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031

𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO TRINTA E UM
─── REVELAÇÕES E CONFRONTOS

A MENTE DE Charlie ficou em branco com o choque.

Os quatro ficaram paralisados de horror no topo da colina. Os últimos raios do sol poente lançavam uma luz sangrenta sobre o terreno sombreado por muito tempo.

— Hagrid. — Charlie murmurou, seus olhos se arregalaram; ele queria estar lá para o meio-gigante porque sabia que Hagrid estaria lá para ele se os papéis fossem invertidos.

Sem pensar no que estava fazendo, ele começou a descer a colina mais uma vez, mas Harry, Ron e Hermione agarraram seus braços.

— Nós não podemos. — Disse Ron, que era branco como papel. — Ele terá problemas piores se souberem que fomos vê-lo.

— Ron está certo. — Acrescentou Harry. — Nós não podemos ser vistos. Charlie, se você descer lá-

— Eu não me importo com o que meu pai vai dizer! — Charlie gritou, com raiva. — Hagrid é nosso amigo, deveríamos ter-

O garoto parou quando percebeu que a respiração de Hermione estava superficial e irregular.

— Como eles puderam fazer isso? — Ela engasgou. — Como eles puderam fazer isso?

O rosto de Charlie caiu instantaneamente e ele de repente esqueceu sua raiva. Ele se moveu para confortar a garota mais uma vez. Ver Hermione chorar fez seu coração afundar e sua voz ficar presa na garganta.

O menino não sabia o que dizer, então, em vez disso, ele a abraçou forte enquanto Hermione chorava em seu peito. Mal sabia ele que essa simples ação significava o mundo para ela, porque naquele momento ela sabia - ele iria parar tudo para estar lá para ela em seu momento de necessidade.

— Vamos. — Disse Ron, cujos dentes pareciam estar batendo.

Eles voltaram para o castelo, andando devagar enquanto ainda tentavam processar o que tinham acabado de testemunhar. A luz estava desaparecendo rapidamente agora.

— Perebas, fique quieto. — Ron sussurrou, apertando a mão sobre o peito. O rato estava se contorcendo loucamente. Ron parou de repente, tentando enfiar Perebas no bolso. — Qual é o problema com você, seu rato estúpido? Fique parado- OUCH! Ele me mordeu!

— Ron, fique quieto! — Hermione sussurrou com urgência. — O ministro Hawthorne estará aqui em um minuto-

— Ele não fica parado-

Perebas estava claramente aterrorizado. Ele estava se contorcendo com todas as suas forças, tentando se libertar do aperto de Ron.

— Qual o problema com ele?

— Perebas - NÃO!

Tarde demais - o rato escorregou entre os dedos de Ron, caiu no chão e fugiu. Antes que Harry, Charlie ou Hermione pudessem detê-lo, Ron havia fugido na escuridão, perseguindo Perebas.

— Ron! — Hermione gritou.

Ela trocou um olhar com Charlie e Harry, então os três seguiram em uma corrida.

— Perebas, venha aqui!

Houve um baque alto.

— Peguei você!

Harry, Charlie e Hermione quase caíram em cima de Ron; eles derraparam até parar bem na frente dele. Ele estava esparramado no chão, mas Perebas estava de volta em seu bolso; ele tinha as duas mãos apertadas sobre a massa trêmula.

— Ron, nós temos que voltar para o castelo. — Harry ofegou. — Dumbledore, o Ministro - eles vão voltar em um minuto-

Mas antes que pudessem recuperar o fôlego, ouviram o bater suave de patas gigantescas.

Algo estava saltando em direção a eles, quieto como uma sombra - um cachorro enorme, de olhos claros e preto como azeviche.

Charlie pegou sua varinha, mas era tarde demais - o cachorro deu um salto enorme e as patas dianteiras o atingiram com força no peito; ele se ajoelhou para trás, o vento o derrubou completamente, quando uma de suas garras conseguiu cortá-lo.

— Charlie! — Hermione gritou em tom de pânico. Ela tentou se aproximar dele, mas Harry a agarrou pelo braço, impedindo-a de se colocar em perigo.

A força do salto do cachorro o levara longe demais; rolou do garoto de olhos castanhos. Atordoado, sentindo como se suas costelas estivessem quebradas com sangue escorrendo pela bochecha, Charlie tentou se levantar; ele podia ouvir o cachorro rosnando enquanto derrapava para um novo ataque.

Ron estava de pé ao lado de Harry e Hermione. Quando o cachorro saltou de volta para eles, ele os empurrou para o lado; as mandíbulas do cachorro se fecharam ao redor do braço estendido de Ron. Harry avançou para detê-lo, mas não adiantou, pois o cachorro estava arrastando Ron tão facilmente como se ele fosse um boneco de pano.

Então, do nada, algo atingiu Harry com tanta força no rosto que ele foi derrubado. Charlie tinha acabado de se levantar quando ouviu Hermione gritar de dor e cair também.

Os olhos de Charlie se arregalaram quando ele se virou, a luz da lua mostrou a ele o tronco de uma árvore grossa; eles tinham perseguido Perebas na sombra do Salgueiro Lutador e seus galhos estalavam como se estivessem com um vento forte, chicoteando para trás e para frente para impedi-los de se aproximarem.

Lá, na base do tronco, estava o cachorro, arrastando Ron para trás em uma grande abertura nas raízes - o ruivo lutava furiosamente, mas sua cabeça e tronco estavam sumindo de vista.

— Ron! — Charlie gritou, tentando segui-lo, mas um galho pesado chicoteou letalmente no ar e ele foi jogado para trás, caindo ao lado de Hermione.

Os dois trocaram um olhar enquanto se levantavam, quase aliviados que o outro estava bem. Eles seguraram o olhar por um tempo antes de se aproximarem de Harry e ajudá-lo a se levantar.

Quando eles olharam para a árvore, tudo o que podiam ver agora era uma das pernas de Ron, que ele havia enganchado em uma raiz em um esforço para impedir o cachorro de puxá-lo mais para o subsolo, mas um estalo horrível cortou o ar como um tiro; A perna de Ron havia quebrado e, um momento depois, seu pé desapareceu de vista.

— N-nós temos que pedir ajuda. — Hermione ofegou; ela estava sangrando também; o Salgueiro a havia cortado no ombro.

Harry argumenta: — Não! Essa coisa é grande o suficiente para comê-lo; não temos tempo.

Charlie tentou raciocinar, — Harry, nós nunca vamos passar sem ajuda.

