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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO
─── DESÇA SUBAQUÁTICA E SEJA MINHA NAMORADA?

O MÊS QUE antecedeu a Segunda Tarefa passou como um borrão e, apesar das tentativas constantes dos quatro principais de descobrir uma maneira de Harry e Charlie respirarem por uma hora debaixo d'água, eles ainda não haviam encontrado nada.

Quando as aulas continuaram após as férias, Charlie passou a maior parte de seu tempo livre na biblioteca para pesquisar, o que significa que Hermione estava inegavelmente emocionada. Eles ainda não tinham conversado sobre o que eram um para o outro, mas isso não os impediu de se agarrar secretamente entre as estantes quando ninguém estava olhando.

Na verdade, a incapacidade de manter as mãos longe um do outro iria, como era de se esperar, impedi-los de fazer qualquer progresso quando se tratasse da situação da Segunda Tarefa. No entanto, felizmente - ou infelizmente, dependendo de como você olha para isso - Vítor Krum fazia uma visita diária à biblioteca apenas para poder ver Hermione.

Imagine seu rosto sem graça quando toda vez que ele via a garota de cabelos espessos, ela estava acompanhada pelo garoto de olhos castanhos, inegavelmente mais bonito. A espreita constante de Krum, no entanto, definitivamente forçaria os dois grifinórios a se preocuparem com algo diferente de sua tensão sexual.

Charlie achou estranho como o búlgaro estava tão obcecado com a garota de cabelos espessos. Pelo que Charlie sabe, Hermione e Viktor só conversaram algumas vezes e depois foram juntos ao Baile de Inverno, mas foi só - com certeza não foi tempo suficiente para justificar tal comportamento.

No entanto, Charlie não achou necessário questionar Hermione sobre isso por mais tempo. Ele acreditou quando ela disse que ele era o único garoto em seu radar - para não mencionar, seu ataque constante de beijos era prova mais do que suficiente de sua honestidade.

Então, Charlie voltou sua atenção para o problema mais urgente que enfrentava; como sobreviver debaixo d'água por uma hora.

Ele se sentou com Harry, Hermione e Ron na biblioteca durante a noite do dia anterior à Segunda Tarefa, folheando febrilmente página após página de feitiços, escondidos um do outro pelas enormes pilhas de livros na mesa em frente a cada um deles.

O coração de Charlie dava um pulo enorme toda vez que ele via a palavra água em uma página, mas na maioria das vezes era apenas: — Pegue dois litros de água, meio quilo de folhas de mandrágora picadas e uma salamandra.

— Eu não acho que isso pode ser feito. — disse a voz de Ron categoricamente do outro lado da mesa. — Não há nada. Absolutamente nada. O mais próximo era aquela coisa de secar poças e lagoas, aquele Feitiço da Seca, mas não era nem de longe poderoso o suficiente para drenar o lago.

— Deve haver alguma coisa. — Hermione murmurou, movendo uma vela para mais perto dela. Seus olhos estavam tão cansados que ela estava examinando a pequena impressão de Olde and Forgotten Bewitchments and Charms com o nariz a cerca de uma polegada da página. — Eles nunca teriam definido uma tarefa que fosse desfazível.

— Sim, eles iriam. — disse Ron simplesmente, virando-se para encarar Charlie e Harry. — Eu digo que vocês dois vão até o lago amanhã, certo, enfiem a cabeça lá dentro, gritem para os sereianos devolverem tudo o que roubaram e vejam se eles jogam fora. Acho que é o melhor que vocês podem fazer.

Charlie simplesmente amassou um pedaço de papel que havia arrancado de seu caderno e jogou na direção do ruivo.

— Idiota. — ele murmurou, fazendo Ron rir depois de achar sua própria piada hilária.

— Há uma maneira de fazer isso! — Hermione disse irritada na direção de Ron. — Só tem que haver!

Ela parecia estar considerando a falta de informações úteis sobre o assunto na biblioteca como um insulto pessoal; nunca havia falhado com ela antes.

— Isso é inútil. — Harry suspirou, abaixando a cabeça em derrota. — Nós definitivamente vamos perder.

— Tem que haver um feitiço ou algo assim. — Charlie bufou. — Não desista ainda.

— Oh, isso não adianta. — disse Hermione, fechando os Dilemas Mágicos Estranhos. — Quem diabos quer fazer os pelos do nariz crescerem em cachos?

— Eu não me importaria. — disse a voz de Fred Weasley. — Seria um ponto de conversa, não seria?

Charlie, Harry, Ron e Hermione olharam para cima. Fred e Jorge tinham acabado de sair de trás de algumas estantes.

— O que vocês dois estão fazendo aqui? — perguntou Ron.

— Procurando por você. — disse George. — McGonagall quer você, Ron. Você também, Hermione.

— Por que? — perguntou Hermione, parecendo surpresa.

Fred encolheu os ombros, — Não sei... Mas ela estava parecendo um pouco sombria.

— Devemos levá-lo ao escritório dela. — disse George simplesmente, incitando os dois a seguirem em frente. — Vamos lá!

— Nos encontramos na sala comunal. — Hermione disse a Harry e Charlie enquanto se levantava para ir com Ron - ambos pareciam muito ansiosos. — Traga o máximo de livros que puder, ok?

Então, ela mudou seu olhar para Charlie especificamente e deu a ele um sorriso tranquilizador. — Ainda não acabou, vamos resolver isso.

Charlie sorriu como se suas palavras o tivessem encorajado.

— Certo. — ele disse suavemente, e com isso, Hermione e Ron partiram com Fred e George.

