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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO CINQUENTA E OITO
─── EXPLICAÇÕES E COMPLICAÇÕES
[Este capítulo contém cenas +18]
LEVOU CINCO SEGUNDOS para Harry correr até os dormitórios dos meninos para pegar a Capa da Invisibilidade e o Mapa do Maroto em seu baú.
Quando ele voltou momentos depois, os quatro núcleos rastejaram pelo buraco do retrato e cobriram-se apressadamente com a capa - Ron e Charlie haviam crescido tanto que agora precisavam se agachar para evitar que seus pés aparecessem - então, movendo-se lenta e cautelosamente, eles desceu as muitas escadas, parando em intervalos para verificar no mapa sinais de Filch ou Mrs. Norris. Eles tiveram sorte; eles não viram ninguém além de Nick Quase Sem Cabeça, que estava deslizando distraidamente cantarolando algo que soava horrivelmente como 'Weasley é o nosso rei'.
Eles atravessaram o Hall de Entrada e saíram para o terreno silencioso e coberto de neve. Com um grande salto de seu coração, Charlie viu pequenos quadrados dourados de luz à frente e fumaça saindo da chaminé de Hagrid. Ele partiu em uma marcha rápida, os outros três se empurrando e tropeçando atrás dele. Eles trituraram excitadamente a neve cada vez mais espessa até que finalmente alcançaram a porta de madeira da frente. Quando Charlie levantou o punho e bateu três vezes, Fang começou a latir freneticamente lá dentro.
— Hagrid, somos nós! — Charlie chamou pelo buraco da fechadura.
— Deveria saber! — disse uma voz rouca.
Os quatro sorriram uns para os outros sob a capa; eles podiam dizer pela voz de Hagrid que ele estava satisfeito.
— Em casa três segundos... Sai do caminho, Fang... Sai do caminho, seu cachorro sonolento...
O ferrolho foi aberto, a porta se abriu e a cabeça de Hagrid apareceu na fresta... Hermione gritou.
— A barba de Merlin, mantenha-a baixa! — disse Hagrid apressadamente, acenando freneticamente sobre suas cabeças. — Sob essa capa, é? Bem, entrem, entrem!
— Desculpe! — Hermione engasgou, quando os quatro passaram por Hagrid para dentro da casa e tiraram a capa para que ele pudesse vê-los. — Eu só... Oh, Hagrid!
— Não é nada, não é nada! — disse Hagrid rapidamente, fechando a porta atrás deles e correndo para fechar todas as cortinas, mas Hermione continuou a olhar para ele com horror.
O cabelo de Hagrid estava emaranhado com sangue coagulado e seu olho esquerdo havia sido reduzido a uma fenda inchada em meio a uma massa de hematomas roxos e pretos. Havia muitos cortes em seu rosto e mãos, alguns deles ainda sangrando, e ele se movia com cautela, o que fez Charlie suspeitar de costelas quebradas. Era óbvio que ele tinha acabado de chegar em casa: uma grossa capa preta de viagem estava sobre o espaldar de uma cadeira e uma mochila grande o suficiente para carregar várias crianças pequenas encostada na parede do lado de dentro da porta. O próprio Hagrid, com o dobro do tamanho de um homem normal, estava agora mancando até o fogo e colocando uma chaleira de cobre sobre ele.
— O que aconteceu com você? — Harry exigiu, enquanto Fang dançava ao redor de todos eles, tentando lamber seus rostos.
— Eu disse, nada. — disse Hagrid com firmeza. — Querem uma xícara de chá?
— Pare com isso. — gritou Charlie, cruzando os braços. — Você não está em um bom estado! —
— Eu estou dizendo a vocês, estou bem. — disse Hagrid, endireitando-se e virando-se para sorrir para todos eles, mas estremecendo. — Caramba, é bom ver vocês quatro de novo - tiveram bons verões, não é?
Mas Ron não estava pronto para mudar de assunto ainda, ao invés disso ele exclamou. — Hagrid, você foi atacado!
— Pela última vez, não é nada! — disse Hagrid com firmeza.
Charlie franziu as sobrancelhas em descrença, exigindo. — Você diria que não seria nada se um de nós aparecesse com meio quilo de carne moída em vez de um rosto?
— Você deveria ir ver Madame Pomfrey, Hagrid. — disse Hermione ansiosamente. — Alguns desses cortes parecem horríveis.
— Eu estou lidando com isso, tudo bem? — disse Hagrid repressivamente.
Ele caminhou até a enorme mesa de madeira que ficava no meio de sua cabine e afastou um pano de prato que estava sobre ela. Por baixo havia um bife cru, ensanguentado e tingido de verde, um pouco maior do que um pneu comum de carro.
— Você não vai comer isso, vai, Hagrid? — Ron engoliu em seco, inclinando-se para olhar mais de perto. — Parece venenoso.
— É para ser assim, é carne de dragão. — Hagrid deu de ombros, despreocupado. — E eu não peguei para comer.
Ele pegou o bife e deu um tapa no lado esquerdo do rosto. Sangue esverdeado escorria em sua barba enquanto ele dava um gemido suave de satisfação.
— Assim é melhor. Ajuda com a ardência, sabe.
Depois de um momento, Harry perguntou: — Então, você vai nos contar o que aconteceu com você?
— Ouçam. — suspirou Hagrid, desistindo após incontáveis tentativas de negação. — Eu não posso dizer muito, mas Dumbledore me mandou encontrar os gigantes.
— Gigantes? — gritou Hermione em um sussurro abafado. — E você os encontrou?
— Bem, eles não são tão difíceis de encontrar, para ser honesto. — brincou Hagrid. — Bem grande, veja.
Os olhos de Ron se iluminaram. — Bem, onde eles estão?
— Montanhas. — murmurou Hagrid inutilmente.
— Então por que os trouxas não...
— Eles têm. — disse Hagrid sombriamente. — Apenas suas mortes são sempre atribuídas a acidentes de montanhismo, não são?
Ele ajustou o bife um pouco para que cobrisse o pior dos hematomas.
— Vamos, Hagrid, conte-nos o que você tem feito. — disse Ron ansiosamente. — Conte-nos sobre ser atacado pelos gigantes e Harry pode lhe contar sobre ser atacado pelos dementadores...
Hagrid engasgou com a caneca e deixou cair o bife ao mesmo tempo; uma grande quantidade de saliva, chá e sangue de dragão foi borrifada sobre a mesa enquanto Hagrid tossia e cuspia, e o bife escorregava, com um barulho suave, no chão.
— O que você quer dizer, atacado por dementadores? — rosnou Hagrid.
— Você não sabe? — Charlie perguntou a ele, de olhos arregalados.
— Eu não sei de nada que está acontecendo desde que eu parti. Eu estava em uma missão secreta, não estava, não queria corujas me seguindo por todo lugar - dementadores corados! Você não está falando sério?
Harry sorriu. — Você me conta sobre o seu verão e eu conto sobre o meu.
Hagrid o encarou com seu único olho aberto. Harry olhou de volta, uma expressão de determinação inocente em seu rosto.
— Oh, tudo bem. — Hagrid disse com uma voz resignada.
Ele se abaixou e puxou o bife de dragão da boca de Fang.
— Oh, Hagrid, não, não é higiênico... — Hermione começou, mas Hagrid já havia colocado a carne de volta sobre o olho inchado.
Ele tomou outro gole fortificante de chá e disse: — Bem, partimos logo após o término do semestre...
— Madame Maxime foi com você, então? — Charlie interveio, balançando as sobrancelhas.
— Sim, está certo. — corou Hagrid, e uma expressão suavizada apareceu nos poucos centímetros do rosto que não eram obscurecidos por barba ou bife verde. — Sim, éramos apenas nós dois. E eu vou te dizer uma coisa, ela não tem medo de brigar, Olympe.
Charlie e Ron trocaram um olhar divertido e riram incontrolavelmente; eles foram rapidamente silenciados com um tapa no braço de Hermione.
— De qualquer forma. — continuou Hagrid, lançando aos dois garotos um olhar tímido. — Onde os gigantes são muito difíceis de pegar, para os humanos de qualquer maneira, então precisávamos das instruções de Dumbledore. Levamos cerca de um mês para chegar lá...
— Um mês? — questionou Ron, como se nunca tivesse ouvido falar de uma viagem tão ridiculamente longa.
Charlie beliscou a ponta do nariz, estupefato com a total desconsideração de seu amigo pelo fato de que todos no círculo íntimo de Dumbledore estavam sendo fortemente inspecionados pelo Ministério.
— Claro! — Hagrid disse sombriamente. — Não pode fazer mágica, não com o Ministério nos seguindo até o fim! Além disso, gigantes não gostam de magos... Não confie neles.
