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𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO VINTE E NOVE
─── INVADINDO E PERAMBULANDO POR AÍ
PARECIA O FIM da amizade de Ron e Hermione. Cada um estava tão zangado um com o outro que ambos, Charlie ou Harry, não conseguiam ver como eles fariam as pazes.
Ron ficou furioso porque Hermione nunca levou a sério as tentativas de Bichento de comer Perebas, disse que não se preocupou em ficar de olho nele o suficiente, e ainda estava tentando fingir que Bichento era inocente, sugerindo que Ron procurasse Perebas sob todas as camas dos meninos. Enquanto isso, Hermione sustentava ferozmente que Ron não tinha provas de que Bichento havia comido Perebas, que os pelos ruivos poderiam estar lá desde o Natal, e que Ron tinha preconceito contra o gato dela desde que Bichento aterrissou em sua cabeça no Caldeirão Furado.
Hogwarts estava mudando a cada dia, em todos os lugares que iam viam sinais de segurança mais apertada; O professor Flitwick podia ser visto ensinando as portas da frente a reconhecer uma grande foto de Sirius Black; Filch estava subitamente agitado para cima e para baixo nos corredores, tapando tudo, desde pequenas rachaduras nas paredes até buracos de rato. Sir Cadogan tinha sido despedido. Seu retrato havia sido levado de volta ao patamar solitário no sétimo andar, e a Mulher Gorda estava de volta. Ela havia sido habilmente restaurada, mas ainda estava extremamente nervosa e concordou em retornar ao trabalho apenas com a condição de receber proteção extra. Um bando de trolls de segurança tinha sido contratado para protegê-la. Eles andavam pelo corredor em um grupo ameaçador, falando em grunhidos e comparando o tamanho de seus tacos.
Quanto a Harry e Charlie, eles conseguiram evitar que seus amigos brigassem por um tempo, pois estavam bastante focados na partida de Quadribol contra a Corvinal. Eles acabaram ganhando, é claro, agora que Harry tinha a melhor vassoura do mundo para pegar para o pomo. Mas, Charlie notou que Harry não comemorou a vitória como esperavam. Em vez disso, ele estava apaixonado pela apanhadora da Corvinal, Cho Chang. Ela era mais baixa que Harry por cerca de uma cabeça, mas ainda assim, o garoto não pôde deixar de notar, por mais nervoso que estivesse, que ela era extremamente bonita.
Charlie não pôde deixar de rir da nova e inegável paixão de seu amigo, mas a realidade o atingiu como uma tonelada de tijolos quando percebeu que Harry estava seguindo o mesmo caminho que Charlie havia seguido com Hermione. Harry, assim como Charlie, tinha a impressão de que poderia haver algo mais entre ele e a garota que ele gostava, quando na verdade a garota só o via como um amigo.
As únicas vezes que Charlie e Hermione conversavam eram em cenários de grupo onde Ron, Harry, ou mesmo Neville ou Gina estavam presentes, mas mesmo assim, era mínimo. Ao contrário de antes de ser rejeitado, Charlie não a procurou mais individualmente, por medo de provocar sentimentos que, obviamente, não eram correspondidos.
Ele tinha que seguir em frente.
Ele teve que.
Se não o fizesse, passaria cada minuto de cada dia pelo resto do ano se perguntando como tinha estado tão errado. O mero pensamento disso o destruiu. Ele não tinha percebido até que ponto seus sentimentos haviam se desenvolvido até o momento em que ela o rejeitou - quando de repente parecia que seu mundo inteiro desmoronou.
Quando as coisas ficaram tão complicadas?
Charlie e Hermione eram amigos. Isso é tudo o que eles deveriam ser. Então, por que ele se permitiu sentir do jeito que ele fez? Claro, eles compartilharam alguns momentos, mas desenvolvendo essa... Paixão.
Isso foi completamente inesperado.
O garoto de olhos castanhos foi tirado de seus pensamentos com o som das corujas da escola descendo, que focaram sua visão de volta no Salão Principal, onde ele estava sentado tomando café com Ron e Harry.
Edwiges havia pousado na mesa com um envelope preso em suas garras. Harry deu a ela um pequeno animal de estimação, antes de rasgar a carta e ler em voz alta:
Queridos Harry, Charlie e Ron,
Que tal tomar um chá comigo esta tarde por volta das seis? Eu vou buscá-los no castelo.
ME ESPEREM NO SALÃO DE ENTRADA; VOCÊS NÃO ESTÃO PERMITIDO ANDAR POR CONTA PRÓPRIA.