Por volta das oito horas, Madame Pince apagou todas as lâmpadas e veio retirar Harry e Charlie da biblioteca. Cambaleando sob o peso de tantos livros quanto podiam carregar, os dois voltaram para a sala comunal da Grifinória, puxaram uma mesa para um canto e continuaram a procurar.

Não havia nada em Madcap Magic para Wacky Warlocks...

Nada em Um Guia de Feitiçaria Medieval...

Nenhuma menção a façanhas subaquáticas em Uma antologia de encantos do século XVIII...

Ou em Dreadful Denizens of the Deep...

Ou em poderes que você nunca soube que tinha...

Não havia nada.

A sala comunal se esvaziou lentamente ao redor deles. As pessoas continuavam desejando-lhes boa sorte na manhã seguinte com vozes alegres e confiantes; todos pareciam estar convencidos de que haveria outra performance deslumbrante como a Primeira Tarefa. E, no entanto, nem Charlie nem Harry puderam responder, eles apenas assentiram, sentindo como se tivessem bolas de golfe presas em suas gargantas.

Às dez horas, os dois garotos estavam procurando por horas, e nem Hermione nem Ron haviam retornado, o que Charlie estava começando a se preocupar. Ele sabia que Hermione já teria corrido de volta para ajudá-lo, e a ausência dela não ajudava em sua capacidade de concentração. Harry, por outro lado, não parecia se importar menos, pois sua cabeça estava enterrada em um livro de aparência familiar.

Charlie cutucou seu amigo levemente. — O que você tem aí?

— Este é aquele livro que Neville me emprestou naquele dia no lago. — Harry explicou, levantando o livro ligeiramente na direção de Charlie. — Plantas Aquáticas Mágicas do Mediterrâneo.

— Sim? — Charlie levantou uma sobrancelha. — Encontrou algo que poderia funcionar?

— Talvez. — Harry murmurou antes de ler a página em sua cabeça; guilhotina... Interessante.

— Isso é bom. — Charlie disse se levantando da mesa. — Quanto a mim, vou pegar emprestada a Capa da Invisibilidade. Quero ver se consigo encontrar alguma coisa na Seção Restrita da biblioteca.

Harry acenou com a cabeça para seu amigo antes de continuar a ler. Charlie subiu as escadas para o quarto deles, Dean, Seamus e Neville estavam todos roncando profundamente em suas camas enquanto o garoto de olhos castanhos pegava a capa do baú de Harry.

Enquanto descia as escadas mais uma vez, Charlie se despediu de Harry antes de sair pela porta do retrato e voltar para a biblioteca. Quando chegou às portas, vestiu a capa e entrou com cuidado.

Ele acendeu sua varinha para poder ver os arredores. A grande sala era estranhamente assustadora no escuro, mas, mesmo assim, Charlie encontrou o caminho para a Seção Restrita. Erguendo uma perna e depois a outra sobre a corda, o menino olhou para cima e para baixo nas pilhas de prateleiras, esperando que alguma se destacasse para ele.

E depois do que pareceu mais uma hora de busca, Charlie viu um velho livro roxo na seção de Feitiços. Ele estendeu a mão e puxou-o para baixo. Limpando a poeira da capa, Charlie leu o título em voz alta em sua cabeça:

Livro de Feitiços de Miranda Goshawk
Primeira Edição

O Livro de Feitiços foi um grande sucesso, e foi usado em várias escolas mágicas ao redor do mundo, por isso era sem dúvida familiar para Charlie. No entanto, nunca antes ele tinha visto a cópia da Primeira Edição e seu conteúdo.

O livro de feitiços foi projetado para ajudar a realizar uma série de feitiços básicos e não tão básicos que são conhecidos por melhorar, proteger e animar a vida. Havia feitiços padrão como o Knockback Jinx ou o Patronum Charm, mas o que surpreendeu Charlie foram os feitiços escritos à mão nas margens, desbotados, mas destacando-se como se fossem para ele ver.

E então, como se uma luz guia tivesse sido enviada pelo próprio Merlin, Charlie se deparou com o Feitiço Bubble-Head. Um feitiço no qual uma bolha é formada ao redor da boca do lançador, dando-lhes um suprimento contínuo de oxigênio, permitindo-lhes respirar onde não poderiam.

— Isso pode funcionar. — Charlie murmurou para si mesmo.

Ele passou os próximos dez minutos ou mais memorizando o encantamento antes de colocar o livro de volta onde o encontrou e partiu em direção à Torre da Grifinória mais uma vez.

No momento em que ele voltou para seu dormitório, ele estava exausto. A única coisa que Charlie pareceu notar foi que Harry aparentemente tinha ido para a cama quando ouviu seu amigo roncar quando colocou a capa de invisibilidade de volta.

Depois disso, no entanto, Charlie se jogou na cama e cochilou rapidamente, sem perceber que Ron não havia retornado - ou seja, Hermione também não.

Charlie acordou na manhã seguinte com Harry o sacudindo com força. Ele abriu os olhos, piscando sob a luz do sol, antes de olhar para o amigo com uma expressão grogue.

— Vamos lá! — Harry gritou. — Precisamos nos apressar! A Segunda Tarefa começa em dez minutos!

— Dez minutos? — Charlie resmungou. — Dez... Dez minutos?

Ele se virou para olhar o despertador na mesa de cabeceira; Harry estava certo. Eram nove e vinte. Um grande peso morto parecia cair do peito de Charlie até seu estômago. De repente, ele estava duvidando se o Feitiço da Cabeça de Bolha funcionaria ou não, mas, mesmo assim, jogou as cobertas para longe e saiu da cama.

Ele foi rápido para se preparar. Charlie vestiu um calção de banho preto e vermelho e uma camiseta branca simples antes de olhar para Harry, que o esperava ansiosamente.

