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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO CINQUENTA E CINCO
─── EU TE AMO E ESTREIA DO ALTO INQUISIDOR

HERMIONE.

Isso foi tudo que Charlie pôde dizer.

Seus olhos surpresos procuraram encontrar os dela instantaneamente, e ele viu Hermione com o sorriso mais largo já estampado em seu rosto. Charlie congelou no local depois de ouvir as palavras saindo de seus lábios. Parecia que tudo estava crescendo dentro dele; ele estava se afogando em uma quantidade avassaladora de alegria.

Mas ele não disse isso de volta.

Ele não podia - pelo menos, não em voz alta e definitivamente não agora. Admitir que ele estava apaixonado por Hermione tanto quanto ela estava apaixonada por ele seria como admitir sua criptonita. Mesmo que seu momento fosse privado, Charlie não conseguia dizer as palavras por medo de não conseguir esconder seus verdadeiros sentimentos do mundo.

Dizer essas três palavras em voz alta o faria querer proclamar seu amor dos telhados como um efeito colateral de imensa felicidade e é exatamente por isso que ele não pôde fazer isso, não depois que aqueles que ele amava tiveram suas vidas ameaçadas por um monstro. Seu pai nunca poderia saber o que Hermione realmente significava para ele porque, francamente, ela era a única pessoa sem a qual ele não poderia viver.

Mas para sua surpresa, Hermione não parecia incomodada que as palavras ainda não tivessem saído dos lábios de seu namorado. Ela estava extasiada, olhando para ele com tanto amor e admiração sem a menor vacilação em seu sorriso.

Charlie tinha esquecido instantaneamente a sensação de ardência vindo de sua mão. Seus pensamentos caíram em uma confusão fortuita ao pensar em como essa garota incrivelmente linda parada na frente dele, estava tão disposta a dar seu coração a alguém que estava inegavelmente traumatizado e quebrado.

— Eu te amo. — Hermione sussurrou, descansando sua testa contra a dele; interrompendo seus pensamentos como se ela soubesse que ele estava menosprezando a si mesmo. — Estou total e completamente apaixonada por você, Charlie.

Sua boca se abriu com a reafirmação. Por um segundo, ele se perguntou se tinha imaginado as palavras saindo dos lábios dela. Mas ela disse de novo, como se confessar uma vez não transmitisse sua mensagem com a firmeza que seu coração desejava, nem uma quantidade infinita de proclamações de amor; seu coração pertencia inteiramente a ele.

— E eu não me importo se você não responder. — ela continuou, murmurando contra seus lábios. — Porque eu estou dando meu coração para você de qualquer maneira.

Charlie sorriu conscientemente, mas inconscientemente; a tentação de deixar as palavras saírem de sua própria boca era forte demais para lutar.

— Querida, eu....

— Você não precisa dizer se não estiver pronto. — Hermione interrompeu, silenciando-o com um sussurro — Tudo o que você precisa fazer é dizer meu nome. Quando você ama alguém, você diz o nome diferente, não é? Como se o nome deles estivesse mais seguro em sua boca.

— Hermione. — Charlie sussurrou de uma vez, sem hesitar quando seu hálito quente atingiu os lábios dela, enviando calafrios por sua espinha.

E com o único sussurro de seu nome, Hermione ficou extremamente feliz e satisfeita. Seus olhos agora estavam brilhando com o luar espiando pelas janelas do dormitório, e algo mais.

— Charlie.

A palavra saiu de seus lábios com um tom de confissão tão firme e fiel que seu namorado ficou com um tom brilhante de rosa; ainda incrivelmente grata por seu coração o ter escolhido. Os dois se entreolharam, as cabeças apoiadas uma na outra, construindo expectativa no silêncio ensurdecedor em que haviam sucumbido; eles estavam tão presos em seu próprio mundinho que abafaram a festa furiosa da sala comunal.

— Eu te amo. — Hermione gritou, incapaz de controlar sua excitação, deixando as palavras escaparem mais uma vez. — Eu te amo, eu te amo, eu te amo...

Charlie riu levemente de sua fofura antes de beijá-la apaixonadamente. As mãos de Hermione imediatamente envolveram seu pescoço, puxando-o para mais perto para aprofundar o beijo. O namorado dela fechou os olhos, deixando seus lábios dizerem tudo o que não podia.

Eu também te amo.

Seus braços envolveram a cintura dela, e não demorou muito para que ele a puxasse para ele, sem deixar nenhum espaço entre eles. A sala silenciosa agora estava tocando com o som de seus lábios se moldando misturado com as respirações pesadas que eles exalavam quando se afastavam, movendo suas cabeças para obter um melhor acesso antes de mergulhar de volta.

Charlie sugou suavemente o lábio inferior, puxando-o ligeiramente para trás para provocá-la. Hermione gemeu baixinho, aproveitando a sensação por um momento antes de deslizar a língua na boca dele. Eles estavam se beijando como se suas vidas dependessem disso, fundindo-se um no outro sem se importar com o mundo. A língua dele entrou na boca dela e logo eles estavam lutando pelo domínio.

Em um movimento brusco, Charlie colocou a mão atrás da cabeça dela e a colocou em sua cama. Pensando que ele tinha ido um pouco longe demais, Charlie parou abruptamente antes de se inclinar para baixo para conectar seus lábios novamente; ele não queria fazer nada que a deixasse desconfortável. Entretanto, Hermione não pareceu se importar com essa mudança de posição, já que ela foi rápida em tranquilizá-lo, puxando-o para cima dela; o peso do corpo dele pressionado contra ela, e era uma sensação nova que ela gostava imensamente.

O garoto de olhos castanhos deixou um rastro de beijos do lado de seu rosto até a nuca, mordiscando e chupando a pele sempre que queria, fazendo Hermione gemer baixinho mais uma vez. As pontas de seus dedos correram por sua coxa enquanto ele se posicionava entre suas pernas; sua namorada saboreando seu prazer ao inalar seu perfume, que ela acreditava ser o cheiro mais delicioso que ela poderia imaginar.

Depois de vários momentos deixando Charlie percorrer seu corpo com a boca, Hermione assumiu o comando, empurrando-o de costas antes de montar nele. Ela sorriu com a reação dele à mudança de posição antes de se inclinar para beijar seu pescoço, assim como ele a havia provocado antes. No entanto, em vez de parar em seu pescoço, ela moveu as mãos até a bainha de sua camisa, levantando-a levemente, sinalizando para ele tirá-la.

Ele hesitou por um momento, sem saber até onde iria a sessão de amassos. Charlie agarrou as mãos dela perto da barra de sua camisa, fazendo Hermione parar seu ataque de beijos em seu pescoço. Charlie não queria ser o cara que pressionava sua namorada a nada, então ele estava sendo extremamente cauteloso sempre que eles ficavam quentes e pesados; ele se sentou e seus braços envolveram a cintura dela para mantê-la firme, Hermione se afastando enquanto ele o fazia, olhando em seus olhos timidamente.

— Antes de prosseguirmos. — ele respirou lentamente; As mãos de Hermione brincando com o cabelo de sua nuca. — Tem certeza que quer isso?

— Eu quero você. — Hermione sussurrou baixinho, seus olhos mais escuros do que Charlie já tinha visto, deixando-o em imensa expectativa. — Eventualmente, é claro. — ela exalou lentamente, antes de acrescentar: — Agora, no entanto, eu só quero fazer sua cabeça girar.

— O que isso significa...

Charlie nem teve tempo de dizer as palavras antes que Hermione atacasse seus lábios com os dela, puxando-o de volta para um beijo apaixonado que o deixou completamente atordoado. Ainda sentada em seu colo, Hermione alcançou a bainha de sua camisa novamente, seus lábios ainda grudados, e o ajudou a tirá-la; desta vez, ele não protestou.