Felicidades, Hagrid.
Então, às seis horas daquela tarde, Harry, Charlie e Ron saíram da Torre da Grifinória, passaram pelos trolls de segurança e seguiram para o saguão de entrada.
Hagrid já estava esperando por eles.
— Tudo bem, Hagrid! — Disse Ron. — Acho que você quer ouvir sobre a noite de sábado e Sirius Black, não é?
— Já ouvi tudo sobre isso. — Disse Hagrid, abrindo as portas da frente e levando-os para fora.
— Oh. — Disse Ron, parecendo um pouco chateado.
A primeira coisa que Charlie viu quando se aproximaram da cabana de Hagrid foi Bicuço, que estava esticado no meio do canteiro de abóboras de Hagrid, suas enormes asas dobradas contra o corpo, desfrutando de um grande prato de furões mortos. O de olhos castanhos riu levemente da besta fantástica antes de uma carranca aparecer em seu rosto; ele de repente se lembrou do destino inevitável de Bicuço - Malfoy tinha que estragar tudo, não é?
Charlie desviou os olhos do hipogrifo enquanto eles entravam na pequena cabana de Hagrid. O meio-gigante instantaneamente serviu-lhes um pouco de chá, enquanto eles se sentaram perto do fogo, e lhes ofereceu um prato de scones, mas eles sabiam que não deviam aceitar; eles tinham muita experiência com a 'cozinha' de Hagrid.
— Eu tenho algo para discutir com vocês três. — Disse Hagrid, sentando-se entre eles e parecendo estranhamente sério.
— O que? — Perguntou Harry simplesmente.
— É sobre Hermione. — Disse Hagrid.
As orelhas de Charlie instantaneamente se animaram, — E ela?
— Ela está em um bom estado, é isso. Ela vem me visitar muito desde o Natal. Ela está se sentindo sozinha. Primeiro você não estava falando com ela por causa da Firebolt, agora você não está falando com ela porque seu gato-
— Comeu Perebas! — Ron interrompeu com raiva.
— Porque o gato dela agiu como todos os gatos fazem. — Hagrid continuou obstinadamente. — Ela chorou algumas vezes, você sabe. Passando por um momento difícil no momento. Mordida mais do que ela pode mastigar, se você me perguntar, todo o trabalho que ela está tentando fazer. — Hagrid desviou o olhar para concentre-se especificamente
em Charlie, — Sem mencionar, ela disse que as coisas entre você e ela estão estranhas.
Ron zombou, — Quem se importa?
O rosto de Harry caiu um pouco, enquanto ele se dirigia a seus dois amigos, — Talvez Hagrid esteja certo.
— Espere, — Charlie interrompeu, tentando voltar atrás, — o que mais ela disse sobre mim?
Hagrid nem tentou esconder o pequeno sorriso que apareceu em seu rosto, — Realmente chateada, ela estava, quando Black quase o esfaqueou enquanto dormia, Char. Ela tem seu coração no lugar certo, Hermione tem, e você três não falando com ela ou ignorando ela-
— Se ela simplesmente se livrasse daquele gato, eu falaria com ela de novo! — Ron disse com raiva. — Mas ela ainda está defendendo isso! É um maníaco, e ela não vai ouvir uma palavra contra isso!
— Ah, bem, as pessoas podem ser um pouco estúpidas com seus animais de estimação. — Disse Hagrid sabiamente, virando seu olhar para Ron.
As palavras de Hagrid provocaram um sentimento de culpa nos três meninos, quer eles quisessem admitir ou não. Eles tiveram que consertar as coisas com a amiga, essa parte era óbvia.
Eles passaram o resto da visita discutindo as melhores chances da Grifinória para a Copa de Quadribol. Por volta das nove horas, Hagrid os acompanhou de volta ao castelo.
★
O sono daquela noite foi inquieto para Charlie. Ele tinha tanta coisa em mente que era quase impossível para ele adormecer.
Imagine o olhar de irritação quando Charlie finalmente adormeceu, apenas para ser acordado no meio da noite por Harry.
Charlie gemeu quando seus olhos focaram em seu amigo, — É melhor você ter uma boa razão para me acordar agora.
Harry riu um pouco antes de apontar para o Mapa do Maroto em suas mãos, — Olhe.
O menino de olhos castanhos rapidamente se sentou enquanto Harry empurrava o mapa na frente dele. Quando Charlie olhou para baixo, ele franziu as sobrancelhas quando o nome, Peter Pettigrew, apareceu andando por um dos muitos corredores.