— Você descobriu alguma coisa? — Charlie perguntou: — Você está pronto?

— Sim. — Harry suspirou, claramente em pânico, — Eu acho que sim. Neville acabou me encontrando um pouco de guelrinho, então eu espero que dê certo. E você?

— Feitiço de Cabeça de Bolha. — Charlie disse simplesmente. — Deve ser interessante ver o que acontece - vamos embora.

Os dois praticamente correram para fora de seu dormitório, desceram correndo os degraus, saíram da sala comunal, caminharam pelo castelo e desceram pelo gramado em direção ao Lago Negro.

O murmúrio empolgado da multidão ecoou estranhamente pela água enquanto os dois grifinórios corriam pelo outro lado do lago em direção aos juízes, que estavam sentados em outra mesa com cortinas douradas à beira da água. Fleur e Krum estavam ao lado da mesa dos jurados, observando Harry e Charlie correrem em direção a eles.

— Nós estamos... Aqui. — Harry ofegou quando os dois pararam na lama, respingando acidentalmente nas vestes de Fleur.

Dumbledore sorriu para seu neto e Harry, mas Karkaroff e Madame Maxime não pareceram nem um pouco satisfeitos em vê-los...

Era óbvio pelos olhares em seus rostos que eles pensaram que não iriam aparecer.

Charlie se curvou, com as mãos nos joelhos, ofegante; tinha uma pontada no flanco que parecia ter uma faca entre as costelas, mas não havia tempo para se livrar dela; Ludo Bagman agora estava se movendo entre os campeões, espaçando-os ao longo da plataforma elevada em intervalos de três metros. Charlie estava no final da linha, ao lado de Krum, que segurava sua varinha em punho e olhava para ele com uma expressão zombeteira.

No entanto, Albus Dumbledore queria verificar com seu neto antes de começar a tarefa.

— Tudo bem, Charles? — Dumbledore sussurrou enquanto se aproximava. — Sabe o que você vai fazer?

— Sim. — Charlie ofegou, massageando suas costelas, e seu avô sorriu com orgulho.

Albus deu um aperto rápido no ombro de Charlie e voltou para a mesa dos juízes. Bagman checou cada campeão antes de apontar a varinha para sua garganta, sua voz ressoando pela água escura em direção às arquibancadas.

— Bem, todos os nossos campeões estão prontos para a segunda tarefa, que começará ao meu apito. Eles têm exatamente uma hora para recuperar o que foi tirado deles. Contando até três, então. Um... Dois... Três!

O apito ecoou estridente no ar frio e parado; as arquibancadas explodiram em vivas e aplausos; sem olhar para ver o que os outros campeões estavam fazendo, Charlie puxou a camisa e tirou os sapatos antes de sacar a varinha e apontar para si mesmo, — Respirare Leporem!

Com a bolha formada em volta da boca, Charlie enfiou a varinha no bolso e então, antes de todos, mergulhou da plataforma no lago. Estava tão frio que ele sentiu a pele das pernas queimar como se estivesse nadando no fogo, não na água gelada. Enquanto descia para as profundezas do lago, Charlie começou a entrar em pânico, a dúvida de que o feitiço não estava funcionando consumiu seus pensamentos mais uma vez.

Então, de repente, Charlie sentiu uma sensação de segurança nas profundezas da água, como se fosse um mergulhador profissional com equipamento de mergulho. Ele tinha estado sob a superfície por uns bons dez minutos, e ele não sentiu nenhuma vez a necessidade de respirar; o feitiço tinha funcionado. Ainda mais, a água não parecia mais tão gelada para ele depois de algum tempo.

O silêncio pressionou seus ouvidos enquanto ele mergulhava mais fundo em uma paisagem estranha, escura e nebulosa. Charlie só conseguia ver três metros ao seu redor, então, enquanto ele acelerava pela água, novas cenas pareciam surgir repentinamente da escuridão que se aproximava: florestas de ervas daninhas negras ondulantes e emaranhadas, amplas planícies de lama, repletas de pedras opacas e brilhantes. Ele nadou cada vez mais fundo, em direção ao meio do lago, os olhos arregalados, olhando através da água estranhamente iluminada em cinza ao seu redor para a sombra além, onde a água se tornava opaca.

Pequenos peixes passaram por ele como dardos prateados. Uma ou duas vezes ele pensou ter visto algo maior movendo-se à sua frente, mas quando se aproximou, descobriu que não era nada além de um tronco grande e enegrecido ou uma moita densa de ervas daninhas. Não havia sinal de nenhum dos outros campeões, sereianos - ou, felizmente, da lula gigante.

Ervas daninhas verde-claras estendiam-se à sua frente até onde ele podia ver, como um prado de grama muito crescida. Charlie estava olhando fixamente à sua frente, tentando discernir formas através da escuridão... E então, sem aviso, algo agarrou seu tornozelo.

Charlie girou o corpo e viu um grindylow, um demônio da água com chifres, saindo da erva, seus longos dedos agarrados firmemente ao redor de sua perna, suas presas pontiagudas à mostra - Charlie enfiou a mão rapidamente dentro do bolso e tateou em busca de sua varinha. No momento em que ele o agarrou, mais dois grindylows surgiram da erva, agarraram punhados do calção de Charlie e tentaram arrastá-lo para baixo. Ele tentou vários feitiços diferentes para se defender, mas nenhum som saiu de sua boca...

Uma grande bolha saiu de sua boca, e sua varinha, em vez de lançar faíscas nos grindylows, atirou neles o que parecia ser um jato de água fervente, pois onde os atingiu, manchas vermelhas raivosas apareceram em sua pele verde.