Deixando a camisa cair ao lado da cama, Charlie se virou para a namorada apenas para sentir um empurrão forte em seu peito, forçando-o a se deitar. Charlie fechou os olhos mais uma vez, saboreando o prazer, enquanto Hermione continuava seu ataque de beijos de seu rosto por todo o corpo, passando as mãos lentamente por seu abdômen tonificado enquanto o fazia.

Hermione deixou sua boca vagar pelo torso de seu namorado, seus lábios beijando cada pedacinho de pele como se ela estivesse repetindo sua proclamação de amor através de suas ações. Apesar de todas as suas falhas e traumas, ela o amava com cada átomo de seu ser, e embora ele não dissesse as palavras de volta para ela, ela sabia que ele sentia o mesmo.

A respiração de Charlie estava ficando mais pesada, e toda vez que os lábios de Hermione roçavam um novo pedaço de pele, ele estremecia. Ele tinha certeza de que todo o sangue de seu corpo havia subido para seu rosto quando suas mãos encontraram a cintura dela mais uma vez, deslizando por baixo de sua camisa e desenhando pequenos círculos na parte inferior de suas costas; sua pele era incrivelmente macia.

Então, de repente, Charlie gemeu alto. — Foda-se ...

Hermione teve que reprimir uma risadinha contra o peito dele antes de estender a mão para tapar sua boca com a mão, abafando os sons que ele estava fazendo. Ela sabia do efeito que tinha sobre ele, então a reação dele não foi nenhuma surpresa quando ela começou a mexer os quadris contra os dele; fazendo-o gemer, fazendo-o querer fazer algo para o qual ambos ainda não estavam preparados.

Hermione se inclinou um pouco para trás, sua cabeça pairando logo acima da dele, sua mão ainda colocada sobre sua boca.

— Você tem que ficar quieto. — ela brincou em um sussurro baixo e sensual. — Alguém virá nos interromper se você não fizer isso, e você não quer isso, quer?

Charlie instantaneamente balançou a cabeça, fazendo com que sua namorada soltasse uma risada baixa e ofegante quando ela tirou a mão de sua boca, seus quadris ocasionalmente se inclinando para frente apenas para provar sua ânsia. Seus olhos a examinaram; adorando, devorando, amando, e seu corpo parecia como se um líquido ardente estivesse surgindo em suas veias por baixo de todos os lugares que seu olhar tocava.

— Inferno sangrento... — Charlie ofegou baixinho, uma fome quente e devoradora em seus olhos enquanto ela mexia os quadris em um ritmo lento e terrivelmente prazeroso.

Tendo o suficiente da provocação, Charlie a virou de costas. Hermione permitiu que ele fizesse isso, é claro, e deu toda a sua confiança a ele. Na verdade, ela gritou quando foi pressionada contra o colchão; ela estava amando secretamente o quão mais íntimo o relacionamento deles havia se tornado.

Hermione enrolou as pernas em volta da cintura dele, apertando-o ainda mais, e com um grunhido ele tomou sua boca novamente, quente e exigente, sugando seu lábio inferior em sua boca, sua língua deslizando contra a dela, explorando antes de descer por sua garganta. Ela o agarrou, passando as mãos por todo o corpo dele, descontroladamente livre, sabendo que poderia tocá-lo, tanto quanto quisesse, como quisesse. Ela sentiu como se o estivesse desenhando, suas mãos mapeando sua forma; a inclinação de suas costas, a barriga lisa, as reentrâncias acima de seus quadris, os músculos de seus braços... Como se, como uma pintura, ele estivesse ganhando vida sob suas mãos.

Quando as mãos de Charlie deslizaram por baixo de sua camisa mais uma vez, ela engasgou com a sensação, então rapidamente acenou com a cabeça para tranquilizá-lo quando ele parou abruptamente; seus olhos preocupados quando ele olhou para cima assustado, pensando que ele cruzou a linha.

Vá em frente, está tudo bem - eu te amo, eu confio em você...

Assentindo lentamente em compreensão, Charlie levantou a bainha de sua camisa, puxando-a sobre sua cabeça e deixando-a cair no chão, e por um momento ele congelou, olhando para ela como se ela brilhasse como uma estrela no céu. Era a imagem mais íntima de sua namorada que ele ainda não tinha visto, e ele sorriu com orgulho pelo fato de ser confiável o suficiente para poder vê-la em uma posição tão vulnerável; deitada embaixo dele, seu torso completamente exposto, exceto pelo sutiã cobrindo seus seios.

— Você é linda. — ele sussurrou contra os lábios dela com um tom de admiração, focando seu olhar em seu rosto corado. — Tão linda, baby.

Então ele abaixou a cabeça novamente, colocando os beijos mais suaves, mas sensuais ao longo de seu corpo. Beijou-lhe os ombros, o umbigo, entre os seios, a barriga, os quadris; ele a beijou em todos os lugares enquanto ela engasgava e enterrava as mãos em seu cabelo. Hermione sentiu os músculos dele flexionarem contra a pele dela enquanto ele corria as mãos pelo corpo dela, segurando com força quando chegava às coxas dela.

— Deus, Charlie. — ela murmurou, sugando uma respiração. — Eu adoro quando você me toca assim.

— Eu amo tocar você assim. — ele murmurou de uma vez contra o estômago dela, o que fez arrepios subirem por todo o corpo dela.

— Beije-me. — ela implorou, e ele o fez, sem que ninguém lhe dissesse duas vezes. — Não pare. Por favor, não pare.

Charlie depositou beijos quentes, lânguidos e lentos que aceleraram conforme o batimento de seu coração, conforme o movimento de seus corpos acelerava um contra o outro. Cada beijo era diferente: beijos rápidos e suaves que diziam que ele a amava; beijos longos, lentos e cheios de adoração que diziam que ele confiava nela; beijos brincalhões e leves que diziam que ele tinha orgulho de ser dela; beijos de adoração que diziam que ele se importava com ela mais do que qualquer outra pessoa.

Hermione abandonou-se aos beijos, à linguagem deles, à fala sem palavras que se passou entre eles. Suas mãos tremiam, mas eram rápidas e hábeis em seu corpo, toques leves fazendo-a querer mais e mais até que ela o empurrou e puxou, esquecendo-se de que havia dito a ele que iriam esperar.

Mas bem quando ela ia dar sinal verde para ele, houve uma batida forte na porta do dormitório.

— Oi! Charlie! Abra!

Charlie e Hermione pararam abruptamente. Charlie ergueu a cabeça após beijar o osso ilíaco dela e bateu na porta, enquanto Hermione levantou a cabeça do travesseiro, seus olhos se abrindo em uma confusão raivosa.

As batidas na porta ficaram mais altas, como se a pessoa do outro lado pensasse que não foi ouvida da primeira vez.

Em pânico, Hermione empurrou Charlie para longe dela antes de correr para o chão para encontrar sua camisa. Seu namorado, que não parecia tão incomodado com a interrupção quanto ela, riu levemente de seu estado nervoso antes de levar um dedo aos lábios.

— Está tudo bem, relaxe. — ele acalmou em um sussurro, mas Hermione já estava tentando se esconder debaixo das cobertas da cama dele. — Vou me livrar deles.

Olhando para sua namorada mais uma vez, que havia submergido completamente a cabeça sob o cobertor da Grifinória, Charlie riu levemente antes de ir até a porta, destrancando-a e abrindo-a ligeiramente, apenas uma lasca para que ele pudesse espiar.

Parado na porta estava ninguém menos que Harry Potter, parecendo muito mais bêbado do que Charlie já o tinha visto no início da noite.

Engolindo em seco, Charlie disse: — O que foi?

Deus, por favor, não queira ir dormir ainda... Fique na sala comunal por mais alguns minutos.

— Você viu Gina? — Harry falou arrastado, balançando no lugar, e aparentemente muito focado em encontrar a Weasley mais nova para perceber que Charlie estava do lado oposto da porta com os lábios inchados, cabelo bagunçado e sem camisa.