— Eu pensei que ele estava morto? — Charlie disse na maior confusão enquanto olhava de volta para Harry, que segurava sua varinha na mão. Estava aceso para que ele pudesse ler o pergaminho.
— Eu também.
Quando os dois trocaram um olhar confuso, Ron se levantou da cama em pânico frenético.
— Aranhas! — Ele disse em um tom assustado antes de ver Charlie e Harry, — As a-aranhas! Eles querem que eu sapateie! Mas eu n-não quero sapatear!
Charlie não pôde evitar o sorriso divertido que surgiu em seu rosto, — Diga a essas aranhas, Ron.
— Sim! — Ron disse, enquanto se abaixava de volta para o travesseiro, — Eu vou contar a eles!
O ruivo apagou como uma luz assim que ele bateu no travesseiro novamente, fazendo Harry e Charlie explodirem em uma risada abafada. Enquanto eles se acomodavam, Harry olhou para o mapa mais uma vez.
— Acho que devemos segui-lo. — Disse ele antes de ir para sua cama e vestir um moletom antes de ir para a porta.
Charlie suspirou antes de tirar as cobertas da cama, calçar um par de sapatos e vestir uma camisa sobre o torso nu. Ele relutantemente seguiu Harry para fora do dormitório, através da sala comunal e em direção ao nome no mapa.
Enquanto caminhavam, seus próprios nomes se aproximavam cada vez mais dos de Pettigrew. Eles seguiram por um corredor escuro, que Charlie não conseguiu reconhecer com as luzes apagadas. Ele imediatamente pegou sua varinha e disse: — Lumos.
As pinturas agora iluminadas estavam roncando enquanto continuavam a avançar. Charlie olhou de soslaio para corredor em busca de qualquer sinal de Pettigrew enquanto Harry olhava para o mapa. Pettigrew pareceu se mover rapidamente pelo corredor adjacente. Ele estava a cerca de vinte metros de distância. Então, dez - apenas alguns segundos de distância agora.
Com a varinha tremendo na mão, Harry ergueu os olhos do mapa para o corredor escuro à frente, Charlie caminhando ao lado dele sem dizer uma palavra. Então, quando os três nomes no mapa estavam prestes a colidir, os dois garotos viraram a esquina lentamente, apenas para encontrar... Nada.
Charlie piscou confuso. Pettigrew deveria estar bem aqui! O garoto de olhos castanhos nem hesitou em olhar de volta para o mapa. Harry olhou para baixo também para ver o nome de Peter Pettigrew passar por eles. Charlie franziu as sobrancelhas enquanto olhava para cima mais uma vez e lançava sua varinha pelas paredes.
— Cuidado aí, rapaz!
Ambos, Charlie e Harry pularam instantaneamente. Mas a voz veio apenas de um homem velho e mal-humorado olhando para eles em um dos retratos.
— Desculpe. — Disse Charlie suavemente, enquanto abaixava sua varinha.
Harry moveu-se para seguir Pettigrew mais uma vez antes de parar abruptamente e Charlie olhou para ele com curiosidade.
— Ah, ótimo. — Murmurou Harry antes de mostrar o mapa a Charlie mais uma vez.
A luz emitida pela varinha de Charlie iluminou o pergaminho e quase instantaneamente encontrou um nome se aproximando deles que fez o garoto xingar baixinho; Severo Snape.
— Travessuras Gerenciadas. — Murmurou Harry, antes de dobrar o mapa e guardá-lo enquanto Charlie apagava sua varinha. No entanto, para grande decepção deles, Snape já os havia visto.
Logo, eles foram recebidos com o olhar severo de Snape enquanto sua própria varinha iluminava o corredor.
— Potter. Hawthorne. — Ele cuspiu: — O que diabos vocês dois estão fazendo vagando pelos corredores à noite?
Harry gaguejou sob o olhar intenso de Snape, — N-nós estávamos, er-
— Sonambulismo. — Charlie disse simplesmente, desafiando o olhar de Snape.
Um sorriso de escárnio se formou nos lábios de Snape, — Como você é extraordinariamente parecido com seu pai, Hawthorne. Sempre me surpreende o quanto ele pensa de si mesmo, e parece que você não é diferente. você?
Charlie rosnou, — Eu não sou nada como meu pai.
— Claro que você é. — Snape disse com um sorriso torto antes de olhar para Harry, — Assim como Harry é para seu pai. Ele era excepcionalmente arrogante, Potter.