Charlie puxou o tornozelo para fora do aperto do grindylow e nadou, o mais rápido que pôde, ocasionalmente enviando mais jatos de água quente sobre o ombro ao acaso. De vez em quando, ele sentia um dos grindylows agarrar seu pé novamente e chutava; finalmente, ele sentiu seu pé se conectar com um crânio com chifres e, olhando para trás, viu o grindylow atordoado flutuando para longe, vesgo, enquanto seus companheiros sacudiam os punhos para Charlie e afundavam de volta na erva.

Charlie desacelerou um pouco, colocando a varinha de volta no bolso e olhou em volta, ouvindo novamente. Ele deu uma volta completa na água, o silêncio pressionando mais do que nunca contra seus tímpanos. Ele sabia que devia estar ainda mais fundo no lago agora, mas nada se movia além das ervas daninhas ondulantes.

Ele nadou pelo que pareceram pelo menos vinte minutos. Charlie estava passando por vastas extensões de lama negra agora, que redemoinhavam sombriamente enquanto ele perturbava a água. Então, finalmente, ele ouviu um fragmento de canto de sereia assombroso.

Uma hora você terá que olhar,
E para recuperar o que levamos...

Charlie nadou mais rápido e logo viu uma grande rocha emergir da água barrenta à frente.

Tinha pinturas de sereias nele; eles carregavam lanças e perseguiam o que parecia ser a lula gigante. O menino de olhos castanhos nadou além da rocha, seguindo o canto do mar.

...Seu tempo já passou da metade, então não demore para que o que você procura não fique aqui para apodrecer...

Um aglomerado de habitações de pedra manchadas com algas apareceu de repente na escuridão por todos os lados. Olhando de longe, Charlie viu rostos... Rostos que não tinham nenhuma semelhança com a pintura da sereia no banheiro dos prefeitos.

Eles olharam de soslaio para ele quando ele passou nadando; um ou dois deles emergiram de suas cavernas para observá-lo melhor, seus poderosos rabos de peixe prateados batendo na água, lanças agarradas em suas mãos. Eles estavam surgindo de todos os lados agora, observando-o ansiosamente, apontando para a bolha em volta de sua boca, falando entre si por trás das mãos.

Charlie dobrou uma esquina e uma visão muito estranha encontrou seus olhos. Toda uma multidão de sereianos flutuava em torno de quatro pessoas amarradas firmemente por cordas a âncoras no chão.

O menino semicerrou os olhos novamente, ofegante ao perceber quem havia sido levado - sua mente estava tão nublada com a preparação para a tarefa que ele nem percebeu que essas quatro pessoas não estavam lá mostrando apoio na multidão.

Todos os quatro pareciam estar em um sono muito profundo. Suas cabeças balançavam sobre seus ombros, e finos fluxos de bolhas continuavam saindo de suas bocas. Da esquerda para a direita, a ordem foi a seguinte:

Ron Weasley.

Hermione Granger.

Gabrielle Delacour.

E... Elaina Dumont.

Charlie balançou a cabeça em confusão enquanto observava seus corpos sem vida balançando à distância, a frase da canção da sereia repetindo-se continuamente em sua cabeça:

E enquanto você está procurando, reflita sobre isso:
pegamos o que você certamente sentirá falta.

Havia um cativo para cada campeão. A de Harry deve ser Ron, e a de Fleur era, obviamente, sua irmã, mas as outras duas opções fizeram Charlie franzir as sobrancelhas; um tinha que pertencer a Krum e o outro a ele mesmo.

Em seu coração, Charlie sabia que a pessoa de quem ele mais sentiria falta seria Hermione, sem dúvida, mas então por que Elaina estava sendo mantida em cativeiro - certamente, ela e Krum não existiam?

No entanto, ele, sem pensar duas vezes, se concentrou em salvar Hermione. Ignorando a ideia de Elaina estar no fundo do lago, Charlie correu em direção aos reféns, meio que esperando que os sereianos abaixassem suas lanças e atacassem ele, mas eles não fizeram nada.

Charlie mergulhou em direção às pedras que cobriam o fundo do lago e pegou uma pedra afiada o suficiente para cortar as amarras que prendiam os cativos. Nadando de volta, ele olhou em volta e não viu nenhum outro campeão à vista - o que estava acontecendo? O tempo estava se esgotando, não é? Onde estavam todos?

Mas novamente, afastando os pensamentos opostos, Charlie voltou a se concentrar na tarefa. O menino segurou com força as cordas que seguravam Hermione, firmando-se antes de levantar a pedra pontiaguda em direção às amarras dela.

Então, de repente, vários pares de fortes mãos cinzentas o agarraram. Meia dúzia de tritões o puxavam para longe de Hermione, balançando a cabeça, rindo.

— Você toma seu próprio refém. — um deles disse a ele. — Deixe os outros...

— O que? — Charlie balançou a cabeça, confuso. — Esse é o meu refém!

— Não. — o sereiano disse categoricamente antes de apontar para Elaina. — Esse é o seu refém.

— Ok, claramente houve um mal-entendido...

Mas os sereianos não se importavam enquanto apontavam suas lanças agressivamente sob o queixo do menino, furiosos por ele os estar questionando.

De repente, Charlie entendeu.

Ninguém sabia que ele e Hermione estavam juntos; eles ainda não tinham contado a ninguém. Então, julgando pelas datas do Baile de Inverno, fazia sentido que a prisioneira de Charlie fosse Elaina, e a de Krum, por mais doloroso que fosse admitir, fosse Hermione.

