016
𓏲 . THE BOY WHO LOVED . .៹♡
CAPÍTULO DEZESSEIS
─── PALAVRAS SIBILANTES E PÁSSAROS MÁGICOS
JÁ SE PASSAVA quase uma semana depois de Charlie ter recebido alta do hospital. Os ossos em seu braço cresceram completamente graças a Madame Pomfrey. Uma vez que ele conseguiu falar com seus amigos novamente, ele contou a eles sobre seu encontro com Dobby e sobre Collin Creevey estar petrificado. Ele não sabia se era uma boa ideia contar a Ron, Hermione e Harry, mas ele sabia que não seria capaz de manter um segredo tão grande deles.
Harry estava tão confuso quanto Charlie quando lhe contaram sobre seu encontro com Dobby. O Escolhido não tinha certeza do que a Câmara Secreta tinha a ver com ele, mas estava determinado a descobrir. Quanto a Collin, os quatro grifinórios concordaram que não queriam que mais ninguém ficasse petrificado. Então, eles passavam a maior parte do tempo depois das aulas reunindo os ingredientes para a poção polissuco.
Uma vez que eles pegaram tudo, Hermione disse aos três meninos para encontrá-la no banheiro feminino do segundo andar para começar o processo de fermentação. Os meninos estavam relutantes no início devido à localização, mas foram de qualquer maneira para evitar a ira de Hermione Granger.
Quando eles chegaram, a garota de cabelos espessos estava no chão jogando ingredientes em seu caldeirão. Charlie entrou e seu primeiro instinto foi olhar ao redor para ter certeza de que não havia mais ninguém com eles. Ele não viu ninguém, o que era um bom sinal. O garoto de olhos castanhos suspirou de alívio enquanto se inclinava contra a parede e observava Hermione preparar a poção atentamente.
Ron, que estava examinando a sala cautelosamente, falou sobre Charlie dizendo a eles que a Câmara já havia sido aberta antes, — Aposto que Lucius Malfoy foi quem abriu a Câmara todos esses anos atrás, e agora ele ensinou o filho como fazer!
— Talvez, — Hermione falou enquanto misturava mais alguns ingredientes no caldeirão, — nós vamos ter que esperar pela poção polissuco para ter certeza.
Charlie e Harry assentiram enquanto Ron falou mais uma vez, — Falando nisso, por favor me esclareça por que estamos preparando esta poção em plena luz do dia, no meio do banheiro feminino? Você não acha que seremos pegos?
— Não, — A de cabelo espesso dispensou rapidamente, — ninguém nunca entra aqui.
— Por que? — perguntou Harry.
— Murta que geme. — Hermione disse simplesmente.
— Quem? — Charlie disse, intrigado.
Hermione riu enquanto desviava o olhar um pouco além da cabeça de Charlie, — Murta que Geme.
— Quem é Murta que Ge-
O garoto de olhos castanhos ouviu o breve grito de Ron quando foi cortado antes de virar a cabeça para a direita e encarar os olhos de uma garota fantasmagórica da Corvinal com óculos e tranças.
— Eu sou Murta Que Geme! — A fastasma gritou na cara de Charlie antes de voar para o canto da sala, — Eu não esperava que você me conhecesse. Quem iria falar sobre a Murta Que Geme, feia, miserável, deprimida?
Os três garotos se entreolharam com expressões extremamente confusas antes que a garota fantasma começasse a chorar alto e depois voltasse para a cabine de onde ela havia saído dramaticamente.
— Ela é um pouco sensível. — Hermione explicou assim que a fantasma se foi.
— Isso é um eufemismo. — Charlie murmurou.
A garota de cabelos espessos franziu as sobrancelhas na direção do garoto de olhos castanhos, — Seja legal.
Ele riu um pouco antes de se ajoelhar ao lado dela e ajudá-la com os ingredientes finais da poção polissuco. Os dois sorriram um para o outro enquanto trabalhavam juntos na poção. Os outros dois observaram atentamente a interação de Charlie e Hermione. Harry sorriu levemente, enquanto Ron - bem, as expressões de Ron eram ilegíveis.