— Meu pai não era arrogante. — Harry interrompeu com raiva. — E nem eu.
Charlie sorriu vitorioso, — Acho que nós dois apreciaríamos se você abaixasse sua varinha, professor.
Snape olhou para os dois garotos com um olhar frio, tentando se conter. Mesmo assim, ele abaixou sua varinha.
— Esvaziem os bolsos.
Charlie e Harry se entreolharam, mas não se moveram.
— Eu disse, — Snape falou, sua voz aumentando ligeiramente, — esvaziem seus bolsos.
Finalmente, os dois meninos obedeceram. Charlie mostrou o interior dos bolsos do pijama, enquanto Harry tirava o mapa do capuz.
Olhando o mapa com um brilho recém-descoberto em seus olhos. Ele pegou o mapa das mãos de Harry e disse: — E isso. O que pode ser isso?
Charlie brincou: — Tudo bem, tudo bem, você nos pegou! Tranque-nos por um pedaço de pergaminho.
Mas Snape não se divertiu tanto quanto Harry, a julgar pelos olhares estampados em ambos os rostos. Harry estava radiante, enquanto o rosto de Snape franziu ainda mais, se é que isso era possível.
— Realmente... — Snape arrastou antes de olhar para o mapa e apontar sua varinha para ele, — Revele seus segredos!
Os dois garotos assistiram horrorizados quando as palavras começaram a aparecer no pergaminho. Snape estudou suas expressões faciais, um meio sorriso sádico se formou em seus lábios enquanto empurrava o pergaminho no peito de Charlie, — Leia.
O menino de olhos castanhos balançou a cabeça em descrença enquanto lia o pergaminho em voz alta, para o olhar de terror de Harry, — Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas oferecem seus cumprimentos ao Professor Snape e-
— Vá em frente. — Snape zombou.
Charlie olhou para ele com um enorme sorriso no rosto, — E peça que ele mantenha seu nariz anormalmente grande fora dos negócios de outras pessoas.
O sorriso de Snape caiu quando Harry caiu na gargalhada - ele estava quase rolando no chão.
Severus não gostou, — Por que você é insolente, pequeno-
— Professor?
Uma voz chamou atrás dele.
Das sombras, o Professor Lupin chegou e olhou para a cena diante dele com uma leve sobrancelha erguida.
Snape suspirou enquanto se virava para encontrar o olhar de Remus, — Bem, bem. Lupin. Saindo para uma pequena caminhada ao luar, não é?
Lupin o ignorou enquanto olhava para os dois garotos, — Harry? Charlie? Vocês dois estão bem?
Antes que os meninos pudessem responder, Snape interveio, — Isso ainda está para ser visto. Acabei de confiscar um artefato curioso do Sr. Potter e do Sr. Hawthorne, aqui. — Ele recuperou o mapa das mãos de Charlie antes de entregá-lo a Lupin, — Dê uma olhada, Lupin. Esta parece ser sua área de especialização. Claramente está cheia de magia negra.
Lupin pegou o pergaminho em suas mãos, e Charlie testemunhou um pequeno sorriso surgir em seus lábios. Era quase como se ele estivesse familiarizado com isso.
— Eu duvido seriamente disso, Severus. — Lupin se dirigiu ao olhar para cima: — Parece-me que apenas insulta qualquer um que tente lê-lo. Suspeito que seja um produto da Zonko's em Hogsmeade. No entanto, devo buscar quaisquer qualidades ocultas que possa possuir. Como você diz, é minha área de especialização. Vamos, rapazes. Boa noite, professor.
Harry ou Charlie não ousaram olhar para Snape quando saíram do corredor. Eles caminharam com Lupin até seu escritório antes de falar.
Charlie abriu a boca para começar a implorar por algum tipo de compreensão, — Professor, nós-
— Eu não quero ouvir explicações. — Disse Lupin brevemente. Ele olhou ao redor do escritório vazio e baixou a voz. — Acontece que eu sei que este mapa foi confiscado pelo Sr. Filch muitos anos atrás. Sim, eu sei que é um mapa.
Harry e Charlie pareciam espantados.
— Agora eu não tenho a menor idéia de como este mapa chegou à sua posse, — Lupin disse aos dois, — mas francamente, estou surpreso que você não o entregou. Vocês querem esse mapa na mãos de Sirius Black?
Os dois garotos trocaram um olhar nervoso antes de balançar a cabeça lentamente ao mesmo tempo.
