Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

054

𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO CINQUENTA E QUATRO
─── HORAS DE TORTURA E O AMOR FORTALECE

CHARLIE DECIDIU PULAR o jantar no Salão Principal naquela noite, não querendo lidar com os sussurros óbvios e olhares acusadores. A notícia sobre sua briga com Umbridge teria viajado excepcionalmente rápido agora, e ele não poderia se incomodar em ter que se explicar repetidamente.

A chuva batia nas vidraças enquanto ele caminhava pelos corredores vazios de volta à Torre da Grifinória. Charlie sentiu como se seu primeiro dia tivesse durado uma semana, mas ainda tinha uma montanha de dever de casa para fazer antes de dormir. Uma dor surda e latejante estava se desenvolvendo em sua cabeça, sobrecarregada com tudo o que estava acontecendo. Ele olhou por uma janela lavada pela chuva para o terreno escuro enquanto virava para o corredor da Mulher Gorda. Ainda não havia luz na cabana de Hagrid.

Mimbulus Mimbletonia. — murmurou Charlie, antes que a Mulher Gorda pudesse perguntar. O retrato se abriu para revelar o buraco atrás dele e ele correu para dentro.

A sala comunal estava quase vazia; quase todo mundo ainda estava no jantar. A sala estava ocupada apenas por uma pessoa em particular, Hermione Granger, que estava sentada em sua poltrona favorita perto do fogo; Bichento se enrolou em seu colo como uma almofada ruiva peluda.

A cabeça de Hermione virou na direção de seu namorado imediatamente após sua entrada. Seus olhos brilharam meio preocupados, meio aliviados enquanto Charlie sorria para ela, tentando aliviar o óbvio estado de tensão que a dominava.

— Por que você não está no jantar? — ele perguntou enquanto se movia para se sentar no sofá; Os olhos de Hermione o seguiram enquanto ele o fazia.

— Porque eu sabia que você não estaria lá depois do que aconteceu. — Hermione respondeu simplesmente; ela o conhecia muito bem.

Movendo Bichento de seu colo para o chão, Hermione se levantou e foi para o sofá, sentando-se no colo de Charlie e aconchegando-se em seu peito enquanto seus braços a envolviam com força. Ele sorriu satisfeito antes de olhar para as chamas, sentindo-se esgotado e exausto.

— Então. — Hermione falou de uma maneira adorável na curva do pescoço de Charlie. — Que tipo de punição Umbridge acabou dando a você?

— Detenção. Todas as noites esta semana. — Charlie disse, ligeiramente divertido, voltando seu olhar para sua namorada. — E no primeiro dia? Acho que bati um novo recorde.

— Isso não é engraçado. — repreendeu Hermione, batendo no braço dele. — Você poderia ter sido expulso.

— Meu avô nunca deixaria isso acontecer. — Charlie deu de ombros. — Além disso, comigo fora, o uso de Umbridge por aqui é bastante limitado.

— O que você quer dizer? — Hermione perguntou curiosamente, e Charlie engoliu em seco, percebendo que ele provavelmente falou demais.

— Só quero dizer que ela obviamente está aqui para nos espionar. — disse Charlie, revelando uma meia verdade. — Tenho quase certeza de que escolher Umbridge para ensinar é a maneira de meu pai manter o controle sobre Dumbledore...

Ele parou, recusando-se a dizer as palavras: ... E em mim.

— Acho que você está certo. — Hermione suspirou, aconchegando-se ainda mais nos braços de Charlie. — Eu simplesmente não posso acreditar que isso está acontecendo. Empregando alguém que se recusa a nos deixar fazer mágica... E em nosso ano NOM também!

Charlie riu; claro que a maior preocupação da namorada eram os estudos.

— Tenho certeza que você vai se sair muito bem de qualquer maneira. — ele sussurrou, sorrindo, antes de se inclinar para beijar sua testa. — Eu, por outro lado. — ele acrescentou enquanto se inclinava para trás. — Bem, eu já estou atrasado com o dever de casa, e é apenas o primeiro dia.

— Eu ajudo você. — Hermione sussurrou, estendendo a mão para acariciar o lado do rosto de Charlie. — Só mais alguns minutos de carinho... Ou talvez pudéssemos...

Ela parou quando puxou a cabeça dele em direção à dela, seus lábios se encontrando pela primeira vez desde que voltaram para a escola. Hermione manobrou para se sentar, montando nele com um único movimento, enquanto seus lábios ainda estavam grudados. Ela aprofundou o beijo no processo, enquanto seus braços serpenteavam ao redor do pescoço dele, puxando-o para mais perto.

Charlie colocou as mãos firmemente em volta da cintura dela, segurando-a firme enquanto eles se agarravam profundamente na sala comunal; o som do cacarejar do fogo misturado com os sons de suas respirações pesadas. Ele passou as mãos pelas costas dela enquanto se separava de seus lábios, apenas para beijar o lado de seu rosto em direção ao pescoço, enviando calafrios pela espinha de Hermione e causando arrepios em todo o seu corpo.

Hermione soltou um gemido suave quando ele fez isso, sussurrando em seu ouvido. — Deus, senti falta dos seus beijos.

Charlie sorriu arrogantemente contra a curva de seu pescoço enquanto ele deixava uma trilha de beijos por ele; mordiscando a pele, deixando marcas que com certeza seriam visíveis pela manhã, mas nenhum dos dois se importava. Hermione gemeu de prazer antes de empurrar a cabeça dele para trás e esmagar seus lábios novamente; suas línguas lutaram pelo domínio, saboreando o gosto na boca um do outro sem se importar com o mundo.

Com toda a justiça, depois de um dia longo e estressante lidando com a mulher horrivelmente rosada e parecida com um sapo que veio espioná-lo, compartilhar um momento como esse com sua namorada era muito necessário. Charlie já havia pensado nisso muitas vezes, mas estar com Hermione realmente fazia todos os seus problemas desaparecerem. Ele se sentia melhor sempre que estava perto dela... Com Hermione, o tempo parou; com Hermione, não havia mais ninguém que importasse.

Como se tivesse lido sua mente, Hermione se afastou, respirando pesadamente, enquanto olhava em seus olhos brilhantes. As mãos dela estavam emaranhadas no cabelo dele e os lábios dela inchados e rosados ​​enquanto ela sorria para ele - mas, você vê, esse sorriso não era nada que Charlie já tivesse visto antes. Era como se algo estivesse esperando para ser dito de seus lábios; algo que ela desejava dizer, e finalmente encontrou coragem. Ele olhou em seus olhos castanhos com curiosidade, ouvindo seus corações baterem rapidamente juntos, enquanto esperava que ela dissesse o que estava pensando.

— Charlie. — ela suspirou, a excitação evidente na voz. — Eu amo...

Mimbulus Mimbletonia!

