black começou a gritar novamente. Supondo que Mundungus ou algum outro membro da Ordem tivesse vindo visitá-lo, Charlie simplesmente se acomodou mais confortavelmente contra a parede do quarto de Bicuço, tentando ignorar a fome que sentia ao alimentar o hipogrifo com ratos mortos. Foi um leve choque, no entanto, quando alguém bateu com força na porta alguns minutos depois.

— Eu sei que você está aí. — veio a voz suave de Hermione. — Você poderia, por favor, sair? Eu quero falar com você.

— O que você está fazendo aqui? — Charlie perguntou, instantaneamente se levantando e abrindo a porta; suas orelhas se aguçaram e um sorriso apareceu em seu rosto. — Eu pensei que você já teria saído para esquiar com sua mãe e seu pai?

— Bem, para dizer a verdade, esquiar não é muito a minha praia. — Hermione deu de ombros, rindo levemente enquanto entrava no quarto; Charlie fechou a porta atrás dela. — Então, eu vim aqui para o Natal.

Charlie assentiu, observando-a com satisfação; havia neve em seu cabelo e seu rosto estava rosado de frio.

— Mamãe e papai estão um pouco desapontados, mas eu disse a eles que todos que levam nossos NOMs a sério vão ficar em Hogwarts para estudar. Eles querem que eu me saia bem, então eles vão entender. Além disso. — ela disse rapidamente, tirando a jaqueta antes de passar os braços ao redor do pescoço do namorado, — Senti sua falta.

Inclinando-se para conectar seus lábios em um selinho rápido, Charlie cantarolou contente quando eles se afastaram um momento depois.

— Eu também senti sua falta. — ele disse suavemente; sua mente perturbada se tornando calma e pacífica pela primeira vez nas últimas doze horas. — Você não tem ideia de quanto.

Hermione sorriu timidamente, conectando seus lábios mais uma vez. Alguns segundos depois, ela se afastou e disse: — Seu avô me contou o que aconteceu, mas eu tive que esperar o semestre terminar antes de partir. Umbridge já estava furiosa por vocês terem desaparecido bem debaixo do nariz dela, embora Dumbledore tenha dito a ela que o Sr. Weasley estava em St. Mungus e deu a todos vocês permissão para visitá-lo.

— Você acha que ela acreditou nisso? — Charlie perguntou, parecendo esperançoso; se ela o fizesse, talvez seu pai permanecesse inconsciente, afinal.

— Acho que sim. — Hermione deu de ombros, não convencida. Erguendo as mãos para acariciar os lados do rosto de Charlie, ela sussurrou. — Mas chega, como você está se sentindo?

— Tudo bem. — descartou Charlie rigidamente, desviando o olhar para evitar o contato visual.

— Oh, não minta para mim. — disse Hermione impaciente, estreitando os olhos. — Ouvi dizer que você se escondeu aqui sozinho a tarde toda.

Charlie deu de ombros, ficando tenso em defesa. — Precisava ficar sozinho, só isso.

— E ainda assim, você instantaneamente abriu a porta para mim. — Hermione brincou, levantando uma sobrancelha desafiadora. — Me pergunto o que isso significa.

— Significa que você é o tipo de pessoa com quem eu quero estar quando quero ficar sozinho. — brincou Charlie, esfregando seu nariz no dela adoravelmente; tentando evitar suspeitas sobre o real motivo de seu isolamento.

Hermione sorriu maliciosamente, descansando sua testa contra a dele. — Você é um idiota, você sabe disso, não é?

— Acho que isso faz parte do meu charme. — brincou Charlie, apertando a cintura dela. — Além disso, pelo que me lembro, você não parece se importar.

— Oh, eu não, mas isso é porque você é meu idiota. — Hermione riu enquanto dava um beijo na bochecha dele, fazendo Charlie sorrir orgulhosamente. Antes que ele pudesse responder, ela juntou as mãos deles, puxando-o para a porta. — Vamos, baby. A Sra. Weasley precisa de ajuda para decorar, e eu serei amaldiçoada se eu deixar você perder mais um momento aqui sendo um Grinch miserável e miserável.

— Um Grinch? — Charlie repetiu; um sorriso divertido, mas confuso, se curvando em seus lábios. — O que é isso?