— Claro que não. — disse Charlie imediatamente, com as sobrancelhas franzidas; ele estava um pouco irritado por ele e Hermione terem sido interrompidos por uma pergunta tão estúpida. — Eu estive aqui a noite toda, não estive?

— Ah, certo. — Harry riu sem motivo aparente, um sorriso feliz se curvando em seus lábios.

— Jesus Cristo. — Charlie disse, um sorriso divertido se formando em seus lábios enquanto ele segurava a porta, bloqueando a visão de Harry do resto da sala. — Quanto você bebeu?

— Não sei. — Harry disse alegremente. — Mas depois do show de merda que foi nos últimos meses, eu merecia me divertir, não merecia?

— Com certeza. — Charlie disse sinceramente antes de ouvir uma tosse pequena e discreta vindo de Hermione como um lembrete de que ela ainda estava lá. Charlie rapidamente continuou. — Bem, você provavelmente deveria continuar procurando por Ginny, eu acho.

— Ginny... Certo, sim. — Harry sorriu com a menção do nome da Weasley mais nova antes de caminhar em direção às escadas.

Charlie fechou a porta apressadamente, suspirando de alívio antes de voltar para onde estava sua namorada. Sua boca se abriu, no entanto, ao ver Hermione. Ela estava apoiada em seus antebraços, vestindo a camisa dele que era muito grande para seu pequeno corpo, seu cabelo bagunçado, enquanto ela sorria para ele.

— Eu estou roubando isso. — Hermione disse timidamente, aconchegando-se na grande camisa que cobria seu corpo enquanto Charlie voltava para a cama. — É aconchegante.

Charlie caminhou até a beira da cama e colocou os braços em cada lado do corpo dela, inclinando-se para sussurrar contra os lábios dela: — É melhor sem roupas...

— Isso está sério ? — Hermione riu, envolvendo os braços em volta do pescoço dele. — Você vai se arrepender dessas palavras, baby.

O namorado dela balançou a cabeça com uma leve risada. — Não me arrependo de nada quando se trata de você.

Hermione olhou nos olhos dele com esse comentário e, pela primeira vez, ela entendeu como os olhos de alguém podiam dizer tanto sobre eles. Seus olhos, castanhos claros com pontinhos dourados, brilhavam como sempre, mas quase irradiavam uma quantidade infinita de amor pela garota sentada diante dele.

— Hermione. — ele sussurrou.

Ela levou dois segundos para perceber o que ele havia dito; dizer o nome dela agora teria para sempre um significado diferente e mais profundo, mas ela nunca reclamaria, especialmente se o significado mais profundo fosse uma maneira mais cautelosa de transmitir a verdade que estava escondida dentro de seu coração.

— Charlie. — ela sussurrou de volta, tão baixo que o fez se sentir de alguma forma. Ela sustentou seu olhar por um momento antes de acrescentar: — Segure-me, só por mais um pouco.

Ele assentiu instantaneamente e puxou as cobertas para se juntar a ela debaixo delas. Charlie deitou-se contra seus travesseiros, suspirando contente enquanto Hermione se aninhou em seu torso nu, seus braços envolvendo-a firmemente enquanto ela o fazia. Com sua orelha esquerda pressionada contra seu peito, ela podia ouvir seu batimento cardíaco acelerado, fazendo-a sorrir contra sua pele.

Hermione levantou a mão direita e começou a traçar as marcas que ela deixou em seu corpo com as pontas dos dedos; ela sorriu com orgulho de seu trabalho, sabendo que ela era a única a quem ele pertencia.

Cantarolando contente, Charlie fechou os olhos com a sensação de seus dedos frios arrastando seu corpo. Pela primeira vez, ele encontrou alguém de quem não se cansava; alguém que o aceita por ele e não precisava que ele mudasse; alguém por quem ele se apaixonou perdidamente.

— Eu te amo, Charlie. — ela sussurrou contra sua pele, causando arrepios em sua espinha.

E Charlie pegou a mão dela, brincando com ela gentilmente, antes de se inclinar para colocar um beijo suave e demorado em seus lábios. Eles ficaram ali, abraçados um ao outro, por mais uma hora ou mais, enquanto a festa continuava na sala comunal.

Então, quando o barulho na sala comunal começou a diminuir, eles relutantemente se separaram, e Charlie guiou Hermione até a porta para lhe dar um adeus agridoce até a manhã seguinte.

Charlie foi o primeiro a acordar em seu dormitório no dia seguinte. Ele ficou deitado por um momento observando a poeira rodopiar no raio de sol que entrava pela fresta de sua cortina de dossel, e saboreou o pensamento de que era sábado. Depois de uma primeira semana de aula tão horrenda, seu momento na noite passada com Hermione fez tudo valer a pena.

Abriu as cortinas da cama, levantou-se e começou a se vestir. O único som além do gorjear distante dos pássaros era a respiração lenta e profunda de seus colegas grifinórios. Ele abriu sua mochila com cuidado, tirou um pergaminho e uma pena e saiu do dormitório para a sala comunal.

Indo direto para sua velha poltrona favorita ao lado do fogo agora extinto, Charlie se acomodou confortavelmente e desenrolou seu pergaminho enquanto olhava ao redor da sala. As consequências esperadas das festividades da noite passada se foram, o que só se poderia esperar, foi o trabalho dos vários elfos domésticos que limparam o castelo. Charlie abriu seu tinteiro, mergulhou sua pena nele e escreveu sua carta diária para seu pai; ele não mencionou nada sobre sua detenção com Umbridge, não querendo lhe dar essa satisfação. Em vez disso, ele espalhou a mesma mensagem chata que sempre fazia para aliviar o ministro e sua paranóia.

Selando o pergaminho com cuidado, ele escalou pelo buraco do retrato e se dirigiu para o Corujal. Seu ânimo melhorou quando ele passou por janela após janela mostrando o céu azul brilhante; ele tinha treinamento mais tarde, ele finalmente estaria de volta ao campo de Quadribol.

Quando Charlie entrou no Corujal, as janelas sem vidro ofuscaram seus olhos; grossos raios prateados de luz do sol cruzavam a sala circular na qual centenas de corujas se aninhavam nas vigas, um pouco inquietas na luz do início da manhã, algumas claramente acabadas de voltar da caça. Ele amarrou sua carta a uma das corujas da escola que ele usava há anos, Fozy, e a enviou para o céu ofuscantemente brilhante.

Ele a observou até que ela se tornou uma pequena mancha preta e desapareceu, então mudou seu olhar para a cabana de Hagrid, claramente visível desta janela, e tão claramente desabitada, a chaminé sem fumaça, as cortinas fechadas.

As copas das árvores da Floresta Proibida balançavam com uma leve brisa. Charlie os observava, saboreando o ar fresco em seu rosto, pensando em Quadribol mais tarde... Então ele viu. Um grande cavalo alado reptiliano, exatamente como os que puxavam as carruagens de Hogwarts, com asas negras de couro abertas como as de um pterodáctilo, ergueu-se das árvores como um grotesco pássaro gigante. Ele voou em um grande círculo, então mergulhou de volta nas árvores. A coisa toda aconteceu tão rápido que Charlie mal podia acreditar no que tinha visto, exceto que seu coração batia loucamente.

A porta do corujal se abriu atrás dele. Ele pulou em choque e, virando-se rapidamente, viu Elaina Dumont segurando uma carta e um pacote em suas mãos, pronta para o dia em suas vestes da Sonserina.

— Ei. — disse Charlie automaticamente.

— Ah... Oi, Charlie! — ela disse sem fôlego antes de apontar para o pacote enquanto continuava. — Eu não pensei que alguém estaria aqui tão cedo... Eu só lembrei cinco minutos atrás, é o aniversário da minha mãe.

— Certo. — Charlie sorriu, saindo do caminho para que ela pudesse procurar uma coruja adequada. Ele olhou para as vestes da Sonserina dela. — Então, como você se sente sendo a primeira transferida de Hogwarts? É tudo o que você esperava?