— Se aquele cachorro pode entrar, nós podemos também. — Harry ofegou, correndo de um lado para o outro, tentando encontrar um caminho através dos galhos ferozes, mas ele não conseguia chegar nem um centímetro mais perto das raízes das árvores sem estar ao alcance de os golpes da árvore.

Então, os três tentaram correr em direção a ela juntos.

Esquivando-se dos galhos do Salgueiro, Harry alcançou o tronco primeiro; ele rastejou para a frente, de cabeça, e deslizou por uma encosta de terra até o fundo de um túnel muito baixo. Charlie foi o próximo; ele caiu de costas ao lado de Harry com um baque forte - se suas costelas não estavam quebradas antes, definitivamente estavam agora. Segundos depois, Hermione deslizou atrás deles, pousando diretamente em cima de Charlie, de bruços.

Com um pequeno gemido de dor, o menino de olhos castanhos olhou para cima ao mesmo tempo que ela, seus rostos estavam agora a apenas centímetros de distância.

O momento lembrava o encontro de trem no início do ano. Eles podiam sentir o hálito quente e ofegante um do outro em seus rostos. Hermione estava tentando lutar contra a vontade de olhar para os lábios dele. Charlie, por outro lado, não pôde evitar - ele estava paralisado.

Desculpe, Ron, estarei com você em um segundo.

Charlie estava perdido no momento. Seu coração estava batendo fora de seu peito, mas ele não se atreveu a se mover. Se ele o fizesse, seus lábios se tocariam, e seria contra os desejos de Hermione de permanecerem amigos - só iria complicar ainda mais as coisas.

Hermione não se moveu para sair de cima dele. Ela estava muito ocupada tentando lutar contra um rubor de aparecer em seu rosto devido à proximidade de seus rostos. Deus, se eles estivessem em qualquer outra circunstância, ela teria se inclinado e-

— Vocês estão bem? — Harry interrompeu enquanto olhava para seus dois amigos com um pequeno sorriso.

Charlie e Hermione relutantemente desviaram o olhar para o amigo. De repente, a percepção do que estava acontecendo os atingiu, e ambos se levantaram, envergonhados.

— Sim.

— Tudo certo.

Eles não olharam um para o outro. Eles estavam com medo do que isso significaria se o fizessem; seria como admitir o que quase aconteceu.

Em vez disso, Charlie apontou para um caminho longo e escuro que estava na frente deles.

— Por aqui. — Ele disse enquanto conduzia seus dois amigos pelo caminho.

— Onde sai este túnel? — Hermione perguntou sem fôlego.

— Eu não sei... — Harry disse enquanto olhava ao redor com curiosidade, — Está marcado no Mapa do Maroto, mas Fred e Jorge disseram que ninguém nunca entrou nele... Parecia que estava indo para Hogsmeade.

Eles se moveram o mais rápido que podiam. Continuava a passagem; parecia pelo menos tão longo quanto o de Dedosdemel.

Charlie estava respirando pesadamente, tentando ignorar a dor óbvia de sua caixa torácica. Então, o túnel começou a subir; momentos depois ele torceu. À frente, ele, Hermione e Harry podiam ver uma mancha de luz fraca através de uma pequena abertura.

Quando eles passaram, eles entraram em uma sala, uma sala muito desordenada e empoeirada. O papel estava descascando das paredes; havia manchas por todo o chão; todos os móveis estavam quebrados como se alguém os tivesse quebrado. As janelas estavam todas fechadas.

A sala estava deserta, mas uma orta à direita estava aberta, levando a um corredor sombrio. Hermione de repente agarrou o braço de Charlie, assustando Harry ligeiramente. Seus olhos arregalados estavam viajando ao redor das janelas com tábuas.

— Pessoal, — ela sussurrou, — acho que estamos na Casa dos Gritos.

Nesse momento, houve um rangido no alto. Alguma coisa havia se movido para cima. Os três olharam para o teto. O aperto de Hermione no braço de Charlie era tão forte que ele estava perdendo a sensibilidade em seus dedos. Ele ergueu as sobrancelhas para ela; ela assentiu e a soltou hesitante.

Silenciosamente, eles saíram para o corredor e subiram a escada em ruínas. Tudo estava coberto por uma espessa camada de poeira, exceto o chão, onde uma larga faixa brilhante havia sido feita por algo sendo arrastado para cima.

Eles chegaram ao topo. Apenas uma porta estava aberta. Enquanto se arrastavam em direção a ela, ouviram um movimento atrás dela. Charlie, Harry e Hermione trocaram um último olhar.

Com a varinha segura diante dele, Charlie abriu a porta com um chute.

Ao entrar, o menino examinou a sala. No chão, segurando sua perna, que se projetava em um ângulo estranho, estava Ron.

Harry, Charlie e Hermione correram em direção a ele.

— Ron, você está bem?

— Cristo, é melhor que esse rato valha a pena.

— Onde está o cachorro?

— Não é um cachorro. — Ron gemeu. Seus dentes estavam cerrados de dor. — Harry, é uma armadilha.

— O que?

— Ele é o cachorro... Ele é um Animago.

Ron estava olhando por cima do ombro de Harry. Seus três amigos tinham olhado ao redor. Com um estalo, o homem nas sombras fechou a porta atrás deles.

Uma massa de cabelo imundo e emaranhado pendia de seus cotovelos. Se os olhos não estivessem brilhando nas órbitas profundas e escuras, ele teria parecido um cadáver. A pele cerosa estava tão esticada sobre os ossos do rosto que parecia uma caveira. Seus dentes amarelos estavam à mostra em um sorriso.

Era Sirius Black.

Charlie levantou sua varinha-

Expelliarmus! — Black resmungou, apontando a varinha de Ron para ele.

A varinha de Charlie disparou de suas mãos, no ar, e Black a pegou. Então ele deu um passo mais perto. Seus olhos estavam fixos em Harry.

— Pensei que você viria ajudar seu amigo. — Disse ele com a voz rouca.

Sua voz soava como se ele tivesse perdido o hábito de usá-la há muito tempo. — Seu pai teria feito o mesmo por mim. Corajoso de sua parte não concorrer a um professor. Estou grato... Vai tornar tudo muito mais fácil.

A provocação sobre seu pai soou nos ouvidos de Harry. Um ódio fervente irrompeu no peito do menino, não deixando lugar para o medo. Sem saber o que estava fazendo, ele começou a avançar, mas houve um movimento repentino de cada lado dele e três pares de mãos o agarraram e o seguraram.

