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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO QUARENTA E SEIS
─── PENSAMENTOS EXTRAÍDOS E SENTIMENTOS PERTUBADOS
AO RAIAR DO dia, depois que o Sr. Crouch atacou Vítor Krum, Charlie encontrou Hermione, Ron e Harry no Corujal para informá-los sobre os eventos da noite anterior.
Ele lhes contou tudo; de Krum e ele entrando em uma pequena briga, para grande desapontamento de Hermione, para o Sr. Crouch cambaleando para fora da floresta, para sua mensagem enigmática, para a chegada de Dumbledore, para Krum sendo nocauteado, para o Sr. Crouch desaparecendo, e então, finalmente, para a explosão de Karkaroff.
Quase instantaneamente, Hermione, Harry e Ron começaram a vomitar possibilidades de como o Sr. Crouch aparentemente desapareceu. Hermione estava convencida de que o Sr. Crouch atacou Krum e depois fugiu. Ron tinha uma teoria de que Krum atacou Crouch e depois se atordoou, e então Harry, não para surpresa de ninguém, teve a estranha impressão de que Snape estava envolvido de alguma forma.
Independentemente disso, a coisa toda ainda era estranha para Charlie. O professor Moody voltou naquela noite apenas para revelar que o Sr. Crouch havia desaparecido sem deixar vestígios. Havia tantas coisas deixadas para interpretação, e o que não ajudava eram os avisos constantes que Harry e Charlie estavam recebendo.
A Terceira Tarefa estava se aproximando rapidamente e com a explosão de pura insanidade do Sr. Crouch, as pessoas pareciam estar em alerta. Sirius Black, que havia sido informado do que aconteceu por meio de uma carta enviada por seu afilhado, estava mais desconfiado do que nunca sobre o envolvimento dos dois jovens grifinórios com o Torneio Tribruxo, e os fez prometer que se preparariam bem para a tarefa final.
Eles fizeram, é claro, com a ajuda de Hermione e Ron. Eles passavam quase todas as tardes estudando feitiços de proteção para atordoar e desarmar, e até praticando alguns feitiços. No entanto, Charlie ainda se sentia um pouco preocupado. Especialmente com a revelação de que o professor Moody, alguém que nunca parecia ter medo de nada, era altamente desconfiado e medroso.
Ele, como Sirius e Hagrid, fez questão de alertar os quatro núcleos sobre as intenções dos estrangeiros, dizendo que eles não deveriam ser confiáveis. Aparentemente, Moody's acreditava que o perigo estava chegando; VIGIL NCIA CONSTANTE, disse ele - mas quem confiaria em um homem considerado 'louco como um chapeleiro'.
No meio do caos, Fred e George revelaram seus planos para começar sua loja de piadas. Charlie sempre pensou que as ideias que eles estavam vomitando durante o verão eram apenas para irritar sua mãe, mas aparentemente, eles estavam decididos. Os gêmeos só têm mais um ano em Hogwarts e, portanto, precisam começar a planejar seu futuro. O único problema? Eles não tinham nem de longe ouro suficiente para começar.
No entanto, após o decorrer da semana seguinte, Charlie aparentemente se sentiu rejuvenescido; os nós dos dedos estavam curados e os hematomas desapareceram. Ele havia recebido uma esperada repreensão de Hermione sobre sua briga, mas não por razões que se possa imaginar; ela estava mais preocupada com o bem-estar de seu namorado do que com o de Viktor Krum, a quem ela realmente não se importava. No entanto, Hermione aparentemente perdoou Charlie por seu ciúme, uma vez que ele se desculpou na forma de beijos e abraços.
Uma noite, no meio de maio, Charlie se viu voltando para a sala comunal com Hermione depois que os dois compartilharam um encontro de estudo na biblioteca. Enquanto caminhavam pela porta do retrato, eles notaram alguns quintanistas se preparando ansiosamente para seus próximos NOMs, assim como Harry Potter, dormindo no sofá em frente ao fogo.
Sem pensar nisso, Charlie e Hermione estavam indo para as escadas que levavam ao dormitório quando, de repente, Harry acordou em pânico. Correndo, Charlie e Hermione olharam para o amigo com preocupação enquanto o garoto de óculos segurava a cicatriz na testa como se estivesse queimando e causando dor.
— Atormentar? — Charlie chamou e a cabeça de seu amigo virou para ele. — Você está bem, companheiro?
— S-sim. — Harry engoliu em seco, sacudindo os efeitos de seu pesadelo.
— Você estava segurando sua cicatriz de novo, Harry. — Hermione disse preocupada. — Não minta para nós.
Harry suspirou. — Foi apenas um sonho ruim...
— Sonhos ruins quando se trata de você nunca são apenas sonhos ruins. — Charlie disse categoricamente, cruzando os braços. — Acho que você deveria ir ver meu avô - eu levo você lá.
— Eu acho que é uma excelente idéia. — Hermione afirmou, orgulhosamente sorrindo para o namorado.