— Não.
— Não senhor.
Lupin deu um passo em direção a eles, — Você sabe, ambos os seus pais, embora não sejam os aliados mais próximos, também não eram conhecidos por obedecer às regras.
Remus virou-se para Harry, — Seus pais deram suas vidas para salvar a sua. E aqui está você, apostando seu sacrifício vagando pelo castelo desprotegido, com um assassino à solta. Que maneira ruim de retribuir a eles.
— E você, — Lupin continuou, desta vez desviando os olhos para Charlie, — tanto seu pai quanto seu avô têm trabalhado incansavelmente para endossar as precauções de segurança enquanto Black está solto. Mas como eles podem esperar que alguém cumpra suas diretrizes, se o próprio sangue deles não fizer o mesmo? Você está dando um péssimo exemplo. Há expectativas que você deve cumprir por causa de quem você é, você deve perceber isso!
Charlie se encolheu sob o olhar de Lupin depois disso, enquanto Harry olhava incrédulo pela janela.
Remus suspirou, — Eu não vou cobrir vocês dois de novo. Não vamos fazer disso um hábito, vamos?
Lupin então jogou o mapa em sua mesa e começou a vasculhar alguns papéis. Charlie e Harry trocaram um olhar enquanto permaneciam no quarto por um momento antes de se virarem para caminhar em direção à porta.
De repente, Harry parou, fazendo Charlie olhar para ele confuso.
— Professor, — Harry disse suavemente, fazendo Lupin olhar para cima, — só para você saber, nós não achamos que esse mapa sempre funciona. Mais cedo, ele mostrava alguém no castelo. Alguém que é conhecido por estar morto.
As orelhas de Lupin se animaram, — E quem poderia ter sido?
O menino de óculos olhou para o amigo em busca de ajuda. Embora relutante em compartilhar a informação, pois não tinha certeza de que lado Lupin estava, Charlie acenou levemente com a cabeça antes de dizer, — Peter Pettigrew.
Lupin hesitou um pouco ao que Charlie percebeu - esse garoto percebe tudo. Então, o Professor voltou para seus papéis.
— Muito bem, — ele disse lentamente, — eu gostaria que vocês dois voltassem para seus dormitórios agora, por favor. Ah e meninos? Sem desvios. — Charlie observou enquanto Lupin batia no mapa com um sorriso no rosto, — Se vocês fizerem, eu vou saber.
Com isso, os dois garotos foram direto para a Torre da Grifinória mais uma vez, nenhum deles sendo capaz de afastar a curiosidade de saber por que Pettigrew apareceu no mapa em primeiro lugar.
★
Na manhã seguinte, Charlie, Ron e Harry tinham acabado de tomar o café da manhã no Salão Principal antes de irem para a sala de Adivinhação. Enquanto caminhavam, viram Hermione no corredor, andando sozinha.
Os três meninos trocaram um olhar. Eles não tiveram a oportunidade de falar com ela desde que foram ver Hagrid, mas agora parecia um momento tão bom quanto qualquer outro.
— Então, — Ron sussurrou, quando eles pararam para planejar o que iriam dizer, — quem está dizendo o quê?
Charlie franziu as sobrancelhas, — O que você quer dizer?
Ron engoliu um pouco, — Como vamos fazer esse pedido de desculpas?
— Nós? — Questionou Harry que compartilhou o mesmo olhar que Charlie, — A última vez que verifiquei, você era o único genuinamente bravo com ela. Charlie e eu não fizemos nada remotamente tão ruim quanto você.
O ruivo estava incrédulo, — O quê? Nós deveríamos estar nisso juntos!
Charlie riu, — Você foi o idiota, o que significa que você tem que consertar seus próprios erros. Quanto a mim, ficarei feliz em começar.
Com isso, o garoto de olhos castanhos correu pelo corredor em direção à garota que ele estava tentando desesperadamente evitar. No entanto, o menino percebeu, desde sua conversa com Hagrid, que ele precisava de Hermione em sua vida, não importa o que eles fossem um para o outro.
Quando ele se aproximou dela, não demorou muito para Hermione perceber o que estava prestes a acontecer. Ela estava temendo essa conversa, pois não sabia o que isso implicava. As coisas estavam ruins o suficiente entre eles, ela não queria que as coisas piorassem.
Quando Charlie parou na frente dela, ele abriu um sorriso antes de soltar um pequeno — Oi.