Elaina escolheu uma das corujas da escola. Ela o puxou para baixo em seu braço, onde estendia uma perna prestativa para que ela pudesse prender o pacote.

— Definitivamente levou algum tempo para se acostumar. — ela riu, ainda olhando para a coruja. — Adoro isso aqui, não me interpretem mal, mas não acho que verde seja realmente a minha cor.

— Sim, você está certo. — Charlie brincou, ganhando um tapa no braço. — Ai! Estou brincando! — ele riu antes de acrescentar: — Se isso faz você se sentir melhor, você é a única sonserina com quem eu gostaria de conversar.

— Eles não são de todo ruins. — Elaina suspirou. — Eu me dei bem com Daphne Greengrass, e ao contrário de Pansy Parkinson e seu bando de desajustados, ela é realmente muito agradável de se ter por perto.

Charlie acenou com a cabeça em compreensão. — Bem, estou feliz que você fez uma amiga.

Elaina olhou para ele com uma sobrancelha levantada, o pacote apenas meio preso às pernas da coruja.

— Tive a impressão de que éramos amigos. — brincou Elaina. — Mas desde que fui transferida, não te vi mais! — ela balançou as sobrancelhas em sua direção antes de acrescentar. — Muito ocupado com aquela garota Granger, eu acho.

Charlie riu timidamente, seu rosto ficando vermelho de vergonha.

— Não é só isso. — defendeu. — Também estive detido a semana toda.

— Sim, eu ouvi. — Elaina disse tristemente, observando o sorriso de Charlie vacilar ligeiramente. — Aquela mulher Umbridge é suja. Colocar você na detenção só porque você falou a sua própria verdade... É horrível. — tentando aliviar o clima, ela acrescentou: — Como dizem os franceses: ce n'est pas juste.

Charlie riu antes de repetir com um dramático sotaque francês. — Ce n'est pas juste.

— Tudo bem, isso não foi ruim. — Elaina elogiou, falando sobre seu sotaque. — Mas vamos ter que trabalhar um pouco nisso.

— Bem, que bom que você está aqui para sempre, não é? — Charlie disse brincando, balançando as sobrancelhas de maneira amigável.

— Claro. — disse Elaina alegremente enquanto carregava a coruja até a janela. — Farei com que você fale francês fluentemente até o final do semestre.

Eles deixaram o Corujal juntos. Na entrada de um corredor que levava à ala oeste do castelo, Elaina disse: — Estou indo por aqui. Bem, vejo você por aí, Charlie.

— Sim, vejo você depois.

Ela sorriu para ele, acenou e partiu. Charlie seguiu em frente, sentindo-se silenciosamente eufórico; ele podia prever que Elaina e ele se tornariam grandes amigos.

Depois do café da manhã no Salão Principal naquela manhã, Charlie partiu para a biblioteca para colocar seu dever de casa em dia, enquanto Ron e Harry passavam o tempo se preparando para o primeiro treino de Quadribol da temporada.

Tão chateado quanto deveria estar por perder a experiência com seus amigos, Charlie estava incrivelmente feliz por passar a tarde na biblioteca simplesmente porque Hermione o acompanhou. Ela o ajudou a fazer todos os deveres de casa que ele havia atrasado, exatamente como ela havia prometido.

Estudar com Hermione era algo que Charlie passou a amar, porque toda vez que ele acertava uma resposta ou terminava um parágrafo de uma redação, Hermione o beijava discretamente como recompensa; isso não apenas o motivou, mas também permitiu que ele encontrasse prazer na tarefa.

Isso durou horas, até que chegou a hora de Charlie descer para o campo de Quadribol. Com todo o dever de casa concluído, ele deu um rápido beijo na bochecha de Hermione como um agradecimento antes de os dois saírem da biblioteca juntos. Eles partiram assim que chegaram ao Hall de Entrada; Hermione voltou para a sala comunal, enquanto Charlie saiu para o terreno da escola.

Enquanto ele caminhava em direção à luz do sol para o campo, ele podia ouvir a tempestade de vaias e zombarias do time de Quadribol da Sonserina e vários outros, que estavam agrupados no meio das arquibancadas vazias e cujas vozes ecoavam alto pelo estádio. Charlie encolheu os ombros, juntando-se a sua equipe na grama com um sorriso.

Toda a equipe montou em suas vassouras e deu o pontapé inicial. Charlie voou livremente antes de desacelerar para pairar para se envolver em exercícios de passagem. Angelina ergueu a goles com uma mão e jogou com força para Fred, que passou para George, que passou para Harry, que passou para Alicia, que passou para Charlie, que passou para Ron, que a deixou cair.

Os Sonserinos, liderados por Malfoy, rugiram e gritaram de tanto rir. Ron, que tinha corrido para o chão para pegar a goles antes que ela caísse, saiu do mergulho desordenadamente, de modo que escorregou para o lado em sua vassoura e voltou à altura de jogo, corando. Harry e Charlie trocaram um olhar, mas não disseram nada com medo de chatear o amigo.

Em vez disso, eles continuaram sem chamar muita atenção para isso. George passou para Angelina; ela passou de ré para Charlie, que não esperava por isso, mas pegou com a ponta dos dedos e passou rapidamente para Ron, que se lançou para ele e errou por centímetros.

— Venha agora, Ron. — disse Angelina irritada, enquanto ele mergulhava para o chão novamente, perseguindo a Goles. — Preste atenção.

Teria sido difícil dizer se o rosto de Ron ou a goles estava de um escarlate mais profundo quando ele voltou a jogar altura. Malfoy e o resto do time da Sonserina estavam uivando de tanto rir.

Em sua terceira tentativa, Ron pegou a goles; talvez por alívio, ele o passou adiante com tanto entusiasmo que ele voou direto pelas mãos estendidas de Katie e a atingiu com força no rosto.

— Desculpa! — Ron grunhiu, avançando para ver se havia causado algum dano.

— Volte para a posição, ela está bem! — exclamou Angelina. — Mas quando você estiver passando para um companheiro de equipe, tente não derrubá-lo da vassoura, certo? Temos balaços para isso!

O nariz de Katie estava sangrando. Lá embaixo, os sonserinos batiam os pés e zombavam. Fred e George convergiram para seu companheiro de equipe sangrando.

— Aqui, pegue isso. — Fred disse a ela, entregando-lhe algo pequeno e roxo de seu bolso. — Vai resolver isso num instante. —

— Tudo bem. — chamou Angelina. — Fred, George, vão buscar seus bastões e um balaço. Ron, suba para as traves. Harry, solte o pomo quando eu disser. Charlie, você está comigo - nós estamos vai mirar no gol de Ron, obviamente.

Quando Harry voltou com o pomo momentos depois, Charlie voou até ele e os dois se entreolharam, inconscientemente concordando na mesma coisa.

— O que há com ele? — Charlie murmurou, olhando para um Ron nervoso nas traves.

— Não faço ideia. — Harry deu de ombros. — Ele estava bem quando eu estava praticando com ele esta manhã.

Fred, que voltou com seu bastão, ouviu a conversa e falou com tristeza: — Sim, bem, espero que ele não tenha atingido o pico tão cedo.

Eles retornaram às suas posições sob o comando de Angelina. Charlie acelerou, rolando e desviando para realizar truques com os outros artilheiros, o ar quente do outono açoitando seu rosto e os gritos distantes dos sonserinos rugindo sem sentido em seus ouvidos... Mas muito cedo, o apito o fez parar, de novo.

— Para, para, para! — gritou Angelina. — Ron - você não está cobrindo o poste do meio!

Charlie suspirou; isso seria uma longa prática.

Depois de meia hora terrível, Charlie se trocou e seguiu Ron e Harry de volta à sala comunal, os sonserinos continuaram a cantar como uma tática de provocação até que estivessem fora de vista.

— Como foi o treino? — Hermione sorriu de seu lugar perto da lareira ao ver seu namorado e dois amigos subindo pelo buraco do retrato na sala comunal da Grifinória.