O garoto de óculos balançou a cabeça levemente ao se lembrar do conselho anterior de Sirius. Então, depois de um momento, ele relutantemente cedeu. — Tudo bem. Vamos. —
Os dois se despediram de Hermione enquanto voltavam pelo buraco do retrato. Charlie conduziu seu amigo até o infame grifo que guardava a entrada do escritório de Dumbledore.
— Aglomerado de Baratas. — Charlie disse, sufocando uma risada quando Harry olhou para ele com curiosidade.
De repente, o grifo ganhou vida e pulou para o lado, e Harry piscou; completamente estupefato.
— Você deve estar brincando. — disse ele a Charlie. — Aglomerado de Baratas? Sério?
— Meu avô gosta de ter senhas estranhas. — Charlie riu antes de puxar Harry para frente. — Vamos, vamos.
Eles correram pela abertura nas paredes e pisaram no pé de uma escada de pedra em espiral, que se moveu lentamente para cima enquanto as portas se fechavam atrás deles, levando-os até uma porta de carvalho polido com uma aldrava de latão.
Ambos, Harry e Charlie, podiam ouvir vozes de dentro do escritório. Eles desceram a escada rolante e hesitaram, ouvindo com atenção.
— Oh, pelo amor de Deus, Albus! Não há nenhuma correlação! Mais uma vez, você prova não ter ideia do que está falando.
Era nada menos que a voz do pai de Charlie, Fenwick Hawthorne...
— Barty enlouqueceu. — essa era a voz de Dumbledore, sua voz era facilmente reconhecível através da porta. — E ele não será o último. Fenwick, você deve agir!
— Eu não vou. — Fenwick latiu e, de repente, houve um baque alto; o ministro bateu com os punhos na mesa. — Em tempos como estes, o Wizard World olha para seus líderes em busca de força...
— Então, pela primeira vez, mostre-lhes alguns! — Dumbledore estalou fazendo com que Charlie e Harry compartilhassem um olhar preocupado do outro lado da porta. — O colapso de Bartô Crouch na outra noite...
— Não tem nada a ver com o Torneio Tribruxo. — descartou Fenwick. — Portanto, não vejo razão para o torneio ser cancelado!
— E o que você acha que aconteceu com Bartô Crouch, Ministro? — disse a voz rosnada do professor Moody - que trio interessante para se ter em uma sala.
— Eu vejo duas possibilidades, Alastor. — disse Fenwick com um sorriso torcido. — Ou Crouch finalmente cedeu - mais do que provável, tenho certeza que você concordará, dada sua história pessoal - perdeu a cabeça e foi vagar por algum lugar.
— Ele vagou extremamente rápido, se for esse o caso, Fenwick. — Dumbledore retaliou.
— Ou então... Bem... — Fenwick pareceu surpreso. — Bem, vou reservar o julgamento até depois de ver o lugar onde ele foi encontrado, mas você diz que foi logo depois da carruagem de Beauxbatons? Albus, certamente você sabe o que é aquela mulher?
— Eu a considero uma diretora muito competente...
— Alvo, pare com isso! — gritou Fenwick com raiva. — Você não acha que pode ser preconceituoso a favor dela por causa de Hagrid? Eles não são todos inofensivos - se, de fato, você pode chamar Hagrid de inofensivo, com aquela fixação de monstro que ele tem...
— Eu não suspeito mais de Madame Maxime do que de Hagrid. — disse Dumbledore, tão calmo como sempre. — Acho que é possível que seja você quem tem preconceito, Fenwick.
— Absurdo! — o ministro refuta: — O quê? Simplesmente porque não estou cego pela fantasia? Tais acusações são intoleráveis! Para que serve isso, Alvo? É porque me recuso a cancelar o torneio? Não serei feito de covarde!
— Mas certamente isso é verdade. — Dumbledore disse, sua voz parecendo irritada. — Você acabou de provar isso através de sua incapacidade de ver a razão.
— O que você acabou de dizer? — Fenwick perguntou, raiva vazando de sua voz. Charlie engoliu em seco além da porta; ele tinha ouvido aquele tom com frequência. — O que você acabou de dizer para mim?
— Desculpe-me, senhores. — rosnou Moody. — Pode ser do seu interesse saber que esta conversa não é mais privada.
De repente, a porta do escritório se abriu e Charlie e Harry pararam, culpados, na porta enquanto Moody os encarava com seu olho mágico.
— Charles, meu menino! — Fenwick sorriu perversamente enquanto se virava. — Estávamos conversando sobre a noite em que o Sr. Crouch apareceu no terreno. Foi você quem o encontrou, não foi?
— Sim. — Charlie disse categoricamente, entrando na sala com Harry atrás dele. Então, sentindo que era inútil fingir que não tinha ouvido o que eles estavam dizendo, ele acrescentou: — Eu não vi Madame Maxime em lugar nenhum, porém, e ela teria um bom trabalho se escondendo, não é?
Dumbledore sorriu para seu neto pelas costas de Fenwick, seus olhos brilhando.
— Sim, bem. — Fenwick respirou, sua mandíbula apertada em aborrecimento. — Mós estávamos prestes a dar uma curta caminhada no terreno, Charles, então se você e seu amigo. — ele lançou a Harry um olhar estranho, olhando para seu olhos ameaçadores com um sorriso torcido. — Desculpe-nos... Talvez se você apenas voltar para o seu...