★
A notícia de que Collin Creevey havia sido atacado e agora estava 'morto' na ala hospitalar se espalhou por toda a escola na manhã de segunda-feira. De repente, o ar ficou pesado com rumores e suspeitas. Os pobres primeiranistas estavam agora se movendo pelo castelo em grupos bem unidos, como se estivessem com medo de serem atacados se se aventurassem sozinhos.
Gina Weasley, que estava sentada ao lado de Colin Creevey em Feitiços, estava extremamente perturbada. Ela parecia quase tão infeliz quanto o Sr. Filch sem a Sra. Norris ao seu lado. Ron, Hermione, Harry, os gêmeos e até Percy simpatizaram com a pobre garota e até tentaram animá-la em várias ocasiões. No entanto, Charlie achou o estado frágil da garota um pouco suspeito. Ele nem sabia que Gina estava perto de Collin, ele quase nunca os via juntos. Na verdade, a única coisa que Collin e Gina tinham em comum eram suas estranhas obsessões por bruxos — celebridades — como Harry e ele. A coisa toda era um pouco estranha, mas Charlie guardou para si mesmo e continuou ajudando sua amiga com sua recuperação.
Quando dezembro finalmente chegou, Charlie, Harry, Ron e Hermione assinaram a lista de alunos de McGonagall que ficariam em Hogwarts durante as férias de Natal. Eles também foram informados de que Draco Malfoy faria o mesmo, então eles acharam que seria o momento mais oportuno para usar a poção polissuco.
Enquanto caminhavam pelo saguão de entrada em uma tarde de dezembro, os quatro jovens grifinórios notaram um pequeno grupo de pessoas reunidas em torno de um quadro de avisos, olhando para um novo pedaço de pergaminho que acabara de ser colocado. Seamus Finnigan e Dean Thomas acenaram para eles, parecendo animados.
— Eles estão começando um Clube de Duelos! — Disse Seamus. — Primeira reunião hoje à noite! Eu não me importaria com aulas de duelo; elas podem ser úteis um dia desses.
Charlie olhou para o pôster com curiosidade enquanto se inclinava e sussurrava para seus três amigos: — O que, você acha que o horror dentro da Câmara está pronto para um duelo?
O ruivo deu de ombros, mas ele também olhou para o pôster com o mesmo interesse que Seamus e Dean, — Pode ser útil. Vamos?
Harry, Charlie e Hermione se entreolharam enquanto entravam no Salão Principal para jantar. Todos eles sabiam que não haveria nenhum mal em tentar. Então, às oito horas daquela mesma noite, eles correram para o Salão Principal para a primeira reunião do clube de duelos.
As quatro longas mesas de jantar haviam desaparecido, e agora a sala estava focada em um palco dourado. O teto tinha uma cor preta aveludada, enquanto a maioria da escola parecia estar embaixo dele. Todos os alunos tinham suas varinhas nas mãos, ansiosos para começar.
— Quem você acha que vai nos ensinar? — Hermione perguntou enquanto ela e seus três amigos se aproximavam da multidão tagarela.
— Flitwick, eu acho, — disse Charlie, — quando eu era mais jovem, ele costumava me contar histórias sobre o tempo em que ele era um campeão de duelo na época. No entanto, acho que aprenderíamos muito com qualquer um dos professores., bem, talvez não-
O garoto de olhos castanhos se interrompeu com um gemido enquanto observava Gilderoy Lockhart ocupar o centro do palco em extravagantes túnicas roxas. O autor estava acompanhado por ninguém menos que Severus Snape, vestindo sua roupa preta de sempre.
— Oh Deus. — Harry murmurou, sem graça.
— Você só pode estar brincando! — Ron exclamou com a boca aberta em agonia.
Lockhart acenou com o braço pedindo silêncio e dirigiu-se a todos ao mesmo tempo: — Reúnam-se, reúnam-se! Todos vocês podem me ver? Podem todos me ouvir?