Lançando um último olhar triste para o corpo sem vida de Hermione, Charlie nadou até Elaina e desta vez, os sereianos não o impediram. Ele ergueu a pedra irregular mais uma vez e, após um minuto de trabalho duro, as amarras se romperam, soltando a francesa em seus braços.

Charlie olhou para o relógio para ver quanto tempo restava - ele havia parado de funcionar.

Então, os sereianos ao seu redor apontaram animadamente sobre sua cabeça. Charlie olhou para cima e viu Harry nadando em direção a eles. Havia guelras na lateral de seu pescoço e suas mãos e pés eram palmados - o guelrinho parecia funcionar.

— Vai! — ele murmurou quando viu Charlie, parecendo em pânico. — Fleur e Krum estão vindo agora!

Sentindo-se enormemente aliviado, Charlie entregou a pedra a Harry, permitindo que ele libertasse Ron. Harry puxou seu refém para cima e fora de vista depois de devolver a pedra ao amigo. Ele pensou que Charlie o seguiria, mas o garoto de olhos castanhos não se mexeu.

Ele não podia simplesmente deixar Hermione, ou Gabrielle, no fundo do lago, sem qualquer tipo de garantia de que elas ficariam bem. Especialmente porque o tempo estava acabando, e de acordo com a música, os reféns estariam perdidos depois de uma hora.

De repente, os sereianos começaram a gritar animadamente. Charlie se virou e viu algo monstruoso cortando a água em sua direção; um corpo humano com cabeça de tubarão.

Era Krum. Ele parecia ter se transfigurado - mas mal.

Krum nadou direto para Hermione e começou a morder as cordas dela; o problema era que seus novos dentes estavam posicionados de maneira muito desajeitada para morder qualquer coisa menor que um golfinho, e Charlie tinha certeza de que, se Krum não tomasse cuidado, iria partir Hermione ao meio.

Lançando-se para a frente, Charlie atingiu Krum com força no ombro e ergueu a pedra pontiaguda. Viktor relutantemente o agarrou e começou a libertar Hermione. Em segundos, ele havia feito isso; ele agarrou Hermione pela cintura e, sem olhar para trás, começou a subir rapidamente com ela em direção à superfície.

Charlie respirou aliviado, mas onde estava Fleur? Ela deveria estar aqui agora e, no entanto, não havia sinal dela. Não havia nada a ser feito, exceto...

Ele agarrou a pedra, que Krum havia deixado cair, mas os tritões agora se aproximaram de Elaina e da garotinha, balançando a cabeça para ele.

Charlie puxou sua varinha. — Experimente, eu te desafio.

O garoto de olhos castanhos levantou três dedos para se certificar de que eles entenderam a mensagem. Lentamente, o menino baixou um dedo após o outro.

Um...

Dois...

Três...

Antes mesmo de Charlie disparar, os tritões se dispersaram. O menino instantaneamente disparou para frente, cortando as cordas em volta dos tornozelos da menina até que ela finalmente se libertou. Então ele agarrou as duas garotas pela cintura e chutou o chão, dando-lhe impulso para nadar em direção à superfície.

Foi um trabalho muito lento voltar ao topo, mas Charlie estava determinado a devolver as duas garotas com segurança à superfície, apesar de elas o pesarem como âncoras. As pernas do menino estavam travando no esforço de continuar nadando, mas ele sabia que estava cortando perto com o tempo, então deu todas as suas forças.

De repente, ele estava respirando com extrema dificuldade enquanto a bolha ao redor de sua boca estava evaporando, e ainda assim a escuridão estava definitivamente diminuindo agora... Ele podia ver a luz do dia acima dele...

Charlie chutou as pernas com tanta força e rapidez que parecia que seus músculos estavam gritando em protesto; seu cérebro parecia inundado, ele não conseguia respirar, precisava de oxigênio, tinha que continuar, não conseguia parar...

E então ele sentiu sua cabeça quebrar a superfície do lago; o ar maravilhoso, frio e claro estava fazendo seu rosto molhado arder; ele engoliu, sentindo como se nunca tivesse respirado direito antes, e, ofegante, empurrou Elaina e Gabrielle escada acima para a plataforma antes de subir atrás delas.

Charlie desabou quando suas pernas encontraram o chão duro. Ele estava de quatro agora, tremendo e tentando sugar o máximo de ar possível, mas tossindo pela ingestão inegável de água que tinha em seu sistema.

A multidão nas arquibancadas fazia muito barulho; gritando, todos pareciam estar de pé. Elaina e Gabrielle acordaram ofegando, olhando em volta, assustadas e confusas, mas também gratas por terem sido salvas.

O menino jurou que viu Elaina murmurar um rápido obrigada, em sua direção, ao qual ele acenou alegremente antes que a francesa se aconchegasse perto de Gabrielle.

— Charlie, seu idiota! — Ron gritou enquanto ele e Harry vinham correndo em direção ao amigo no chão. — Por que você salvou as duas?

— Fleur não apareceu. — Charlie ofegou, ainda tentando se recuperar. — Eu não poderia deixar Gabrielle lá embaixo.

— Você percebe que a música era apenas para garantir que você voltasse dentro do limite de tempo, certo? — repreendeu Ron. — Você perdeu tempo lá embaixo agindo como o herói! Eles não teriam realmente deixado ela se afogar!

— Está tudo bem. — disse Charlie, irritado, tentando recuperar o fôlego. — Não se preocupe com isso, apenas... — ele apontou para as duas francesas tremendo no canto da plataforma. — Ajude-as.

Fazendo o que foi dito, Harry e Ron rapidamente pegaram as toalhas e correram para ajudar Elaina e Gabrielle, deixando Charlie no chão, olhando para o céu, já que ele estava deitado de costas.