— Então, o que você fez quando os encontrou? — Charlie perguntou, incrivelmente intrigado.
— Nós demos a eles um presente, assim como Dumbledore nos disse. — explicou Hagrid. — Dei a eles um monte de fogo Gubraithiano, sabe, chama eterna... Gigantes gostam de magia, só não gostam que a gente use contra eles.
As orelhas de Hermione se aguçaram. — E então?
— Nós nos sentamos e conversamos um pouco. — Hagrid continuou. — Bem, nós tentamos bater um papo - gigantes não falam inglês bem, sabe. Pedimos ajuda a eles, mas saímos naquela noite para deixar o chefe pensar sobre isso... E foi aí que deu tudo errado.
Os quatro trocaram olhares, esperando ansiosamente que Hagrid continuasse; literalmente na ponta de seus assentos.
— Uma briga começou... Durou horas, você não acreditaria no barulho... Então, na manhã seguinte havia um novo chefe. — Hagrid suspirou profundamente. — Voltamos para ver o que faríamos com esse novo chefe, mas as coisas pioraram ainda mais.
Charlie franziu as sobrancelhas. — O que você quer dizer?
— Acontece que o novo chefe não se opôs a todos os bruxos. — Hagrid disse sombriamente. — Só nós...
— O que? — Harry disse, confuso. — O que isso significa?
— Os Comensais da Morte chegaram até eles primeiro, não foi? — Charlie perguntou horrorizado, juntando as peças.
— SimZ — murmurou Hagrid, claramente sem graça. — Alguns deles estavam visitando todos os dias, trazendo presentes para o chefe.
— Como você sabe que eles eram Comensais da Morte? — perguntou Ron, contorcendo-se ansiosamente.
— Porque eu reconheci um deles. — Hagrid rosnou. — Macnair, lembra dele? O cara que eles mandaram matar Bicuço? Maníaco, ele é. Gosta de matar tanto quanto o novo chefe; não é de admirar que eles estivessem se dando tão bem.
— Então Macnair convenceu os gigantes a se juntarem a Você-Sabe-Quem? — perguntou Hermione desesperadamente, brincando com sua xícara de chá.
— Segurem seus hipogrifos, ainda não terminei minha história! — disse Hagrid indignado, que, considerando que não queria contar nada a eles em primeiro lugar, agora parecia estar se divertindo bastante. — Eu e Olympe conversamos sobre isso e concordamos, só porque o chefe parecia que estava favorecendo Você-Sabe-Quem, não queria dizer que todos eles iriam. Tínhamos que tentar e persuadir alguns deles, os que não gostaram do novo chefe.
As sobrancelhas de Ron franziram. — Como você pode dizer quais são?
— Bem, foram eles que foram espancados, não foram? — disse Hagrid pacientemente. — Aqueles com algum bom senso estavam se mantendo fora do caminho do chefe, se escondendo em cavernas ao redor da ravina assim como nós. Então decidimos que iríamos vasculhar as cavernas à noite e ver se conseguíamos persuadir alguns deles.
— Você vasculhou cavernas escuras procurando por gigantes? — perguntou Charlie, com respeito reverente em sua voz. — E você os encontrou?
Hagrid acenou com a cabeça. — Um deles sabia um pouco de inglês e traduziu para os outros, e o que tínhamos a dizer não pareceu cair muito mal. Então continuamos voltando, visitando os feridos... Acho que tivemos cerca de seis ou sete deles convencidos em um ponto.
— Seis ou sete? — disse Ron ansiosamente. — Bem, isso não é ruim - eles vão vir aqui e começar a lutar contra Você-Sabe-Quem conosco?
Mas Hermione interrompeu e disse. — O que você quer dizer com 'em um ponto', Hagrid?
Hagrid olhou para ela com tristeza e murmurou: — O chefe invadiu as cavernas... Os que sobreviveram não queriam mais saber de nós depois disso.
— Então... Então não há nenhum gigante vindo? — perguntou Harry, parecendo desapontado.
— Não. — disse Hagrid, suspirando profundamente enquanto virava seu bife e aplicava o lado mais frio em seu rosto. — Mas nós fizemos o que queríamos fazer, nós demos a eles a mensagem de Dumbledore e alguns deles ouviram e eu espero que alguns deles se lembrem disso. Talvez quando eles tiverem uma chance de lembrar que Dumbledore é muito amigo deles... É quando eles virão.
Todos ficaram quietos. Hermione olhou nervosamente para Charlie, Harry e Ron, claramente querendo que eles falassem para quebrar o súbito silêncio sombrio em que se encontravam.
— Mas você ainda não explicou como ficou neste estado, Hagrid. — Charlie disse, apontando para o rosto manchado de sangue de Hagrid.
— Ou por que você voltou tão tarde. — acrescentou Harry. — Sirius disse que você deveria ter voltado anos atrás...
Ron olhou para Hagrid com curiosidade e disse: — Quem te atacou?
— Eu não fui atacado! — gritou Hagrid enfaticamente. — Eu...
Mas o resto de suas palavras foi abafado por uma súbita explosão de batidas na porta. Hermione engasgou; sua caneca escorregou por entre os dedos e se espatifou no chão; Fang gritou. Todos os cinco olharam para a janela ao lado da porta. A sombra de alguém pequeno e atarracado ondulou pela cortina fina.
— Oh, pelo amor de Deus. — Charlie xingou baixinho, percebendo quem era. — É ela!
— Entrem aqui! — Harry disse rapidamente, pegando a capa da invisibilidade; ele girou sobre si mesmo, Ron e Hermione enquanto Charlie contornava a mesa e mergulhava sob a capa também. Aconchegados, eles recuaram para um canto, Canino estava latindo loucamente na porta enquanto Hagrid estava completamente confuso.
— Hagrid, esconda nossas canecas!
Hagrid pegou as canecas de Charlie, Harry e Ron e as enfiou sob a almofada na cesta de Canino. Fang agora estava pulando na porta; Hagrid o empurrou para fora do caminho com o pé e abriu a porta.
A professora Umbridge estava parada na porta usando sua capa de tweed rosa e um chapéu combinando com protetores de orelha. Com os lábios franzidos, ela se inclinou para trás para ver o rosto de Hagrid; ela mal chegava ao umbigo dele.
— Então. — ela disse devagar e alto, como se falasse com alguém surdo. — Você é o Hagrid, não é?
Sem esperar por uma resposta, ela entrou na sala, seus olhos esbugalhados rolando em todas as direções.
— Er-eu não quero ser rude. — disse Hagrid, olhando para ela. — Mas quem diabos é você?
— Meu nome é Dolores Umbridge.
Seus olhos estavam varrendo a cabine. Duas vezes eles olharam diretamente para o canto onde Charlie estava, pressionado contra Harry, Ron e Hermione.
— Dolores Umbridge? — Hagrid disse, soando completamente confuso. — Eu pensei que você fosse um deles do Ministério - você não trabalha com Hawthorne?
— Eu era Subsecretária Sênior do Ministro, sim. — disse Umbridge, agora andando pela cabana, observando cada pequeno detalhe dentro, desde a mochila contra a parede até a capa de viagem abandonada. — Agora sou a professora de Defesa Contra as Artes das Trevas... E a Alta Inquisidora de Hogwarts.
— O que é isso? — perguntou Hagrid, franzindo a testa.
— Exatamente o que eu ia perguntar. — disse Umbridge, apontando para os cacos de porcelana no chão que tinham sido a caneca de Hermione.
— Oh. — disse Hagrid, com um olhar muito inútil para o canto onde Charlie, Harry, Ron e Hermione estavam escondidos. — Oh, isso era... Era Fang. Ele quebrou uma caneca. Então eu tive que usar esta aqui.
Hagrid apontou para a caneca da qual ele estava bebendo, uma mão ainda apertada sobre o bife de dragão pressionado em seu olho. Umbridge estava de frente para ele agora, observando cada detalhe de sua aparência em vez das cabines.
— Eu ouvi vozes. — ela disse calmamente.
— Eu estava falando com Fang. — disse Hagrid com firmeza.
— E ele estava respondendo a você?
— Bem... De certa forma. — disse Hagrid, parecendo desconfortável. — Eu às vezes digo que Fang é quase humano o suficiente...
— Existem quatro pares de pegadas na neve indo das portas do castelo até sua cabana. — disse Umbridge elegantemente.
Hermione engasgou; Charlie colocou a mão sobre a boca. Por sorte, Fang estava farejando ruidosamente em torno da bainha das vestes da Professora Umbridge e ela não parecia ter ouvido.