— Não, Harry! — Hermione ofegou em um sussurro petrificado, enquanto Charlie o mantinha no ritmo; Ron, no entanto, falou com Black.

— Se você quer matar Harry, você vai ter que nos matar também! — Ele disse ferozmente, embora o esforço de ficar em pé estava drenando sua cor, e ele balançou ligeiramente.

Algo cintilou nos olhos sombreados de Black.

— Deite-se, — ele disse baixinho para Ron, — você vai danificar essa perna ainda mais.

— Me ouviu? — Ron disse fracamente, embora estivesse se agarrando dolorosamente a Harry para ficar de pé. — Você vai ter que matar nós quatro!

— Haverá apenas um assassinato aqui esta noite. — Disse Black, e seu sorriso se alargou.

— Por que isso? — Charlie cuspiu, parando na frente de seus amigos, ainda segurando Harry. — Não se importou da última vez, não é? Não se importou em matar todos aqueles trouxas para pegar Pettigrew... Qual é o problema, ficou mole em Azkaban?

— Charlie! — Hermione choramingou. — Fique quieto!

— FODA-SE ISSO! ELE MATOU MINHA MÃE E MEU PAI! — Harry rugiu, e com um grande esforço ele se libertou das amarras de seus amigos e se lançou para frente.

Harry tinha derrubado Black no chão. Quando ele prendeu Black no chão, ele pegou sua varinha e apontou-a agressivamente sob o queixo; A mão de Harry estava tremendo de raiva.

Black simplesmente riu, — Vai me matar, Harry?

— Sim. — Harry disse com um olhar, — Para vingar meus pais.

— Harry, não! — Seus amigos gritaram simultaneamente.

Mas era tarde demais. Harry levantou sua varinha e assim que ele estava prestes a murmurar um feitiço-

BOOM!

A porta da sala se abriu em uma chuva de faíscas vermelhas e Charlie virou quando o Professor Lupin entrou correndo na sala, sua varinha levantada e pronta.

Os olhos de Lupin passaram por Ron, deitado no chão, por Hermione, agachada ao lado da porta, por Charlie, que o olhava com curiosidade, para Harry, parado ali com sua varinha cobrindo Black, e então para o próprio Black, enrugado e sangrando. debaixo da varinha de Harry.

Expelliarmus! — Lupin gritou.

A varinha de Harry disparou de sua mão para a de Lupin. O garoto rapidamente se levantou e olhou para Lupin com o mesmo olhar curioso de Charlie, enquanto Remus se aproximava de Sirius, olhando-o intensamente.

— Parecendo um pouco esfarrapado, não estamos, Sirius? — Ele disse, estendendo a mão para ajudar o criminoso a ficar de pé, — Finalmente a pele reflete a loucura interior.

Sirius Black sorri largamente enquanto pega a mão de Remus e se levanta, — Você sabe tudo sobre a loucura interior, não é, Remus?

Os dois se entreolharam; o momento tenso com a tensão. Então, Lupin deu um passo à frente e... Abraçou Sirius como um irmão.

Charlie imediatamente cerrou os dentes, avançando, muito para a tentativa de Hermione de puxá-lo de volta.

— Claro, — ele cuspiu, olhando para Lupin, — você enganou a todos nós! Você ajudou Black a entrar no castelo, não foi? Meu avô lhe deu uma oportunidade, e é assim que você o recompensa? Ajudando um assassino?! Você deve estar brincando!

O rosto de Lupin caiu levemente quando ele olhou nos olhos castanhos de Charlie que estavam queimando de fúria; o menino se sentiu o mais traído que já teve em sua vida.

Então, Hermione deu um passo à frente ao lado de Charlie, — Eu confiei em você! Todos nós confiamos! Eu até encobri você! E todo esse tempo você foi amigo dele!

Ela então se virou para seus três amigos e falou, enquanto apontava na direção de Lupin, — Ele é um lobisomem! É por isso que ele está faltando às aulas!

Charlie, Ron e Harry olharam, completamente estupefatos, para Lupin. Black uivou, amargamente divertido.

Lupin desviou o olhar entre todos na sala, antes de engolir em seco enquanto olhava para Hermione, — Há quanto tempo você sabe?

— Tem um tempo. — Hermione sussurrou. — Desde que fiz a redação do Professor Snape.

— Ele ficará encantado. — Disse Lupin friamente. — Ele atribuiu aquela redação esperando que alguém percebesse o que meus sintomas significavam... Você verificou o mapa lunar e percebeu que eu estava sempre doente na lua cheia? Ou você percebeu que o bicho-papão se transformou na lua quando me viu?

— Ambos. — Hermione disse baixinho.

Lupin forçou uma risada.

— Você é a bruxa mais brilhante da sua idade que eu já conheci, Hermione.

— Malditamente certo, ela é. — Charlie acrescentou com um pequeno sorriso para a garota de cabelos espessos antes de olhar mais uma vez para Lupin.

— Ah, entendemos. — Black disse, impaciente, — Você brilha como o sol e uiva para a lua. Chega de conversa! Ele morre! Agora, se você não fizer isso comigo, Remus, eu farei isso. Sozinho!

— Espere, Sirius-

— Já fiz minha espera! — Gritou Black, sua voz ligeiramente embargada quando ele de repente se lembrou de sua prisão. — Doze anos disso! Em Azkaban! Confie em mim, você não teria durado uma semana!

Lupin olhou para Black cuidadosamente, e então assentiu lentamente, — Tudo bem, como você quiser.

— Não! — Hermione gritou, tremendo de medo.

Ron enterrou a cabeça nos joelhos, assustado com o que viria a seguir. Charlie se manteve firme ao lado de Harry, protegendo-o enquanto seu amigo confrontava o assassino de seus pais.

— Você matou meus pais. — Ele cuspiu. — Você os traiu! Você os vendeu para Voldemort!

— Isso é uma mentira! — Black defendeu, — Eu nunca teria traído James e Lily!

— Harry, por favor. — Lupin implorou. — Você tem que ouvir.

— Ele ouviu? — Harry retaliou, sua voz aumentando ligeiramente. — Quando minha mãe estava morrendo! Ele a ouviu gritar?!

— Não! — Sirius gritou, seus olhos brilhando de dor. — Eu não estava lá! E vou me arrepender todos os dias pelo resto da minha vida!

— Alguém mais traiu seus pais, Harry. — Lupin explicou, suavemente. — Alguém nesta sala, agora. Alguém que, até muito recentemente, eu acreditava estar morto.

— Ele está praticamente morto.

Charlie levantou uma sobrancelha, — Do que diabos você está falando?