Charlie revirou os olhos, — Infelizmente.
Ron e Harry riram levemente com esse comentário.
— Excelente! — Gilderoy disse com um largo sorriso enquanto continuava: — Agora, o Professor Dumbledore me deu permissão para começar este pequeno clube de duelos, para treinar todos vocês no caso de vocês precisarem se defender como eu mesmo fiz em inúmeras ocasiões - para mais detalhes, veja meus trabalhos publicados. Deixe-me apresentar meu assistente, Professor Snape...
A multidão virou-se para o chefe da Casa Sonserina e viu quando ele deu a Lockhart uma carranca sem graça com a palavra 'assistente'. Pela primeira vez, Charlie e Snape pareciam estar na mesma página em relação à sua antipatia pela clara fraude de um autor.
— ... Ele me disse que sabe um pouco sobre duelos e concordou em me ajudar com uma pequena demonstração antes de começarmos. Agora, eu não quero que nenhum de vocês se preocupe - vocês ainda terão seu professor de Poções quando eu terminar com ele, não tenham medo! — Gilderoy terminou, arrogantemente.
— Não seria bom se eles terminassem um com o outro? — Ron murmurou no ouvido de Charlie.
O garoto de olhos castanhos riu, — Você está certo, cara. Isso poderia facilmente se transformar em uma situação do tipo 'dois pássaros, uma cajadada'.
Lockhart e Snape viraram um para o outro e se curvaram; pelo menos, Lockhart o fez, girando muito as mãos, enquanto Snape sacudiu a cabeça irritado. Então eles ergueram suas varinhas como espadas na frente deles.
— Como você vê, estamos segurando nossas varinhas na posição combativa aceita. — Disse Lockhart à multidão silenciosa. — Na contagem de três, lançaremos nossos primeiros feitiços. Nenhum de nós terá como objetivo matar, é claro.
— Eu não apostaria nisso. — Harry murmurou, observando Snape mostrar os dentes.
— Um, dois, três-
Ambos balançaram suas varinhas acima de suas cabeças e apontaram para seu oponente;
Snape gritou, — Expelliarmus!
Houve um clarão deslumbrante de luz escarlate e Lockhart foi arremessado do chão. Ele voou para trás do palco, bateu na parede e deslizou para baixo para se espalhar no chão. Malfoy e alguns dos outros sonserinos aplaudiram.
Os olhos de Hermione se arregalaram, — Você acha que ele está bem?
— Quem se importa? — Disseram os três garotos da Grifinória juntos.
Lockhart estava se levantando com dificuldade. Seu cabelo ondulado estava bagunçado em sua cabeça.
— Bem, aí está! — ele disse, cambaleando de volta para a plataforma. — Isso foi um Feitiço de Desarmamento - como você vê, eu perdi minha varinha - ah, obrigado, Senhorita Brown - sim, uma excelente ideia para mostrar isso a eles, Professor Snape, mas se você não se importa que eu diga, era muito óbvio o que você estava prestes a fazer. Se eu quisesse impedi-lo, teria sido muito fácil - no entanto, achei que seria instrutivo deixar as crianças verem-
Snape estava parecendo assassino e claramente sem graça, — Talvez seja prudente primeiro ensinar aos alunos como bloquear feitiços hostis, Professor.
Possivelmente Lockhart engoliu em seco antes de dar um sorriso falso para a multidão, — Excelente sugestão, Professor Snape! Isso era exatamente o que eu estava planejando fazer! Uh - vamos ter um par de voluntários - — Ele cruzou os olhos com Harry e Ron, — Potter! Weasley!
— A varinha de Weasley traz devastação com o mais simples dos feitiços. Vamos mandar Potter para a ala hospitalar em uma caixa de fósforos. — Snape falou com um olhar furioso para Ron, que parecia derrotado, — Posso sugerir alguém da minha própria casa? Malfoy, talvez?