Por mais que ela tentasse lutar contra isso, um pequeno sorriso instantaneamente surgiu no rosto de Hermione enquanto ela olhava para os olhos do garoto que ela tanto sentia falta, — Oi.
— Então, eu queria saber se você gostaria de se sentar com a gente na aula hoje. — Charlie ofereceu, bastante nervoso. Ele não sabia o que faria se ela recusasse. — A adivinhação não tem sido a mesma sem seus comentários sarcásticos em Trelawney.
Hermione riu um pouco antes de uma carranca aparecer em seu rosto, — Obrigada pela oferta, Charlie, mas eu não acho que seja uma boa ideia.
Charlie franziu a testa novamente, — E por que isso?
— As coisas não são as mesmas. — Ela explicou, — Ron está bravo comigo, Harry não falou comigo de verdade, e então tem... Bem... Você.
— E quanto a mim? — O garoto perguntou brincando, se aproximando um pouco mais dela só para brincar.
Hermione estava tentando evitar o olhar dele, mas seu coração batendo mais rápido era inegável, — Nós não conversamos muito desde-
— Ah, certo. — Charlie disse sinceramente enquanto olhava nos olhos dela: — Olha, eu sinto muito. Eu admito, toda a coisa da rejeição foi um pouco difícil para o meu ego... Muito melhor do que não ter você na minha vida. Senti sua falta, Hermione. Acho que você nunca entenderá o quão difícil é não poder falar com você todos os dias, ou ouvir sua risada, ou ver você sorri-
— Eu acho que tenho uma boa ideia. — Hermione disse enquanto um rubor surgia em seu rosto.
Charlie sorriu timidamente, — Sim, bem, eu só quero que voltemos a como as coisas eram. Então, se você aceitar minhas desculpas por ser um idiota absoluto, eu realmente gostaria que voltássemos a ser amigos novamente.
Hermione franziu a testa ligeiramente com a palavra, amigos, mas rapidamente se livrou disso quando percebeu que precisava dele em sua vida - independentemente do título que ele tinha. Eles eram amigos, e isso ia ter que ser bom o suficiente.
— Eu te perdôo. — Ela disse docemente, para a qual Charlie sorriu largamente.
— Ótimo. — Ele disse alegremente antes de se virar e chamar Ron e Harry, — Acabou um, faltam dois.
Quando os dois garotos se aproximaram de Hermione, o ruivo deu a ela um pequeno sorriso culpado.
— Ron, — Hermione falou primeiro, — eu realmente sinto muito por Perebas.
— Oh, bem, ele era velho. — Ron disse nervosamente. — E ele era um pouco inútil. Você nunca sabe, mamãe e papai podem me dar uma nova coruja para compensar isso. Além disso, você não deveria se desculpar, eu fui muito rude com você e por isso me desculpe.
Hermione foi pega de surpresa, mas sorriu mesmo assim, — Você está perdoado.
Então seu olhar mudou para Harry para o qual ele apenas sorriu e a envolveu em um abraço, — Sinto muito!
A garota de cabelo espesso riu antes de Charlie e Ron se juntarem ao abraço também.
De repente, tudo voltou ao lugar.
Era assim que deveria ser.
Os quatro juntos.
Quando eles se separaram, o sinal tocou para sinalizar o início da aula, juntos eles subiram a escada para a sala escura e sufocante da torre. Brilhando em cada mesinha havia uma bola de cristal cheia de névoa branca perolada. Harry, Charlie, Ron e Hermione sentaram-se juntos na mesma mesa frágil.
— Pensei que não começaríamos bolas de cristal até o próximo semestre. — Ron murmurou, lançando um olhar cauteloso ao redor para a Professora Trelawney, caso ela estivesse à espreita por perto.
— Não reclame, isso significa que terminamos a quiromancia. — Charlie murmurou de volta.
— Sim, — Harry acrescentou, — eu estava ficando cansado dela vacilar toda vez que ela olhava para as minhas mãos.
— Bom dia para vocês! — Disse a voz familiar e enevoada, e a professora Trelawney fez sua habitual entrada dramática das sombras. Parvati e Lavender tremeram de excitação, seus rostos iluminados pelo brilho leitoso de sua bola de cristal.
— Decidi apresentar a bola de cristal um pouco mais cedo do que havia planejado. — Disse a professora Trelawney, sentada de costas para o fogo e olhando ao redor. — Os destinos me informaram que seu exame em junho se referirá ao Orbe, e estou ansiosa para lhe dar prática suficiente.
Hermione bufou.