— Bem, Peter Pettigrew, é claro! — Black disse com um sorriso torto.

Os quatro grifinórios trocaram um olhar confuso.

— Vocês dois são absolutamente loucos. — Charlie cuspiu. — Peter Pettigrew está morto. Você o matou há doze anos!

Lupin suspirou, — Ele não está morto. Você mesmo o viu no mapa.

— O mapa estava mentindo então! — Harry rugiu.

— O mapa nunca mente! — Lupin gritou. — Eu sei, eu ajudei a escrevê-lo. Eu sou Moony - esse era o apelido que meus amigos me davam na escola.

Harry ficou surpreso, — Você escreveu-

— Sim, sim! — Black dispensou rapidamente, — Estamos perdendo tempo falando sobre coisas que podem ser discutidas mais tarde!

Black então se vira para Ron e canta uma canção cruel: — Saia, saia, Peter... Saia, saia e toque.

Ron afastou o olhar demente de Black, — Você está louco.

Como se fosse uma deixa, Perebas emergiu do bolso de Ron, debatendo-se desesperadamente; Ron teve que agarrar sua longa cauda careca para impedi-lo de escapar.

Lupin se aproximou de Ron. Ele parecia estar prendendo a respiração enquanto olhava atentamente para Perebas.

— O que? — Ron disse novamente, segurando Perebas perto dele, parecendo assustado. — O que meu rato tem a ver com isso?

— Isso não é um rato. — Resmungou Sirius Black de repente.

— O que você quer dizer? É claro que ele é um rato.

— Não, ele não é. — Disse Lupin calmamente. — Ele é um mago.

— Um Animago, — disse Black com um sorriso torcido enquanto observava o rato se contorcer de medo, — pelo nome de Peter Pettigrew.

Então, Sirius imediatamente atacou Perebas; Ron gritou de dor quando o peso de Black caiu em sua perna quebrada.

— Sirius, NÃO! — Lupin gritou, lançando-se para frente e arrastando Black para longe de Ron novamente, — ESPERA! Você não pode fazer assim, eles precisam entender. Nós temos que explicar.

— Nós podemos explicar depois! — Rosnou Black, tentando se livrar de Lupin. Uma mão ainda estava arranhando o ar enquanto tentava alcançar Perebas, que estava guinchando como um leitão, arranhando o rosto e o pescoço de Ron enquanto tentava escapar.

— Eles têm o direito de saber tudo! — Lupin ofegou, ainda tentando conter Black. — Ron o manteve como animal de estimação! Há partes disso que nem eu entendo, e Harry - você deve a verdade a Harry, Sirius!

Black parou de lutar, embora seus olhos vazios ainda estivessem fixos em Perebas, que estava firmemente preso sob as mãos mordidas, arranhadas e sangrentas de Ron.

— Tudo bem, então. — Disse Black, sem tirar os olhos do rato. — Diga a eles o que quiser. Mas seja rápido, Remus. Eu quero cometer o assassinato pelo qual fui preso.

Os quatro grifinórios trocaram um olhar muito curioso, porém temeroso, mais uma vez antes de ouvir Lupin enquanto ele contava sua história.

Lupin começou dizendo que quando ele veio para Hogwarts, como um jovem lobisomem, Dumbledore inventou uma maneira para ele deixar Hogwarts secretamente e em segurança através do Salgueiro Lutador e permanecer, durante a lua cheia, na Casa dos Gritos.

James Potter, Sirius Black e Peter Pettigrew eram amigos dele e notaram sua ausência mensal e descobriram sua verdadeira identidade. Lupin disse aos jovens grifinórios como eles trabalharam para se tornarem animagos para que pudessem assumir a forma animal e fazer companhia a ele sem se colocarem em perigo.

Os Marotos vagaram por toda parte e aprenderam todas as partes de Hogwarts e Hogsmeade, e finalmente usaram essa informação para criar o mapa.

Lupin então explicou que Snape, que agora faz a revolucionária poção Wolfsbane que permite que Lupin mantenha sua mente, permanecendo inofensivo durante sua transformação, já que um estudante sempre estava curioso sobre o desaparecimento mensal. O que resultou em uma brincadeira cruel que Lupin e seus amigos fizeram com o jovem sonserino, criando um rancor baseado em ódio que durou todos esses anos.

Então, assim que Lupin terminou a história-

Expelliarmus!

As varinhas de Remus e Sirius saíram de suas mãos na direção, coincidentemente, de Severus Snape, que estava parado na porta, com sua varinha levantada.

— Ah a vingança é doce. — Snape disse lentamente, enquanto se aproximava dos dois adultos. — Como eu esperava ser o único a pegar você.

— Severus-

— Eu disse a Dumbledore que você estava ajudando um velho amigo a entrar no castelo, e aqui está minha prova. — Snape cuspiu na direção de Lupin.

Os quatro grifinórios ficaram parados enquanto observavam o encontro se desenrolar, sem saber o que fazer. No entanto, mesmo sem perceber, Hermione agarrou o braço de Charlie mais uma vez na chegada de Snape. Seu toque a confortou; ele era exatamente o que ela precisava no momento.

Black falou sarcasticamente, — Brilhante! E, como sempre, completamente errado. Agora, nos devolva nossas varinhas. Remus e eu temos alguns negócios inacabados para resolver.

Quando Black se aproximou dele, Snape colocou a varinha sob o queixo, — Dê-me uma boa razão para eu fazer isso.

— Não seja tolo, Severus. — Lupin avisou.

— Ele não pode evitar. — Black riu. — É um hábito agora.

— Silêncio, Sirius!

— Oh me morda, Remus!

— A piada está em você de novo, Severus. — Black rosnou. — Desde que esse garoto traga seu rato até o castelo, — ele apontou com a cabeça para Ron, — eu irei tranquilamente.

— Até o castelo? — Perguntou Snape suavemente. — Eu não acho que precisamos ir tão longe. Tudo que eu tenho que fazer é chamar os Dementadores assim que sairmos do Salgueiro. Eles ficarão muito felizes em vê-lo, Black... Beijinho, ouso dizer.

A pouca cor que havia no rosto de Black o deixou.

— V-você tem que me ouvir. — Ele resmungou. — O rato, olhe para o rato-

Mas havia um brilho louco nos olhos de Snape que Charlie, Harry, Hermione ou Ron nunca tinham visto antes. Ele parecia além da razão.

— Vamos todos vocês. — Ele disse, dirigindo-se à sala antes de parar em Lupin. — Vou até mostrar a eles o lobisomem. Talvez os dementadores também dêem um beijo nele.