— Nós queríamos falar com você, professor. — Harry disse rapidamente, ignorando o ministro e olhando para Dumbledore, que deu a ele um olhar rápido e inquisitivo.
— Esperem aqui por mim. — disse Dumbledore, olhando para o neto e para Harry. — Nosso exame dos terrenos não vai demorar muito.
Eles passaram em silêncio pelos dois meninos e fecharam a porta. Depois de um minuto ou mais, Charlie ouviu as batidas da perna de pau de Moody ficando mais fracas no corredor abaixo.
— Olá, Fawkes. — Charlie disse enquanto caminhava em direção à gaiola do pássaro para matar o tempo.
A Fênix estava de pé em seu poleiro dourado ao lado da mesa de Dumbledore. Do tamanho de um cisne, com magnífica plumagem escarlate e dourada, ele balançou sua longa cauda e piscou benignamente para Charlie.
— Seu pai. — Harry se dirigiu ao amigo, hesitando um pouco. — Ele não é exatamente a pessoa mais amigável, é?
Charlie riu ligeiramente, virando-se para encarar seu amigo. — Isso é um eufemismo.
— Ele sempre foi assim? — Harry perguntou, percebendo de repente que Charlie não falava muito sobre sua vida familiar.
— Sim, eu suponho. — o garoto de olhos castanhos disse suavemente, movendo-se para olhar coisas diferentes como forma de evitar o contato visual.
— Perdoe-me, mas não consigo imaginá-lo como pai. — Harry disse com sinceridade, as orelhas de Charlie se animando. — Ele parece muito...
— Irritado? Assustador? Agressivo mesmo? — Charlie sugeriu com uma risada triste. — Sim, confie em mim, eu sei.
Harry franziu as sobrancelhas. — O que você quer dizer com isso?
— Nada. — Charlie suspirou, percebendo que provavelmente falou demais sobre a dura realidade de seu pai. — Esqueça.
Percebendo a rápida rejeição do assunto por seu amigo, Harry deixou passar, mas fez questão de manter uma anotação mental da conversa. Charlie se moveu pela sala, tentando encontrar conforto em uma situação tão tensa. Ele parou na frente da caixa de vidro que continha a Espada de Godric Gryffindor.
Ele estava olhando para ela, lembrando-se de como ela veio em seu auxílio quando pensou que toda a esperança estava perdida, quando, em um instante, notou uma mancha de luz prateada, dançando e brilhando na caixa de vidro. Charlie olhou em volta para a fonte da luz e viu um brilho branco prateado brilhando intensamente dentro de um armário preto atrás dele, cuja porta não havia sido fechada corretamente.
Charlie hesitou, olhou para Fawkes mais uma vez, então atravessou o escritório e abriu a porta do armário.
Uma bacia de pedra rasa jazia ali, com entalhes estranhos na borda: runas e símbolos que Charlie não reconheceu. A luz prateada irradiava do conteúdo da bacia. Parecia que estava cheio de um líquido prateado esbranquiçado brilhante, mas, ao mesmo tempo, uma névoa pairava ao seu redor como uma espécie de gás.
— O que é aquilo? — Harry perguntou, juntando-se ao amigo no armário.
Charlie balançou a cabeça. — Não faço ideia. Eu nunca abri este armário antes.
Por alguma estranha razão, os dois meninos sentiram um estranho desejo de tocar o líquido dentro da bacia como se estivesse chamando por eles. No entanto, eles sabiam por sua experiência com o mundo mágico, que enfiar as mãos em uma tigela cheia de alguma substância desconhecida era uma coisa muito estúpida de se fazer.
Em vez disso, ambos se inclinaram para a frente, com as cabeças dentro do armário, olhando para baixo, esperando ver a pedra no fundo da bacia, mas em vez disso viram uma enorme sala além da superfície do líquido. A sala, no entanto, não parecia nada com nenhum lugar dentro do castelo de Hogwarts.
Abaixando seus rostos, agora a apenas alguns centímetros de distância da água, Charlie e Harry viram que fileiras de bruxas e bruxos estavam sentados ao redor de cada parede, todos de frente para uma cadeira vazia no meio da sala.
De repente, o escritório de Dumbledore deu um solavanco, e foi como se os dois garotos tivessem levado um empurrão, jogando-os de cabeça na substância dentro da bacia.
Estranhamente, os dois garotos da Grifinória se encontraram na mesma sala que tinham visto momentos antes, mas, por mais estranho que possa parecer, era como se estivessem fisicamente lá. Charlie e Harry trocaram um olhar confuso antes de olhar ao redor da sala. Parecia um tribunal, na opinião de Charlie, já que ele e Harry estavam em uma posição de observador claramente invisível entre uma audiência séria.
Enquanto o garoto de olhos castanhos examinava a sala um pouco mais, ele avistou rostos familiares na multidão ao lado dele, incluindo seu avô, o Sr. Crouch e o Professor Moody, todos os quais pareciam vários anos mais jovens - o que diabos estava acontecendo?