Gilderoy assentiu com relutância enquanto Snape chamava Malfoy para subir no palco. O garoto loiro sorriu enquanto observava Harry se mover pela multidão.
Charlie deu um tapinha nas costas de seu amigo enquanto ele subia no palco, — Dê a ele o inferno por nós, cara!
Harry assentiu com um sorriso. Os dois desfilaram um em direção ao outro no palco dourado.
— Assustado, Potter? — Malfoy disse em um sussurro arrogante, para que os professores não pudessem ouvir.
— Como desejar. — Harry retaliou.
— Varinhas prontas! — gritou Lockhart. — Quando eu contar até três, lance seus feitiços para desarmar seus oponentes - apenas para desarmá-los - não queremos nenhum acidente - um... Dois... Três!
Harry balançou sua varinha para o alto, mas Malfoy já havia começado em — dois — . Seu feitiço atingiu Harry com força, ele tropeçou, mas pareceu se recuperar rapidamente. Sem perder mais tempo, Harry apontou sua varinha direto para Malfoy e gritou, — Rictusempra!
Um jato de luz prateada atingiu Malfoy no estômago e ele se dobrou, ofegante.
— Eu disse apenas desarmar! — Lockhart gritou alarmado sobre as cabeças da multidão, enquanto Malfoy caía de joelhos; Harry o atingiu com um Feitiço de Cócegas, e ele mal conseguia se mexer de tanto rir.
Harry ficou para trás, com uma vaga sensação de que seria antidesportivo enfeitiçar Malfoy enquanto ele estivesse no chão, mas isso foi um erro. Quando foi puxado por Snape para seus pés, Malfoy apontou sua varinha para Harry e engasgou, — Serpensortia!
A ponta de sua varinha explodiu. Todos assistiram, horrorizados, quando uma longa cobra preta saiu dela, caiu pesadamente no chão entre os dois duelistas e se ergueu, pronta para atacar. Houve gritos quando a multidão recuou rapidamente, limpando o chão.
— Não se mova, Potter. — Disse Snape preguiçosamente, claramente apreciando a visão de Harry parado imóvel, olho no olho com a cobra furiosa. — Eu vou me livrar disso.
— Permita-me, Severus! — Gritou Lockhart. Ele brandiu sua varinha para a cobra e houve um estrondo alto; a cobra, em vez de desaparecer, voou três metros no ar e caiu de volta no chão com um estalo alto.
Enfurecido, sibilando furiosamente, ele deslizou direto para Justin Finch-Fletchley, um Lufa-Lufa nascido trouxa, com quem Charlie havia falado algumas vezes antes, e se ergueu novamente, presas expostas, pronta para atacar.
Harry não tinha certeza do que o fez fazer isso. Ele nem sabia que tinha decidido fazer isso. Tudo o que ele sabia era que suas pernas o levavam para frente como se ele estivesse em rodízios e que ele gritou estupidamente para a cobra: — Deixe-o em paz!
E milagrosamente - inexplicavelmente - a cobra caiu no chão, dócil como uma mangueira grossa e preta, seus olhos agora em Harry. Harry sentiu o medo se esvair dele. Ele sabia que a cobra não atacaria ninguém agora, mas como ele sabia disso, ele não poderia ter explicado.
Ele olhou para Justin, sorrindo, esperando ver Justin parecendo aliviado, ou confuso, ou até agradecido - mas certamente não com raiva e medo.
— O que você acha que está jogando? — Ele gritou, e antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa, Justin se virou e saiu do corredor.
Snape deu um passo à frente, acenou com a varinha, e a cobra desapareceu em uma pequena nuvem de fumaça preta. Snape também estava olhando para Harry de uma forma inesperada. Era um olhar astuto e calculista, e Harry não gostou. Ele também estava vagamente ciente de um murmúrio sinistro ao redor das paredes.
Então ele sentiu um puxão nas costas de suas vestes.
— Vamos. — Disse a voz de Charlie em seu ouvido. — Mova-se - vamos - — O garoto de olhos castanhos o guiou para fora do corredor com Hermione e Ron correndo ao lado deles.