Seu avô foi o próximo a correr, inclinando-se sobre ele, bloqueando o sol de seus olhos.

— Você está bem, Charles? — ele perguntou, pânico evidente em sua voz.

Charlie sentou-se, olhando para seu avô com um leve sorriso, — Tudo bem.

Albus suspirou aliviado antes de ajudar Charlie a se levantar e incentivá-lo a ir até Madame Pomfrey antes de retornar à mesa dos juízes. — Eu preciso de todos os juízes aqui agora!

— Venha aqui você. — disse Madame Pomfrey quando Charlie se aproximou; ele estava tremendo ligeiramente por sua falta de roupa.

Ela agarrou Charlie pelo braço e puxou-o para perto dos outros, envolvendo-o com tanta força em um cobertor que ele se sentiu como se estivesse em uma camisa de força, e então ela forçou uma colher de uma poção muito quente em sua garganta, o vapor saindo de suas orelhas.

— Charlie!

Uma voz chamou e o menino nem tinha se virado antes de ser envolvido em um abraço apertado. Percebendo que era ninguém menos que Hermione, que estava viva e bem, Charlie retribuiu o abraço, saboreando o momento com ela como se fossem apenas duas pessoas por perto.

— Você está bem? — ela gritou, tirando sua própria toalha e enrolando-a em volta dele. — Você deve estar congelando! Merlin, Charlie! Você me assustou demais, mas você conseguiu! Você descobriu!

— Você tem um besouro d'água no cabelo, Herm-ninny-one. — disse Viktor Krum, olhando para o abraço dos dois com uma expressão levemente amarga.

Charlie teve a impressão de que Krum estava chamando a atenção dela de volta para si mesmo; talvez para lembrá-la de que ele acabara de resgatá-la do lago, mas Hermione afastou o besouro com impaciência e disse: — Você está bem fora do limite de tempo, Charlie... Mas pessoalmente, achei que você teve um desempenho admirável!

O garoto de olhos castanhos riu. — Eu, obviamente, cheguei por último, Hermione.

— Penúltimo. — Hermione corrigiu com um largo sorriso. — Fleur nunca passou dos grindylows!

Charlie nem teve a chance de reagir quando Madame Pomfrey passou por eles, Elaina em seus braços. Ela a levou até Charlie e os outros, deu a ela um cobertor e um pouco de Poção Reanimadora, então foi buscar Fleur e sua irmã. Fleur tinha muitos cortes no rosto e suas vestes estavam rasgadas, mas ela não parecia se importar, nem permitia que Madame Pomfrey as limpasse.

— Cuide de Gabrielle. — ela disse a ela, e então se virou para Charlie.

— Você salvou ela. — disse ela sem fôlego. — Mesmo que ela não fosse sua refém.

Charlie sorriu e sussurrou para que os juízes não ouvissem: — Eu te devia uma.

Fleur sorriu largamente antes de se inclinar e beijar Charlie duas vezes em cada bochecha para a qual Hermione lançou um olhar furioso em sua direção. Charlie, percebendo isso, deslizou sua mão na dela de forma imperceptível, dando-lhe um aperto reconfortante antes de soltá-la.

A expressão de raiva de Hermione caiu e foi rapidamente substituída por um sorriso malicioso; ela sabia que tinha aquele garoto em volta de seu dedo - ela estava apenas esperando que ele oficializasse.

Nesse momento, a voz magicamente ampliada de Ludo Bagman explodiu ao lado deles, fazendo todos pularem e fazendo com que a multidão nas arquibancadas ficasse muito quieta.

— Senhoras e senhores, chegamos à nossa decisão. Disseram-nos exatamente o que aconteceu no fundo do lago e, portanto, decidimos atribuir notas de cinquenta para cada um dos campeões, da seguinte forma...

— Fleur Delacour, embora tenha demonstrado um excelente uso do Feitiço Bubble-Head, foi atacada por grindylows enquanto se aproximava de seu objetivo e não conseguiu recuperar seu refém. Nós concedemos a ela vinte e cinco pontos.

Houve um leve aplauso das arquibancadas.

— Eu merecia zero. — disse Fleur guturalmente, balançando a cabeça em derrota.

— Harry Potter, que usou gillyweed com grande efeito, foi o primeiro a retornar com seu refém, embora tenha retornado um minuto fora do limite de tempo de uma hora. — Enormes aplausos da multidão; Charlie até viu Cho, que estava na arquibancada, dar a Harry um olhar brilhante. — Portanto, concedemos a ele quarenta e cinco pontos.

O coração de Charlie afundou - se Harry estava fora do limite de tempo, ele certamente estava.

— Viktor Krum usou uma forma incompleta de Transfiguração, que foi eficaz, e foi o segundo a retornar com seu refém. Nós concedemos a ele quarenta e dois pontos.

Karkaroff bateu palmas com muita força, parecendo muito superior.

— Charlie Hawthorne, como a Srta. Delacour, usou o Feitiço da Cabeça de Bolha. — continuou Bagman. — Ele voltou por último e bem fora do prazo de uma hora. No entanto, fomos informados de que o Sr. Hawthorne foi o primeiro a alcançar os reféns e que o atraso em seu retorno foi devido à sua determinação em devolver todos os reféns à segurança, não apenas dele.

Quase todo mundo ao redor dele deu a Charlie olhares meio exasperados, meio compassivos, mas Hermione olhou para ele como se nunca o tivesse achado mais atraente do que naquele momento - toda garota adora um herói.

— A maioria dos juízes. — disse Bagman, dando a Karkaroff um olhar muito desagradável. — Acham que isso mostra fibra moral e merece nota máxima. No entanto... A pontuação do Sr. Hawthorne é de quarenta e cinco pontos.