— Bem, eu acabei de voltar. — disse Hagrid, acenando com uma mão enorme para a mochila. — Talvez alguém veio me chamar mais cedo e eu perdi.
— Não há passos saindo da porta de sua cabine.
— Bem, eu... Não sei por que isso seria... — disse Hagrid, puxando nervosamente sua barba e novamente olhando para o canto onde os quatro estavam, como se pedisse ajuda. — Er...
Umbridge deu a volta e caminhou por toda a extensão da cabana, olhando em volta com cuidado. Ela passou a menos de cinco centímetros de onde Charlie, Harry, Ron e Hermione estavam encostados na parede; Charlie realmente encolheu o estômago enquanto ela passava.
Depois de olhar cuidadosamente dentro do enorme caldeirão que Hagrid usava para cozinhar, ela se virou novamente e disse: — O que aconteceu com você? Como você sofreu esses ferimentos?
Hagrid rapidamente removeu o bife de seu rosto, revelando uma grande quantidade de sangue fresco e coagulado em seu rosto enquanto falava sem jeito. — Eu, uh... Tive um pequeno acidente.
— Que tipo de acidente?
— E-eu tropecei.
— Você tropeçou, não é? — Umbridge repetiu friamente.
Hagrid acenou com a cabeça apressadamente, — Sim, isso mesmo. Sobre... Sobre a vassoura de um amigo. Eu não voo, eu mesmo. Bem, olhe para o tamanho de mim, eu não acho que haja uma vassoura que...
— Onde você esteve? — perguntou Umbridge, cortando friamente a tagarelice de Hagrid.
— Onde eu...
— Esteve, sim. — Umbridge disse. — O semestre começou há dois meses. Outro professor teve que cobrir suas aulas. Nenhum de seus colegas foi capaz de me dar qualquer informação sobre seu paradeiro. Você não deixou endereço. Onde você esteve?
Houve uma pausa na qual Hagrid a encarou com seu olho recém descoberto. Charlie quase podia ouvir seu cérebro trabalhando furiosamente.
— Eu estive ausente por causa da minha saúde.
— Pela sua saúde. — repetiu a professora Umbridge. Seus olhos percorreram o rosto descolorido e inchado de Hagrid; sangue de dragão pingava suave e silenciosamente em seu colete. — Eu vejo.
— É. — mentiu Hagrid. — Um pouco de ar fresco, sabe...
— Sim, como guarda-caça deve ser tão difícil conseguir ar fresco. — disse Umbridge sarcasticamente. A pequena mancha no rosto de Hagrid que não era preta ou roxa, corou.
— Bem - mudança de cena, você sabe...
— Cenário de montanha? — disse Umbridge rapidamente.
Ela sabe, Charlie pensou desesperadamente. Mas como?
— Montanhas? — Hagrid repetiu, claramente pensando rápido. — Não, sul da França para mim. Um pouco de sol e... E mar.
— Realmente? — perguntou Umbridge. — Você não tem muito bronzeado.
— Sim... Bem... Pele sensível. — disse Hagrid, tentando um sorriso insinuante.
Umbridge olhou para ele friamente; seu sorriso vacilou. Em seguida, ergueu um pouco mais a bolsa na dobra do braço e disse: — É claro que informarei ao ministro sobre o seu retorno tardio.
— Certo. — disse Hagrid, assentindo.
— Você também deve saber que, como Alta Inquisidora, é meu dever infeliz, mas necessário, inspecionar meus colegas professores. Portanto, ouso dizer que nos encontraremos novamente em breve.
Ela se virou bruscamente e marchou de volta para a porta.
— Você está nos inspecionando? — Hagrid repetiu inexpressivamente, olhando para ela.
— Ah, sim. — Umbridge disse suavemente, olhando para ele com a mão na maçaneta da porta. — O Ministério está determinado a eliminar professores insatisfatórios... Boa noite.
Ela saiu, fechando a porta atrás dela com um estalo. Charlie tentou tirar a capa da invisibilidade, mas Hermione agarrou seu pulso.
— Ainda não. — ela sussurrou em seu ouvido, seu hálito quente fez arrepios aparecerem em sua pele. — Ela pode não ter ido ainda.
Hagrid parecia estar pensando o mesmo; ele atravessou a sala e puxou a cortina cerca de um centímetro.
— Ela está voltando para o castelo. —disse ele em voz baixa. — Caramba... Inspecionando as pessoas, não é?
— Sim. — disse Harry, finalmente tirando a capa. — Trelawney já está em liberdade condicional.
— Hum... Que tipo de coisa você está planejando fazer conosco na aula, Hagrid? — perguntou Hermione, mordendo o lábio levemente.
— Ah, não se preocupe com isso, tenho um monte de aulas planejadas. — disse Hagrid com entusiasmo, pegando seu bife de dragão da mesa e colocando-o no olho novamente. — Eu guardei algumas criaturas salvas para o seu ano NOM; espere, elas são realmente especiais.
— Olha, Hagrid. — disse Hermione com urgência, deixando de lado toda a pretensão. — A professora Umbridge não vai ficar nada feliz se você trouxer algo muito perigoso para a aula.
— Perigoso? — disse Hagrid, parecendo alegremente confuso. — Não seja boba, eu não daria a você nada perigoso! Quero dizer, tudo bem, eles podem cuidar de si mesmos...
— Hagrid, você tem que passar na inspeção de Umbridge. — Hermione disse seriamente. — Umbridge está procurando por qualquer desculpa para se livrar dos professores que ela acha que são próximos demais de Dumbledore. Por favor, Hagrid, ensine-nos algo sem graça que está prestes a surgir em nosso NOM.
Mas Hagrid simplesmente deu um grande bocejo e lançou um olhar caolho de desejo para a vasta cama no canto.
— Escute, foi um longo dia e é tarde. — disse ele através de outro bocejo. — Olha, não se preocupem comigo, eu prometo a vocês que tenho coisas realmente boas planejadas para suas aulas agora que estou de volta... Agora é melhor vocês voltarem para o castelo, e não se esqueçam de limpar suas pegadas atrás de vocês!
— Eu não sei se você conseguiu falar com ele. — Charlie sussurrou, pouco tempo depois, quando eles voltaram para o castelo através da neve cada vez mais espessa, sem deixar rastros para trás devido ao Feitiço de Obliteração que Hermione estava usando no caminho.
— Então eu vou voltar amanhã. — disse Hermione determinada. — Eu planejarei as aulas dele se for preciso. Não me importo se ela expulsar Trelawney, mas ela não vai se livrar de Hagrid!
★
O reaparecimento de Hagrid na mesa dos professores no café da manhã no dia seguinte não foi recebido com entusiasmo por todos os alunos. Alguns, como Fred, George e Lee, rugiram de alegria e correram pelo corredor entre as mesas da Grifinória e da Lufa-Lufa para torcer a mão enorme de Hagrid; outras, como Parvati e Lilá, trocaram olhares sombrios e balançaram a cabeça, pois preferiam as aulas da professora Grubbly-Plank.
Hermione cumpriu sua palavra e abriu caminho de volta para a cabana de Hagrid através de meio metro de neve todas as manhãs após o café da manhã, disposta a planejar suas aulas para ele. Felizmente, no entanto, Hagrid parecia estar ouvindo os avisos de Hermione e não trouxe nenhuma criatura capaz de arrancar a cabeça de alguém. Mas para grande decepção de Hagrid, o Alto Inquisidor não estava planejando visitar sua classe tão cedo; Umbridge queria pegá-lo desprevenido.
E assim chegou dezembro, trazendo nada além de mais neve e uma avalanche positiva de deveres de casa para os alunos do quinto ano. Os deveres de monitor de Ron e Hermione também se tornaram cada vez mais onerosos com a aproximação do Natal. Eles foram chamados para supervisionar a decoração do castelo, para vigiar os alunos do primeiro e segundo anos que passavam seus intervalos lá dentro por causa do frio intenso, e para patrulhar os corredores em turnos com Argo Filch, que suspeitava que o espírito natalino pode se mostrar em uma eclosão de duelos de bruxos.
Eles estavam tão ocupados que Charlie começou a sentir falta de seus deveres compartilhados de monitor com sua namorada; deixando todo o trabalho de lado, ser um monitor sempre foi uma maneira fácil para eles garantirem algum tempo a sós um com o outro. Sem mencionar que ver Ron desfilar em torno de seu distintivo e trabalhar tão próximo de Hermione estava começando a irritar muito Charlie. Na verdade, pela primeira vez, ele queria passar as férias longe de Hogwarts. Entre sua proibição de Quadribol, Ron sendo um idiota desrespeitoso e se preocupando se Hagrid seria ou não colocado em liberdade condicional, ele se sentiu muito ressentido com o lugar no momento.