— Bem, honestamente... 'Os destinos a informaram'. Quem faz o exame? Ela faz! Que previsão incrível! — Ela disse, não se preocupando em manter a voz baixa. Harry, Charlie e Ron tinham todas as risadas sufocadas.
Era difícil dizer se a Professora Trelawney os tinha ouvido, pois seu rosto estava escondido em uma sombra. Ela continuou, no entanto, como se não tivesse.
— Olhar cristal é uma arte particularmente refinada. — Disse ela sonhadoramente. — Eu não espero que nenhum de vocês veja quando você espiar nas profundezas infinitas do Orbe. Vamos começar praticando o relaxamento da mente consciente e dos olhos externos, — Ron começou a rir incontrolavelmente e teve que enfiar o punho na boca para abafar o barulho, — para limpar o Olho Interior e o superconsciente. Talvez, se tivermos sorte, alguns de vocês vejam antes do final da aula.
E assim começaram.
Charlie se sentiu extremamente tolo, olhando fixamente para a bola de cristal, tentando manter sua mente vazia quando pensamentos como 'isso é estúpido' continuavam vagando por ela. Não ajudou que Ron continuasse dando risadinhas silenciosas, Harry continuasse bocejando, e Hermione continuando resmungando.
— Já viu alguma coisa? — Harry perguntou a eles depois de um quarto de hora olhando o cristal em silêncio.
— Sim, há uma queimadura nesta mesa. — Disse Ron, apontando. — Alguém derramou sua vela.
— Isso é uma perda de tempo. — Hermione sussurrou. — Eu poderia estar praticando algo útil. Eu poderia estar atualizando os Feitiços de Torcida-
A professora Trelawney passou sussurrando.
— Alguém gostaria que eu os ajudasse a interpretar os presságios sombrios dentro de seu Orbe? — Ela murmurou sobre o tilintar de suas pulseiras.
— Eu não preciso de ajuda. — Ron sussurrou. — É óbvio o que isso significa. Vai haver muita neblina esta noite.
Seus três amigos caíram na gargalhada.
— Agora, realmente! — Disse a professora Trelawney enquanto as cabeças de todos se viravam em sua direção. Parvati e Lavender pareciam escandalizadas. — Vocês estão perturbando as vibrações clarividentes! — Ela se aproximou da mesa e olhou para a bola de cristal.
Charlie gemeu, — Oh Deus, aqui vamos nós.
— Há algo aqui! — A professora Trelawney sussurrou, abaixando o rosto para a bola, de modo que se refletisse duas vezes em seus enormes óculos. — Algo se movendo... Mas o que é?
Harry estava preparado para apostar tudo o que possuía, incluindo sua Firebolt, que não era uma boa notícia, fosse o que fosse. E com certeza.
— Meu querido, — a Professora Trelawney respirou, olhando para Harry, — está aqui, mais claro do que nunca... Meu querido, andando em sua direção, ficando cada vez mais perto... O Gr-
— Ah, pelo amor de Deus! — Disse Hermione em voz alta fazendo a cabeça de Charlie virar em sua direção. — Não é aquele lixo ridículo de Grim de novo!
A professora Trelawney ergueu seus enormes olhos para o rosto de Hermione. Parvati sussurrou algo para Lilá, e ambas olharam para Hermione também. A professora Trelawney se levantou, examinando Hermione com uma raiva inconfundível.
— Lamento dizer que desde o momento em que você chegou a esta aula, minha querida, ficou claro que você não tem o que a nobre arte da Adivinhação exige. Na verdade, não me lembro de ter conhecido um aluno cuja mente estivesse tão irremediavelmente mundano.
Houve um momento de silêncio.
— Tá bom! — Disse Hermione de repente, levantando-se e enfiando os livros de volta na bolsa. — Tá bom! — Ela repetiu, balançando a bolsa por cima do ombro e derrubando a bola de cristal do suporte. — Eu desisto! Estou indo embora!
E para o espanto de toda a classe, Hermione caminhou até o alçapão, abriu-o com um chute e desceu a escada fora de vista. A bola de cristal rolou atrás dela como se para insultar a pobre garota.
Charlie assistiu com espanto quando ela saiu. Ele realmente não achava que ela tinha isso nela.
— Uau. — Ele murmurou, atordoado. — Aquela garota é brilhante.
Levou alguns minutos a classe se acalmar novamente. A Professora Trelawney parecia ter esquecido tudo sobre o Grim. Ela se virou abruptamente da mesa de Harry, Charlie e Ron, respirando pesadamente enquanto puxava seu xale transparente para mais perto dela.