O estômago de Charlie deu um pulo - ele ainda estava empatando em primeiro lugar com Harry com oitenta e cinco pontos. Krum ficou furioso em segundo com oitenta pontos, e Fleur em terceiro lugar com sessenta e dois pontos, ainda administráveis; ainda era o jogo de qualquer um.

Ron e Hermione, pegos de surpresa, olharam para seus amigos, então riram e começaram a bater palmas com o resto da multidão.

— Aí está. Charlie! — Ron gritou acima do barulho. — Você não estava sendo estúpido afinal - você estava mostrando fibra moral!

Fleur estava batendo palmas muito forte também, mas Krum não parecia nem um pouco feliz. Ele tentou conversar com Hermione novamente, mas ela estava muito ocupada torcendo por Charlie para ouvir.

— A terceira e última tarefa acontecerá ao entardecer do dia 24 de junho. — continuou Bagman. — Os campeões serão notificados do que está por vir precisamente um mês antes. Obrigado a todos pelo apoio aos campeões.

Depois de uma noite de sucesso comemorando com toda a Grifinória, Charlie sentou-se na sala comunal.

Ele não conseguia dormir, seu corpo ainda estava cheio de adrenalina, então ao invés disso, ele desceu e se sentou no sofá. Ele olhou distraidamente para o fogo, repassando os eventos de hoje em sua cabeça. Já passava da meia-noite e o único som ouvido dentro da sala era o crepitar do fogo, já que todos haviam ido dormir cedo depois de um dia tão agitado.

A mente de Charlie estava cheia de pensamentos, mas depois de hoje, uma coisa ficou clara em sua cabeça.

Mas bem quando ele estava prestes a admitir para si mesmo, um par de braços serpenteou em volta de seu pescoço por trás, e um beijo foi plantado em sua bochecha. Ele nem tinha ouvido Hermione descer as escadas porque estava muito preocupado com seus pensamentos furiosos.

— É tarde. — ela sussurrou em seu ouvido, causando arrepios na espinha do menino. — O que você ainda está fazendo acordado?

— Eu poderia te fazer a mesma pergunta. — Charlie disse, um sorriso atrevido se formando em seus lábios.

Ele inclinou a cabeça para trás apenas o suficiente para Hermione se inclinar e conectar seus lábios para um beijo rápido, que só foi quebrado quando seus sorrisos apareceram.

— No que você está pensando? — Hermione perguntou, sorrindo para ele enquanto eles se separavam.

Charlie retribuiu o sorriso dela, mas o dele era muito mais brincalhão, enquanto o dela era muito mais amoroso.

— Bem, você, é claro.

Hermione revirou os olhos brincando. — Tão clichê.

— Eu sei, mas é a verdade. — Charlie disse com uma risada enquanto se levantava do sofá, fazendo com que os braços de Hermione se soltassem ao redor dele.

Ela o observou com um olhar curioso enquanto ele andava até onde ela estava, e agarrou ambas as mãos dela, entrelaçando-as.

— Eu estive sentado aqui pensando em você, bem sobre nós, na verdade... E sobre o que exatamente está acontecendo entre nós. — Charlie disse suavemente, balançando as mãos para frente e para trás levemente por causa do nervosismo.

A respiração de Hermione ficou presa na garganta enquanto ela olhava nos olhos dele; o mesmo brilho neles de antes.

— Sabe. — ele começou. — Passei a maior parte da minha vida com medo e, francamente, sem saber o que poderia vir a seguir. Ao crescer, meu pai incutiu em mim ideologias que, para dizer o mínimo, são cruéis e degradantes. para aqueles que não são considerados puros. — ele parou para tomar uma respiração trêmula. — E ainda assim, eu olho para você - alguém que, literalmente, representa tudo o que eu fui ensinado a ser contra - e meu coração dispara.

As bochechas de Hermione ficaram rosadas, pois ela praticamente podia ouvir o coração de Charlie batendo em seu peito; ela achou adorável que ele estivesse tão nervoso.

— Meu ponto é. — ele continuou, suas mãos ainda conectadas. — Eu não estou mais com medo ou inseguro do que eu quero. No lago hoje, quando eu vi que você estava sendo mantida em cativeiro, eu nem precisei pense duas vezes antes de tentar salvá-lo. Você é, sem dúvida, quem eu sentiria falta neste mundo se algo tivesse acontecido... — ele pausou novamente, desta vez para organizar seus pensamentos. — Chegando a esta conclusão, percebi que a vida é muito curta para eu não ser honesto sobre como me sinto.

Charlie respirou lentamente; ele queria ter certeza de que disse tudo perfeitamente, ele não queria estragar tudo. Hermione apenas continuou olhando para ele, esperando em antecipação, mas ela poderia ter adivinhado o que estava por vir, e sua resposta já estava confirmada em sua cabeça.

— Então, com isso dito. — ele riu levemente para cortar a intensidade. — eu não estou com medo de admitir que me apaixonei por uma bruxa nascida trouxa, para grande desapontamento de meu pai. Eu não estou mais assustado com o fato que eu não conseguia parar de pensar em você, mesmo quando estávamos andando em uma linha tênue entre amigos e mais do que isso. Não estou com medo de quão vulnerável você me faz sentir, ou de como sua risada pode literalmente fazer meu coração bater forte do meu peito.

— Pela primeira vez, minha cabeça está clara e estou confiante em dizer que nunca tive tanta certeza sobre nada na minha vida do que neste momento, do que sobre você. — havia tanta confiança em sua voz após cada linha que o coração de Hermione doía por ele. — Então, Hermione Granger, tanto quanto eu amo nosso pequeno encontro secreto entre as estantes e nossos beijos roubados quando ninguém está olhando. — ambos riram. — Eu realmente adoraria se puséssemos um título no que é isso... Você quer ser minha namorada?