Antes que ele percebesse o que estava fazendo, Charlie se afastou das mãos de Hermione, atravessou a sala em três passos e bloqueou a porta.

— Saia do caminho, Hawthorne, você já está com problemas suficientes. — Rosnou Snape. — Se eu não estivesse aqui para salvar sua pele-

Os olhos de Black se arregalaram com o sobrenome de Charlie. Ele rapidamente se virou para Lupin, que deu um pequeno aceno de cabeça.

— Professor Lupin poderia ter nos matado umas centenas vezes este ano. — Charlie disse, ignorando a interação acontecendo atrás de Snape. — Harry esteve sozinho com ele muitas vezes, tendo aulas de defesa. Se ele estava ajudando Black, por que ele não acabou com Harry então?

— Não me peça para entender como a mente de um lobisomem funciona. — Sibilou Snape. — Saia do caminho, Hawthorne.

Antes que Snape pudesse dar outro passo em direção a Charlie na porta, Harry levantou sua varinha.

Expelliarmus! — Ele gritou - exceto que desarmar não foi tudo o que aconteceu. Houve uma explosão que fez a porta chacoalhar nas dobradiças; Snape foi levantado do chão e bateu na parede, então deslizou para o chão, um fio de sangue escorrendo por baixo de seu cabelo - ele havia sido nocauteado.

Os olhos de Charlie se arregalaram quando ele se virou para seu amigo, — Harry, o que você acabou de fazer?

— Nós atacamos um professor... Nós atacamos um professor... — Hermione choramingou, encarando Snape sem vida com olhos assustados. — Oh, nós vamos ter tantos problemas.

— Oh, diabos. — Ron murmurou do chão, ainda mais temeroso do que nunca.

Lupin olhou do corpo inconsciente de Snape para Charlie, que estava atordoado na porta.

— Obrigado, Charlie. — Disse ele.

— Eu não estou dizendo que acredito em você. — Ele disse a Lupin.

— Então é hora de lhe oferecermos algumas provas. — Disse Lupin. — Você, garoto - me dê Peter, por favor. Agora.

Ron apertou Perebas mais perto de seu peito.

— Pare com isso. — Disse ele fracamente. — Você está tentando dizer que ele fugiu de Azkaban só para colocar as mãos em Perebas? Quero dizer... — Ele olhou para Harry, Charlie e Hermione em busca de apoio. — Há milhões de ratos como ele. Como vai saber qual deles ele está atrás se ele foi trancado em Azkaban?

— Sabe, Sirius, essa é uma pergunta justa. — Disse Lupin, virando-se para Black e franzindo a testa ligeiramente. — Como você descobriu onde ele estava?

Black colocou uma de suas mãos em forma de garra dentro de suas vestes e tirou um pedaço de papel amassado, que ele alisou e estendeu para mostrar aos outros.

Era a fotografia de Ron e sua família que tinha aparecido no Profeta Diário no verão anterior, e lá, no ombro de Ron, estava Perebas.

— Como você conseguiu isso? — Lupin perguntou a Black, atordoado.

— Hawthorne, — disse Black, fazendo a cabeça de Charlie virar em sua direção, — quando ele veio inspecionar Azkaban no ano passado, ele me deu este papel. Lá estava Peter, na primeira página... Eu o reconheci instantaneamente... E Fenwick também. Ele me disse que se Peter era realmente culpado, era vez que ele conseguiu o que estava vindo para ele... Ele disse que eu deveria considerar isso como uma oferta de paz, considerando o fato de que o idiota ajudou a me transformar em primeiro lugar... Eu não sabia o que ele estava fazendo, mas eu não me importei. Eu tive que parar Peter antes que ele chegasse a Harry.

Dizer que Charlie estava atordoado era um eufemismo. Mesmo Hermione, Harry e Ron não sabiam como processar a informação.

— Meu pai? — Charlie parou em descrença.

Os olhos de Black se arregalaram quando ele desviou o olhar para Charlie, — O mesmo - nunca gostei muito dele. Achei que Julia estava louca quando nos disse que eles iam se casar, mas acho que entendi quando ela me disse que estava grávida.

Black se moveu em direção ao Hawthorne mais jovem e se ajoelhou um pouco, para encontrá-lo no nível dos olhos, — É um prazer conhecê-lo, Charles. Deus, parece que foi ontem que sua mãe nos mostrou sua primeira foto de ultra-som. E sobre sua perda... Eu soube disso pouco antes de ser enviado para Azkaban.

O menino de olhos castanhos não pôde deixar de deixar uma única lágrima rolar pelo seu rosto.

Hermione recuou um pouco, esperando a oportunidade de confortar o menino com a revelação recém-descoberta.

— V-você conhecia minha mãe? — Ele perguntou, suavemente.

Black sorriu largamente, — De fato, e que prazer foi conhecê-la. Ainda não posso acreditar que ela acabou com seu pai. Completamente opostos, eles eram. Sempre havia algo estranho em Fenwick... Ele sempre foi. Quem diria que ele seria o único a selar meu destino... Ele chegou ao local apenas um minuto depois de mim, coincidentemente... Ele disse que se sentia culpado por me trancar, mas ele tinha que fazer o que era certo para o Mundo Mágico... O bastardo até disse que ele mesmo viu o corpo mutilado de Peter, e aparentemente todas as pistas levaram a mim.

— Você está fugindo do assunto, Sirius. — Lupin avisou. — Não sobrecarregue o pobre menino com os erros cometidos por seu pai.

Charlie foi protestar - ele queria ouvir mais. Mas o momento se foi, quando os olhos de Black se encheram de raiva mais uma vez quando ele olhou para Perebas.

Ron balançou a cabeça enquanto Black se aproximava dele mais uma vez, — Não, de jeito nenhum! Perebas não! Ele está na minha família há-

— Doze anos! — Sirius disse amargamente. — Uma vida curiosamente longa para um rato de jardim comum! Ele está sem um dedo do pé, não é?

— E daí? — O ruivo retaliou.

De repente, Charlie juntou as peças, — Você ouviu meu pai no Três Vassouras, Ron... Tudo o que encontraram de Pettigrew foi um-

— Dedo, sim. — Black rosnou. — O covarde sujo cortou para que todos pensassem que ele estava morto! Aparentemente funcionou! Enganou Fenwick - enganou o mundo! Então, ele se transformou em um rato para escapar!

Charlie encarou os olhos fundos de Black. Ele queria acreditar nele, mas precisava ver por si mesmo. - todos eles precisavam.