— Ooooo! — Disse Lavender Brown de repente, fazendo todos se assustarem. — Ooooo, professora Trelawney, acabei de me lembrar! Você a viu saindo, não viu? Não viu, professora? 'Por volta da Páscoa, um de nós vai nos deixar para sempre'! Você disse isso há muito tempo, professora!
A professora Trelawney deu a ela um sorriso úmido.
— Sim, minha querida, eu realmente sabia que a Srta. Granger iria nos deixar. Espera-se, no entanto, que alguém possa ter confundido os Sinais... O Olho Interior pode ser um fardo, você sabe.
Charlie revirou os olhos, completamente surpreso de como essas mentes ingênuas realmente acreditavam nesse lixo. Talvez Hermione estivesse certa em sair.
— Na verdade, — disse ele, levantando-se com os livros na mão, — acho que vou embora também, mas tenho certeza que você viu isso chegando, não é, professora?
Com um último sorriso, o menino de olhos castanhos saiu da sala enquanto a sala inteira o observava com admiração. Quando o garoto finalmente fechou o alçapão atrás dele, ele desceu a escada e caminhou pelo corredor em busca de Hermione.
Ele finalmente encontrou a garota sentada em uma das alcovas da janela não muito longe da sala de aula. Ela estava de costas para ele e sua cabeça estava enterrada em um livro. Então, naturalmente, ele viu uma oportunidade.
Ele rastejou por trás dela silenciosamente antes de sacudi-la e gritar, — Ahhh!
A garota pulou instantaneamente e se virou rapidamente para encontrar seu olhar. Ela tentou lutar contra o sorriso que estava puxando em seus lábios quando ela bateu no ombro dele com seus livros, — Isso não foi engraçado!
Levou um momento para Charlie parar de rir antes de soltar o ar, — Você está certa, foi hilário!
Hermione finalmente cedeu e riu junto com ele. Depois de um momento de risada, Hermione franziu as sobrancelhas para o garoto, — O que você está fazendo aqui?
— Achei que você poderia precisar de alguma companhia. — Ele disse com um sorriso brincalhão, enquanto subia na janela para se sentar ao lado dela, — Você foi incrível lá.
Hermione corou um pouco, — Obrigada.
— Você deveria ter visto o rosto de Trelawney. — Charlie brincou, — O empurrão da bola de cristal foi um belo toque. Estou impressionado, Granger.
A garota de cabelos espessos deu a ele um olhar
provocante, — Eu o surpreendi, Hawthorne?
Charlie desafiou seu sorriso, — Claro que não. Impressionado, sim. Surpreso, não. Achei que você iria deixá-la ter isso mais cedo ou mais tarde. Estou feliz por estar lá para testemunhar isso.
Hermione riu um pouco antes de olhar nos olhos do garoto e sorrir largamente, — Eu não posso acreditar que você saiu atrás de mim.
— Eu te surpreendi, Granger? — Ele brincou, usando suas próprias palavras contra ela.
Hermione revirou os olhos com uma risadinha, — Talvez um pouco.
— Bem, — Charlie disse genuinamente, — qualquer coisa por você.
Uma cor rosa brilhante corou sobre as bochechas de Hermione fazendo Charlie sorrir vitorioso. Não se preocupe, porém, eles eram apenas amigos, é claro.
O garoto sentia falta de momentos como esses com Hermione. Momentos em que eles poderiam ser eles mesmos sem assassinos, ou dever de casa, ou quaisquer outras coisas estúpidas para atrapalhar. Inferno, eles eram toda a razão pela qual ele se apaixonou por ela em primeiro lugar.
Mas ele passou isso.
Sua paixão logo desapareceria e ele seguiria em frente.
Certo?
Não demorou muito para que o sinal tocasse, e Harry e Ron saíram da sala de aula. Ron parecia estar prestes a adormecer, mas Harry... Harry parecia perturbado.
Charlie pulou do parapeito da janela, antes de ajudar Hermione a descer graciosamente. Enquanto os dois caminhavam em direção a seus amigos, o garoto de olhos castanhos notou o estado de Harry.
— Você está bem? — Ele perguntou com um tom curioso.
— Não. — Harry disse sinceramente, o que fez os ouvidos de seus amigos se animarem, — T-Trelawney acabou de me dizer que o-o Lorde das Trevas vai ressuscitar... Que seu servo vai voltar para ele.
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