De repente, o tribunal ficou em silêncio, e os dois garotos da Grifinória observaram um Karkaroff de aparência mais jovem ser colocado na cadeira no meio da sala. O diretor de Durmstrang foi questionado pelo Sr. Crouch, que concordou em libertá-lo de Azkaban em troca dos nomes de outros Comensais da Morte.
Como esperado, Karkaroff gritou como um porco:
Antonin Dolohov, torturador de incontáveis trouxas e não-apoiadores do Lorde das Trevas - já preso.
Evan Rosier, que preferia a morte a ser enviado para Azkaban por seus crimes.
Augustus Rookwood, um espião de Aquele-que-não-deve-ser-nomeado que tinha informações do Ministério.
Então, um nome que chocou Harry e Charlie profundamente; Severo Snape.
No entanto, antes que os dois garotos pudessem ouvir mais sobre as travessuras de Snape com o Lorde das Trevas, a versão mais jovem de Dumbledore se levantou, atestando-o, jurando que Snape havia de fato se tornado um espião do lado bom.
Então, com uma última tentativa de escapar de seu destino, Karkaroff implorou para dizer um nome final, que o tribunal parecia permitir, e então, lentamente, como se significasse antecipação...
— Bartô Crouch... Júnior.
A sala explodiu em suspiros, todas as cabeças se voltando para um jovem no canto de trás da sala.
O jovem olhou para cima, com um sorriso perverso no rosto enquanto tentava correr para a porta. Em um instante, Charlie testemunhou Crouch Jr. cair no chão ao ser atingido por uma centelha verde de magia que veio da varinha do Professor Moody.
Crouch Jr. ficou atordoado, então pego por dois homens fortes e jogado na cadeira no meio da sala onde Karkaroff estava. Seu pai, Crouch Sr., olhou para seu único filho com o maior desgosto antes de, sem pensar duas vezes, condená-lo a prisão perpétua em Azkaban pelos crimes que havia cometido.
Antes mesmo de processar, uma voz baixa falou diretamente no ouvido de Charlie: — Acho, Charles, que é hora de voltar para o meu escritório. —
Charlie deu um pulo, olhando ao redor. Harry, que estava ao lado dele, estava espiando por cima do ombro de seu amigo, olhando para alguém atentamente com um olhar de choque. Seguindo o olhar de seu amigo, Charlie se virou e de repente ficou extremamente confuso com o que estava vendo.
Havia um Albus Dumbledore sentado à sua direita ao lado de Harry, observando o filho de Crouch ser arrastado pelos dementadores - e havia um Dumbledore à sua esquerda, olhando diretamente para ele.
— Venham. — disse o Dumbledore à sua esquerda, puxando os dois meninos para frente.
Charlie sentiu-se subindo no ar; o tribunal se dissolveu em torno dele; por um momento, tudo ficou escuro antes que ele caísse de pé, no que parecia ser a luz ofuscante do escritório de Dumbledore. A bacia de pedra brilhava no armário, e seu avô e Harry estavam ao lado dele.
— Professor. — Harry instantaneamente engasgou. — Eu sei que não deveríamos - nós não queríamos - a porta do armário estava meio aberta e...
Dumbledore levantou a mão para sinalizar silêncio. — Curiosidade não é pecado, Harry. No entanto, você deve ter cuidado da próxima vez.
Charlie estava apenas ouvindo pela metade, pois estava muito ocupado olhando para a bacia de pedra. O conteúdo havia retornado ao seu estado original, branco prateado, girando e ondulando sob seu olhar.
— O que é isso? — Charlie perguntou trêmulo.
— Isto? Chama-se penseira. — disse Dumbledore. — Às vezes eu acho, e tenho certeza que vocês dois conhecem a sensação, que simplesmente tenho muitos pensamentos e memórias amontoados em minha mente.
— Uh. — disse Harry, que não podia dizer com sinceridade que já havia sentido algo do tipo.
— Nesses momentos. — disse Dumbledore, indicando a bacia de pedra. — Eu uso a Penseira. A pessoa simplesmente extrai o excesso de pensamentos da mente, despeja-os na bacia e os examina à vontade. Fica mais fácil identificar padrões e links, você entende, quando eles estão neste formato.
— Você quer dizer... Essas coisas são seus pensamentos? — Charlie perguntou, olhando para a substância branca rodopiante na bacia.
— Precisamente. — Dumbledore sorriu enquanto levantava sua varinha para sua têmpora, extraindo a mesma estranha substância branco-prateada que enchia a penseira.
Dumbledore acrescentou esse novo pensamento à bacia, e Charlie, surpreso, viu seu próprio rosto flutuando na superfície da tigela.
— Malvado.
— De fato. — Dumbledore riu antes de fechar a porta do armário, desta vez certificando-se de que estava bem trancado antes de se virar para Harry. — Então, antes que vocês dois se perdessem em meus pensamentos, vocês queriam me dizer uma coisa.
— Sim. — Harry disse lentamente, olhando para seu amigo que simplesmente o incentivou a continuar. — Professor, eu estava apenas dormindo no refeitório e bem... Eu tive um sonho.
Dumbledore levantou uma sobrancelha. — Isso é bastante compreensível, Harry...