— Sua pobre e infeliz alma. — riu Hermione, soando completamente exasperada. — É uma coisa trouxa... Um dia, lembre-me de mostrar o filme a você.

Charlie riu enquanto a seguia. — Ok, pode ser.

Parando por um momento na porta, Hermione se virou, inclinando-se para sussurrar em seu ouvido. — Você sabe o que não é uma coisa de feriado específica para trouxas? — ela sorriu contra sua orelha, construindo antecipação. — Mistletoe... E se você tiver sorte, talvez eu consiga algum.

Arregalando os olhos, o coração de Charlie se encheu de felicidade quando Hermione o puxou escada abaixo, rindo levemente de sua reação.

De repente, Charlie se sentiu tão feliz que pensou em juntar-se a eles quando ouviram Sirius dançando no andar de baixo, cantando God Rest Ye, Merry Hippogriffs a plenos pulmões. Inegavelmente falando, a alegria de Sirius em ter a casa cheia novamente, era contagiante.

Depois de passar vários minutos convencendo Harry de que ele não era a arma que a Ordem usaria contra o Lorde das Trevas nem estava possuído, todos trabalharam na véspera do dia de Natal, limpando e decorando, de modo que quando todos fossem embora para a cama na véspera de Natal, a casa era quase irreconhecível para o Sr. Weasley, que voltaria para casa durante a noite.

Os candelabros embaçados não estavam mais pendurados com teias de aranha, mas com guirlandas de azevinho, flâmulas de ouro e prata; neve mágica brilhava em pilhas sobre os tapetes puídos; uma grande árvore de Natal, obtida por Sirius e decorada com fadas vivas, bloqueava a visão de sua árvore genealógica, e até mesmo as cabeças de elfos empalhadas na parede do corredor usavam chapéus e barbas de Papai Noel.

Charlie acordou na manhã de Natal para encontrar uma pilha de presentes ao pé de sua cama, e Ron e Harry já estavam abrindo suas próprias pilhas.

— Feliz Natal. — Charlie sorriu, sentindo-se mais feliz do que nunca.

— Feliz Natal. — Harry e Ron sorriram simultaneamente.

Charlie vasculhou seus próprios presentes, mas não encontrou nada com o nome de Hermione. Ele imaginou, embora incerto, que eles compartilharam seus presentes um com o outro quando chegou a hora de terem um momento a sós.

Seus presentes eram incrivelmente aleatórios; Sirius e Lupin lhe deram livros sobre as Artes das Trevas, Ron e Harry lhe deram doces, Hagrid lhe enviou uma carteira marrom peluda com presas (que deveria ser um dispositivo anti-roubo), Tonks lhe deu um saco de guloseimas de Zonko's, o Sr. e a Sra. Weasley deram o costumeiro suéter tricotado à mão e algumas tortas de carne moída, e Dobby enviou uma pintura dele e dos quatro principais que Charlie suspeitava terem sido desenhados pelo próprio elfo. Ele tinha acabado de virar de cabeça para baixo para ver se ficava melhor assim quando, com um estalo alto, Fred e George aparataram ao pé de sua cama.

— Feliz Natal. — suspirou George. — Não desça um pouco.

Ron franziu as sobrancelhas. — Por que não?

— Mamãe está chorando de novo. — disse Fred pesadamente. — Percy mandou de volta seu suéter de Natal.

— Sem um bilhete. — acrescentou George, parecendo estranhamente zangado. — Não perguntou como está o papai, nem o visitou nem nada.

— Nós tentamos confortá-la. — Fred deu de ombros, contornando a cama para olhar o retrato de Charlie. — Disse a ela que Percy nada mais é do que uma pilha enorme de fezes de rato.

— Não funcionou. — George riu, servindo-se de um Sapo de Chocolate. — Então Sirius assumiu. Melhor deixá-lo animá-la antes de descermos para o café da manhã, eu acho.

— O que isso deveria ser, afinal? — perguntou Fred, olhando de soslaio para a pintura de Dobby. — Parece um gibão com dois olhos negros.

— Deve ser Char. — riu George, apontando para o verso da foto. — Diz isso no verso!