— Chega disso. — Disse Lupin, e havia um tom de aço em sua voz que Charlie nunca tinha ouvido antes. — Há uma certa maneira de provar o que realmente aconteceu. Ron, me dê esse rato.

— O que você vai fazer com ele se eu o der a você? — Ron perguntou a Lupin tenso.

— Forçá-lo a se mostrar. — Disse Lupin. — Se ele realmente é um rato, não vai machucá-lo.

Ron hesitou.

— Está tudo bem, Ron. — Harry tranquilizou, como de repente ele entendeu também. — Dê a ele.

A pedido de Harry, Ron estendeu Perebas e Lupin o pegou. Perebas começaram a chiar sem parar, torcendo e girando, seus pequenos olhos negros esbugalhados em sua cabeça.

— Pronto, Sirius? — Perguntou Lupin.

Black já havia recuperado a varinha de Snape. Ele se aproximou de Lupin e do rato lutando, e seus olhos molhados de repente pareciam estar queimando em seu rosto.

— Juntos? — Ele perguntou baixinho.

— Acho que sim. — Disse Lupin, segurando Perebas firmemente em uma mão e sua varinha na outra. — Na contagem de três. Um. Dois. TRÊS!

Um flash de luz azul-esbranquiçada irrompeu de ambas as varinhas; por um momento, Perebas ficou congelado no ar, sua pequena forma cinzenta se contorcendo loucamente. Ron gritou e o rato caiu no chão. Houve outro flash ofuscante de luz e então...

Uma cabeça estava subindo do chão; membros brotavam; um momento depois, um homem estava parado onde Perebas estivera, encolhendo-se e torcendo as mãos.

Ele era um homem muito baixo. Seu cabelo fino e incolor estava despenteado e havia uma grande careca no topo. Ele tinha a aparência encolhida de um homem gordo que perdeu muito peso em pouco tempo. Sua pele parecia suja, quase como a pele de Perebas, e algo de rato permanecia em torno de seu nariz pontudo e seus olhos muito pequenos e lacrimejantes.

Ele olhou para todos eles, sua respiração rápida e superficial. Charlie viu seus olhos dispararem para a porta e voltarem.

— Bem, olá, Peter. — Disse Lupin agradavelmente, como se ratos frequentemente se transformassem em velhos amigos de escola ao seu redor. — Há quanto tempo.

— S-Sirius... R-Remus... — Até a voz de Pettigrew estava esganiçada e trêmula, como se ele estivesse nervoso. Mais uma vez, seus olhos dispararam em direção à porta. — Meus amigos... Meus velhos amigos.

O braço da varinha de Black se ergueu, mas Lupin o agarrou pelo pulso, deu-lhe uma advertência, então se virou novamente para Pettigrew, sua voz leve e casual.

— Nós estivemos tendo uma conversinha, Peter, sobre o que aconteceu na noite em que Lily e James morreram. Você pode ter perdido os pontos mais delicados enquanto estava chiando lá embaixo no chão-

— Remus, — ofegou Pettigrew, e Harry pôde ver gotas de suor brotando em seu rosto pálido, — você não acredita nele, não é? Ele tentou me matar, Remus...

— Então nós ouvimos. — Disse Lupin, mais friamente. — Eu gostaria de esclarecer um ou dois pequenos assuntos com você, Peter, se você for tão-

— Ele veio para tentar me matar de novo! — Pettigrew guinchou de repente, apontando para Black, e Charlie viu que ele usava o dedo médio, porque o indicador estava faltando. — Ele matou Lily e James e agora ele vai me matar também... Você tem que me ajudar, Remus.

Lupin não respondeu. Em vez disso, ele ficou parado, observando atentamente as ações de Pettigrew. Os olhos pequenos e lacrimejantes de Peter dispararam em direção à porta mais uma vez. De repente, ele fez uma pausa para isso, mas Charlie foi rápido em se mover na frente dele.

O nariz de Pettigrew se contraiu, seu olhar olhando diretamente nos olhos de Charlie antes de agarrar o menino pelos ombros, — Oh Charles, graças a Deus! Por favor! Você tem que me ajudar, assim como seu pai fez! Grande homem, ele é, seu pai! Seja como ele! Por favor! Ajude-me!

O menino de olhos castanhos cerrou os dentes antes de empurrar Peter para longe dele, — Eu não sou nada como meu pai.

— Por favor, Charles! — Pettigrew chorou. — Eu sou inocente!

Charlie balançou a cabeça em desgosto quando de repente começou a acreditar na história de Black, — Pessoas inocentes não correm.

Pettigrew caiu no chão, evitando o olhar de Remus e Sirius a todo custo. Ele estava olhando ao redor da sala, tentando encontrar ajuda, quase como se estivesse fazendo isso para evitar a verdade.

— Ron... — Ele implorou, — Eu tenho sido um bom amigo... Um bom animal de estimação? Você não vai deixar eles me matarem, Ron, você vai... Você está do meu lado, não está?

Mas Ron estava olhando para Pettigrew com a maior repulsa enquanto ele se aproximava da parede para se afastar dele.

— Bom garoto... Gentil mestre... — Pettigrew rastejou em direção a Ron, implorando por sua perna quebrada. — Você não vai deixar eles fazerem isso... Eu era seu rato... Eu era um bom animal de estimação.

— Se você foi um rato melhor do que um humano, não é muito para se gabar, Peter. — Disse Black asperamente.

Ron, ficando ainda mais pálido de dor, arrancou sua perna quebrada do alcance de Pettigrew. Pettigrew se ajoelhou, cambaleou para frente e agarrou a bainha do suéter de Hermione, ao qual Charlie imediatamente se tornou protetor, e se moveu em direção a ela.

— Doce menina... Menina inteligente... V-você não vai deixá-los... Me ajude.

Hermione puxou seu suéter das mãos de Pettigrew e se afastou atrás de Charlie, parecendo horrorizada.

Pettigrew ajoelhou-se, tremendo incontrolavelmente, e virou a cabeça lentamente para Harry.

— Harry... Harry... Você se parece com seu pai... Como ele-

— COMO VOCÊ OUSA FALAR COM HARRY? — Rugiu Black. — COMO VOCÊ OUSA ENFRENTÁ-LO? COMO VOCÊ OUSA FALAR SOBRE JAMES NA FRENTE DELE?

— Harry. — Sussurrou Pettigrew, arrastando os pés em direção a ele, as mãos estendidas. — Harry, James não queria que eu fosse morto... James teria entendido, Harry... Ele teria me mostrado misericórdia.