A única coisa que ele realmente esperava eram as reuniões do promotor, mas elas teriam que parar durante os feriados, já que quase todos no promotor passariam o tempo com suas famílias. Hermione estava esquiando com seus pais, e Charlie e Harry estavam passando o Natal com os Weasley na Toca.
No entanto, Charlie chegou cedo à Sala Precisa para a última reunião do promotor antes das férias e ficou muito feliz por isso, porque quando as tochas pegaram fogo, ele foi o primeiro a ver que alguém havia se encarregado de decorar o local para Natal; enfeites estavam pendurados nas estantes, flocos de neve de papel pendiam do teto e o visco era visível sob cada arco da sala.
Charlie mal conseguiu absorver a sala inteira antes que a porta se abrisse com um rangido e Luna Lovegood entrasse, parecendo tão sonhadora como sempre.
— Olá. — ela disse vagamente, olhando em volta para a decoração. — Estes são legais, você os colocou?
— Eu não. — disse Charlie com um sorriso educado enquanto enfiava as mãos nos bolsos. — Acho que devem ter sido os elfos domésticos.
— Visco. — disse Luna sonhadoramente, apontando para um grande grupo de frutinhas brancas colocadas quase diretamente sobre a cabeça de Charlie. Ele pulou debaixo dela, não querendo que Luna tivesse uma ideia errada.
— Bem pensado. — ela disse muito séria. — Muitas vezes está infestado de Nargles.
Charlie foi poupado da necessidade de perguntar o que eram Nargles com a chegada de Harry, Ron, Hermione e Neville, e em cinco minutos a sala estava cheia o suficiente para salvar Charlie de tentar entender as complexidades de Luna Lovegood.
— Tudo bem. — disse Harry, chamando todos à ordem enquanto se acomodavam. — Pensei que esta noite devíamos apenas repassar as coisas que fizemos até agora, porque é a última reunião antes das férias e não faz sentido começar nada novo logo antes de um intervalo de três semanas...
— Não estamos fazendo nada de novo? — perguntou Zacharias Smith, em um sussurro descontente alto o suficiente para atravessar a sala. — Se eu soubesse disso, não teria vindo.
Charlie revirou os olhos antes de falar muito alto. — Todos nós sentimos muito que Harry não tenha contado a você, então.
Várias pessoas riram. Charlie viu Hermione rindo e sentiu a familiar sensação de reviravolta no estômago, como se tivesse perdido um degrau ao descer as escadas; a risada dela era uma de suas coisas favoritas.
— Tudo bem, bem, podemos continuar praticando em duplas. — disse Harry, tentando conter um sorriso divertido. — Vamos começar com o Impediment Jinx, por dez minutos, então podemos pegar as almofadas e tentar o Stunning novamente.
Todos eles se dividiram obedientemente; Charlie fez parceria com Neville como sempre. A sala logo se encheu de gritos intermitentes de Impedimenta! As pessoas congelavam por um minuto ou mais, durante o qual seu parceiro olhava sem rumo ao redor da sala observando outros pares trabalhando, então descongelava e tinha sua vez no feitiço.
Neville havia melhorado significativamente com a ajuda de Charlie, embora ainda estivesse, por algum motivo estranho, lutando com o Feitiço de Desarmamento. Depois de dez minutos no Impediment Jinx, eles espalharam almofadas por todo o chão e começaram a praticar Stunning novamente. O espaço era muito limitado para permitir que todos fizessem esse feitiço ao mesmo tempo e, portanto, o grupo recuou e observou como os parceiros se alternavam na demonstração.
Charlie se viu observando ao lado de Fred, George e Ginny quando Ron e Hermione tomaram seus lugares no centro do círculo; era a vez deles de praticar. Conhecendo o resultado potencial e provável, Charlie sorriu largamente, mas seu sorriso rapidamente vacilou quando ele pôde ouvir a conversa de Ron e Hermione a uma curta distância.
— Não se preocupe. — Ron sussurrou para Hermione com um sorriso. — Eu vou pegar leve com você.
— Obrigada, Ronald. — Hermione sorriu maliciosamente, balançando a cabeça em descrença enquanto observava Ron recuar para seu lado do círculo.
Enquanto Ron e Hermione tomavam suas posições, varinhas erguidas, de cada lado da sala, Charlie sentiu um cutucão de Fred em seu ombro.
— Oi. — ele sussurrou, um sorriso divertido se curvando em seus lábios quando ele estendeu a mão. — Eu aposto em Ron.
— Apostado. — Charlie riu, apertando a mão de Fred sem hesitar. — A aposta mais fácil que já fiz.
Confirmando o acordo, Fred e Charlie se viraram para assistir ao duelo, esperando ansiosamente enquanto Harry contava Ron e Hermione:
Três.
Dois.
Um.
Antes que Ron pudesse murmurar uma palavra, Hermione agitou sua varinha em sua direção e gritou. — Estupefaça!
Charlie sentiu-se positivamente inchado de orgulho enquanto observava Ron ser levantado do chão e voar para trás, caindo com força de costas com um grito alto. Houve suspiros de surpresa e murmúrios de admiração, mas nada foi tão satisfatório para Charlie quanto Fred enfiou a mão no bolso para tirar uma foice e relutantemente a entregou.
Fred bufou quando colocou a foice na mão de Charlie, murmurando. — Pelo amor de Deus.
— Obrigado. — disse Charlie lentamente, fechando a mão em torno da moeda.
Enquanto a maioria das garotas da promotoria se aproximava para parabenizar Hermione por sua queda bem-sucedida, Charlie sorriu com orgulho; a namorada dele era durona. Voltando-se um pouco, ele pegou Ginny olhando para ele e Fred com um olhar confuso.
— Vocês não apostaram apenas em quem iria ganhar... — ela disse lentamente, sua boca se abrindo ligeiramente.
Charlie riu levemente, dando de ombros antes de gesticular para Fred e sussurrar: — A culpa foi dele por subestimar minha garota.
Ginny balançou a cabeça, tentando esconder um sorriso. — Idiota.
Em vez de dizer qualquer coisa em refutação, Charlie simplesmente sorriu e caminhou na direção de Hermione. Sua namorada o viu, é claro, e rapidamente se despediu de Parvati e Padma Patil, que a elogiaram por seu duelo fácil com Ron.
— Devo dizer. — Charlie começou, alcançando sua namorada e encarando-a. — Eu acho que você foi excelente.
— Você acha? — Hermione brincou em um sussurro baixo, atenta às pessoas que estavam ao seu redor. — Isso não foi nada - na verdade, há muitas outras coisas nas quais sou excelente... Talvez eu possa mostrar a você?
Charlie engoliu em seco, suas bochechas ficando vermelhas quando ele conseguiu sussurrar. — Eu gostaria muito disso.
— Oh, eu aposto que sim. — Hermione deu uma risadinha, um sorriso divertido em seus lábios; ela amava o efeito que ela tinha sobre ele.
— Quando? — Charlie perguntou baixinho, seus olhos resistindo ao desejo de olhar para os lábios dela.
— Hoje à noite. — ela sussurrou, olhando em volta para se certificar de que ninguém estava ouvindo. — Depois de irmos para a casa do Hagrid.
E com isso, Hermione se afastou rapidamente, não querendo levantar suspeitas. Ela e Charlie se juntaram ao grupo bem a tempo de assistir Elaina atordoar Daphne com facilidade e precisão; todos bateram palmas.
Era seguro dizer que todos haviam feito um grande progresso e, no final da hora, Harry pediu uma parada.
— Vocês estão ficando muito bons. — disse ele, sorrindo para eles. — Quando voltarmos das férias, podemos começar a fazer algumas coisas importantes - talvez até Patronos.
Houve um murmúrio de excitação. A sala começou a esvaziar nos habituais grupos de dois e três; a maioria das pessoas desejou a Charlie um 'Feliz Natal' enquanto partiam. Ele ajudou Hermione e Ron a recolher as almofadas e empilhá-las ordenadamente, mas seu olhar foi atraído por Gina e Harry trocando olhares discretos do outro lado da sala.
Percebendo que eles queriam conversar um com o outro, Charlie rapidamente escoltou Hermione e Ron até a saída antes que qualquer um deles percebesse o que estava acontecendo. Harry, percebendo o que seu amigo estava tentando armar, fingiu estar endireitando a pilha de almofadas para torná-la menos suspeita quando ele não seguiu seus amigos para fora da sala.
Isso foi tudo que Charlie viu quando ele saiu para o corredor com Ron e Hermione, liderando o caminho de volta para a Torre da Grifinória, e sentindo-se extremamente satisfeito com o fato de que ele tinha acabado de 'abrir mão' de seu melhor amigo.