A cabeça de Hermione e Charlie virou instantaneamente para a entrada da sala comunal. Ao ouvi-lo abrir, eles pularam um do outro, incrivelmente confusos e insatisfeitos. Sufocando um gemido de aborrecimento, a garota de cabelos espessos observou atentamente enquanto Ron e Harry entravam na sala comunal.

— Aí estão vocês. — Harry disse assim que os viu. — Por que vocês não estavam no jantar?

— Eu não estava com fome. — Hermione mentiu de uma vez, parando desajeitadamente ao lado do fogo.

— E eu, uh... — Charlie gaguejou, evitando o olhar intenso de Ron que caiu sobre ele. — Acabei de voltar da casa de McGonagall.

— Bem, você não perdeu muito. — Harry disse amargamente para Charlie. — A mesma coisa, a mesma coisa. Pessoas nos fazendo de mentirosos.

Charlie suspirou, já sentindo falta de seu tempo sozinho com Hermione. Ele nem teve tempo de processar o que ela ia dizer, e seu coração disparou com os possíveis desfechos da conversa entre eles, caso ela não tivesse sido interrompida.

— Tudo vai acabar eventualmente. — disse ele categoricamente, caindo de volta no sofá. — Acho que temos que...

— Quanto tempo vocês dois ficaram aqui sozinhos? — Ron interveio, soando incrivelmente irritado.

A sala ficou em silêncio por um momento enquanto o ruivo olhava curiosamente entre Hermione e Charlie. A garota de cabelos espessos havia manipulado seu cabelo para cobrir as marcas em seu pescoço, o que simplesmente aumentava a suspeita de Ron.

Hermione franziu as sobrancelhas. — Por que isso importa, Ronald?

— Por que você não pode simplesmente responder à pergunta?

Charlie riu, mais áspero do que o pretendido. — Porque é uma pergunta estúpida.

— É uma pergunta justa. — Ron disse amargamente.

— Quer relaxar? — Charlie suspirou, ficando um pouco irritado. — Nós estávamos aqui por no máximo dois minutos antes de você aparecer. — ele e Hermione trocaram um olhar divertido, mas discreto antes de ele acrescentar. — Então, não adianta dar um nó na sua varinha - ainda assim, eu não entendo porque o mero pensamento de Hermione e eu estarmos sozinhos de repente é um problema tão grande para você.

— Não é. — Ron resmungou, olhando para Charlie. — Eu simplesmente não entendo porque tudo entre vocês dois é tão secreto o tempo todo.

— Por que isso seria qualquer um dos seus...

— Charlie, por favor, não comece a discutir de novo. — interrompeu Hermione com um suspiro. — Não podemos apenas... Vamos apenas fazer o dever de casa, tirar isso do caminho.

Suspirando em derrota, Charlie pegou sua mochila no canto e voltou para o sofá perto do fogo, seus amigos seguindo o exemplo. As pessoas estavam voltando do jantar agora. Harry e Charlie mantiveram seus rostos afastados do buraco do retrato, mas ainda podiam sentir os olhares que atraíam.

— Vamos fazer as coisas do Snape primeiro? — murmurou Ron, mergulhando a pena na tinta; agindo como se nada tivesse acontecido. — 'As propriedades... Da pedra da lua... E seus usos... Na preparação de poções...' — ele sussurrou, escrevendo as palavras no topo de seu pergaminho enquanto as falava. — Lá.

Ele sublinhou o título, então olhou com expectativa para Hermione.

— Então, quais são as propriedades da pedra da lua e seus usos na preparação de poções?

Mas Hermione não estava ouvindo; ela estava olhando para o canto mais distante da sala, onde Fred, George e Lee Jordan estavam agora sentados no centro de um grupo de alunos do primeiro ano de aparência inocente, todos mastigando algo que parecia ter saído de uma grande saco de papel que Fred estava segurando.

— Não, desculpe, eles foram longe demais. — disse ela, levantando-se e parecendo positivamente furiosa. — Vamos, Charlie.

— Espere o que? — disse Charlie, estupefato. — Não, qual é, Mione! Não podemos repreendê-los por distribuir doces.

— Você sabe perfeitamente bem que esses são pedaços de Nosebleed Nougat ou Puking Pastilles ou...

— Fantasias de desmaio? — Harry sugeriu baixinho, olhando para a cena.

Um a um, como se tivessem sido atingidos na cabeça por um martelo invisível, os calouros caíam inconscientes em seus assentos; alguns deslizaram direto para o chão, outros apenas ficaram pendurados nos braços de suas cadeiras, com a língua para fora.

A maioria das pessoas assistindo estava rindo; Hermione, no entanto, endireitou os ombros e marchou diretamente para onde Fred e George agora estavam com pranchetas, observando de perto os inconscientes alunos do primeiro ano. Charlie se levantou a meio caminho de seu assento, pairou incerto por um momento ou dois, então se aproximou com um suspiro, parando atrás de sua namorada; indisposto a enfrentar sua ira futura, se ele não tivesse obrigado.

— É o bastante! — Hermione disse vigorosamente para Fred e George, ambos os quais olharam para cima com uma leve surpresa.

— Sim, ela está certa. — concordou George, balançando a cabeça. — Esta dosagem parece forte o suficiente, não é?

Hermione fez uma careta. — Você não pode testar seu lixo nos alunos!

— Nós estamos pagando a eles! — disse Fred indignado.

— Vamos, cara. — Charlie disse gentilmente, Fred olhou entre ele e Hermione com um sorriso malicioso. — E se eles forem perigosos? Eu não acho que Madame Pomfrey apreciaria todos os alunos do primeiro ano aparecendo na ala hospitalar cobertos de furúnculos ou...

— Não se preocupe, Char! Olha, eles estão bem! — interveio Lee tranquilizadoramente enquanto caminhava do primeiro ano para o primeiro ano, inserindo doces roxos em suas bocas abertas.

Alguns dos calouros estavam realmente se mexendo. Vários pareciam tão chocados ao se verem caídos no chão, ou pendurados em suas cadeiras, que Charlie tinha certeza de que Fred e Jorge não os haviam avisado sobre o que os doces iriam fazer.

— Sentindo-se bem? — disse George gentilmente para uma garotinha de cabelos escuros deitada a seus pés.

— E-eu acho que sim. — ela disse trêmula.

— Excelente. — disse Fred alegremente, mas no próximo segundo Hermione arrebatou sua prancheta e o saco de papel com fantasias de desmaios de suas mãos.

— Não é excelente!

Fred franziu as sobrancelhas. — Claro que sim, eles estão vivos, não estão?

— Tudo bem, vamos todos nos acalmar por um segundo. — Charlie suspirou, parando na frente de Hermione antes que ela atacasse os gêmeos. Ele se virou para Fred e George com uma leve carranca. — Ouça, por mais que seja chato fazer isso, se você não parar eu vou ter que...

— Dê-nos uma detenção? — disse Fred, com uma voz de eu-gostaria-de-ver-você-tentar.