Ao passarem pelas portas, as pessoas de ambos os lados se afastaram como se estivessem com medo de pegar alguma coisa. Harry não tinha ideia do que estava acontecendo, e nem Charlie, Ron e nem Hermione explicaram nada até que o arrastaram até a sala comunal vazia da Grifinória.
Então Charlie empurrou Harry em uma poltrona e disse, — Você é um ofidioglota?! Por que você não nos contou?
— Eu sou o quê? — Harry falou, intrigado.
— Um ofidioglota! — Gritou Ron, — Você pode falar com cobras!
— Eu sei, — disse Harry, simplesmente, — quer dizer, essa é apenas a segunda vez que eu faço isso. Eu acidentalmente coloquei uma jibóia no meu primo Dudley no zoológico uma vez - é uma longa história - mas e daí? Aposto que muitas pessoas aqui podem fazer isso!
— Não, eles não podem. — Disse Charlie, claramente pasmo. — Não é um presente muito comum. Harry, isso é ruim.
— O que é ruim? — disse Harry, começando a se sentir bastante zangado. — O que há de errado com todos? Escute, se eu não tivesse dito àquela cobra para não atacar Justin-
— Ah! Foi isso que você disse? — Ron perguntou, sua boca aberta.
— O que você quer dizer? Você estava lá! Você me ouviu.
— Eu ouvi você falando a língua das cobras! — Gritou Ron, — Linguagem de cobra.
Charlie balançou a cabeça, — Caramba, cara! Nós não sabemos! Você poderia ter dito qualquer coisa! Tudo o que podíamos ouvir era um silvo! Não era de se admirar por que Justin estava assustado!
Harry ficou boquiaberto para os dois, — Eu falava uma língua diferente? Mas eu não percebi - como posso falar uma língua sem saber que posso?
Charlie deu de ombros. Todos os três amigos de Harry estavam olhando para ele como se alguém tivesse acabado de morrer. O Escolhido ainda não conseguiu entender o que era tão terrível: — Você quer me dizer o que há de tão errado em impedir uma cobra enorme de morder a cabeça de alguém?!
— Importa, — disse Hermione, corajosamente, — porque há uma razão pela qual o símbolo da Casa Sonserina é uma serpente, ele poderia falar com cobras também! Foi por isso que Salazar Sonserina ficou famoso!
— Exatamente, — Ron zombou, — agora todo mundo vai pensar que você é o bisneto dele ou algo assim-
— Mas eu não sou! — Harry o cortou.
— Sim? — Hermione questionou, — Como você vai provar isso? Ele viveu mil anos atrás, Harry; pelo que sabemos, você poderia muito bem ser.
Os olhos de Charlie se arregalaram quando ele de repente percebeu: — E se é por isso que Dobby foi tão inflexível que você deixe a escola? E se a Câmara estiver aberta porque-
— Já ouvi o suficiente! — Harry gritou antes de correr para seu quarto e bater a porta. Ele não queria mais ouvir. Não havia como ele ser o herdeiro, certo? Seus amigos eram apenas paranóicos. Ele não poderia ser capaz disso; ele nunca quis machucar ninguém...
★
No dia seguinte, Harry tentou ao máximo m ignorar os vários olhares e sussurros de outras pessoas enquanto caminhava pela escola. Charlie, Hermione e Ron não se arriscaram mais a falar sobre o Ofidioglota. Eles não queriam arriscar deixar Harry ainda mais chateado do que ele já estava.
Os quatro estavam atualmente sentados na sala de estudo. Charlie e Hermione estavam ocupados estudando para suas últimas provas antes do feriado, enquanto Ron estava rabiscando algo em seu caderno.
Harry, por outro lado, estava preocupado porque não via Justin desde a reunião do clube de duelos. Ele queria explicar a ele o que realmente aconteceu com a cobra. Também não ajudou que ele pudesse ouvir os sussurros dos alunos atrás dele, o que o deixou no limite.