★
Charlie não estava lá para ver o retorno de Gina e Harry naquela noite, pois ele já havia partido com Hermione para a cabana de Hagrid.
Os dois andaram na neve e chegaram à casa de Hagrid antes do anoitecer, bem a tempo de ver o toco meio gigante saindo da floresta, sorrindo para os dois grifinórios em sua porta.
— O que você está cuidando agora? — Charlie riu enquanto Hagrid liderava o caminho para dentro da casa.
O meio-gigante fez o que sempre fazia; parar colocando um bule de chá e acariciando Fang. Somente quando Hermione levantou uma sobrancelha para ele, ele respondeu.
— Eu não estou dizendo. — disse Hagrid alegremente. — Eu não quero estragar o prêmio.
— Hagrid. — Hermione repreendeu enquanto se sentava à mesa com o chá na mão. — Para passar na inspeção de Umbridge, você precisa ter cuidado. Seria melhor se ela visse você nos ensinando como fazer coisas como cuidar de Porlocks, como para dizer a diferença entre Knarls e ouriços - coisas assim!
Charlie riu. — Você sabe, as coisas chatas.
Hermione lançou um olhar brincalhão na direção de seu namorado, o que o fez rir ainda mais; ele não estava ajudando a situação, veja bem, mas sua risada era contagiante.
— Não se preocupe. — suspirou Hagrid. — O material que eu tenho é muito impressionante. Eu tenho trazido eles por anos, eu acho que tenho o único rebanho doméstico na Grã-Bretanha.
— Uh, Hagrid. — gaguejou Charlie. — Eu acho que Mione está certa... Talvez você devesse apenas fazer aulas sobre coisas como Knarls, em vez de algo como uma Quimera... Você sabe, só para estar seguro.
Hagrid balançou a cabeça. — Ninguém em sã consciência prefere estudar Knarls do que Quimeras, Char... Mas chega de minhas aulas, quero discutir outra coisa.
As orelhas de Charlie se aguçaram. — Você finalmente está pronto para nos contar sobre como conseguiu esses ferimentos, não é?
— Não. — Hagrid disse categoricamente antes de olhar entre Charlie e Hermione com um leve sorriso. — Eu quero falar sobre o que está acontecendo entre vocês dois.
Hermione sentiu o calor subir em suas bochechas, e Charlie imediatamente desviou o olhar dos olhos curiosos de Hagrid, incapaz de guardar um segredo de seu amigo de longa data.
— O que v-você quer dizer? — Hermione gaguejou, corando incontrolavelmente.
— Bem, estou me perguntando se Char, aqui. — Hagrid sorriu maliciosamente, acenando para Charlie antes de se voltar para Hermione. — Já esteve por perto para contar a você sobre seus sentimentos?
Charlie engasgou com o chá que acabara de tomar de sua caneca; ele não podia acreditar nas palavras que saíram da boca do meio-gigante.
— Hagrid, que mer...
— Por favor, elabore, Hagrid. — Hermione brincou, inclinando-se sobre a mesa em antecipação. — E os sentimentos de Charlie em relação a mim?
Hagrid riu. — Bem, sobre aquela paixão que ele está tendo por você desde o segundo ano, é claro!
A boca de Charlie caiu. — Eu não tive uma queda no segundo ano!
— Oh, certo. — Hagrid corrigiu, um sorriso malicioso se curvando em seus lábios. — Deve ter sido o primeiro ano.
— Hagrid, eu juro por Merl...
— Eu costumava provocá-lo sobre isso o tempo todo. — Hagrid brincou, achando divertido ver o menino se contorcer de vergonha. — Mas ele continuou dizendo que vocês eram apenas amigos.
— Nós éramos! — Charlie gritou, incrivelmente confuso. — Eu não estava mentindo!
— Eram, hein? — Hagrid repetiu, seu tom sugerindo que ele havia garantido uma vitória. — Agora...
— Isso mesmo, Hagrid. — riu Hermione, inclinando-se para dar um beijo na bochecha afobada de Charlie. — Pretérito.
Hagrid sorriu largamente, batendo nas costas de Charlie em comemoração. — É meu menino! Parabéns! Estou feliz por vocês.
— Obrigado. — Charlie corou, unindo sua mão com a de Hermione e dando-lhe um aperto suave. — Mas não vamos contar a ninguém, Hagrid... Ainda não.
— Seu segredo está seguro comigo. — assentiu Hagrid, tomando um gole de seu chá com prazer. Nesse mesmo momento, Fang começou a latir e pular alegremente. Hagrid sorriu para seu cachorro, dizendo. — Olha! Fang está feliz por vocês também!
★
Cerca de uma hora depois, Charlie e Hermione voltaram para o castelo, ambos parecendo incrivelmente alegres depois da conversa com Hagrid. Quando chegaram ao corredor da Mulher Gorda, Hermione impediu Charlie de dizer a senha, colocando a mão sobre a boca dele e falando contra ela.
— Deixe-me ir me trocar. — ela sussurrou, e o cabelo na nuca de Charlie se arrepiou. — Então, podemos ir a algum lugar... Só nós dois, ok?
Charlie não disse nada devido a sua boca abafada, mas assentiu vigorosamente. Tirando a mão da boca do namorado, Hermione se virou, disse a senha e abriu caminho pelo buraco do retrato até a sala comunal. Com pouco tempo para se ajustar, os dois puderam ouvir a inegável discussão vinda do fundo da sala comunal.
A voz zangada de Ginny foi ouvida acima de tudo. — Não é da sua conta com quem eu saio ou o que eu faço com eles, Ron...
— Sim, é! — veio a voz de Ron, com a mesma raiva. — Você acha que eu quero que as pessoas digam que minha irmã é uma...
— Uma o quê? — gritou Gina, seu tom ficando cada vez mais quente. — Uma o quê, exatamente?
— Ele não quer dizer nada, Gin... — veio a voz de Harry automaticamente, embora ele parecesse mais ansioso do que zangado.
— Ah, sim, ele que! — Gina gritou, furiosa com Harry. — Só porque ele nunca beijou ninguém na vida, só porque o melhor beijo que ele já deu foi da nossa tia Muriel...
— Cala a sua boca!
Charlie e Hermione trocaram um olhar alarmado antes de sair para a sala comunal que parecia ser ocupada apenas por três outras pessoas; Ron estava lançando olhares furiosos para sua irmã enquanto Ginny tinha sua varinha erguida para ele, e Harry ficou lá se mexendo incontrolavelmente em seus pés.
— O que diabos está acontecendo? — Charlie gritou, chamando a atenção de todos.
— Eu os peguei se beijando na Sala Precisa! — Ron gritou, apontando para Ginny e Harry. — Esqueci uma coisa e voltei para pegar... Foi quando me deparei com a visão horrível! Dá para acreditar?! Meu melhor amigo e minha irmãzinha!
— Ah, pelo amor de Deus. — suspirou Ginny com raiva, — Você está sendo patético! Talvez se você saísse e desse alguns amassos você não se importaria tanto que todo mundo faça isso!
Ron havia sacado sua varinha também; Harry se colocou rapidamente entre eles.
— Você não sabe do que está falando! — Ron rugiu, tentando acertar Gina perto de Harry, que agora estava parado na frente dela com os braços estendidos. — Só porque eu não faço isso em público...
Ginny gritou com uma risada zombeteira, tentando empurrar Harry para fora do caminho.
— Tem beijado Pigwidgeon, não é? Ou você tem uma foto da tia Muriel escondida debaixo do travesseiro?
Um raio de luz laranja voou sob o braço esquerdo de Harry e errou Gina por centímetros; Charlie imediatamente empurrou Ron contra a parede.
— Oi! Não seja estúpido...
— E daí que eu beijei o Harry?! — gritou Ginny, que parecia prestes a chorar.
— Ginny, por favor, pare com isso. — Hermione chamou, tentando intervir, mas Ginny estava além da razão.
— Hermione está namorando Charlie...
— Gina! — gritou Hermione; Ron imediatamente parou de lutar para se libertar do aperto de Charlie e olhou para seu amigo com olhos estreitos.
— E ela pegou Viktor Krum! Ou seja, é só você que age como se fosse algo nojento, Ron, e isso porque você tem tanta experiência quanto um garoto de doze anos!
Percebendo o que ela disse assim que as palavras saíram de seus lábios, Ginny colocou a mão sobre a boca, olhando para Hermione com olhos de desculpas. Demorou um segundo para que as palavras fossem processadas na cabeça de Charlie, mas assim que o fizeram, ele soltou Ron; suas mãos tremiam enquanto ele estava cheio de sentimentos de imensa raiva e traição.