— Fazer-nos escrever linhas? — desafiou George, sorrindo.

Os espectadores por toda a sala estavam rindo, mas Charlie ergueu uma sobrancelha brincalhona de repente, sorrindo amplamente, sabendo exatamente o que ia dizer.

— Não, não. — disse ele, com um sorriso arrogante aparecendo em seu rosto. — Mas vou escrever para sua mãe.

— Char. — ofegou George, horrorizado, dando um passo para trás dele. — Você não faria isso!

— Oh, sim, ele faria - eu vou me certificar disso! — afirmou Hermione, vitoriosamente. — Não podemos impedir que vocês mesmos comam essas coisas estúpidas, mas vocês não vão dá-las aos alunos do primeiro ano.

Fred olhou para Charlie, parecendo estupefato. — Eu não pensei que você ia fazer isso, cara.

— Tudo bem. — suspirou George enquanto estendia a mão. — Apenas não escreva para nossa mãe e você terá um acordo.

Com uma risada, Charlie apertou a mão de George enquanto Hermione empurrava a prancheta de Fred e a bolsa de fantasias de volta para seus braços. Depois disso, ela voltou para sua cadeira perto do fogo, puxando seu namorado junto com ela.

Os quatro do núcleo passaram cerca de uma hora tentando fazer o dever de casa juntos, mas Hermione era a única bastante interessada. Charlie balançou a cabeça, sua dor na cabeça de antes estava piorando. Ele pensou no longo ensaio sobre guerras gigantes e a dor em sua têmpora direita o apunhalou fortemente. Sabendo muito bem que, quando amanhecesse, ele se arrependeria de não ter terminado o dever de casa naquela noite, ele empilhou os livros de volta na bolsa.

Hermione olhou para ele com curiosidade. — Onde você está indo?

— Estou exausto. — Charlie disse através de um bocejo. — Estou indo para a cama.

— Aqui, aqui. — Ron cantou, levantando-se; novamente, agindo como se nada tivesse acontecido.

Harry bocejou junto com Charlie. — Eu também vou para a cama, então.

Hermione suspirou, desejando secretamente poder ficar com Charlie a sós por um minuto antes de todos irem para a cama, mas não adiantou: seu namorado foi praticamente arrastado para os dormitórios por Harry e Ron. Pouco depois, Hermione andou até seu quarto e caiu graciosamente em sua cama.

Ela suspirou contente em seus travesseiros, pensando no tempo que passou com o namorado antes de serem interrompidos de forma tão rude. Hermione sonhou com a reação de Charlie ao adormecer naquela noite - a reação dele às três palavrinhas que ela quase disse...

O dia seguinte amanheceu tão plúmbeo e chuvoso quanto o anterior. Hagrid ainda estava ausente da mesa dos professores no café da manhã, o que já era um mau começo para o dia de Charlie.

Double Charms foi sucedido por double Transfiguration. O Professor Flitwick e a Professora McGonagall passaram os primeiros quinze minutos de suas aulas ensinando a turma sobre a importância dos NOMs.

— O que vocês devem lembrar. — disse o pequeno Professor Flitwick esganiçado, empoleirado como sempre em uma pilha de livros para que ele pudesse ver por cima de sua mesa. — É que esses exames podem influenciar seu futuro por muitos anos! Se você ainda não pensaram seriamente em suas carreiras, agora é a hora de fazê-lo. E enquanto isso, temo, estaremos trabalhando mais do que nunca para garantir que todos vocês façam justiça a si mesmos!

Eles então passaram mais de uma hora revisando Feitiços de Convocação, que de acordo com o Professor Flitwick eram obrigados a aparecer em seu NOM, e ele encerrou a lição dando a eles a maior quantidade de dever de casa de Feitiços de todos os tempos.

Foi o mesmo, se não pior, em Transfiguração.

— Você não pode passar em um NOM... — berrou a professora McGonagall sombriamente. — Sem aplicação, prática e estudo sérios. Hoje estamos começando os feitiços de desaparecimento. Eles são mais fáceis do que os feitiços de conjuração, que você normalmente não tentaria até o nível de NIEM, mas ainda estão entre as magias mais difíceis que você testará em seu NOM.

Ela estava certa; Charlie achou os feitiços de desaparecimento bastante difíceis. Ao final de um período duplo, nem ele, Harry ou Ron conseguiram fazer desaparecer os caracóis com os quais estavam praticando. Hermione, por outro lado, conseguiu fazer seu caracol desaparecer na terceira tentativa, ganhando um bônus de dez pontos para a Grifinória. Ela era a única pessoa que não recebia dever de casa; todos os outros foram instruídos a praticar o feitiço durante a noite, prontos para uma nova tentativa com seus caracóis na tarde seguinte.

Agora, um pouco em pânico com a quantidade de dever de casa que tinham que fazer, Charlie, Harry e Ron passaram a hora do almoço na biblioteca pesquisando os usos das pedras da lua na preparação de poções. Hermione se juntou a eles, é claro, mas não para fins de lição de casa, ela simplesmente queria ver o namorado. Quando chegaram ao Trato das Criaturas Mágicas à tarde, a cabeça de Charlie latejava de novo.

O dia estava fresco e arejado, pois eles trabalharam ao ar livre durante Trato das Criaturas Mágicas com a Professora Grubbly-Plank. Apesar de ser uma lição interessante sobre Bowtruckles, Charlie não pôde deixar de ter sua mente vagando pelo paradeiro de Hagrid, e não ajudou que em todas as chances que tiveram, Draco e seu bando de desajustados estavam zombando da situação.

Depois do almoço, a professora Sprout começou a aula falando sobre a importância dos NOMs. Charlie desejou que todos os professores parassem de fazer isso; ele estava começando a ter uma sensação de ansiedade e reviravolta no estômago toda vez que se lembrava de quanto dever de casa tinha que fazer, uma sensação que piorou dramaticamente quando a professora Sprout deu a eles mais uma redação no final da aula. Cansados ​​e cheirando fortemente a esterco de dragão, o tipo preferido de fertilizante da Professora Sprout, os grifinórios marcharam de volta ao castelo uma hora e meia depois, nenhum deles falando muito; tinha sido outro longo dia.

Descendo para o Salão Principal para pegar um pouco de comida com seus amigos, a cabeça de Charlie estava tão preocupada com sua detenção, a Professora Umbridge, às cinco horas, que ele nem havia percebido que quase trombara direto com um homem de aparência zangada. Angelina Johnson.

— Oi, Hawthorne. — disse ela, marchando direto para ele e cutucando-o com força no peito com o dedo. — Como é que você foi parar na detenção às cinco horas da sexta-feira?

— O que? — disse Charlie, franzindo as sobrancelhas em confusão. — Por que... Oh sim, testes de goleiro!

— Sim, bem, você vai ter que tentar sair disso de alguma forma. — Angelina sugeriu bufando. — Precisamos de você lá.