Tanto Black quanto Lupin avançaram, agarraram Pettigrew pelos ombros e o jogaram de costas no chão. Ele ficou sentado ali, se contorcendo de terror, olhando para eles.

— Você vendeu Lily e James para Voldemort. — Disse Black, que estava tremendo também. — Você nega?

Pettigrew começou a chorar. Era horrível assistir, como um bebê enorme e careca, encolhido no chão.

— Sirius, o que eu poderia ter feito? O Lorde das Trevas... Você não tem ideia... Ele tem armas que você nem imagina... Eu estava com medo, Sirius, eu nunca fui corajoso como você, Remus e James. Eu nunca quis que isso acontecesse... Você-Sabe-Quem me forçou.

— MENTIRA! — Gritou Black. — VOCÊ ESTAVA PASSANDO INFORMAÇÕES PARA ELE HÁ UM ANO ANTES DE LILY E JAMES MORRER! VOCÊ ERA O ESPIÃO DELE!

— Não era só eu! E-ele estava tomando conta de todos os lugares! — Ofegou Pettigrew. — O que havia a ganhar recusando-o?

— O que havia a ganhar lutando contra o bruxo mais malvado que já existiu? — Perguntou Black, com uma fúria terrível em seu rosto. — Só vidas inocentes, Peter!

— Você não entende! — Lamentou Pettigrew. — Ele teria me matado, Sirius!

— ENTÃO VOCÊ DEVERIA TER MORRIDO! — Rugiu Black. — MORRER AO INVÉS DE TRAIR SEUS AMIGOS, COMO NÓS TERÍAMOS FEITO POR VOCÊ!

Black e Lupin ficaram ombro a ombro, varinhas levantadas.

— Você deveria ter percebido, — disse Lupin calmamente, — se Voldemort não o matasse, nós o mataríamos. Adeus, Peter.

Hermione gritou de horror enquanto enterrava o rosto no ombro de Charlie. Ele imediatamente
envolveu um braço reconfortante ao redor dela.

— NÃO! — Harry gritou, para surpresa de todos.

Ele correu para frente, colocando-se na frente de Pettigrew, de frente para as varinhas.

— Vocês não podem matá-lo. — Disse ele sem fôlego. — Vocês não podem.

Black e Lupin pareciam estarrecidos enquanto seus três amigos olhavam para ele incrédulos.

— Harry, este pedaço de verme é a razão pela qual você não tem pais. — Black rosnou. — Este pedaço de imundície teria visto você morrer também, sem mexer um fio de cabelo. Você o ouviu. Sua própria pele fedorenta significava mais para ele do que toda a sua família.

— Eu sei. — Harry ofegou. — Nós o levaremos para o castelo. Nós o entregaremos aos dementadores... Ele pode ir para Azkaban... Mas não o mate.

— Atormentar! — Engasgou Pettigrew, e ele jogou os braços ao redor dos joelhos de Harry. — Obrigado. É mais do que eu mereço, obrigado.

— Saia de cima de mim. — Harry cuspiu, chutando as mãos de Pettigrew dele com desgosto. — Eu não estou fazendo isso por você. Estou fazendo isso porque eu não acho que meu pai gostaria que eles se tornassem assassinos só por você. Além disso, morto, a verdade morre com ele. Vivo... Os inocentes são libertados.

— Muito bem então. — Lupin disse suavemente, enquanto abaixava sua varinha. Ele e Black trocaram um olhar antes de Lupin falar novamente, — É o que Harry quer.

Charlie ajudou a tirar Ron da Casa dos Gritos e voltar pelas raízes do Salgueiro Lutador, que havia parado de se mover. Durante todo o tempo, Hermione e Harry levaram Snape. Lupin e Sirius guiaram Pettigrew até o topo, com suas varinhas posicionadas agressivamente em suas costas - qualquer movimento brusco, Peter estava morto.

Harry e Hermione colocaram o corpo inconsciente de Snape no chão ao lado do Salgueiro Lutador
enquanto Charlie ajudava Ron a elevar sua perna, para aliviar a pressão.

Dentro de alguns momentos, Hermione se juntou a Charlie ao lado de Ron, enquanto Sirius e Harry se moveram para compartilhar sua primeira conversa como padrinho e afilhado. Lupin assumiu o controle de Pettigrew a curta distância sem nenhum sinal de resistência.

— Você está bem, cara? — Charlie perguntou a Ron.

O ruivo acenou com a cabeça, — Perna quebrada é a menor das minhas preocupações. Eu tenho compartilhado uma cama com um assassino nos últimos meses. Inferno, ele está vivendo sob o mesmo teto que eu há doze anos!

O menino de olhos castanhos não pôde deixar de rir levemente, — Sim, eu acho que essa revelação foi a parte mais estranha.

Hermione observou os dois garotos interagirem atentamente antes de mudar seu olhar para Charlie especificamente. Ela observou seu perfil lateral; suas bochechas estavam levemente manchadas de lágrimas pela menção de sua mãe, mas também estavam cobertas de sangue e sujeira de sua corrida com o Salgueiro Lutador.

Sem perceber o que estava fazendo, ela estendeu a mão e acariciou a bochecha do menino, limpando o sangue de seu rosto. Charlie imediatamente se virou, um pouco assustado com a interação que estava acontecendo diante de um Ron muito confuso.

— Você está bem? — Hermione sussurrou.

Os olhos de Charlie derreteram com o toque dela antes que ele rapidamente acenou com a cabeça.

— Estou bem. — Ele disse com um pequeno sorriso ao qual ela retribuiu, quase aliviada ao saber que ele estava de fato bem.

Ao lado deles, Snape finalmente estava ficando consciente. O professor de cabelos compridos sentou-se ereto, olhando ao redor confuso. Charlie, Hermione e Ron compartilharam uma risada rápida quando um rosnado apareceu no rosto de Snape, percebendo o que deve ter acontecido.

Então uma nuvem mudou. De repente, havia sombras fracas no chão. A festa deles foi banhada pelo luar.

Snape instantaneamente mudou seu olhar para Lupin, enquanto Black fez o mesmo; ambos congelados com a visão. Sem hesitar, Snape se moveu na frente de Charlie, Hermione e Ron.

Charlie podia ver a silhueta de Lupin. Ele ficou rígido. Então seus membros começaram a tremer.

— Oh, meu Deus. — Hermione ofegou. — Ele não tomou sua poção esta noite! Ele não está seguro!

— Corram! — Black gritou. — Corram agora.