Harry abruptamente se levantou da mesa, — Vejo vocês de volta à sala comunal.
Charlie observou o menino sair antes de se virar para seus outros dois amigos que pareciam tão preocupados quanto ele. Ron e Hermione concordaram subconscientemente em não alimentar mais a ideia; eles acharam melhor se Harry tivesse algum tempo para se refrescar.
Charlie, no entanto, estava incrivelmente preocupado com o bem-estar de seu melhor amigo. Então, ele terminou a última pergunta da página em que estava trabalhando antes de se desculpar: — Eu já volto.
Ron acenou para ele enquanto Hermione desviava o olhar de seu dever de casa pela primeira vez. O garoto de olhos castanhos simplesmente sorriu para ela para que ela soubesse que estava tudo bem, antes de sair do salão de estudo.
Charlie estava indo em direção à sala comunal da Grifinória para encontrar Harry antes que ele ouvisse a voz de Pirraça à distância, — ATAQUE! ATAQUE! OUTRO ATAQUE! NENHUM MORTAL OU FANTASMA ESTÁ SEGURO! CORRA POR SUAS VIDAS!
O garoto de olhos castanhos correu pelo corredor para encontrar uma cena que fez seu queixo cair.
Justin Finch-Fletchley estava deitado no chão, rígido e frio, um olhar de choque congelado em seu rosto, seus olhos fixos no teto.
E isso não era tudo.
Ao lado dele estava outra figura, a visão mais estranha que Charlie já tinha visto.
Era Nick Quase Sem Cabeça, não mais branco perolado e transparente, mas preto e esfumaçado, flutuando imóvel e horizontal, a quinze centímetros do chão. Sua cabeça estava meio caída e seu rosto tinha uma expressão de choque idêntica à de Justin. Pirraça estava olhando para Nick com um horror humorístico.
A pior parte?
Harry Potter, seu melhor amigo, estava ajoelhado e olhando para o corpo petrificado de Justin com uma expressão ilegível.
— Meu Deus. — Charlie disse lentamente: — O que aconteceu?
Harry olhou para seu amigo horrorizado enquanto se levantava, — Charlie! Eu juro que não-
O menino foi interrompido quando uma enxurrada de alunos e professores entrou no corredor apenas para parar ao lado de Charlie. Ninguém sabia o que dizer ou fazer diante dessa visão recém-descoberta diante deles.
Pirraça estava flutuando no alto, agora sorrindo maliciosamente, examinando a cena; Pirraça sempre amou o caos.
Enquanto os professores se debruçavam sobre Justin e Nick Quase Sem Cabeça, examinando-os, Pirraça começou a cantar: — Oh, Potter, seu idiota, oh, o que você fez, você está matando 'alunos', você acha que é uma boa diversão-
— Já chega, Pirraça! — Exclamou a Professora McGonagall, e Pirraça se afastou para trás, com a língua de fora.
Justin foi então levado para a ala hospitalar por alguns professores, mas ninguém sabia o que fazer com Nick Quase Sem Cabeça. McGonagall acabou usando um grande feitiço de leque para mover Sir Nicholas escada acima; quase como um hovercraft. Depois disso, ela rapidamente dispensou a multidão, mas Charlie permaneceu imóvel. O menino ainda estava na posição de choque em que estava quando entrou em cena pela primeira vez.
As únicas pessoas que restaram no corredor eram ele, Harry e McGonagall.
— Professora. Eu juro que não-
— Isso está fora das minhas mãos, Potter. — McGonagall dispensou, — Você vai se reportar ao Diretor Dumbledore imediatamente-
Ela então se virou para Charlie e levantou a voz, fazendo com que o garoto saísse de seu transe, — Charles, por favor, acompanhe o Sr. Potter até o escritório do seu avô enquanto eu limpo essa bagunça!
O garoto de olhos castanhos assentiu lentamente enquanto McGonagall decolou pelo corredor em direção à ala hospitalar. Harry virou-se para o amigo, mas tudo o que Charlie pôde fazer foi simplesmente balançar a cabeça e seguir pelo corredor na direção oposta.