Harry engoliu em seco. — Uh, foi...

— Completamente péssimo. — disse Ron com uma voz oca, afundando em uma cadeira ao lado de Hermione. Ela olhou para um Ron aflito, depois para Charlie e Harry, que pareciam inquietos.

— Bem, foi apenas o seu primeiro. — ela disse consoladoramente para Ron. — Vai levar tempo para...

— Quem disse que fui eu quem o tornou péssimo? — Ron estalou, suas sobrancelhas instantaneamente franzidas em raiva.

— Ninguém. — disse Hermione, parecendo surpresa. — Eu só pensei...

— Você pensou que eu era um lixo, não é?

— Não, claro que não! Olha, você disse que era péssimo, então eu só...

Assumiu que era eu!

Charlie respirou devagar, tentando manter a calma, mas ainda não apreciando o tom que o ruivo usava com a namorada.

— Foi você, cara. — ele disse gentilmente, o olhar severo de Ron se voltou para ele. — Olha, eu não vou mentir para você. Você poderia ter jogado melhor, mas como Hermione disse, é a primeira sessão de treinamento, então não se preocupe com isso.

— Sim, e você estava claramente nervoso. — Harry acrescentou. — Além disso, os Sonserinos estavam sendo um pé no saco...

— Esperem, olhem!

Hermione estava apontando para a janela mais próxima. Charlie, Harry e Ron olharam, esquecendo-se instantaneamente de sua pequena briga. Uma bela coruja estava parada no parapeito da janela, olhando para Ron no quarto.

— Não é o Hermes? — disse Hermione, parecendo espantada.

— Caramba, é. — disse Ron calmamente, sua expressão se suavizando enquanto ele se levantava. — Por que Percy está me escrevendo?

Ele foi até a janela e a abriu; Hermes voou para dentro, pousou na mesinha de centro em frente ao fogo e estendeu uma perna na qual estava presa uma carta. Ron pegou a carta e a abriu, desenrolando o pergaminho e começando a ler:

Caro Ron,

Como seu irmão mais velho, gostaria de escrever para você para oferecer alguns conselhos, e é por isso que estou enviando esta mensagem à noite, e não pelo correio habitual da manhã. Espero que você consiga ler isso longe de olhares indiscretos e evitar perguntas embaraçosas.

De algo que o ministro deixou escapar, deduzo que você ainda está vendo muito Harry Potter e Charlie Hawthorne. Devo dizer-lhe, Ron, que nada poderia colocá-lo em maior perigo do que uma confraternização contínua com aqueles dois meninos. Embora eu tenha certeza de que eles são considerados perfeitos por Dumbledore - dado seu evidente favoritismo - sinto-me obrigado a dizer a você que Dumbledore pode não estar no comando de Hogwarts por muito mais tempo e as pessoas que assumirão terão uma opinião significativamente diferente sobre aqueles dois amigos problemáticos de vocês.

Mais uma vez, o regime de Dumbledore em Hogwarts pode acabar em breve. Sua lealdade, Ron, não deve ser para ele, mas para a escola e o Ministério. Então, para o bem de sua própria reputação, sugiro cortar os laços com o desequilibrado e, pelo que sei, violento, Harry Potter, bem como com o claramente tolo e impulsivo, Charlie Hawthorne. É do seu interesse seguir as regras de Dolores Umbridge, uma mulher verdadeiramente encantadora que sei que ficará muito feliz em aconselhá-lo.

Não direi mais nada aqui, mas se você olhar o Profeta Diário amanhã, terá uma boa idéia de como o vento está soprando - e veja se consegue identificar o seu verdadeiro!

Por favor, pense cuidadosamente sobre o que eu disse, irmão. Eu me considero muito sortudo por ter escapado do estigma de associação com a multidão em torno de Dumbledore - o ministro realmente não poderia ser mais gentil comigo - e espero, Ron, que você não permita que os laços familiares o ceguem para a natureza equivocada das crenças e ações de nossos pais também.

Espero sinceramente que, com o tempo, eles percebam o quanto se enganaram e, é claro, estarei pronto para aceitar um pedido de desculpas completo quando esse dia chegar. Até então, proponho que você coloque seus melhores interesses acima dos outros cegos.

Seu irmão,
Percy.

Harry instantaneamente olhou para Ron no sofá.

— Bem. — disse ele, tentando soar como se achasse a coisa toda uma piada. — Se você quiser, uh, o que é? — checou a carta de Percy. — Ah sim, 'cortar os laços' comigo, juro que não vou ficar violento.

Charlie zombou em aborrecimento, pegando a carta e relendo para ter certeza que ouviu corretamente, fazendo com que Hermione olhasse para ele com um olhar consolador e empático.

— Claramente tolo e impulsivo... — ele cuspiu com raiva em um rosnado baixo, segurando a carta trêmula em suas mãos. — E a parte sobre o fim do regime do meu avô, que diabos ele está falando?

— Devolva. — disse Ron, estendendo a mão para a carta. — Ele é... — Ron disse bruscamente, rasgando a carta de Percy ao meio. — O maior... — ele rasgou em quatro. — Idiota... — ele rasgou em oitavos. — Do mundo.

Então, Ron jogou os pedaços no fogo.

— Cuidado!

Os quatro saltaram ao som da voz profunda, todos eles girando e olhando para a lareira. Lá no meio das chamas dançantes estava a cabeça de Sirius, longos cabelos escuros caindo ao redor de seu rosto sorridente.

— Sirius? — Harry sussurrou, horrorizado, ajoelhando-se em frente à lareira enquanto seus amigos o seguiam.

— Você está certo. — Sirius sorriu, olhando entre os quatro. — Eu queria fazer o check-in. — ele parou por um momento, antes de acrescentar: — Ouvi dizer que vocês têm um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas...

— Ela é nojenta. — Hermione disse instantaneamente, aspereza evidente em seu tom. — Completamente mau.

Ron riu com um ligeiro revirar de olhos. — Ela só está dizendo isso porque Umbridge não está nos deixando usar magia em nosso ano NOM...

— Não. — Hermione retrucou, suas sobrancelhas franzidas. — Eu estou dizendo isso porque ela está torturando Charlie!

A sala ficou em silêncio, e Hermione colocou a mão sobre a boca quando percebeu que havia falado demais. Os olhares curiosos de Ron, Harry e Sirius recaíram sobre Charlie, e ele suspirou, levantando a mão direita, puxando o punho da camisa para trás para que pudessem ver o que Umbridge havia feito.

— Puta merda, cara... — Ron parou, completamente atordoado.

— Você disse que ela estava apenas fazendo suas linhas de escrita! — Harry gritou, agarrando a mão de Charlie para olhar mais de perto. — Como vamos descobrir isso agora?

— Não é exatamente algo que eu queria mostrar. — Charlie deu de ombros, puxando sua mão do aperto de Harry antes de voltar para o olhar preocupado de Sirius na lareira. — O que você sabe sobre Umbridge?

— Ela é um trabalho desagradável. — Sirius rosnou, claramente enojado com o uso da pena de sangue. — No entanto, eu a conheço de reputação e tenho certeza que ela não é uma Comensal da Morte...

— Ela é nojenta o suficiente para ser uma. — disse Charlie sombriamente, e Harry, Ron e Hermione concordaram vigorosamente com a cabeça.

— Sim, mas o mundo não está dividido entre pessoas boas e Comensais da Morte. — disse Sirius com um sorriso torto. — Eu sei que ela é horrível, no entanto.

Tentando mudar de assunto, Charlie perguntou. — Então você ouviu alguma notícia sobre Hagrid?

— Ah... — disse Sirius. — Bem, ele já deveria ter voltado, ninguém sabe ao certo o que aconteceu com ele. — então, vendo seus rostos aflitos, ele acrescentou rapidamente. — Mas Dumbledore não está preocupado, então vocês quatro não fiquem nervosos; tenho certeza que Hagrid está bem.