— Eu nunca vou sair dessa, Angelina. — Charlie suspirou. — Eu realmente sinto muito.

— Bem, apenas... — ela parou, notando o estresse evidente no rosto do garoto. — Só não faça isso de novo, ok?

Ela deu meia-volta e saiu furiosa sem dizer mais nada. Depois disso, Charlie entrou no Salão Principal e jantou com seus amigos, tentando esquecer que tinha um encontro com o diabo em algumas horas.

Às cinco para as cinco, Charlie e Harry se despediram dos outros dois e partiram para o escritório de Umbridge no terceiro andar. Quando bateram na porta, ela chamou: — Entrem. — com uma voz açucarada. Os dois grifinórios entraram cautelosamente, olhando ao redor.

As superfícies foram todas envoltas em capas e panos rendados. Havia vários vasos cheios de flores secas, cada um residindo em seu próprio guardanapo, e em uma das paredes havia uma coleção de pratos ornamentais, cada um decorado com um grande gatinho tecnicolor usando um laço diferente em volta do pescoço. Estes eram tão horríveis que Charlie os encarou, paralisado, até que a professora Umbridge falou novamente.

— Boa noite, Sr. Hawthorne.

Charlie deu um pulo e olhou em volta. Ele não a notou a princípio porque ela estava usando um conjunto de túnicas floridas que combinavam muito bem com a toalha de mesa na mesa atrás dela.

— Você também, Sr. Potter. — ela sorriu, olhando para Harry. — Lamento informar, entretanto, que houve uma mudança de planos. Você cumprirá sua detenção com o Professor Snape hoje.

— O quê? Mas eu sou...

— Sem mas, Sr. Potter. — Umbridge repreendeu de sua mesa. — Professor Snape me assegurou que sua punição será completamente seguida até o andar de baixo em sua sala de aula esta noite. — ela apontou para a porta e acrescentou: — Vá embora.

Harry olhou para Charlie uma última vez; os dois inconscientemente pensando a mesma coisa - eles estavam ferrados, de qualquer maneira. Com um aceno final de seu amigo, Harry partiu para as masmorras, e Charlie poderia jurar que ouviu o garoto de óculos gemer no corredor.

A porta se fechou atrás de Harry automaticamente e, instantaneamente, Charlie se sentiu incrivelmente desconfortável por estar sozinho no quarto. A professora Umbridge o observava com curiosidade, como se estivesse se divertindo ao ver o garoto se contorcer de ansiedade.

— Boa noite, Sr. Hawthorne. — ela repetiu; basicamente informando-o para se dirigir a ela adequadamente.

Charlie se mexeu desconfortavelmente no local, murmurando. — Boa noite, professora Umbridge.

— Bem, sente-se. — ela exigiu, apontando para uma pequena mesa envolta em renda ao lado de sua mesa, para a qual ela havia puxado uma cadeira de espaldar reto. Um pedaço de pergaminho em branco estava sobre a mesa, aparentemente esperando por ele.

— Então, Sr. Hawthorne. — Umbridge chamou novamente enquanto o observava se sentar, deixando cair sua mochila para o lado. — Esta é a sua punição por espalhar histórias malignas, sórdidas e de busca de atenção. Você virá aqui amanhã às cinco horas, e no dia seguinte, e na sexta-feira também, e fará suas detenções conforme planejado, está claro?

Charlie sentiu o sangue subir à cabeça e ouviu um barulho surdo em seus ouvidos, a raiva crescendo dentro dele: histórias sórdidas para chamar a atenção... Sim, certo.

Umbridge o observava com a cabeça levemente inclinada para o lado, sorrindo amplamente, como se soubesse exatamente o que ele estava pensando e esperasse para ver se ele começaria a gritar de novo.

— Sr. Hawthorne. — ela zombou. — Fui clara?

Reprimindo seu orgulho, Charlie assentiu lentamente. — Sim, professora Umbridge.

— Pronto. — disse Umbridge docemente. — Já estamos ficando melhores em controlar nosso temperamento, não estamos? Agora, você vai escrever algumas falas para mim, Sr. Hawthorne. Não, não com sua pena. — ela acrescentou, enquanto Charlie se abaixava para abrir sua bolsa. — Você vai usar um muito especial. Aqui está.

Ela entregou a ele uma longa e fina pena preta com uma ponta extraordinariamente afiada.

— Eu quero que você escreva cinco frases diferentes para mim hoje, Sr. Hawthorne. — ela disse a ele suavemente. — A primeira será: 'Não devo contar mentiras'. Seguido por 'Devo respeitar meus superiores' e depois 'Devo ser mais como meu pai' e, depois disso, 'Sou um traidor imundo de sangue'. — ela cuspiu com uma leve raiva antes de acrescentar: — E, finalmente, 'eu aceito isso como minha punição'.

Charlie franziu as sobrancelhas, surpreso com o ataque ao seu personagem com cinco frases simples. No entanto, sabendo que uma explosão é o que Umbridge queria, ele lembrou a calma, embora seu maxilar estivesse cerrado.

— Quantas vezes? — Charlie perguntou, com uma imitação digna de educação.

— Digamos... O tempo que levar para a mensagem ser assimilada. — disse Umbridge gentilmente com um leve sorriso malicioso. — Comece.

Ela voltou para sua mesa, sentou-se e curvou-se sobre uma pilha de pergaminhos que pareciam redações para correção. Charlie levantou a pena preta afiada, então percebeu o que estava faltando.

— Você não me deu nenhuma tinta.

— Oh, você não vai precisar de tinta. — disse a Professora Umbridge, com uma leve sugestão de risada em sua voz.

Charlie colocou a ponta da pena no papel e escreveu: 'Não devo mentir'.

Ele soltou um suspiro de dor. As palavras apareceram no pergaminho no que parecia ser tinta vermelha brilhante. Ao mesmo tempo, as palavras apareceram nas costas da mão direita de Charlie, cortadas em sua pele como se fossem traçadas por um bisturi - mas, mesmo enquanto ele olhava para o corte brilhante, a pele cicatrizou novamente, deixando o lugar onde estava tinha sido ligeiramente mais vermelho do que antes, mas bastante liso.

Charlie olhou para Umbridge em total descrença. Ela estava olhando para ele, sua boca larga de sapo esticada em um sorriso.

— Sim?

— Nenhuma coisa. — Charlie disse com os dentes cerrados.

Ele olhou de volta para o pergaminho, colocou a pena sobre ele mais uma vez, escreveu 'Devo respeitar meus superiores' e sentiu a dor lancinante nas costas da mão pela segunda vez; mais uma vez, as palavras foram cortadas em sua pele; mais uma vez, eles curaram segundos depois.

E assim foi.

Uma e outra vez Charlie escreveu as palavras no pergaminho no que ele logo percebeu que não era tinta, mas seu próprio sangue. E, de novo e de novo, as palavras foram cortadas nas costas de sua mão, curadas e reapareceram na próxima vez que ele colocou a pena no pergaminho.