— Boa aparência. — disse Fred, sorrindo. Charlie jogou sua nova carteira nele; errando completamente o ruivo, ele bateu na parede e caiu no chão, e os gêmeos riram alto. — E você se chama de Chaser...

Eles se levantaram e se vestiram; Charlie vestiu seu novo suéter azul tricotado pela Sra. Weasley. Quando desceram, os meninos puderam ouvir os vários habitantes da casa gritando 'Feliz Natal' uns para os outros. Tropeçando na cozinha, eles encontraram Gina, Hermione e o Sr. e a Sra. Weasley à mesa.

Charlie se sentou em uma cadeira ao lado de Hermione e rapidamente entrelaçou suas mãos sob a mesa, apertando suavemente antes de dizer. — Feliz Natal.

— Feliz Natal. — Hermione sorriu antes de olhar ao redor, atenta para não ser ouvida, e baixou a voz em um sussurro. — Encontre-me mais tarde, sim? Quero lhe dar seu presente.

Assentindo com um sorriso tímido, Charlie voltou-se para o resto da mesa, ignorando completamente o olhar curioso de Ron em sua direção e, em vez disso, olhou para Arthur com uma expressão aliviada.

— É bom tê-lo de volta, Sr. Weasley. — ele disse, e foi sincero.

— É bom estar de volta, meu querido menino! — Arthur disse alegremente, claramente desconsiderando as várias bandagens enroladas em sua cabeça e braços. Ele se virou para se dirigir à mesa. — Todos tendo um bom dia? O que vocês ganharam no Natal?

As crianças passaram o resto da manhã agindo normalmente, como esperado, distribuindo pudins de Natal, jogando jogos de tabuleiro e assistindo a filmes (como o Grinch) para passar o tempo. O sol parecia girar no céu em um ritmo rápido, o dia desaparecendo na noite, assim como a Sra. Weasley, com a ajuda de Sirius, começou a colocar o banquete de Natal na mesa. Mad-Eye Moody veio batendo em sua perna de pau, seguido por uma alegre Tonks e Lupin. Mundungus Fletcher apareceu a tempo para o pudim de Natal e ninharias, e perto do final da deliciosa refeição, Arthur ergueu o copo:

— Vamos, então, todo mundo. — ele chamou, sorrindo amplamente. — Um brinde de Natal a Harry Potter, sem o qual eu não estaria aqui... Serei eternamente grato.

— Para Harry. — todos disseram simultaneamente, levantando seus copos; Sirius olhando incrivelmente orgulhoso para Harry, que corou com a atenção.

E com isso, as festividades de Natal chegaram ao fim. Charlie ajudou a Sra. Weasley a limpar a mesa, colocando os pratos na pia, antes de subir para alimentar Bicuço pela última vez. Quando ele entrou na sala, no entanto, ficou boquiaberto com as decorações de Natal penduradas, que obviamente foram colocadas lá por Sirius.

Havia uma pequena árvore de Natal brilhando no canto, enfeites e azevinhos pendurados nas janelas, mas a parte favorita de Charlie, sem dúvida, era o acessório adicional de chifres de rena no topo da cabeça do hipogrifo. Perdido em pensamentos divertidos, Charlie parecia não ter nenhuma lembrança da porta se abrindo atrás dele, em vez disso, ele pulou levemente ao som de uma voz familiar vindo de trás dele.

— Aí está você.

Virando-se rapidamente, seu batimento cardíaco assustado começou a se acalmar quando ele viu sua namorada, sorrindo para ele enquanto usava um suéter de Natal que era grande demais para o corpo dela; ela também parecia estar segurando algo nas costas.

— Olha o que eu encontrei. — Hermione sorriu maliciosamente, retraindo sua mão esquerda de suas costas para brandir um pedaço de visco sobre suas cabeças.

Charlie sorriu largamente, chamando-a para mais perto, estendendo os braços. — Venha aqui então.

Gritando timidamente, Hermione correu para frente, batendo no torso de seu namorado apenas para que ela pudesse ficar na ponta dos pés e colocar um beijo apaixonado em seus lábios. Os braços de Charlie imediatamente envolveram sua cintura, puxando-a para mais perto para aprofundar a interação. Perdendo-se um pouco no beijo, Hermione deixou cair a mão esquerda, que segurava o visco sobre suas cabeças, e a deixou cair atrás do pescoço dele, esquecendo sua importância em um segundo de suas bocas se moldando.