— Mas se ele já deveria estar de volta... — disse Hermione com uma voz pequena e ansiosa.

— Não há nada que sugira que ele não esteja perfeitamente bem.

Não convencidos, Charlie, Harry, Ron e Hermione trocaram olhares preocupados.

— Escutem, não faça muitas perguntas sobre Hagrid. — disse Sirius apressadamente. — Isso só vai chamar ainda mais atenção para o fato de que ele não voltou e eu sei que Dumbledore não quer isso. Hagrid é durão, ele é vai ficar tudo bem, não se preocupe. — e quando eles não pareceram animados com isso, Sirius acrescentou. — Bem, é melhor eu ir, posso ouvir Monstro descendo as escadas...

Charlie não ficou convencido com esse comentário, no entanto, e queria pedir mais uma coisa antes que Sirius os deixasse novamente.

— Sirius... — ele chamou, e a cabeça nas chamas se virou para ele. — Alguma chance de nós, uh, mantermos isso... — ele gesticulou para sua mão. — Entre nós? Eu só... Eu não quero que meu avô se preocupe...

Sirius refletiu por um momento, envolvendo a sala em um silêncio desconfortável, deixando Charlie em imensa expectativa.

— Você conseguiu, Char. — Sirius relutantemente concordou. — Apenas tome cuidado enquanto isso, sim? — quando Charlie acenou com a cabeça, ele acrescentou: — Vou escrever para dizer a você quando posso voltar para o fogo, então, posso?

Houve um pequeno estalo, e o lugar onde a cabeça de Sirius estava era uma chama bruxuleante mais uma vez.

— Certo, bem. — Ron suspirou enquanto todos se levantavam. — Vou para a cama. Hoje não passou de um pesadelo.

E com isso, ele subiu as escadas para os dormitórios, Harry seguindo logo atrás dele, deixando Charlie e Hermione sozinhos na sala comunal.

Ouvindo os passos desaparecerem no alto, Hermione virou a cabeça para o namorado com um olhar de desculpas.

— Sinto muito! Eu não queria que isso escapasse. Eu era tão facilmente temperamental com a simples menção do nome dela que eu esqueci completamente...

Charlie a silenciou pressionando seus lábios nos dela, segurando seu rosto gentilmente, apenas para se afastar momentos depois com um pequeno sorriso no rosto enquanto a segurava para impedi-la de balbuciar.

— Está tudo bem. — ele sussurrou com uma leve risada, e Hermione aninhou-se em suas mãos que descansavam nas laterais de seu rosto. — Ron e Harry iriam descobrir eventualmente.

— Mas você deveria ter sido o único que...

Ele a beijou novamente, silenciando-a em um instante. As mãos de Hermione encontraram seu caminho ao redor de seu pescoço e o puxaram para mais perto, beijando-o por um momento antes de se separar de seus lábios para abraçá-lo com força. Charlie retribuiu o abraço e segurou-a com segurança em seus braços na sala comunal iluminada pelo fogo.

— Você me salvou do trabalho de ter que contar eu mesmo. — Charlie sussurrou, tentando fazer piada. — Se alguma coisa, eu deveria estar agradecendo a você. Você fez todo o trabalho para mim.

Hermione se afastou, as mãos ainda entrelaçadas atrás do pescoço dele enquanto olhava em seus olhos, uma expressão provocante se formando em seu rosto.

— Oh sim? — ela levantou uma sobrancelha brincalhona. — E, pelo que me lembro, fui eu quem fez todo o trabalho ontem à noite também... Parece haver um padrão aqui.

A boca de Charlie se abriu com a franqueza de sua namorada, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa em retaliação, Hermione riu em sua boca antes de conectar seus lábios novamente.

— Estou brincando, é claro. — Hermione murmurou contra os lábios dele enquanto se afastava, um sorriso brincalhão se curvando em sua boca. — Você definitivamente fez sua parte na noite passada...

E novamente, sem dar a Charlie uma chance de responder, Hermione deu outro selinho rápido em seus lábios antes de se desvencilhar de seu aperto e partir para as escadas para os dormitórios.

Saindo do torpor em que agora se encontrava, Charlie virou a cabeça em direção à escada atrás de sua namorada fugaz.

— Hermione. — ele sussurrou suavemente, e ela instantaneamente parou no meio da escada.

A namorada dele inclinou a cabeça para trás; um sorriso largo e animado evidente em seu rosto enquanto ela sussurrava em um tom que continha tanta firmeza: — Eu também te amo.

Eles esperavam ser forçados a vasculhar cuidadosamente o Profeta Diário na manhã seguinte para encontrar o artigo que Percy havia mencionado em sua carta. No entanto, a coruja que estava saindo mal havia ultrapassado o topo da jarra de leite quando Hermione soltou um grande suspiro e abriu o jornal para revelar uma grande fotografia de Dolores Umbridge, sorrindo amplamente e piscando lentamente para eles por baixo da manchete.

MINISTÉRIO BUSCA REFORMA EDUCACIONAL:
DOLORES UMBRIDGE NOMEADA PRIMEIRA ALTA INQUISIDORA.

— Alto Inquisidor? — disse Harry sombriamente, seu pedaço de torrada meio comido escorregando de seus dedos. — O que isso significa?

Hermione leu em voz alta:

Em um movimento surpresa na noite passada, o Ministério da Magia aprovou uma nova legislação dando a si mesmo um nível de controle sem precedentes na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

O Ministro está ficando inquieto com os acontecimentos em Hogwarts há algum tempo - disse o Assistente Júnior do Ministro, Percy Weasley. 'Ele agora está respondendo às preocupações, expressas por pais ansiosos, que sentem que a escola pode estar indo em uma direção que eles não aprovam'.

É esta última função que o Ministério agora formalizou com a aprovação do Decreto Educacional Número Vinte e Três, que cria o novo cargo de Alto Inquisidor de Hogwarts.

'Esta é uma nova fase excitante no plano do Ministro para lidar com o que alguns estão chamando de queda dos padrões em Hogwarts,' disse Weasley. 'O Inquisidor terá poderes para inspecionar seus colegas educadores e certificar-se de que eles estão indo bem. A Professora Umbridge recebeu esta posição além de seu cargo de professora e estamos felizes em dizer que ela aceitou'.

Os novos movimentos do Ministério receberam apoio entusiástico daqueles que estão felizes em ver um primeiro passo para garantir que Hogwarts tenha um diretor em quem todos possamos depositar nossa confiança.

Hermione terminou de ler e olhou para os outros três do outro lado da mesa, sua respiração acelerada e seus olhos muito brilhantes. — Eu não posso acreditar nisso. É ultrajante!

— Sim. — murmurou Charlie; ele olhou para sua mão direita, apertada no tampo da mesa, e viu o tênue contorno branco das palavras que Umbridge o forçou a cortar em sua pele.

Harry e Hermione o observaram com um olhar curioso e empático, mas um sorriso se abriu no rosto de Ron.

— O que? — disseram Harry e Hermione juntos, encarando-o; um pouco nervoso que seu amigo não estava demonstrando a mesma simpatia que eles tinham.

— Oh, mal posso esperar para ver McGonagall inspecionada. — disse Ron alegremente. — Umbridge não vai saber o que a atingiu.

— Bem, vamos. — disse Hermione, pulando. — É melhor irmos, se ela está inspecionando a aula de Binns, não queremos nos atrasar.

Mas a professora Umbridge não estava inspecionando a aula de História da Magia, que foi tão monótona quanto na segunda-feira anterior, nem estava na masmorra de Snape quando eles chegaram para a aula de Poções Duplas, onde a redação de Charlie sobre a pedra da lua foi devolvida a ele com um grande e pontudo preto. 'D' rabiscado em um canto superior.

— Eu dei a você as notas que você teria recebido se tivesse apresentado este trabalho em seu NOM. — disse Snape com um sorriso malicioso, enquanto passava entre eles, passando de volta o dever de casa. — Isso deve lhe dar uma ideia realista do que esperar no exame.