Charlie piscou virando-se para Ginny, respirando perigosamente devagar. — O que você acabou de dizer?
— Me desculpe, eu não queria... — Ginny parou, sentindo-se incrivelmente culpada enquanto olhava ao redor para a situação que havia causado; Ron estava mandando adagas na direção de Charlie, Harry estava sem palavras, Hermione enterrou a cabeça nas mãos de vergonha e Charlie estava respirando com dificuldade.
Toda a raiva e adrenalina crescendo dentro de Charlie o deixaram entorpecido. Seu coração parecia ter parado quando ele olhou para Hermione em busca de uma explicação, apenas para vê-la parecendo extremamente culpada.
— Charlie...
— Quando? — ele respirou lentamente, procurando respostas nos olhos dela.
— Charlie, por favor...
— Quando? — ele repetiu impacientemente, exigindo uma explicação.
— N-na noite do Baile Y-Yule. — ela sussurrou, parecendo incrivelmente envergonhada de si mesma.
Charlie respirou fundo e fechou os olhos, desejando que esse pesadelo acabasse. Sem dizer outra palavra, ele apertou a mandíbula e foi para o buraco do retrato mais uma vez, mas Hermione foi rápida em alcançá-lo, seus olhos se arregalando.
— Charlie, por favor. — ela implorou, puxando o braço dele; lágrimas se formavam nas pálpebras de seus olhos. — A-Aconteceu a-antes de n-nós... E não significou nada, eu juro...
— Hermione, solte. — Charlie disse o mais calmo possível, tentando evitar os olhos dela.
— Não, não, por favor. — Hermione gritou segurando o braço dele com mais força quando ele tentou se mover mais uma vez. — V-você tem que ouvir!
Charlie balançou a cabeça, sem vontade de falar sobre isso no estado de raiva em que estava. Em vez disso, ele arrancou o braço do aperto de Hermione e saiu pelo buraco do retrato, apesar dos gritos de sua namorada para ele parar.
Ele caminhou furiosamente pelos corredores, andando rapidamente como se estivesse procurando uma fuga. Como esperado, no entanto, Hermione o perseguiu, a colocação de seus passos traçando cada passo de seu namorado na frente dela.
— Baby, espere, por favor. — ela chamou, correndo um pouco para alcançá-lo. — Pare de ir embora, você faz isso o tempo todo!
Charlie rosnou em resposta: — Isso é porque me impede de dizer coisas que você não quer ouvir!
— Você está brincando? — Hermione gritou, continuando a segui-lo até que finalmente agarrou seu braço e o virou. — Tudo o que eu quero é que você me diga exatamente o que está acontecendo na sua cabeça agora. Diga-me o que você está pensando, para que possamos resolver isso juntos!
— O que eu estou pensando? — Charlie franziu as sobrancelhas, olhando pela primeira vez para encontrar os olhos dela. — Estou pensando em como você mentiu para mim esse tempo todo!
Hermione balançou a cabeça instantaneamente. — Eu não menti para você.
— Você está brincando certo? — Charlie disse, horrorizado. — Eu perguntei especificamente no ano passado, depois do Baile de Inverno, antes de começarmos a namorar, se havia alguma coisa acontecendo entre você e Viktor, e você disse...
— Eu disse a você que você era o único garoto de quem eu gostava. — Hermione terminou, estendendo a mão e segurando o rosto de Charlie. — Sim, eu me lembro... Mas que parte disso não estava dizendo a verdade? Por favor, Charlie, você está...
— Como estou agindo agora não é diferente de como você agiu quando Elaina me beijou no ano passado. — Charlie zombou, tirando as mãos de seu rosto.
— Eu sei, eu sei. — Hermione disse tristemente, implorando. — Você tem todo o direito de estar chateado comigo, eu entendo e sinto muito, mas por favor não se esqueça que eu te dei uma chance de se explicar para mim...
Charlie suspirou; ele não podia argumentar isso. Em vez disso, ele cedeu, balançando a cabeça lentamente para dar-lhe um sinal verde.
— Ele me beijou logo depois da minha briga com Ron. — Hermione explicou lentamente, atenta à capacidade de Charlie de se cansar a qualquer momento. — E é por isso que eu estava chorando naquela noite quando você me chamou para dançar... Confusa. Eu tinha sentimentos por você, mas você estava com Elaina, e eu estava com ciúmes - uma parte de mim queria beijá-lo. — ela fez uma pausa para puxar Charlie de volta quando ele se virou para ir embora após este comentário. — Mas apenas para se vingar de você por beijar outra pessoa... Porque, por mais egoísta que isso me torne, eu queria que você sentisse o mesmo desgosto que eu senti. Quando isso aconteceu, me senti extremamente culpada, acredite em mim - eu estava planejando contar você, mas eu estava com medo de qual seria sua reação... E depois do que aconteceu entre nós naquela noite... Eu simplesmente não consegui estragar tudo o que começamos.
— Você deveria ter sido honesta comigo. — Charlie disse lentamente, sua raiva diminuindo após tal revelação.
— Eu estava com medo, Charlie. — ela disse através das lágrimas que agora escorriam pelo seu rosto. — Eu não queria te perder.
Charlie suspirou, seu exterior frio derretendo quando ele estendeu a mão para enxugar as lágrimas do rosto dela. Hermione estremeceu com o contato, mas rapidamente se aninhou nas mãos dele como se nunca esperasse que ele a tocasse novamente.
— Você nunca me perderia. — ele sussurrou suavemente, tentando sorrir para aliviar o clima. — P-Prometa me contar essas coisas antes de compartilhá-las com Ginny... Não sei quantas mais dessas revelações surpresa meu coração pode aguentar.
— Eu prometo. — Hermione sorriu, dando um passo à frente e envolvendo os braços em volta do pescoço dele; ela sorriu quando ele não protestou. — Eu te amo, Charlie... Só você, ok? Por favor, não se esqueça disso.
Charlie sorriu suavemente. — Eu acho que nunca poderia.
— Ótimo. — sorriu Hermione, puxando-o para um beijo muito necessário, e saboreando o gosto de seus lábios.
Eles se beijaram, primeiro de leve, depois com mais urgência, a língua dele na boca dela, os quadris dela inclinados contra os dele, os seios contra o peito dele, todo o corpo dela enviando uma mensagem inegável. Charlie passou os braços em volta da cintura dela, descansando as mãos em sua bunda enquanto a puxava para mais perto dele, fazendo Hermione gemer em sua boca quando seus corpos colidiram.
— Espere, espere, espere. — Hermione ofegou, lembrando que eles ainda estavam no meio do corredor; ela se afastou para unir suas mãos. — Venha comigo.
Charlie deixou sua namorada guiá-lo pelo corredor e descer um lance de escadas, até que pararam em frente às portas trancadas da biblioteca. Já passava das oito horas, então a biblioteca parecia escura e deserta pelas janelas, mas isso não impediu Hermione de pegar sua varinha e sussurrar. — Alohamora.
Sem sequer ter a chance de questionar qualquer coisa, Charlie foi puxado à força para dentro da sala enquanto Hermione fechava a porta atrás deles. Havia mesas de estudo aninhadas ao longo de corredores acarpetados de vermelho, entrecruzadas e com paredes cheias de estantes de livros, muitas das quais são na verdade passagens secretas que Filch usa para viajar rapidamente entre as salas.
Passarelas de madeira polida davam para a maioria dos corredores, alguns com vitrais no final, de onde o luar espiava. Hermione puxou Charlie para as profundezas da biblioteca escura, levando-o a uma área isolada, mas confortável, repleta de sofás, escrivaninhas e uma lareira apagada no canto; era uma das estações de estudo com a qual Hermione estava muito familiarizada.
— Venha aqui. — Hermione sussurrou enquanto se sentava em uma mesa, puxando a mão de Charlie.
Charlie se viu situado entre as pernas dela quando seus lábios se encontraram mais uma vez, mais famintos do que nunca. Hermione passou as mãos pelo cabelo dele e empurrou suavemente a nuca dele para aprofundar o beijo.
A língua dela tremulou contra a dele, e as mãos dele estavam afundadas na maciez do cabelo dela; foi como se o tempo não passasse, ambos esquecendo instantaneamente a discussão. Quando Hermione foi desabotoar a camisa de Charlie, o menino congelou e a realidade se instalou.
— Espere. — ele disse se afastando, com uma risada ofegante. — Nós estamos mesmo prestes a fazer isso na biblioteca?
— Sim... Isso é um problema? — Hermione disse de uma vez, levantando uma sobrancelha provocadora enquanto ela mexia nos botões; Charlie a observava enquanto ela o fazia. — Eu preciso de você, baby, eu quero te provar que sou toda sua.