— Bem. — Harry engoliu em seco. — O sonho era sobre Lord Voldemort. Ele estava torturando Rabicho... Você sabe quem é Rabicho...
— Eu sei. — disse Dumbledore prontamente. — Por favor continue.
— Voldemort recebeu uma carta de uma coruja. Ele disse que alguém estava morto. Então ele fez a Maldição Cruciatus em Wormtail - e minha cicatriz doeu. Isso me acordou, doeu tanto.
Dumbledore apenas olhou para ele. Charlie simplesmente olhou para seu amigo com curiosidade; foi a primeira vez que ele soube o que aconteceu também.
— Uh, e isso é tudo. — disse Harry, encolhendo-se ligeiramente com os olhares intensos que estavam sobre ele.
— Entendo. — disse Dumbledore calmamente. — Entendo. Agora, sua cicatriz doeu em alguma outra época este ano, exceto na hora em que você acordou durante o verão?
— Não, eu - como você sabia que isso me acordou durante o verão? — disse Harry, surpreso.
— Eu disse a ele. — Charlie disse simplesmente, e Harry lançou-lhe um olhar estranho. — Eu queria ter certeza de que contaríamos a alguém em quem poderíamos confiar. Não importa de qualquer maneira, ele já sabia quando eu contei a ele - aparentemente, não somos os únicos correspondentes de Sirius.
Harry acenou com a cabeça antes de olhar para Dumbledore com curiosidade. — Você - você sabe por que minha cicatriz está me machucando?
Dumbledore olhou atentamente para Harry por um momento, e então disse, — Eu tenho uma teoria, não mais do que isso... Acredito que sua cicatriz dói quando Lord Voldemort está perto de você, e quando ele está sentindo uma sensação particularmente forte de onda de ódio.
Charlie levantou uma sobrancelha. — Mas... Por que isso?
— Porque Harry e ele estão conectados pela maldição que falhou. — explicou Dumbledore antes de apontar para a testa de Harry. — Essa não é uma cicatriz comum.
— Então você acha... Que aquele sonho... Aconteceu mesmo?
— É possível. — suspirou Dumbledore. — Eu diria - provável. Harry - você viu Voldemort?
— Não. — Harry balançou a cabeça. — Apenas a parte de trás da cadeira. Mas não haveria nada para ver, haveria? Quero dizer, ele não tem um corpo, tem? Mas... Mas então como ele poderia ter segurado a varinha?
— Como de fato... — murmurou Dumbledore. — Como assim...
Os três ficaram em silêncio por um momento, Charlie estava tentando processar a informação recém-descoberta - isso significava que Voldemort estava ficando mais forte?
Depois de um momento, Charlie falou novamente. — Avô... O que aconteceu com o filho de Crouch?
— Ele tinha talento para a tragédia. — Dumbledore suspirou. — Veja bem, ele sentiu que possuía as respostas para os males do mundo. Isso é, acredito, um erro que todos deveríamos evitar.
Mais uma vez, Charlie pensou por um momento: — Suponho que o testemunho de Karkaroff foi o que o libertou?
— Suponho que você esteja certo. — Dumbledore sorriu para seu neto, movendo-se em direção a ele e colocando uma mão em seu ombro. — Ele incomoda você, Charles? Karkaroff?
Charlie trocou um olhar com Harry antes que ele encolhesse os ombros.
— Ele é um homem problemático. — dispensou ele, querendo passar para outro assunto. — Por que você quer cancelar o Torneio Tribruxo?
Dumbledore estudou seu neto por um momento, debatendo sobre o que dizer, antes de finalmente falar devagar: — Vocês dois estão em perigo e, pela primeira vez, não tenho certeza de onde isso está vindo. Inicialmente, pensei que... Seria melhor deixar as coisas rolarem... Mas com Crouch enlouquecendo... E a cicatriz de Harry doendo de novo, percebi que cometi um erro.
— Então. — Charlie engoliu em seco, compartilhando um olhar preocupado com Harry. — O que fazemos?
— Devemos ver o torneio até o fim, pois essa é a ordem de seu pai. — Dumbledore suspirou, apertando o ombro de Charlie para confortá-lo. — A partir de agora, a única coisa que podemos fazer é nos prepararmos. — ele se dirigiu para sua mesa, olhando uma última vez para os dois garotos. — Boa sorte com a terceira tarefa...
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O clima no castelo quando eles entraram em junho tornou-se animado e tenso novamente. Todos estavam ansiosos pela terceira tarefa, que aconteceria uma semana antes do fim do semestre. Charlie estava praticando feitiços em todos os momentos disponíveis.
Harry tem tentado aperfeiçoar seus encantos também. Ele percebeu que se Voldemort realmente estava ficando mais forte, ele tinha que estar preparado. Assim, todos os dias após as aulas, ele e Charlie treinavam com a ajuda de Hermione e Ron.
No entanto, Charlie fez questão de espremer a tempo de dar à namorada a atenção que ela merecia. O único lado bom da tarefa que se aproximava era o fato de que ninguém parecia notar que eles passavam muito tempo juntos.