Charlie percebeu que Hermione estava olhando de soslaio para ver a nota que ele havia tirado; ele deslizou sua redação em sua linha de visão, e ela franziu as sobrancelhas de confusão para ele quando viu a nota no canto. Seu namorado, no entanto, simplesmente deu de ombros; sua nota foi a esperada.

Determinado a não dar a Snape uma desculpa para repreendê-lo nesta lição, Charlie leu e releu cada linha de instrução no quadro-negro pelo menos três vezes antes de agir de acordo com elas. No final da aula, sua Solução de Fortalecimento, embora não tão perfeita quanto a de Hermione, ainda era melhor do que Snape esperava.

Depois do almoço no Salão Principal, Charlie e Hermione foram para a Aritmancia enquanto Harry e Ron partiram para Adivinhação. Não houve inspeção na aula do professor Vector naquele dia, assim como em todas as outras aulas de Charlie. No entanto, quando se tratava de seu dever de casa, a nota do Professor Vector foi uma melhoria significativa em relação ao que recebeu de Snape; havia um grande 'O' vermelho esparramado no canto, fazendo com que um sorriso orgulhoso se formasse no rosto do menino enquanto Hermione apertava a mão dele debaixo da mesa em excitação.

— Como foi a Adivinhação? — Charlie perguntou a Harry e Ron quando ele e Hermione se encontraram com eles a caminho de Defesa Contra as Artes das Trevas. — Vocês fizeram uma inspeção?

— Sim. — resmungou Ron, que abriu a porta da sala de aula para seus amigos.

— Como foi? — perguntou Hermione curiosamente, enquanto se sentava em sua mesa com Charlie, e se virou para Harry e Ron que estavam sentados atrás deles.

— Umbridge apenas espreitava no canto fazendo anotações em uma prancheta. — Harry explicou com um encolher de ombros. — Trelawney disse a ela que algo perigoso estava vindo em sua direção; algo que a colocaria em grave perigo.

— Bem. — Charlie riu. — Vamos esperar que o velho maluco realmente tenha feito uma profecia que se tornará realidade...

Harry e Ron riram, e Hermione, embora tentando esconder seu sorriso divertido, riu para si mesma. Os quatro pegaram suas cópias da Teoria da Magia Defensiva, assim que a Professora Umbridge os chamou à ordem e o silêncio caiu.

— Varinhas embora. — ela instruiu a todos com um sorriso, e aquelas pessoas que tiveram esperança de tirá-las, tristemente as devolveram às suas mochilas. — Ao terminarmos a última lição do Capítulo Um, gostaria que todos abrissem a página dezenove hoje e começassem, 'Capítulo Dois, Teorias Defensivas Comuns e suas Derivações'. Não haverá necessidade de falar.

— Não haverá necessidade de pensar que é mais parecido com isso. — corrigiu Hermione, resmungando baixinho com uma aspereza imensa; Charlie teve que conter o riso enterrando a cabeça em seu braço.

Ainda com seu largo e presunçoso sorriso, Umbridge sentou-se em sua mesa. A classe soltou um suspiro audível quando virou, como um, para a página dezenove. Charlie se perguntou se havia capítulos suficientes no livro para mantê-los lendo durante todas as lições deste ano e estava a ponto de verificar a página de conteúdo quando percebeu que Hermione estava com a mão no ar.

A professora Umbridge também notou e, além disso, ela parecia ter elaborado uma estratégia para tal eventualidade. Em vez de tentar fingir que não havia notado Hermione, ela se levantou e caminhou ao redor da primeira fila de carteiras até que estivessem cara a cara, então ela se abaixou e sussurrou, para que o resto da classe não pudesse ouvir. — O que é desta vez, senhorita Granger?

— Eu já li o Capítulo Dois. — disse Hermione imediatamente; Charlie olhou para cima em descrença.

— Bem, então prossiga para o Capítulo Três.

— Eu li isso também. Eu li o livro inteiro.

A professora Umbridge piscou, mas recuperou a postura quase instantaneamente quando viu o sorriso malicioso de Hermione.

Essa é a minha garota, Charlie pensou com orgulho.

— Bem, então você deve ser capaz de me dizer o que Slinkhard diz sobre contra-azarações no Capítulo Quinze.

— Ele diz que contra-azarações são nomes impróprio. — disse Hermione prontamente. — Ele diz que 'contra-azaração' é apenas um nome que as pessoas dão a suas azarações quando querem torná-las mais aceitáveis.

A professora Umbridge ergueu as sobrancelhas e Charlie sabia que ela estava impressionada, contra sua vontade.

— Mas eu discordo. — continuou Hermione.

As sobrancelhas da Professora Umbridge ergueram-se um pouco mais e seu olhar tornou-se nitidamente mais frio.

— Você discorda? — ela repetiu, surpresa.

— Sim, eu discordo. — afirmou Hermione, que, ao contrário de Umbridge, não estava sussurrando, mas falando com uma voz clara e carregada que atraiu a atenção do resto da classe. — O Sr. Slinkhard não gosta de feitiços, não é? Mas acho que eles podem ser muito úteis quando usados ​​defensivamente.

— Ah, você tem, não é? — disse a professora Umbridge, esquecendo-se de sussurrar e se endireitando. — Bem, temo que seja a opinião do Sr. Slinkhard, e não a sua, que importa nesta sala de aula, Srta. Granger.

Hermione começou. — Mas...

— Já chega. — retrucou a Professora Umbridge. Ela caminhou de volta para a frente da classe e parou diante deles, toda a alegria que ela havia mostrado no início da aula havia desaparecido. — Srta. Granger, eu vou tirar cinco pontos da casa da Grifinória.

Houve um surto de murmúrios sobre isso.

— Pelo que? — cuspiu Charlie com raiva; ele tentou morder a língua durante toda a conversa de sua namorada com a velha bruxa, mas não conseguiu mais se conter.

— Charlie, por favor. — Hermione sussurrou urgentemente para ele, implorando com os olhos. — Não se envolva.

— Por atrapalhar minha aula com interrupções inúteis, Sr. Hawthorne. — disse a professora Umbridge suavemente, virando a cabeça para Charlie com o sorriso mais perverso no rosto. — Estou aqui para ensiná-lo usando um método aprovado pelo Ministério que não inclui convidar os alunos a opinarem sobre assuntos sobre os quais eles entendem muito pouco. Seus professores anteriores nesta matéria podem ter permitido a você mais licença, mas como nenhum deles - com a possível exceção do professor Quirrell, que pelo menos parecia ter se restringido a assuntos apropriados à idade - teria passado por uma inspeção do Ministério...

— Sim, Quirrell era um ótimo professor. — Charlie zombou em voz alta. — Havia apenas aquela pequena desvantagem de ele ter Você-Sabe-Quem saindo de sua cabeça.

Este anúncio foi seguido por um dos silêncios mais altos que Charlie já ouviu, mas ele podia sentir o olhar orgulhoso de Harry e Ron na parte de trás da cabeça. Hermione, por outro lado, tentou cutucar o namorado debaixo da mesa para fazê-lo parar antes que fosse tarde demais.

— Acho que mais uma semana de detenção faria bem a você, Sr. Hawthorne. — disse Umbridge elegantemente.

— Não! — Hermione disse de uma vez, ligeiramente em pânico. — Você não pode fazer isso! Fui eu que interrompi a aula, deveria ser eu que...

— Sim, mas o Sr. Hawthorne estava tão inclinado a usar seus dois sentidos, não é? — Umbridge olhou entre Charlie e Hermione curiosamente antes de se inclinar para trás em sua mesa, desta vez, no entanto, ficando cara a cara com Charlie. — Eu me pergunto por que isso é... Hmmm...

Umbridge olhou entre os dois uma última vez, como se dissesse a Charlie que sabia que algo estava acontecendo entre eles. O menino engoliu em seco, afundando em sua cadeira quando um medo recém-descoberto tomou conta dele. Hermione olhou para ele com curiosidade, mas ele simplesmente deu de ombros.