Eles se beijaram por alguns minutos, compensando o tempo perdido que passaram separados, antes de se afastarem e descansarem suas testas uma contra a outra, sorrindo de orelha a orelha enquanto ofegavam pesadamente.

— Exatamente o que eu precisava. — murmurou Hermione, beijando seus lábios mais uma vez antes de retrair a mão direita de suas costas e colocar um presente nas mãos dele. — Agora, abra isso... Eu estava esperando para ver sua reação.

Segurando o presente na mão, a boca de Charlie se curvou em um sorriso adequado. Era uma caixa pequena, grande o suficiente para guardar joias, embrulhada em um pequeno laço vermelho, mas, independentemente disso, o menino sentiu um sentimento de excitação crescer dentro dele enquanto ponderava o que poderia haver nela. Antes que pudesse abri-lo, no entanto, ele ainda precisava pegar o presente de Hermione em seu quarto.

— Espere. — disse ele educadamente, dirigindo-se para a porta. — Espere aqui um segundo, ok?

Hermione assentiu, e Charlie saiu da sala, apenas para retornar momentos depois com um livro antigo que parecia gasto, mas histórico ao mesmo tempo.

— Eu não tive tempo de embrulhar direito. — disse Charlie, um pouco envergonhado enquanto entregava o livro. — E para ser honesto, minhas habilidades de embalagem são bastante atrozes de qualquer maneira.

— É perfeito. — Hermione deu uma risadinha, dando um beijo na bochecha dele antes de unir suas mãos para incentivá-lo a abrir seu presente. — Você primeiro.

Assentindo, Charlie tirou o laço vermelho lentamente, desembrulhando-o enquanto Hermione o observava com olhos excitados. Na próxima vez, ele abriu a caixa e foi presenteado com uma corrente de prata enfeitada com um pingente em forma de bússola que trazia gravada a frase, sempre com você, na borda externa. A parte de trás da bússola era simples, exceto por um pequeno botão visível no centro.

A boca de Charlie caiu e, de repente, ele ficou sem palavras. Percebendo isso, Hermione sorriu orgulhosamente para si mesma enquanto observava seu namorado tirar o colar da caixa, passando o polegar sobre o pingente com um sorriso.

— É incrível. — Charlie suspirou, olhando nos olhos de Hermione por um segundo. — Obrigado, querida.

— Isso não é tudo. — disse Hermione, com um sorriso maroto no rosto enquanto pegava o colar dele para ajudá-lo a colocá-lo. — É encantado, você vê... Eu o projetei para que sempre que você precisar de mim, tudo o que você terá que fazer é apertar o botão na parte de trás e minha pulseira... — Ela fez uma pausa para apontar para uma pulseira de prata semelhante. pendurado em seu pulso que Charlie não havia notado até agora. — Receberá uma pequena vibração e emitirá uma luz guia que sempre me levará até você.

Se ele não estava sem palavras antes, Charlie certamente estava agora. Na verdade, ele não conseguia nem formar uma frase adequada, o que era apenas mais uma prova de seu estado de choque.

— Isso é... Eu, uh... Meu deus...

— Achei que isso era um pouco mais permanente do que uma promessa verbal. — Hermione riu suavemente, sua respiração fazendo cócegas na pele dele. — Agora, nunca mais terei que lidar com quase perder você... Agora, sempre estarei com você.

Ainda horrorizado, Charlie pegou o pingente em sua mão, apertando o botão na parte de trás com o polegar, e em tempo recorde, ouviu-se um leve zumbido vindo do pulso de Hermione. Ela ergueu o braço e sorriu quando um dos ponteiros da bússola se iluminou, apontando na direção de Charlie.

— Só queria ter certeza que funcionava. — Charlie brincou levemente, e no momento seguinte, ele puxou Hermione para perto, colocando um beijo em seus lábios para expressar sua gratidão. Afastando-se, ele sussurrou contra os lábios dela. — Eu adorei... Obrigado.