Harry correu atrás dele, — Você tem que acreditar em mim, cara! Eu juro que não-
— Eu sei. — Charlie disse baixinho enquanto parava para fazer contato visual com seu amigo, — E-eu acredito em você, é só que... Não parece bom.
Harry assentiu tristemente. Ele sabia que seu amigo estava certo, como alguém poderia acreditar que ele não era o herdeiro de Slytherin depois daquela cena no corredor? Inferno, até ele acreditaria.
Os dois meninos andaram um pouco mais antes de pararem em uma porta em forma de Griffin. Charlie ergueu as mãos em direção à porta e falou claramente: — Gota de limão.
Esta era evidentemente uma senha, porque o grifo de repente ganhou vida e virou para o lado, revelando uma passagem. Mesmo cheio de pavor pelo que estava por vir, Harry não podia deixar de se surpreender. Ele tinha visto a porta muitas vezes, mas sempre pensou que o Grifo fosse algum tipo de decoração.
Atrás da parede havia uma escada em espiral que subia suavemente, como uma escada rolante. Quando ele e Charlie entraram nele, Harry ouviu a parede se fechar atrás deles. Subiram em círculos, cada vez mais alto, até que finalmente, ligeiramente tonto, Harry viu uma porta de carvalho reluzente à frente, com uma aldrava de latão na forma de um grifo.
Pela primeira vez, Harry Potter visitaria o escritório de Dumbledore.
★
Charlie bateu duas vezes na porta de carvalho antes de abrir a porta ligeiramente e espiar sua cabeça. Como muitas vezes antes, ele ouviu os pequenos roncos dos retratos na parede. O garoto tomou isso como um sinal de que ninguém estava lá e entrou, fazendo com que Harry o seguisse de perto.
Era uma grande e linda sala circular, cheia de coisinhas engraçadas. Uma série de curiosos instrumentos de prata estavam em cima de mesas de pernas fusiformes, zumbindo e emitindo pequenas baforadas de fumaça. As paredes estavam cobertas de retratos de antigos diretores e diretoras, todos cochilando suavemente em suas molduras. Havia também uma mesa enorme com pés em forma de garra e, em uma prateleira atrás dela, um chapéu de bruxo surrado e esfarrapado - o Chapéu Seletor.
Então, sentado em um poste ao lado da mesa de Dumbledore, estava Fawkes, a Fênix. Harry ainda estava admirando a sala quando Charlie se aproximou do pássaro mágico. Ele sorriu quando levantou a mão e deu-lhe um tapinha na cabeça, ao qual Fawkes alegremente se aninhou em seu toque. Fawkes sempre adorou Charlie. O pássaro praticamente o viu crescer. O menino de olhos castanhos notou o estado de aparência frágil do pássaro quando uma pena caiu do corpo do pássaro. Ele percebeu que estava quase na hora de Fawkes renascer.
— Woah. — Harry disse baixinho enquanto se aproximava de Charlie e Fawkes, — É lindo-
O Escolhido foi pego de surpresa quando o pássaro explodiu em chamas e depois se transformou em cinzas. Harry gritou chocado e voltou para a mesa de Dumbledore enquanto Charlie ria dele. O menino de óculos franziu as sobrancelhas diante da falta de simpatia do amigo pelas cinzas do pássaro morto à sua frente. Ele ia questionar isso quando a porta do escritório se abriu e Dumbledore entrou, parecendo muito sombrio.
Alvo percebeu a presença dos dois garotos à sua frente e simplesmente sorriu, especialmente ao ver seu neto. Ele não o via muito desde a discussão acalorada com ele e seu pai ou desde que a Câmara foi aberta, e isso o preocupava.
— Professor, — Harry engasgou, o que tirou Dumbledore de seus pensamentos, — seu pássaro - não pudemos fazer nada - ele acabou de pegar fogo-
Para espanto de Harry, Dumbledore sorriu.