Eles já estavam namorando há aproximadamente três meses, e as coisas honestamente não poderiam estar indo melhor, especialmente com o súbito desaparecimento de Viktor Krum depois que ele levou uma surra. Uma coisa era certa, com Hermione ao seu lado, Charlie estava mais do que preparado para o que viria a seguir.
No final do semestre, Charlie e Harry foram dispensados dos exames por serem campeões Tribruxo. E, no entanto, eles foram forçados a se sentar no fundo da sala para cada teste, usando o tempo para procurar coisas que os beneficiariam no labirinto.
Então, sem perceber como o tempo havia passado tão rápido, o dia da Tarefa Final estava chegando.
Os campeões ficaram separados do resto da escola durante todo o dia. As únicas pessoas que deveriam vê-los eram suas famílias e os juízes, pois todos se reuniram na câmara do Grande Salão algumas horas antes do início da tarefa.
Francamente, esta era a parte do dia que Charlie mais temia. Se ele pudesse escolher ver alguém antes de sair para o labirinto, ele queria ver Hermione, e definitivamente não seu pai. No entanto, para seu aborrecimento, Fenwick Hawthorne estava orgulhoso na câmara entre as famílias de todos os outros campeões.
— Meu querido filho. — disse ele com um sorriso torto enquanto agarrava os braços de Charlie enquanto se aproximava. — Como estamos nos sentindo? Grande dia para você, não é? Tudo se resume a isso! Não espero nada além de grandes coisas de você hoje.
Charlie levantou uma sobrancelha. — Seu tom sugere que eu já ganhei, pai.
— Ah, mas você tem. — Fenwick sussurrou em um tom assustador: — Você ainda não sabe, mas hoje se tornará uma lenda. O labirinto é um momento minúsculo no grande esquema das coisas, Charles. Segurar aquela Taça em suas mãos será revolucionário.
— Não tenho certeza do que você quer dizer. — Charlie disse simplesmente. — A Taça Tribruxo é assim tão importante?
Fenwick sorriu perversamente. — De fato é, meu garoto. De fato é.
— Certo. — Charlie disse desajeitadamente, afastando-se do aperto de seu pai. — Bem, eu vou encontrar Harry...
— Ótima idéia. — Fenwick sorriu. — Certifique-se de dizer a Harry Potter exatamente o que eu lhe disse... Confie em mim, isso se aplica a ele também.
Tentando ficar o mais longe possível de seu pai, Charlie examinou a sala. Viktor Krum estava em um canto, conversando com sua mãe e seu pai de cabelos escuros em búlgaro rápido. Do outro lado da sala, Fleur tagarelava em francês com a mãe. Então, ele viu a Sra. Weasley e Harry parados em frente à lareira, conversando alegremente.
— Surpresa! — Sra. Weasley disse animadamente enquanto Charlie sorriu largamente e caminhou até eles. — Pensei em vir e observar você e Harry!
Molly se abaixou, deu-lhe um abraço e beijou-o na bochecha.
Limpando o batom do rosto com uma risada, Charlie sorriu para a mulher ruiva, — É bom ver você, Sra. Weasley. Que bom que você veio buscar Harry assim.
Harry pareceu concordar enquanto sorria amplamente, balançando a cabeça em afirmação.
— Estou feliz por estar aqui, querido. — Molly sorriu. — Sabe, fiquei muito preocupada com vocês dois quando soube que foram escolhidos para um torneio tão perigoso, mas devo dizer que estou muito impressionada! Vocês dois parecem estar se saindo excepcionalmente bem!
— Uh. — Harry riu. — Eu não diria excepcionalmente bem...
Charlie riu junto com seu amigo antes de olhar em volta mais uma vez; seu pai parecia estar conversando com Karkaroff na mesa dos juízes.
Suspirando, Charlie voltou-se para a Sra. Weasley. — Diga, você não gostaria de um passeio, gostaria, Sra. Weasley? Posso dizer honestamente que prefiro não ficar aqui por muito mais tempo.
— Isso seria adorável, querido. — Molly sorriu, e ela, Charlie e Harry saíram pelo castelo.
Os dois meninos se divertiram muito andando pelos terrenos da escola com a Sra. Weasley enquanto o sol se punha. Eles mostraram a ela a carruagem de Beauxbatons e o navio de Durmstrang. O que mais intrigou a Sra. Weasley, no entanto, foi definitivamente o Salgueiro Lutador, que não havia sido plantado até ela deixar Hogwarts.
O último local que eles mostraram à Sra. Weasley foi, é claro, o Campo de Quadribol, que agora estava completamente irreconhecível. Uma sebe de seis metros de altura contornava toda a borda dela. Havia uma lacuna bem na frente deles; a entrada para o vasto labirinto. A passagem além dela parecia escura e assustadora.
Cinco minutos após a chegada, as arquibancadas começaram a encher; o ar estava cheio de vozes animadas e do barulho de pés enquanto as centenas de estudantes ocupavam seus assentos. O céu era de um azul profundo e escuro agora, e as primeiras estrelas começavam a aparecer.
Despedindo-se da Sra. Weasley, que havia saído para encontrar seus filhos nas arquibancadas, Harry e Charlie partiram para a tenda do campeão. Então, quando os dois garotos estavam prestes a entrar, Charlie avistou alguém com o canto do olho.