Sorrindo amplamente, Hermione arrastou sua mão para baixo para acariciar seu rosto da maneira mais amorosa e cativante possível antes de seus olhos se fixarem no livro em sua outra mão.

— Vá em frente. — Charlie encorajou, esperando em antecipação. — Sua vez.

Com um suspiro satisfeito, Hermione virou o livro, revelando o título. Instantaneamente, ela soltou uma risada animada. As palavras escritas no topo do livro diziam, Hogwarts: Uma História, Primeira Edição, e os olhos de Hermione se iluminaram como os de uma criança tonta.

— Meu avô me ajudou a restaurá-lo. — explicou Charlie, sorrindo orgulhosamente com a reação dela. — No entanto, este livro não é como qualquer outro. Eu também o encantei. — ele abriu as páginas do livro para deixá-la examiná-lo de perto. — Agora, ele será atualizado com eventos notáveis ​​sempre que sentir que algo vale a pena de ser escrito entre suas páginas.

A boca de Hermione caiu enquanto ela folheava as páginas, lendo em silêncio; de vez em quando, ela pulava animadamente no local. Observando-a por um momento, Charlie a tirou de seu olhar intenso sobre o livro quando ele falou mais uma vez.

— Mas isso não é tudo. — ele sussurrou, e os olhos de Hermione queimaram com curiosidade. Folheando o final do livro e acenando com a mão sobre as páginas, Charlie disse: — Revelio.

De repente, as páginas começaram a desbotar, revelando uma seção esculpida do livro, onde Charlie havia escondido um anel de prata esterlina com um centro semelhante a um cristal branco. Hermione olhou incrédula, sua respiração ficando presa na garganta enquanto ela olhava para Charlie com os olhos arregalados, lendo muito sobre o que estava acontecendo.

— Charlie... Eu, uh, nós somos muito jovens... Não que eu não diria sim... Mas é muito cedo...

— Oh, não, não, não. — interveio Charlie rapidamente, seus olhos se arregalando também com o mal-entendido. — Não é um anel de noivado! Ainda não... É na verdade uma penseira em miniatura. Consegui capturar um pouco da essência prateada no cristal, e preenchi o anel com minhas memórias... Bem, mais especificamente, memórias de nós.

O pânico no rosto de Hermione rapidamente se transformou em intriga enquanto ela observava Charlie tirar o anel do livro, segurá-lo e dizer: — Exto.

Quase imediatamente, o anel lançou uma luz branca em direção ao teto, projetando as memórias armazenadas nele como um filme. A boca de Hermione caiu quando ela olhou para cima com admiração; ela estava assistindo o primeiro beijo deles da perspectiva de Charlie e ainda assim, os mesmos sentimentos agitados giravam em seu estômago. Ela se virou para Charlie, seus olhos se enchendo de lágrimas de felicidade quando ela o viu olhando para cima com a expressão mais feliz que ela já tinha visto.

— Eu queria te mostrar como você é linda aos meus olhos. — ele disse suavemente, voltando seu olhar para sua namorada. Dando um passo à frente para enxugar as lágrimas de seu rosto, Charlie pegou sua mão esquerda e deslizou o anel em seu dedo médio. — Espero que agora você nunca esqueça o quão especial você é para mim.

— Eu te amo. — disse Hermione imediatamente antes de mover sua mão para a nuca, puxando-o para ela para conectar seus lábios em um dos beijos mais românticos que já haviam compartilhado. Afastando-se, ela sussurrou contra seus lábios. — Tanto, baby.

Tentando lutar contra o largo sorriso que se formou em seus lábios, Charlie se inclinou mais uma vez, beijando-a repetidamente até que a única coisa que os separasse fosse a falta de ar.

— Feliz Natal. — ele disse, meia hora depois, quando escoltou Hermione de volta para seu quarto compartilhado com Ginny.

— Feliz Natal. — Hermione repetiu, sorrindo para ele com o olhar de extrema admiração. — Boa noite, Charlie.

— Boa noite.

E quando a porta do quarto se fechou, tanto Hermione quanto Charlie sorriram amplamente em lados opostos da porta, segurando suas novas joias como se tivessem se tornado um bem valioso.

Ambos alegremente inconscientes do que estava por vir...

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