— Sim. — Hermione suspirou instantaneamente, lágrimas de felicidade fluindo de seus olhos; ela nem precisou pensar duas vezes.

— Sério? — Charlie perguntou suavemente, encontrando seu olhar com um sorriso revivido.

— Sim, Charlie. — Hermione disse novamente, desta vez jogando os braços em volta do pescoço dele com entusiasmo e puxando-o para perto. — Mil vezes, sim.

Então, ela reafirmou suas palavras com suas ações, esmagando seus lábios nos dele. Esse beijo foi diferente de todos os que haviam compartilhado antes. Havia muito mais emoção crua neste beijo do que em qualquer outro; alegria, felicidade, alívio, euforia, antecipação e até amor, embora fosse muito cedo para eles admitirem isso. Sem falar que era muito mais suave e íntimo, ao invés de apaixonado e sensual.

— Finalmente. — Hermione murmurou contra os lábios dele enquanto eles se afastavam. — Você demorou o suficiente.

Charlie descansou sua testa na dela; seu sorriso nunca deixando seu rosto. — Antes tarde do que nunca, eu suponho.

— Eu suponho. — Hermione imitou de brincadeira, fazendo seu namorado rir antes de silenciá-lo com outro beijo de excitação, percebendo que ela finalmente poderia se referir a ele como seu namorado.

— Então. — Charlie disse enquanto eles se afastavam novamente. — O que vamos dizer aos outros?

Hermione suspirou. Ela sabia que era apenas uma questão de tempo até que todos descobrissem, mas era errado ela querer manter o relacionamento deles para si mesma por um tempo? Seus amigos, por mais que ela os amasse, podiam ser tão intrusivos.

— Vamos contar a todos... Eventualmente... — ela respirou fazendo com que Charlie levantasse uma sobrancelha, levando-a a explicar o porquê. — Eu só - eu quero que nós gostemos de estar juntos primeiro antes que de repente se torne uma coisa para todos os outros. Você sabe como são Ron e Harry, e depois tem Gina.

— Eu entendo. — Charlie riu ligeiramente, impedindo Hermione de tagarelar. — Aqueles pequenos encontros secretos nas estantes são bons demais, você não quer que eles parem.

Hermione deu um tapa brincalhão no ombro de Charlie, tentando limpar o sorriso recém-descoberto em seu rosto antes de passar os braços ao redor dele.

— E daí se eu não fizer isso? — ela brincou. — Eu não ouço você reclamando.

— Oh, eu não estou. — Charlie sorriu. — Embora Madame Pince possa...

— Charlie! — Hermione repreendeu, esbofeteando-o novamente, e indo tão longe a ponto de afastá-lo ligeiramente.

O garoto de olhos castanhos riu baixinho, ciente de que as pessoas ainda estavam dormindo, mas mesmo assim, ele puxou sua garota para perto mais uma vez, inclinando a testa para trás na dela.

— Nosso segredinho. — ele sussurrou, fazendo o rosto de Hermione esquentar. — Por enquanto.

Hermione assentiu. — Só por enquanto... Eu prometo.

Charlie sorriu antes de capturar seus lábios novamente. Os dois ficaram ali, se agarrando sem pensar na sala comunal, sem se importar com o mundo, por quase uma hora - eles estavam realmente saboreando esse momento juntos.

Então, quase às duas da manhã, ambos acharam melhor encerrar a noite. Eles subiram as escadas juntos, mas quando chegou a hora de Hermione ir para um lado e Charlie para o outro, o menino achou difícil terminar a noite.

Ele continuou fazendo essa coisa de dar um beijo de boa noite nela, deixá-la ir, mas depois puxá-la de volta e beijá-la novamente. Charlie conseguiu fazer esse truque com sucesso três vezes, embora Hermione soubesse exatamente o que ele estava fazendo.

Mas quando ele foi puxá-la de volta pela quarta vez, Hermione gritou. — Charlie!

— Sinto muito. — ele murmurou, suas bochechas doíam com a quantidade de sorrisos que ele estava dando. — Eu só - eu quero ter certeza de que isso... É real.

Hermione olhou para ele, seu coração praticamente explodindo com sua fofura, antes de deixá-lo puxá-la de volta mais uma vez, beijando-o levemente.

— É real. — ela sussurrou, se afastando.

— Você é minha namorada. — Charlie disse suavemente, um sorriso brincalhão dançando em seus lábios - ele amou a maneira como a palavra saiu de sua boca.

Hermione riu. — E você é meu namorado. Então, pela última vez. — ela deu um beijo final nos lábios dele. — Boa noite.

Com isso, ela recuou escada acima em direção ao seu dormitório, tentada a voltar ao ver Charlie observando-a atentamente - Deus, deveria ser ilegal o quanto aquele garoto fazia seu coração disparar.

— Boa noite.

O menino ficou parado ao pé da escada por um momento, esperando que o som de seus passos desaparecesse, antes de socar silenciosamente o ar em vitória.

Ele fez isso.

Hermione Granger agora era sua namorada.

Charlie não conseguia se lembrar de um período em sua vida em que tivesse sido mais feliz do que naquele momento. Ele entrou furtivamente em seu dormitório naquela noite, deslizando em sua cama antes de finalmente cochilar.

Como provavelmente se poderia supor, os dois foram dormir naquela noite sentindo-se absolutamente felizes.

Nas palavras de Hermione Granger:

Demorou bastante...

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