Tinha sido sua namorada, é claro. Ela estava andando de um lado para o outro atrás da tenda, balançando as mãos de nervoso. Quando ela olhou para cima e viu Charlie olhando para ela, deu-lhe um pequeno sorriso, mas o menino a conhecia bem o suficiente para saber que algo estava errado.
— Ei. — ele chamou Harry, que já havia entrado. — Eu já volto.
Harry levantou uma sobrancelha. — A tarefa está prestes a começar.
— Eu sei. — Charlie disse rapidamente. — Só vou demorar um minuto ou dois.
E com isso, Charlie partiu em direção a uma Hermione em pânico atrás da tenda, onde ninguém mais estava à vista; Harry nem questionou.
— Ei. — Charlie chamou suavemente enquanto se aproximava dela. — Tudo bem?
Hermione não disse nada. Em vez disso, ela o puxou para um abraço apertado, como se nunca tivesse pretendido deixá-lo ir.
— Mione. — ele riu, enfiando dois dedos sob o queixo dela para fazê-la encontrar seu olhar, seus braços ainda em volta dele. — O que há de errado?
— Tudo. — ela respirou trêmula, fazendo com que os olhos do garoto se arregalassem de preocupação. — Estou com medo, Charlie. Esta tarefa não é como as outras; você não sabe o que está por vir. E se algo acontecer? E se você se machucar ou pior...
— Eu vou ficar bem...
— Você não sabe disso. — Hermione disse baixinho, balançando a cabeça antes de enterrá-la no peito dele. — Pense nisso logicamente. É a tarefa final, o que só pode significar que é pior do que as outras duas. Você tem ideia de como é assustador imaginar algo pior do que dragões e grindylows?
— Eu honestamente prefiro não pensar nisso. — Charlie disse com sinceridade. — Prefiro lidar com as coisas à medida que elas aparecem.
— Veja bem, esse é o tipo de mentalidade que vai te matar! — Hermione gritou, desvinculando-se dele de frustração. — Você não entendeu? Pessoas já morreram neste torneio antes! Havia uma razão para a restrição de idade ser colocada em prática!
— De onde vem isso? — Charlie perguntou, um pouco confuso. — Você estava bem ontem à noite...
— Sim, bem ontem à noite eu não estava preocupada com a possibilidade de perder você! — Hermione suspirou quando as lágrimas começaram a cair em seu rosto, sua voz falhando ligeiramente. — Ontem à noite, eu não tive que imaginar um mundo sem você nele... E ainda assim, aqui estamos nós. Em alguns minutos, você está entrando naquele labirinto estúpido, e eu sou forçada a pensar sobre todas essas possibilidades... E eu não posso... — sua voz embargada novamente. — Eu não posso perder você. Isso vai me destruir, Charlie, você não entende? Isso vai me destruir.
Segurando as próprias lágrimas, Charlie puxou a namorada para perto, deixando-a chorar em seu peito antes de se afastar, segurando o rosto dela gentilmente, sussurrando: — Não vou a lugar nenhum. Prometo, ok? Quer eu ganhe ou perca, Eu vou conseguir de volta. — fez uma pausa para lhe dar um beijo na testa. — Eu prometo, volto pra você.
Hermione olhou profundamente em seus olhos castanhos, procurando por cada pedaço de segurança que pudesse encontrar e agarrando-se a ele com força.
Apesar de suas preocupações, não havia nada que ela pudesse fazer, a não ser tentar encontrar paz na promessa de seu namorado. Nada era garantido, ela sabia disso, mas também sabia que se Charlie prometesse algo, ele iria até o fim do mundo para cumpri-la.
Hermione assentiu lentamente antes de colocar as mãos em volta do pescoço dele e puxá-lo para um beijo agridoce. O gosto de sal e morangos se misturava em seus lábios por causa das lágrimas, mas não importava, Charlie saboreava cada pedacinho daquele beijo como se fosse fazer ou quebrar seu destino no labirinto.
— Prometa-me de novo. — Hermione disse suavemente enquanto se afastava, sua testa descansando na dele. — Eu preciso ouvir você dizer isso de novo.
— Eu prometo. — Charlie sussurrou instantaneamente, um leve sorriso se formando em seus lábios.
Então, ele reafirmou suas palavras com suas ações e colocou um beijo apaixonado em seus lábios mais uma vez, canalizando cada emoção para tranqüilizá-la. Eles se afastaram quando o aviso de dez minutos para o início da tarefa foi ouvido à distância.
No entanto, enquanto Charlie se movia em direção à entrada do labirinto, Hermione continuou puxando-o de volta. Capturando seus lábios várias vezes apenas para acalmar seus nervos.
— Eu tenho que ir, baby. — Charlie sussurrou enquanto se afastava pela última vez com uma leve risada.
Hermione assentiu lentamente e deu-lhe um último abraço antes de sua mão escorregar da dela e ele se mover em direção ao labirinto. Ela o observou atentamente enquanto ele caminhava, seu coração doía por ele. Por mais que ela quisesse acreditar na promessa dele, Hermione tinha a sensação de que algo ruim iria acontecer.