A boca de Charlie caiu aberta, e Hermione rapidamente se inclinou e beijou seus lábios mais uma vez antes de continuar seu ataque à camisa dele. Com cada botão, ele podia sentir os dedos dela roçando sua pele, e ela sorriu suavemente para ele quando finalmente terminou. Ele a sentiu deslizar as mãos para dentro, tocando-o levemente, explorando seu corpo. Ela beijou seu pescoço suavemente enquanto puxava a camisa sobre seus ombros, liberando as mangas.
Mesmo que ele ainda não achasse que o local era uma boa ideia, Charlie não era forte o suficiente para recusar a boca de Hermione uma vez que ela voltou para a dele. Em vez disso, ele engoliu os ruídos suaves que saíam de sua garganta e gemeu para si mesmo ao sentir os dedos dela esfregando sua nuca.
Charlie assumiu o comando, com as mãos e a boca, enquanto a acariciava. Suas mãos se moveram do rosto dela até a bainha de sua camisa, puxando-a apressadamente antes de prender os lábios na pele revelada. Ele se inclinou, pressionando a boca entre os seios dela. Hermione arqueou para ele, querendo mais de sua boca. Então ele deu a ela mais, beijando uma linha até sua barriga enquanto desabotoava a alça do sutiã por trás, seus seios agora expostos.
Ele se inclinou ligeiramente para trás, boquiaberto com a visão com um sorriso orgulhoso por um momento, fazendo Hermione corar sob seu olhar. Não muito tempo depois, um suave gemido escapou de seus lábios e seu estômago se apertou sob a boca dele enquanto seus lábios se fechavam em torno da pele nua em um movimento rápido, movendo-se de um seio para o outro.
Ele diminuiu seus beijos, saboreando o gosto de sua pele doce enquanto deitava a cabeça entre seus seios, seu hálito quente causando arrepios em sua pele. Hermione ansiava por ele, a onda incomum de excitação estava escorregadia entre suas pernas, pronta para ele - mas tão forte quanto a luxúria e o amor, era o desejo de simplesmente ser tomada, ela queria que ele a saboreasse e provasse que ele era o único a quem ela jamais pertenceria.
Como se pudesse ler sua mente, Charlie moveu suas mãos, apertando seus seios antes de movê-los para baixo de seu corpo, e deslizando-os por baixo de sua saia. Ele enganchou alguns dedos no cós de sua calcinha e puxou, puxando-os para baixo de suas pernas avidamente até que estivessem completamente fora. Gentilmente abrindo as pernas, Charlie sentiu suas calças ficarem mais apertadas com a visão diante dele, sua boca salivando de desejo; Hermione o observou em antecipação com olhos escuros e lascivos. Com muito cuidado, ele deslizou entre as dobras úmidas de seu sexo e deslizou seus dedos dentro dela em um ritmo rápido.
Enquanto ele trabalhava sua mão contra seu sexo latejante, Charlie se aninhou contra ela, seus lábios em seu pescoço, mordiscando e beijando seu caminho até o lóbulo da orelha, onde ela sempre sentira cócegas. Ele se inclinou para sussurrar palavras de admiração em seu ouvido, amando secretamente a maneira como seus dedos exploravam o território úmido e desconhecido.
— Quem fez isso com você, querida? — Charlie sussurrou, encostando a testa na dela para ver seus olhos se encherem de prazer. — Quem está fazendo você se sentir bem?
— V-você. — Hermione gemeu, tentando impedir-se de gemer extremamente alto. — Só v-você pode me fazer s-sentir tão bem, baby.
Charlie acenou com a cabeça, um sorriso orgulhoso aparecendo em seu rosto enquanto ele rosnava contra os lábios dela. — Você é minha... Toda minha...
Ela gemeu, enquanto ele trabalhava seus dedos contra seu sexo, e então, com suas palavras, ela se perdeu em seu próprio prazer.
Seu namorado a observou fechar os olhos enquanto ela apertava as coxas contra o pulso dele e levantava os quadris, uma, duas, três vezes antes de ela congelar, todos os músculos da parte inferior de seu corpo tensos e trêmulos, e ele a sentiu se contrair contra seus dedos.
Então, uma vez que ela se recuperou, Hermione desceu da mesa, ansiosamente desabotoou as calças de Charlie, tirou sua cueca sobre seus quadris e roçou o comprimento de seu pênis ereto com a palma da mão antes de levá-lo em sua boca.
Charlie engasgou com a sensação inesperada, olhos fechados, pensando em como era incrivelmente bom, quando sua namorada deu um gemido gutural, então revirou a boca da base à ponta e sussurrou: — Olhe para mim.
Ele olhou e viu que ela estava com os olhos abertos, fixos nos dele, enquanto ela abria a boca, franzia as bochechas e deslizava para baixo.
— Puta merda. — Charlie gemeu, abafando seus gemidos no fundo de sua garganta. — Você é tão boa nisso...
Hermione não disse nada, em vez disso ela simplesmente passou a língua ao longo de seu eixo, fazendo-o estremecer em resposta enquanto ela movia a mão para cima e para baixo em seu pênis. Quando ele sentiu sua euforia chegando, Charlie se afastou, colocou as mãos sob suas nádegas nuas e a ergueu, deitando-a de volta na mesa enquanto ele alinhava seus sexos. Ambos estavam ansiosos um pelo outro neste momento; o calor pulsava em seu sangue, esperando o momento em que se uniriam.
Presa na mesa e à mercê completa de seu namorado, Hermione estava encharcada quando ele deslizou para dentro dela, indo direto para ela em um movimento longo e delicioso. Charlie entrava e saía, nenhum dos dois falando, mas gemendo contra os lábios um do outro. Hermione engasgou e fechou os olhos, impressionada com o prazer que estava recebendo. Em um rápido momento, ela se sentou e começou a rolar seus quadris contra os dele em uma posição sentada, aumentando o ritmo de seus movimentos.
Charlie sorriu para si mesmo enquanto observava sua namorada se contorcer lindamente embaixo dele; ele não conseguia o suficiente dela. Ela era como uma droga para ele - ele sentia como se a única coisa para satisfazer esse desejo dentro dele fosse beijar, acariciar e tocar cada centímetro do corpo dela. Ele segurou seus quadris para se apoiar enquanto enterrava a cabeça na curva de seu pescoço, seus corações batendo rapidamente juntos.
Entrando e saindo, Charlie amaldiçoou baixinho enquanto observava seu membro desaparecer e reaparecer de dentro de sua namorada; era como ministrar a um lunático amante de Hermione.
— Você é tão bom, baby. — Hermione sussurrou em seu ouvido, fazendo-o estremecer. — Eu te amo muito.
Com esse comentário, Charlie não conseguiu mais se conter. Ele mergulhou dentro dela, profundamente naquele aperto enlouquecedor, amando a sensação do calor úmido. Hermione gemeu, suas mãos travadas em seus ombros, sua respiração contra seu rosto, sua voz em seu ouvido, incitando-o.
— Vamos, baby. — ela gemeu sentindo sua alta se aproximando; ela amava seu domínio. — Me dê isto.
Com mais algumas estocadas, Hermione estava gritando de prazer, agarrando com força o ombro de Charlie. O calor dela agarrado ao redor dele foi o que o levou a gozar também, e ele caiu contra o ombro dela com um grunhido final enquanto ela ordenhava o que restava dele.
— Minha. — ele disse suavemente, inclinando-se para capturar seus lábios em um beijo rápido.
Hermione cantarolou contente contra os lábios dele. — Toda sua.
★
Quando terminaram, já passava de uma hora da manhã quando eles voltaram para a Torre da Grifinória. Eles caminharam de mãos dadas pelos corredores desertos e escuros, sorrindo de orelha a orelha enquanto se abraçavam.
Assim que chegaram ao retrato da Mulher Gorda, eles rapidamente disseram a senha e entraram na sala comunal sem serem detectados. Charlie e Hermione deram um beijo agridoce de despedida ao pé da escada que levava aos seus diferentes dormitórios.
Charlie ficou parado no final da escada por um momento, observando enquanto Hermione subia as escadas em direção ao seu dormitório, sentindo-se muito feliz com a sorte que ele teve em chamá-la de sua. Quando ela desapareceu de vista, Charlie caminhou silenciosamente até seu próprio dormitório e deslizou para dentro do quarto que estava cheio de roncos altos.