Ouviu-se um terrível rosnado. A cabeça de Lupin estava se alongando. Assim como seu corpo. Seus ombros estavam curvados. O cabelo estava brotando visivelmente em seu rosto e mãos, que estavam se curvando em patas com garras.

Quando o lobisomem empinou, estalando suas longas mandíbulas, Sirius desapareceu do lado de Harry. Ele havia se transformado. O enorme cão parecido com um urso saltou para a frente. Quando o lobisomem se soltou, o cachorro o agarrou pelo pescoço e o puxou para trás, longe das crianças e de Pettigrew. Eles estavam travados, mandíbula com mandíbula, garras rasgando uma à outra.

Charlie ficou parado, paralisado pela visão, muito concentrado na batalha para notar qualquer outra coisa. Foi o grito de Hermione que o alertou e o fez se concentrar.

Pettigrew mergulhou para pegar a varinha caída de Lupin.

Expelliarmus. — Charlie gritou, apontando sua própria varinha para Pettigrew; A varinha de Lupin voou alto no ar e sumiu de vista.

— Fique onde está! — Harry gritou, correndo para frente.

Tarde demais - Pettigrew havia se transformado. Harry e Charlie viram seu rabo careca chicotear por entre as árvores e ouviram um correr pela grama.

Houve um uivo e um rosnado retumbante; os dois garotos se viraram para ver o lobisomem levantando voo; estava galopando na floresta.

— Sirius, ele se foi, Pettigrew se transformou! — Harry gritou.

Black estava sangrando; havia cortes em seu focinho e nas costas, mas com as palavras de Harry ele se levantou novamente, e em um instante, o som de suas patas se desvaneceu enquanto ele avançava pelo terreno.

Então, além do alcance de sua visão, eles ouviram um ganido, um ganido: um cachorro com dor.

— Sirius. — Harry murmurou, encarando a escuridão.

Harry saiu correndo, Hermione e Charlie logo atrás dele, deixando Ron no chão sob a proteção do Professor Snape. Os ganidos pareciam vir do chão perto da beira do lago. Eles correram em direção a ela, correndo para fora, sentindo o frio sem perceber o que isso deveria significar.

Charlie, sendo o mais rápido, assumiu a liderança em direção aos gemidos do cachorro, mas parou abruptamente quando ficou cara a cara com o Professor Lupin em sua forma de lobisomem. Harry e Hermione alcançaram o garoto de olhos castanhos, mas ele rapidamente sinalizou para eles pararem - qualquer movimento brusco e Lupin atacaria.

O lobisomem se aproximou do menino. Harry tentou desesperadamente segurar Hermione enquanto ela choramingava em pânico com a visão diante dela.

Charlie puxou sua varinha mais uma vez, aterrorizado, mas atormentado também, sabendo que Lupin morava em algum lugar dentro da fera.

— Por favor, professor. — Ele tentou argumentar. — Pare... Sou eu.

Isso não funcionou, no entanto, já que Lupin permaneceu sem fase em sua forma de lobisomem, e se aproximou ainda mais do menino; seus rosnados cada vez mais famintos.

De repente... Um uivo perfurou a noite.

O lobisomem hesitou, inclinando a cabeça em direção à floresta. Charlie esperou, petrificado. Os olhos de Lupin voltaram para ele, rosnando enquanto ele se aproximava, pronto para matar - o garoto não ousava se mexer.

Com isso, um segundo uivo ecoou ao longe.

Desta vez, o lobisomem saltou em direção à floresta e desapareceu. Hermione não perdeu tempo antes de correr em direção ao garoto e envolvê-lo em um abraço - o confronto de Charlie com um lobisomem foi provavelmente a coisa mais assustadora que Hermione já tinha visto.

Eles se afastaram quando o ganido do cachorro continuou à distância, antes de parar abruptamente. Charlie, Hermione e Harry foram em direção a ele mais uma vez, e quando chegaram à margem do lago, eles viram por que ele havia parado - Sirius havia se tornado um homem. Ele estava agachado de quatro, com as mãos sobre a cabeça.

— Nããão. — Ele gemeu. — Nããão... Por favor.

Foi quando Harry, Hermione e Charlie os viram; Dementadores, pelo menos uma centena deles, deslizando em uma massa negra ao redor do lago.

Sirius se virou, o familiar frio gelado penetrando em suas entranhas, a névoa começando a obscurecer sua visão; mais surgiam da escuridão por todos os lados; eles os cercavam.

— Rápido! Pense em algo feliz! — Harry gritou, levantando sua varinha, piscando furiosamente.

Expecto Patronum!

Charlie acenou para Hermione, enquanto os dois levantavam suas varinhas para Harry.

Expecto Patronum!

Mas havia muitos deles, e os feitiços dos três Grifinórios não eram poderosos o suficiente.

Hermione caiu no chão, e Charlie podia sentir-se ficando mais fraco a cada minuto. Harry estava de joelhos, disposto a lutar até seu último suspiro, mas ele também estava falhando em lutar contra os dementadores; seu Patrono continuou piscando e morrendo.

Charlie assistiu, o que parecia, em câmera lenta enquanto o dementador mais próximo parecia estar considerando-os. Então levantou ambas as mãos podres e baixou o capuz.

Onde deveria haver olhos, havia apenas pele fina e cinzenta com crostas, esticada inexpressivamente sobre órbitas vazias. Mas havia uma boca... Um buraco aberto e sem forma, sugando o ar com o som de um chocalho da morte.

Um terror paralisante encheu Charlie de modo que ele não podia se mover ou falar, ele só podia assistir enquanto o Dementador atacava seu melhor amigo.

O dementador estava com Harry no pescoço, e o menino de óculos podia ouvir a voz de sua mãe gritando em sua cabeça, Charlie ia ver seu amigo morrer, antes que ele sofresse o mesmo destino.

Então, de repente - uma luz prateada brilhante envolveu a área, circundando os quatro.

Algo estava fazendo os Dementadores voltarem.

Eles estavam saindo. O ar estava quente novamente.

Com cada grama de força que conseguiu reunir, Charlie levantou a cabeça alguns centímetros e viu um animal em meio à luz, galopando através do lago. Acima dele, estava um pássaro, brilhando intensamente na luz, circulando em torno do animal galopante - quase parecendo dois protetores enviados por Deus.

Com os olhos embaçados de suor, Charlie tentou entender o que estava acontecendo, mas seus olhos mudaram quando viu Harry desmoronar ao lado do corpo de Sirius Black.

— Harry!

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