A escuridão caiu do lado de fora da janela de Umbridge, Charlie não perguntou quando ele poderia parar. Ele nem olhou para o relógio. Ele sabia que ela o estava observando em busca de sinais de fraqueza e ele não iria mostrar nenhum, nem mesmo se tivesse que ficar sentado ali a noite toda, cortando a própria mão com esta pena...

— Venha aqui. — ela chamou, depois do que pareceram horas.

Ele levantou-se. As costas de sua mão doíam dolorosamente, cobertas de palavras esculpidas. Quando ele olhou para baixo, viu que os cortes haviam cicatrizado, mas que a pele estava vermelha e em carne viva.

— Mão. — ela exigiu.

Ele estendeu. Ela pegou por conta própria. Charlie reprimiu um estremecimento quando ela o tocou com seus dedos grossos e grossos.

— Hum, eu não pareço ter causado muita impressão ainda. — ela disse, sorrindo perversamente. — Bem, teremos que tentar novamente amanhã à noite, não é? Você pode ir.

Charlie deixou seu escritório sem dizer uma palavra. A escola estava bastante deserta; certamente já passava da meia-noite. Ele caminhou lentamente pelo corredor e, quando dobrou a esquina e teve certeza de que ela não o ouviria, começou a correr.

Ele não teve tempo de praticar Feitiços de Fuga, não escreveu uma única resposta em sua planilha numérica e não terminou o desenho do Tronquilho, nem escreveu suas redações. Ele pulou o café da manhã na manhã seguinte para rabiscar algumas respostas inventadas para Artimancia, sua primeira lição, e ficou surpreso quando seus amigos ficaram com ele na sala comunal naquela manhã.

— Como foi a detenção com Umbridge? — Hermione perguntou, olhando para Charlie com curiosidade, enquanto tomava seu café em frente ao fogo.

— Sim, o que ela fez você fazer? — Harry perguntou. — Snape acabou de me fazer separar Flobberworms podres dos bons, sem luvas ou magia.

Charlie ficou tenso, mas manteve a cabeça baixa sobre o pergaminho, protegendo a mão direita o máximo possível.

Ele hesitou por um segundo, então disse. — Linhas.

— Oh, bem, isso não é tão ruim, hein? — disse Ron, tentando aliviar o clima. — Poderia ter sido pior.

— Sim. — Charlie murmurou tristemente. — Poderia ter sido.

Sentindo o olhar imediato de Hermione em seu rosto após sua mudança de tom, Charlie levantou-se abruptamente, dirigindo-se para a porta do retrato antes que sua namorada pudesse fazer perguntas.

— Vejo vocês mais tarde. — disse ele apressadamente. — Vou tentar terminar esta redação antes da aula.

E com isso, ele saiu da sala comunal sem questionar.

Foi fácil, outro dia ruim para Charlie; ele era um dos piores em Transfiguração, não tendo praticado nenhum feitiço de desaparecimento. Ele teve que desistir de sua hora de almoço para completar a imagem do Tronquilho e, enquanto isso, as professoras McGonagall, Grubbly-Plank e Vector deram a eles ainda mais dever de casa, que ele não tinha perspectiva de terminar naquela noite por causa de sua segunda detenção com Umbridge.

Charlie afundou no banco do Salão Principal durante o jantar, olhando para sua torta de carne e rim, da qual já não gostava muito; as costas de sua mão doíam com o mero pensamento de outra sessão de tortura com Umbridge.

— Oi, Charlie. — Ron chamou, trazendo seu amigo de seus pensamentos perturbados. — Harry e eu vamos jogar Quadribol depois do jantar, você gosta...

Ele foi interrompido quando Harry lhe deu um tapa no braço por ser completamente sem tato.

— Eu tenho detenção. — Charlie disse categoricamente, olhando para cima rapidamente antes de mover a comida em seu prato com a mão esquerda em oposição à direita para evitar o confronto.

— Ah, certo... Sim. — Ron murmurou, esfregando o braço, e Charlie percebeu que o ruivo genuinamente se esqueceu da semana de detenção de seu amigo.

— Pelo menos são apenas falas. — Hermione disse consoladoramente, tentando aliviar o estado de tristeza de seu namorado, que ela presumiu ser simplesmente causada por perder o Quadribol. — Não é uma punição tão terrível, tenho certeza.

Charlie olhou para ela instantaneamente após este comentário. Ele abriu a boca, mas fechou-a rapidamente, assentindo. Ele não tinha muita certeza de por que não estava contando a Harry, Ron ou mesmo a Hermione exatamente o que estava acontecendo no quarto de Umbridge: ele só sabia que não queria ver seus olhares de horror - isso faria tudo parecer pior e, portanto, , mais difícil de enfrentar. Ele também sentiu vagamente que isso era entre ele e Umbridge, uma batalha particular de vontades, e ele não daria a ela a satisfação de ouvir que ele havia reclamado disso.

A segunda detenção foi tão ruim quanto a anterior. A pele das costas da mão de Charlie ficou irritada mais rapidamente agora e logo ficou vermelha e inflamada. O menino achou improvável que continuasse cicatrizando. Logo os cortes permaneceriam gravados em sua mão e Umbridge, talvez, ficaria satisfeita. Ele não deixou nenhum suspiro de dor escapar dele, no entanto, e desde o momento de entrar na sala até o momento de sua saída, novamente depois da meia-noite, ele não disse nada além de 'boa noite'.

Sua situação de dever de casa, no entanto, agora era desesperadora, e quando ele voltou para a sala comunal da Grifinória, embora exausto, não foi para a cama, mas abriu seus livros e começou a redação de Snape sobre a pedra da lua. Eram duas e meia quando ele terminou. Ele sabia que tinha feito um mau trabalho, mas não havia como evitar. Charlie então rabiscou as respostas para as perguntas que a professora McGonagall havia feito, juntou algo sobre o manuseio adequado de tronquilhos para a professora Grubbly-Plank e cambaleou até a cama, onde caiu completamente vestido em cima das cobertas e adormeceu imediatamente.

A quinta-feira passou em uma névoa de cansaço. A terceira detenção de Charlie passou da mesma forma que as duas anteriores, exceto que depois de duas horas as palavras abundância de palavras nas costas de sua mão não desapareceram, mas permaneceram arranhadas ali, escorrendo gotas de sangue.

A pausa no arranhar das penas fez a Professora Umbridge erguer os olhos.

— Ah. — ela disse suavemente, movendo-se ao redor de sua mesa para examinar a mão dele ela mesma. — Ótimo. Isso deveria servir como um lembrete para você, não deveria? Você pode partir para esta noite.

— Eu ainda tenho que voltar amanhã? — Charlie perguntou, pegando sua mochila com a mão esquerda, em vez da fraca mão direita.

— Ah, sim. — disse a professora Umbridge, sorrindo tão amplamente quanto antes. — Sim, acho que podemos gravar a mensagem um pouco mais profundamente com o trabalho de outra noite.