— Já estava na hora também. — Disse ele. — Ele está com uma aparência terrível há dias; eu tenho dito a ele para seguir em frente.
Charlie continuou a rir do olhar atordoado no rosto de Harry antes de explicar: — Fawkes é uma Fênix, Harry. As Fênix explodem em chamas quando é hora de morrer e renascem das cinzas. Olha.
Harry olhou para baixo a tempo de ver um pequeno pássaro enrugado recém-nascido enfiar a cabeça para fora das cinzas.
— Oi, amiguinho. — Charlie disse suavemente para o pássaro que espreitava sob as cinzas e sorriu, — Fênix são criaturas realmente fascinantes. Você sabia que suas lágrimas têm poderes curativos?
Harry balançou a cabeça antes de se virar para Dumbledore. No choque de Fawkes pegando fogo, ele havia esquecido para que estava ali, mas tudo voltou para ele quando Alvo se acomodou na cadeira alta atrás da mesa e olhou para Harry com seu penetrante olhar azul claro.
Antes que Dumbledore pudesse falar outra palavra, porém, a porta do escritório se abriu com um estrondo e Hagrid entrou.
— Não era Harry, Professor Dumbledore! — Disse Hagrid com urgência. — Eu estava falando com ele segundos antes que o garoto fosse encontrado, ele nunca teve tempo, senhor.
Dumbledore tentou dizer alguma coisa, mas Hagrid continuou reclamando.
— Não pode tê-lo jogado fora, juro na frente do Ministério da Magia se for preciso.
— Hagrid, eu-
— Você pegou o garoto errado, senhor, eu sei que Harry nunca-
— Hagrid! — disse Dumbledore em voz alta. — Eu não acho que Harry atacou essas pessoas.
— Oh. — Disse Hagrid, seu tom de voz mudando. — Certo. Vou esperar lá fora então, Diretor. — E então, ele saiu parecendo envergonhado, para o qual Charlie não pôde deixar de rir um pouco de seu amigo meio gigante.
— Você não acha que fui eu, professor? — Harry repetiu esperançoso quando Dumbledore voltou seu olhar para ele depois que Hagrid saiu.
— Não, Harry, eu não acho. — Disse Dumbledore, embora seu rosto estivesse sombrio de novo, — Mas eu ainda quero falar com você. Com vocês dois, na verdade. — Ele então desviou o olhar para Charlie que ainda estava no posto de Fawkes.
Os dois garotos esperaram nervosos enquanto Dumbledore considerava e hesitava antes de falar novamente.
— Devo perguntar a vocês, se há algo que vocês gostariam de me dizer. — Disse ele gentilmente. — Qualquer coisa.
Harry e Charlie se entreolharam. Eles pareciam saber exatamente o que estava acontecendo dentro da cabeça um do outro. Eles pensaram na ideia de que Malfoy era o herdeiro da Sonserina e da poção polissuco que estavam preparando no banheiro feminino. Então, ambos pensaram na habilidade de Harry de ouvir vozes que ninguém mais podia e no medo crescente de que ele pudesse estar relacionado com a Sonserina.
E, no entanto, os meninos rapidamente balançaram a cabeça.
— Não, — disse Harry, — não há nada, Professor.
Dumbledore olhou para seu neto, mas apenas o viu concordar com Harry, — Harry está certo, avô. Não há nada.
Alvo olhou para cada um deles por um momento antes de suspirar, — Tudo bem. Isso é tudo que eu queria. Vocês estão livre para ir.
Os dois garotos se moveram rapidamente em direção à saída, mas Charlie foi contido por um momento quando seu avô agarrou seu braço no último minuto, — A-Apenas me prometa que você estará seguro, Charles. Por favor. Eu já me preocupo com você o suficiente.
O garoto de olhos castanhos engoliu em seco enquanto trocava o olhar entre seu melhor amigo e seu avô. Ele fixou os olhos nos olhos azuis e gélidos de Alvo e assentiu lentamente.
— Eu prometo.
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