Esse pensamento por si só ultrapassou todas as outras emoções que estavam crescendo dentro dela. Ela não conseguia imaginar sua vida com Charlie. Especialmente agora que eles eram mais um para o outro do que apenas amigos. Ainda havia tantas coisas que ela queria experimentar com ele, tantas coisas que ela queria dizer a ele... Mas ela não queria pensar assim...
Em vez disso, ela caminhou até as arquibancadas e encontrou um assento ao lado dos Weasley e simplesmente esperou, já que era tudo o que podia fazer.
Charlie se juntou a Harry, Fleur e Krum, que estavam com Ludo Bagman na entrada do labirinto. Hagrid, o professor Moody, a professora McGonagall e o professor Flitwick entraram no estádio e se aproximaram de Bagman e dos campeões. Eles usavam estrelas grandes, vermelhas e luminosas em seus chapéus, todos exceto Hagrid, que usava as dele nas costas de seu colete de moleskin.
— Vamos patrulhar o lado de fora do labirinto. — disse a professora McGonagall aos campeões. — Se você entrar em dificuldade e desejar ser resgatado, envie faíscas vermelhas para o ar e um de nós virá buscá-lo, entendeu?
Os campeões assentiram.
— Vão embora, então! — disse Bagman brilhantemente para os quatro patrulheiros.
— Boa sorte, Char. — Hagrid sussurrou enquanto Charlie passava por ele para se posicionar.
Os quatro campeões se afastaram em direções diferentes para posicionar-se ao redor do labirinto. Bagman agora apontou sua varinha para sua garganta e, em segundos, sua voz magicamente ampliada ecoou nas arquibancadas.
— Senhoras e senhores, a terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo está prestes a começar! Deixe-me lembrá-los de como estão os pontos atualmente! Empatados em primeiro lugar, com oitenta e cinco pontos cada - Sr. Charlie Hawthorne e Sr. Harry Potter, ambos da Escola de Hogwarts! — os gritos e aplausos enviaram pássaros da Floresta Proibida voando para o céu que escurecia. — Em segundo lugar, com oitenta pontos - Sr. Viktor Krum, do Instituto Durmstrang! — mais aplausos. — E em terceiro lugar - Miss Fleur Delacour, da Academia Beauxbatons!
Charlie ficou a uns bons seis metros de distância de Harry, mas isso não os impediu de dar um ao outro um aceno tranquilizador; era isso.
Olhando ao redor da arena, Charlie pôde ver a Sra. Weasley, Ginny, Ron e Hermione aplaudindo educadamente cada campeão, no meio da arquibancada. Ele acenou para eles, e eles acenaram de volta, sorrindo para ele.
Hermione, no entanto, parecia mais esgotada do que nunca quando viu seu namorado, em seu suéter vermelho e preto, parado na beira do labirinto, varinha pronta na mão. Ele estava sorrindo para ela na tentativa de acalmá-la, e então, Hermione soprou-lhe um beijo de forma rápida e imperceptível.
Charlie, rindo um pouco, viu isso e agarrou um punho cheio de ar apenas para então erguer o punho no ar na tentativa de fazer parecer que ele estava exaltando a multidão.
Funcionou, é claro, já que a multidão estava aplaudindo mais forte agora e batendo os pés animadamente, mas Hermione sorriu descaradamente; ele recebeu a mensagem dela. Naquele momento, ela tirou uma imagem mental de seu rosto sorridente, decidindo que não importa o que acontecesse na arena, é assim que ela sempre se lembraria dele:
Seu namorado, sorrindo para ela no meio de uma multidão cheia de gente, mas seus olhos estavam fixos apenas nela com um sorriso largo, seus olhos castanhos brilhando mais uma vez. Ele era bonito, saudável e feliz.
— Então... No meu apito, Harry e Charlie! — anunciou Bagman e um silêncio digno de arrepio tomou conta da multidão, fazendo Charlie ficar um pouco nervoso de repente.
— Três!
Ele olhou para o labirinto. Havia pura escuridão à sua frente, e o medo de não saber o que estava lá fora o dominava.
— Dois!
Ele pensou em seu pai e nas expectativas que foram colocadas sobre ele. De repente, uma pressão imensa pesava sobre seus ombros para encontrar a Taça... Afinal, onde estava seu pai? Ele tinha acabado de perceber, mas Charlie não conseguia se lembrar de tê-lo visto nas arquibancadas.
— Um!
Hermione ocupava sua mente agora. Sua promessa repetindo em sua cabeça como uma canção assombrada, mas imagens de seu beijo aparecendo, dando-lhe a força que ele precisava naquele momento... As dúvidas em sua cabeça deixando-o instantaneamente.
Ele tinha que sobreviver...
Ele tinha uma promessa a cumprir.
— Que vença o melhor campeão!
Charlie respirou lentamente quando o apito de Bagman deu um curto sopro antes de ele correr para as profundezas do labirinto - logo, a entrada selada atrás dele e um silêncio sinistro encheu seus ouvidos.
Acho que não havia como voltar atrás agora.
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