Charlie nunca havia considerado a possibilidade de que pudesse haver outro professor no mundo que ele odiasse mais do que Snape, mas enquanto caminhava de volta para a Torre da Grifinória, ele teve que admitir que havia encontrado um forte candidato.

A sexta-feira amanheceu taciturna e encharcada como o resto da semana, as olheiras eram prova da falta de sono dos últimos dias. Charlie de alguma forma conseguiu evitar o confronto sobre seu comportamento distante de Hermione enquanto ele continuava a inventar desculpas sobre como colocar o dever de casa em dia; o que ela, é claro, nunca iria atrapalhar.

Duas coisas sustentaram Charlie naquele dia. Um deles era o pensamento de que era quase fim de semana; a outra era que, por mais terrível que fosse sua detenção final com Umbridge, ele tinha uma visão distante do campo de quadribol da janela dela e poderia, com sorte, ser capaz de ver algo dos testes de quadribol. Esses eram raios de luz bastante fracos, é verdade, mas Charlie ficou grato por qualquer coisa que pudesse iluminar sua escuridão atual; ele nunca teve uma primeira semana pior em Hogwarts.

Às cinco horas daquela tarde, ele bateu na porta do escritório da Professora Umbridge pelo que ele sinceramente esperava que fosse a última vez, e foi avisado para entrar. O pergaminho em branco estava pronto para ele na mesa forrada de renda, a pena preta pontiaguda ao lado.

— Você sabe o que fazer, Sr. Hawthorne. — disse Umbridge, sorrindo gentilmente para ele.

Charlie pegou a pena e olhou pela janela. Ele tinha uma visão distante do time de Quadribol da Grifinória subindo e descendo o campo, enquanto meia dúzia de figuras negras permaneciam ao pé das três traves altas.

'Não devo mentir', escreveu Charlie.

O corte nas costas da mão direita abriu e começou a sangrar de novo.

'Devo respeitar meus superiores'.

O corte cavou mais fundo, ardendo e escorrendo sangue.

'Eu deveria ser mais como meu pai'.

Sangue escorria por seu pulso.

'Eu sou um imundo, traidor do sangue'.

Cada uma das frases em sua mão cortando cada vez mais fundo, deixando cortes proeminentes em sua mão.

'Aceito isso como meu castigo'.

Uma única lágrima caiu no rosto de Charlie como efeito colateral da dor, mas ele rapidamente a enxugou. Ele havia, no quinto dia, preenchido mais de cem páginas das mesmas cinco frases.

Ele olhava para cima sempre que achava que podia arriscar; quando ele podia ouvir o arranhar da pena de Umbridge ou a abertura de uma gaveta da escrivaninha. A terceira pessoa a tentar foi muito boa, a quarta foi terrível, a quinta esquivou um balaço excepcionalmente bem, mas depois se atrapalhou em uma defesa fácil. O céu estava escurecendo e Charlie duvidava que fosse capaz de ver a sexta e a sétima pessoas.

'Não devo contar mentiras'.

'Devo respeitar meus superiores'.

'Eu deveria ser mais como meu pai'.

'Eu sou um imundo traidor do sangue'.

'Aceito isso como meu castigo'.

O pergaminho agora estava pontilhado com gotas de sangue nas costas de sua mão, que queimava de dor. Quando ele olhou para cima novamente, a noite havia caído e o campo de Quadribol não estava mais visível.

— Vamos ver se você já recebeu a mensagem, certo? — disse a voz suave de Umbridge meia hora depois.

Ela se moveu em direção a ele, estendendo seus dedos curtos para o braço dele. E então, enquanto ela o segurava para examinar as palavras agora gravadas em sua pele, o rosto de Charlie caiu ao ver sua mão. As costas de sua mão agora se assemelhavam a um jogo de palavras cruzadas embaralhado, as palavras se sobrepunham e seguiam em direções diferentes, mas os cortes profundos eram difíceis de esconder.

Ele arrancou o braço de seu aperto e saltou de pé, olhando para ela com horror. Ela olhou para ele, um sorriso esticando sua boca larga e frouxa.

— Sim, dói, não é?

Ele não respondeu. Seu coração batia muito forte e rápido. Ele apertou a mão direita com a esquerda, tentando amortecer a dor.

— Sabe, eu ouvi tanto sobre você, Sr. Hawthorne. — Umbridge disse, sua voz se tornando sinistra enquanto ela encarava o garoto com olhos ameaçadores. — Seu pai me informou tudo sobre você antes de eu chegar aqui, e agora que vi seu comportamento em primeira mão, não é nenhuma surpresa para mim que Fenwick esteja indubitavelmente envergonhado só de pensar em você. De alguma forma, porém, acredito que no fundo, você sabe que merece ser punido. Não é, Sr. Hawthorne?

Charlie não disse nada. Em vez disso, ele ficou lá, segurando sua mão, tentando estancar o sangramento enquanto engolia as palavras duras que a mulher cuspiu para ele.

— Isso foi o que eu pensei. — Umbridge sorriu triunfante. — Bem, acho que fiz meu ponto, Sr. Hawthorne. Você pode ir. Ah, e mais uma coisa. — acrescentou ela enquanto Charlie pegava sua mochila do chão. — Eu recomendo que você guarde seus comentários para si mesmo a partir deste ponto. Se não, então bem, sempre temos a outra mão, não é?

Mais uma vez, engolindo suas palavras com implacável contenção, Charlie se virou para a porta e saiu da sala o mais rápido que pôde.

Fique calmo, disse a si mesmo, enquanto subia as escadas em direção à Torre da Grifinória. Respire, fique calmo. Nada tem poder sobre você, a menos que você...

Seus pensamentos foram interrompidos pela sensação de ardência que ele sentiu em toda a mão direita.

Mimbulus Mimbletonia. — ele ofegou para a Mulher Gorda, que se lançou para a frente mais uma vez.

Um rugido saudou-o. A sala comunal estava lotada de grifinórios comemorando, o que não poderia ser pior para Charlie no estado em que se encontrava. Rony veio correndo em sua direção, com o rosto todo radiante e derramando cerveja amanteigada na frente do cálice que segurava.

— Charlie, consegui, cara! Estou dentro, sou o goleiro!

— O quê? Oh, brilhante. — Charlie disse apressadamente, tentando sorrir naturalmente, enquanto seu coração continuava acelerado e sua mão latejava e sangrava. — Eu nem sabia que você tinha tentado.

Harry se aproximou, passando a mão sobre os ombros de Charlie e Ron, parecendo completamente encharcado de cerveja amanteigada, sorrindo de orelha a orelha.

— Isso não é ótimo? — murmurou Harry. — Nós três! Jogadores de Quadribol. Sonserina não vai saber o que os atingiu.