Dolores Umbridge estava um passo mais perto de descobrir a fraqueza de Charlie Hawthorne.

O corte nas costas da mão de Charlie mal havia cicatrizado e, na manhã seguinte, estava sangrando de novo. Ele não reclamou durante a detenção da noite; ele estava determinado a não dar essa satisfação a Umbridge; uma e outra vez ele escreveu as mesmas cinco frases e nenhum som escapou de seus lábios, embora o corte se aprofundasse a cada letra.

Sua segunda semana de detenção aparentemente continuaria assim; ele não diria nada, apenas continuaria a escrever até que o tempo acabasse e ele fosse dispensado para voltar para a Torre da Grifinória. Ao longo da semana, Umbridge visitou a aula de Transfiguração da professora McGonagall e a aula de Trato das Criaturas Mágicas da professora Grubbly-Plank. E nas duas vezes, Umbridge fez a mesma coisa; ela anotou cada palavra que saiu da boca do professor o mais rápido possível:

Há quanto tempo você leciona em Hogwarts?

Rabisco.

Você sente que recebe apoio suficiente da direção da escola?

Mais rabiscos.

O que você acha de Albus Dumbledore como diretor?

Páginas de notas sobre cada uma das declarações do professor.

Você receberá os resultados de sua inspeção dentro de dez dias.

Fim da inspeção.

Sexta-feira à noite, Charlie deixou o escritório de Umbridge por volta da meia-noite, sua mão sangrando tanto que estava manchando o lenço que ele havia enrolado em volta dela. Ele esperava que a sala comunal estivesse vazia quando ele voltasse, mas Harry, Ron e Hermione estavam sentados esperando por ele.

— Venha aqui. — Hermione o chamou para o sofá ansiosamente, colocando uma pequena tigela com um líquido amarelo na mesa enquanto ele se sentava. Ela se moveu ao lado dele e pegou a mão dela, — Isso deve ajudar, é uma solução de tentáculos de Murtlap tensos e em conserva.

Charlie observou enquanto Hermione colocava um pouco do líquido na ponta dos dedos antes de esfregá-lo suavemente nas costas da mão. Instantaneamente, sua mão dolorida e sangrando experimentou uma sensação maravilhosa de alívio; não sabia, porém, se era por causa do toque da namorada ou da essência Murtlap. Bichento se enroscou em suas pernas, ronronando alto, depois pulou em seu colo e se acomodou.

— Obrigado. — disse ele agradecido, coçando atrás das orelhas de Bichento com a mão esquerda. Hermione olhou para ele através de seus cílios, sorriu alegremente e então assentiu, ainda acariciando sua pele.

— Eu não entendo porque você não está reclamando sobre isso. — Ron resmungou em voz baixa enquanto observava a interação de Charlie e Hermione com um leve olhar, que ninguém parecia notar.

Harry bufou. — Ele não quer dar a ela essa satisfação, Ron, nós já conversamos sobre isso.

— Ainda assim, McGonagall ficaria louca se soubesse...

— Sim, ela provavelmente iria. — disse Charlie estupidamente, olhando para cima em aborrecimento. — E quanto tempo você acha que levaria para Umbridge aprovar outro decreto dizendo que qualquer um que reclamar do Alto Inquisidor será demitido imediatamente?

Ron abriu a boca para responder, mas nada saiu e, depois de um momento, ele a fechou novamente, derrotado.

— Ela é uma mulher horrível.— disse Hermione em voz baixa, e Charlie se virou para ela. — Horrível. Você sabe, eu estava dizendo a Harry e Ron quando você entrou... Nós temos que fazer algo sobre ela.

— Eu sugeri veneno. — disse Harry severamente, e Charlie riu.

— Não... Quero dizer, algo sobre a péssima professora que ela é, e como não vamos aprender nenhuma defesa dela. — corrigiu Hermione.

— Bem, o que podemos fazer sobre isso? — disse Ron, bocejando. — É tarde demais, não é? Ela conseguiu o emprego, veio para ficar. O Ministro vai se certificar disso.

O rosto de Charlie vacilou ligeiramente com a menção de seu pai.

— Bem. — disse Hermione timidamente. — Sabe, eu estava pensando hoje... — ela lançou um olhar ligeiramente nervoso para Harry e então continuou. — Eu estava pensando que - talvez tenha chegado a hora em que devíamos fazer isso nós mesmos.

— Fazer o que nós mesmos? — perguntou Charlie desconfiado, ainda gostando da sensação de sua namorada esfregando a essência dos tentáculos de Murtlap contra sua pele.

— Bem, aprendamos Defesa Contra as Artes das Trevas nós mesmos, é claro. — sugeriu Hermione gentilmente.

— Pare com isso. — gemeu Ron. — Você quer que façamos trabalho extra? Já estou atrasado!

Hermione suspirou. — Mas isso é muito mais importante do que dever de casa!

Charlie, Harry e Ron olharam para ela antes de trocar um olhar confuso um com o outro.

Ron ficou horrorizado. — Eu não pensei que houvesse nada no universo mais importante do que o dever de casa!

— Não seja bobo, é claro que existe. — repreendeu Hermione, seu rosto de repente se iluminou com o tipo de fervor que Charlie adorava ver queimar em seus olhos. — Precisamos nos preparar. Precisamos ter certeza de que realmente podemos nos defender. Se não aprendermos nada durante um ano inteiro...

— Nós não podemos fazer muito sozinhos. — disse Ron com uma voz derrotada. — Quero dizer, tudo bem, podemos procurar feitiços na biblioteca e tentar praticá-los, suponho...

— Não, nós já passamos do estágio onde podemos apenas aprender coisas nos livros. — disse Hermione, fazendo com que os garotos olhassem para ela mais uma vez. — Precisamos de um professor, um professor adequado, que possa nos mostrar como usar os feitiços e nos corrigir se estivermos errados.

— Sim, mas quem? — disse Harry, franzindo a testa para ela.

Hermione soltou um profundo suspiro.

— Não é óbvio? — ela disse, olhando para ele do sofá. — Estou falando de você, Harry.

Houve um momento de silêncio. Uma leve brisa noturna sacudiu as vidraças atrás de Ron, e o fogo se apagou.

Os olhos de Harry se arregalaram. — Espere, o quê?

— Eu acho que você deveria nos ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas.

Harry a encarou incrédulo. Então ele se virou para olhar entre Charlie e Ron, pronto para trocar os olhares exasperados que às vezes trocavam quando Hermione elaborava esquemas inverossímeis. Para consternação de Harry, entretanto, nem Charlie nem Ron pareciam exasperados.

Charlie pensou por um momento. — Bem, aí está uma ideia.

— O que é uma ideia? — disse Harry, franzindo as sobrancelhas em confusão.

— Você. — respondeu Ron, sabendo exatamente o que Charlie estava pensando. — Ensinando-nos a fazê-lo.

Hermione sorriu animada por Charlie e Ron estarem de acordo com seu plano.

— Pense nisso, Harry. — ela gritou. — Quero dizer, você é o melhor do nosso ano em Defesa Contra as Artes das Trevas, afinal.

Charlie, Hermione e Ron sorriram um para o outro; se apaixonando pela mera ideia de escapar dos hábitos de ensino de Umbridge, mas Harry franziu a testa.

— Vocês são malucos. — exclamou. — Eu não poderia...

— Não poderia o quê? — Charlie deu de ombros; um sorriso malicioso aparecendo em seu rosto quando Harry ficou sem palavras.

— Você mesmo disse, Harry. — insistiu Hermione com um sorriso tranqüilizador. — Ele realmente está por aí... E se Umbridge se recusar a nos ensinar como nos defender, precisamos de alguém que o faça.

Os quatro trocaram um olhar, concordando subconscientemente qual era a coisa certa a fazer; eles tiveram que lutar.

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