Uma parte dele estava emocionado por ter chegado tão tarde... Assim, ele não teria que lidar com as perguntas importunas de seus amigos sobre as revelações de Ginny. Em vez disso, ele se trocou e deslizou silenciosamente para a cama, descansando a cabeça nos travesseiros com um sorriso. Estranhamente, ele estava agradecido por sua briga com Hermione, porque não apenas provou a ele como eles eram seguros como um casal, mas também levou a uma conclusão feliz de sua semana, divulgando suas ações de reconciliação.
Charlie não tinha certeza de que horas eram antes de finalmente cochilar, mas certamente se lembrava da rapidez com que seu despertador pareceu chegar. Independentemente de suas poucas e necessárias horas de sono, os olhos de Charlie piscaram à luz do sol enquanto um sorriso surgia em seu rosto; as memórias da noite anterior inundando seus pensamentos.
Ele se sentou, esfregando os olhos antes de olhar ao redor da sala. Assustadoramente, a cama de Ron parecia ser a única ocupada, enquanto o ruivo permanecia imóvel, olhando na direção do garoto de olhos castanhos. Havia alguém ocupando a suíte, o que Charlie rapidamente descobriu em sua tentativa de evitar o contato visual com Ron.
Não muito tempo depois, Harry saiu de pijama, provando que Dean, Seamus e Neville devem ter descido para o café da manhã cedo, apesar de quão estranho isso soou.
— Bom dia. — Harry sorriu ao perceber que Charlie estava acordado. — Chegou tarde ontem à noite, hein? Tudo bem entre você e...
— Hermione. — Ron disse amargamente. — Não adianta mais rodeios. É melhor dizer o maldito nome dela... Todos nós sabemos agora, não é?
— Sim. — Charlie disse suavemente para Harry, ignorando Ron. — Tudo certo.
— Fico feliz em...
— Como você faz isso? — Ron rosnou, levantando-se da cama.
Charlie franziu as sobrancelhas, saindo da cama também para se vestir. — Fazer o que exatamente?
Ron cruzou os braços, irradiando uma quantidade impressionante de agressividade por ser tão cedo. — Fingir que nada está acontecendo? Desfilar e agir como se o que você está fazendo não estivesse fora de ordem?
— E o que exatamente estou fazendo? — Charlie disse, confuso enquanto vestia uma camisa sobre seu torso nu.
— Você tem beijado Hermione esse tempo todo, não é? — Ron grunhiu em desgosto. — E ainda não mencionou isso para mim, mas não teve nenhum problema em compartilhar com Harry...
— Oh, meu erro. — Charlie disse sarcasticamente. — Eu esqueci que tudo que eu faço deve ser aprovado por você.
— Engraçado. — Ron rosnou, sua mandíbula agora apertada. — Perdoe-me, mas pensei que éramos companheiros.
— Nós somos companheiros. — Charlie deu de ombros, ficando um pouco irritado. — Mas eu não sou obrigado a compartilhar tudo da minha vida com você. Inferno, até onde eu sei, meu relacionamento com Hermione não é da sua conta.
Ron zombou. — Bem que é, e você sabe disso!
Charlie ficou surpreso. — E como você descobriu isso?
— Pessoal. — Harry interveio. — Vamos nos acalmar, certo?
— Não. — retrucou Charlie, mais duro do que o pretendido. — Se Ron se sente tão inclinado a saber todos os aspectos do meu relacionamento com Hermione, então eu tenho o direito de saber o porquê.
— Cai fora. — Ron latiu, as vozes aumentando. — Você não sabe do que está falando.
— Foi você quem tocou no assunto. — Charlie refuta, dando um passo na direção de Ron. — Quero dizer, caramba, você parece se importar mais com o fato de eu estar beijando Hermione do que com o fato de Harry estar beijando sua irmã...
— Oi. — disse Harry, observando seus amigos de longe. — Deixe-me fora disso.
— Cuidado, Charlie. — rosnou Ron, ignorando completamente o comentário de Harry. — A situação de Harry é completamente diferente...
— E por que isto? — Charlie exigiu, dando outro passo à frente.
— Pessoal...
— Fique fora disso, Harry. — gritou Charlie, querendo obter respostas. — Eu quero ouvir o que Ron tem a dizer.
Mas Ron não disse nada. Em vez disso, ele estreitou os olhos para Charlie, suas orelhas ficando vermelhas de raiva enquanto os dois ficavam cara a cara.
— Vamos, Ron, diga isso. — provocou Charlie. — Por que te incomoda que eu estou namorando Hermione, hein?
— Pessoal, por favor...
— Diga, Ron. Deixe-me ouvir...
E antes que as palavras saíssem da boca de Charlie, ele estava sendo empurrado de volta duramente por Ron.
— PORQUE EU ESTOU APAIXONADO POR ELA!
Com outro forte empurrão, todos ficaram em silêncio. Tanto Harry quanto Charlie sabiam o que estava por vir, é claro; Ron não foi exatamente modesto em sua busca por Hermione... E ainda assim, as narinas de Charlie dilataram e seus punhos cerraram.
— Toque-me de novo, e eu juro...
— O quê? O que você vai fazer? Isso te incomoda Charlie, hein? — Ron cuspiu agressivamente. — Que eu estou apaixonado pela sua namorada?! Você está chateado? Porque então você saberá exatamente como é! Passei meses observando vocês dois se aproximando, sentando e ficando mais irritado com a mera visão... E você sabia! Mas você não disse nada, não é?!
— O que eu deveria dizer, Ron? — Charlie rosnou, elevando-se sobre o ruivo. — Obrigado por estar apaixonado pela minha namorada? Obrigado por ser estúpido demais para não fazer um movimento? Obrigado por me deixar tão graciosamente tê-la? Merlin, Ron, acorde! Você nunca foi um op...
Desta vez não foi um empurrão, mas um gancho de direita no queixo.
A cabeça de Charlie virou para o lado, e por um único segundo seus olhos se arregalaram, completamente chocado que o ruivo tivesse dentro dele. Pronto para liberar a raiva acumulada dentro dele, Charlie virou-se para Ron, e estava preparado para pular para frente quando Harry parou na frente deles e agarrou seu braço.
— Harry, solte! — gritou Charlie, tentando arrancar as mãos do aperto de seu amigo. — Ele merece tudo o que está prestes a conseguir - seu idiota estúpido!
Ron zombou. — Foda-se, Charlie!
Charlie pressionou ainda mais contra as restrições de Harry com as palavras de Ron; ele viu vermelho, e Deus me perdoe o que aconteceria se ele conseguisse se libertar...
— Vamos, cara. — Harry se dirigiu a Charlie, tentando raciocinar. — Hermione não iria querer isso.
E com uma respiração trêmula e o processamento das palavras que saíram da boca de seu amigo, Charlie parou relutantemente enquanto lançava adagas por cima do ombro de Harry para Ron. Sem se dar tempo para ficar com mais raiva de novo, Charlie se virou, abriu a porta, saiu e a fechou atrás de si.
A porta batendo chamou a atenção daqueles na sala comunal ou, mais especificamente, Ginny e Hermione, que estavam sentadas no sofá conversando. Enquanto Charlie descia as escadas, suas cabeças se voltaram para ele.
— Aí está você! — Gina sorriu, inconsciente. — Mione estava me contando isso... Oh meu... Charlie, o que aconteceu com seu rosto?!
— Pergunte ao seu irmão. — disse Charlie com raiva, caminhando até o buraco do retrato sem nem mesmo olhar na direção de sua namorada.
Hermione, ficando imediatamente alarmada com o hematoma se formando no rosto de seu namorado, levantou-se e correu para parar na frente dele.
— Espere, espere. — ela chamou, empurrando para trás a barriga de Charlie para que ele não passasse correndo por ela. — O que está acontecendo?
— Nada. — ele dispensou, evitando os olhos dela e tentando andar para frente. — Não se preocupe...
— Pare com isso... Não me exclua. — Hermione repreendeu, franzindo as sobrancelhas enquanto agarrava os lados do rosto dele para fazê-lo olhar para ela. — Diz-me o que aconteceu.
Charlie olhou em seus olhos e imediatamente seu exterior frio se desvaneceu. Ele abriu a mandíbula, sorrindo tristemente enquanto dizia: — Está tudo bem... Eu só quero ficar sozinho agora.
Hermione franziu a testa. — Baby...
— Oi! Cara, espere! — Harry chamou, descendo as escadas correndo.
Ao som da voz de Harry, Charlie suspirou e passou por Hermione, saindo do buraco do retrato sem dizer mais nada. Correndo atrás dele, Harry foi pego no braço por Hermione, e ela olhou para ele em busca de respostas.
— Não se preocupe. — disse Harry, dando um passo para fora da sala. — Eu explico mais tarde... Agora eu tenho que ir atrás dele antes que ele faça algo estúpido.
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