— Certo, sim. — Charlie disse nervosamente, espiando por cima de suas cabeças, avistando Hermione caminhando pela multidão em direção a eles. — Uh, escute, eu tenho uh, montes de dever de casa para fazer, então uh, é melhor eu subir e fazer algum progresso. Mas parabéns, Ron...

— Ah vamos! — Harry franziu a testa; a cerveja amanteigada falando por ele. — É uma festa!

— Sim, eu sei. — Charlie disse suavemente, enquanto tentava ficar de olho em Hermione. — Mas estou sobrecarregado com o dever de casa, então vou apenas...

Ele escapou de debaixo do braço de Harry e disparou em direção às escadas até os dormitórios, abrindo caminho pelos alunos que comemoravam, que estavam tentando ao máximo fazer com que seu artilheiro favorito se juntasse à festa.

— Charlie, cara, pegue uma cerveja amanteigada! —

— Estamos comemorando!

— Charlie, aqui!

— Venha dançar com a gente!

Ele ignorou todos eles, no entanto, e correu escada acima sem pensar duas vezes. Charlie entrou em seu dormitório vazio, fechando a porta atrás de si enquanto se apoiava contra ela, soltando um suspiro trêmulo enquanto olhava para sua mão.

O sangramento não parava e, ao contrário de todas as outras vezes, não havia sinais de cicatrização da pele. Charlie entrou correndo na suíte, abrindo a torneira e passando as mãos na água fria. Ele soltou um suspiro de pânico enquanto o sangue de suas mãos escorria pelo ralo, evitando se olhar no espelho.

— Foda-se. — ele murmurou, batendo as mãos nas laterais da pia com raiva. — Porra, porra, porra!

Charlie balançou a cabeça agressivamente, tentando se livrar de pensamentos negativos enquanto apertava a mão direita contra o peito, respirando lentamente para evitar o colapso potencial que se aproximava de sua mente. Ele rapidamente voltou para o dormitório para encontrar um pouco de gaze, mas saltou imediatamente ao perceber que não estava mais sozinho.

Parada na porta, com as costas contra a porta, estava ninguém menos que Hermione Granger, que fechou a porta imediatamente após um rápido olhar para a mão direita de seu namorado que parecia ensanguentada e arranhada.

— O que você está fazendo aqui? — Charlie perguntou nervosamente, escondendo a mão direita atrás das costas imediatamente. — Você deveria estar lá embaixo comemorando...

— O que há de errado com sua mão?

O rosto de Charlie caiu, mas ele foi rápido em levantar a mão esquerda, franzindo os olhos em um falso olhar de confusão para aliviar suas preocupações.

— Nada, olha. — ele disse, tentando ser o mais convincente possível enquanto brandia a mão esquerda, mas Hermione não acreditou.

— Não. — ela disse acusadoramente, apontando para o lado direito do corpo dele. — Sua outra mão.

Quando Charlie se recusou a dar-lhe uma resposta imediata, ela trancou a porta atrás de si com um único movimento de seu pulso, seus olhos focados no braço escondido atrás das costas de seu namorado enquanto se movia apressadamente em direção a ele.

Em pânico ao se aproximar dele, Charlie implorou: — Eu me cortei, só isso. Não é nada para se preocupar...

Ele parou, no entanto, quando Hermione o alcançou, ela estreitou os olhos antes de puxar o braço dele por trás de suas costas. Seu rosto caiu quando ela puxou as costas da mão de Charlie para cima na altura de seus olhos. Houve uma pausa, durante a qual ela olhou para as palavras esculpidas na pele, traçando os cortes na mão dele com o polegar.

— Quem fez isto com você? — ela sussurrou, tão levemente em descrença enquanto segurava a mão dele na dela. Quando seu namorado não respondeu, ela olhou para ele, seus olhos irradiando imensa preocupação. — Charlie?

— Está tudo bem. — disse ele suavemente, puxando a mão de volta de seu aperto. — Eu estou bem, não é nada...

— Isso NÃO é nada. — Hermione repreendeu de uma vez, apontando para a mão que havia voltado para o lado dele. — Então, não se atreva a mentir para mim de novo.

Charlie suspirou, sentando-se em sua cama em derrota; sua cabeça focada no chão. — Eu disse a você que ela estava me obrigando a fazer falas.

Os olhos de Hermione se arregalaram de horror quando a simples frase revelou tudo o que ela precisava saber. Em qualquer outra circunstância, ela teria chorado com a ideia de seu namorado sentir tanta dor, mas Hermione sabia que tinha que permanecer forte naquele momento, dado o estado já frágil de Charlie.

— Merlin, Charlie. — ela suspirou trêmula, sentando ao lado dele, pegando a mão dele de volta na dela. — Aquela velha... Ela está doente... — ela acrescentou exasperada, acariciando as cicatrizes mais uma vez.

— A pena tem algum tipo de feitiço. — Charlie explicou tristemente. — Ela usa sangue como tinta.

Hermione soltou um pequeno gemido, seu queixo caindo ligeiramente, mas o cobriu inclinando-se, colocando beijos nas costas de sua mão carinhosamente.

— Você tem que ir até McGonagall e dizer a ela...

— Não. — Charlie disse de uma vez, fazendo Hermione franzir a testa. — Eu não vou dar a Umbridge a satisfação de saber que ela me pegou.

— Pegou você? — Hermione questionou incrédula. — Isso é tortura. Ela está abusando de seu poder! Você não pode deixá-la escapar impune - eu não vou deixar.

Charlie deu de ombros, seu olhar ainda fixo no chão. — Eu duvido que McGonagall tenha algum poder sobre ela.

— Então vá para o seu avô! — Hermione sugeriu imediatamente. — Diga a ele o que aconteceu...

Charlie balançou a cabeça. — Ele já tem o suficiente em mente agora.

— E? — Hermione franziu as sobrancelhas. — Ele largaria tudo se soubesse o que está acontecendo! É simples...

— Não. — descartou Charlie, um pouco mais duro do que pretendia, mudando seu olhar intenso para Hermione. — Você não entendeu? O que quer que seja, não é simples. — ele saiu da cama com um suspiro antes de acrescentar: — Deixa pra lá, você não entenderia.

— Então me ajude. — Hermione disse de uma vez, juntando-se a Charlie em seus pés; não querendo deixá-lo tentar e ignorar o que estava acontecendo. — Estamos nisso juntos, você não entende? Seus problemas são meus problemas, sua felicidade é uma prioridade para mim e quero conhecer suas lutas para poder ajudá-lo a superá-las.

Hermione e Charlie se encararam por um momento, sem dizer nada verbalmente, mas falando muito com os olhos. Sua mente disparou com possibilidades de como lidar com essa situação. Ele queria confessar tudo, embora soubesse que não podia.

Como ele poderia contar a ela sobre tudo o que estava consumindo sua mente sem divulgar muito?

Charlie exalou lentamente, e Hermione, percebendo como ele estava tenso, juntou as mãos para acalmar seus nervos antes que ele falasse.

— Umbridge não está aqui apenas para espionar Dumbledore. — Charlie suspirou enquanto Hermione apertava suas mãos para tranqüilizá-lo. — Acho que ela está aqui para ficar de olho em mim e relatar ao meu pai.

Hermione franziu as sobrancelhas mais uma vez. — Por que seu pai iria querer ficar de olho em você?

— No final do ano passado. — Charlie começou com um gole; Hermione gentilmente incitando-o a continuar. — Meu pai e eu entramos em um pequeno desacordo sobre a verdade sobre o que aconteceu no labirinto, e as coisas ficaram... Intensas, por falta de uma palavra melhor.

— O que você quer dizer com intenso, Charlie? — Hermione perguntou trêmula, embora sua mente estivesse correndo com possibilidades horríveis.

— Ele estava mais agressivo do que eu já tinha visto. — Charlie admitiu, uma lágrima caindo em seu rosto. — E-Ele me disse que ninguém poderia descobrir a verdade, e que ele iria garantir que eu mantivesse minha boca fechada.

Hermione estava chorando agora também. Seu coração se partiu por Charlie enquanto ele lutava para dizer as palavras certas.

— A verdade sobre o quê?

Charlie hesitou por um momento - essa era a parte da história que ele não podia contar em voz alta.

— A verdade sobre o retorno do Lorde das Trevas. — ele mentiu, sufocando sua dor acumulada. — Eu disse a você uma vez antes o quanto ser ministro significa para meu pai. Ele ama a posição no poder que obriga as pessoas a se acovardarem sob seus pés. É por isso que ninguém jamais poderia saber que meu pai está bem ciente do Lorde das Trevas retornar... Ele nunca irá admitir isso. Sua admissão seria sua ruína.

— Então, esse tempo todo, ele sabia? — Hermione repetiu, processando a informação. — Seu pai sabe que Você-Sabe-Quem está de volta, apesar de sua constante negação do fato, e agora ele enviou Umbridge aqui para mantê-lo quieto porque você é o único que sabe que ele está cheio disso?

Charlie assentiu lentamente antes de sua cabeça cair no chão de vergonha. Não era toda a verdade, claro, mas era tudo o que Hermione podia saber por enquanto.

— Então, ele está ciente do que aquela mulher retorcida e doente está fazendo com você?

— Eu não ficaria surpreso se ele desse sinal verde para ela. — Charlie disse sombriamente.

— Meu Deus, Charlie. — Hermione suspirou antes de passar os braços ao redor do pescoço dele, encostando a testa na dele. — Por que você não me contou sobre isso antes?

Porque meu pai ameaçou matar todos que amo se eu realmente expusesse toda a história...

Essa era a verdade, mas claro, ele não poderia dizer isso agora, poderia?

— Porque eu não tinha certeza de como você reagiria. — Charlie engoliu em seco nervosamente. — Eu pensei que se eu apenas ficasse quieto, tudo iria embora, mas isso continua se repetindo na minha cabeça em um loop constante.

Os olhos de Hermione se arregalaram como se uma lâmpada tivesse acendido em sua cabeça antes que ela olhasse nos olhos de Charlie, procurando por respostas.

— Os pesadelos de que você falou. — ela sussurrou gentilmente. — Eles não eram apenas sobre o cemitério, eram? Isso tem passado pela sua cabeça o tempo todo, não é?

Isso, e o fato de meu pai ser um Comensal da Morte, que tentou me matar, sim...

Mas novamente, Charlie não podia dizer isso.

— Sim. — ele respirou lentamente. — Não sei o que fazer, 'Mione... Me sinto preso.

Hermione estremeceu com a mera tentativa de tentar pensar sobre o que seu namorado deve ter passado. Ela ficou sem palavras com essa revelação recém-descoberta. Ela sabia que o relacionamento de Fenwick e Charlie era tenso, é claro, mas nunca soube que o ministro Hawthorne era capaz de ameaçar o próprio filho - mal sabia ela que isso era apenas a metade.

— Nós vamos descobrir alguma coisa. — Hermione disse tranqüilizadora com um pequeno vislumbre de esperança. — Nós contaremos a Dumbledore ou...

— Não! — Charlie entrou em pânico, seus olhos se arregalando. — Não podemos contar a ninguém! Ele não pode descobrir que contei a ninguém... Ele não pode... Por favor, você tem que prometer.

— Ok, ok. — Hermione o acalmou, brincando com o cabelo de sua nuca para acalmá-lo. — Mas o que fazemos então? E se as coisas continuarem piorando?

— E-eu não sei. — Charlie gaguejou, soltando um suspiro pesado. — As coisas eventualmente virão à tona, tenho certeza... Mas até lá...

— Nós temos um ao outro. — Hermione disse contra seus lábios, um pequeno sorriso se curvando em seus lábios para aliviar o clima. — Chega de manter as coisas engarrafadas - estou aqui para você, ok? Como eu disse, estamos nisso juntos... Sempre.

— Ok. — Charlie repetiu, de repente se sentindo melhor do que durante toda a semana.

Lentamente, ele se inclinou para capturar os lábios dela com os dele, dizendo 'obrigado' por ficar ao lado dele durante sua turbulência interna e, acima de tudo, sendo compreensiva no momento em que ele mais precisava dela. Hermione colocou tudo o que tinha naquele beijo, querendo que Charlie não sentisse nada além de alegria, felicidade e até... Amor.

Para a confusão de Charlie, no entanto, Hermione se afastou depois de alguns momentos, apenas para se abaixar e pegar a mão direita dele na dela mais uma vez.

— O que é você...

— Você não é um mentiroso. — ela sussurrou em contradição com o 'eu não devo contar mentiras', esculpido em sua mão.

Hermione se inclinou e deu um beijo sobre a cicatriz, o ardor diminuindo imediatamente, como se ela tivesse o poder de curar tudo quebrado e cicatrizado dentro dele.

— Você não é inferior a ninguém.

Outro beijo em cima das palavras: 'Devo respeitar meus superiores'.

— Você não é nada como seu pai.

Outro beijo nas costas de sua mão.

— Você não é um imundo traidor de sangue.

E outro; cobrindo completamente a área com beijos suaves.

— E você não vai aceitar isso como uma punição.

Com um beijo final em sua mão, Hermione olhou de volta para os olhos castanhos escuros de Charlie.

— Eu não vou deixar você.

— E por que isto? — Charlie sussurrou com uma pitada de dúvida. Seus olhos se moveram entre os olhos e os lábios dela, procurando uma explicação.

Charlie podia ouvir o coração de sua namorada disparar enquanto ela olhava para ele, o mesmo sorriso de antes reaparecendo em seus lábios deixando-o incrivelmente curioso. Hermione segurou seu rosto carinhosamente, olhando para ele com imensa paixão, genuinidade e admiração enquanto falava em um sussurro baixo...

— Porque eu amo você.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro