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Chapter Ten - My Last Night

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

O lugar que estávamos indo ficava no último andar de um prédio moderno, nós dois estávamos num elevador; Hoseok estava com um relógio na palma da mão, passando o indicador por cima do objeto circular, seu olhar era de preocupação. Quando ele levantou os olhos em minha direção senti uma onda de sensações vibrando por de trás do peito, meu coração se sentia aquecido com aquele sorriso mínimo em seu rosto e eu nunca quis tanto eternizar uma sensação como aquela.

-Eu acho que não comentei com você... E preciso ser sincero. –Falou com uma voz ainda mais grave que o normal, guardou o relógio no seu bolso, e eu tentei me sentir uma completa pessoa normal por estar com as mãos gélidas, mas ainda assim ele as segurou, parecia ansioso. –Você nunca fez meu coração bater de um jeito tão significativo como agora, Kyung! Você está tão linda! E eu quero muito te dar um beijo, será se eu posso? -Fiquei petrificada, totalmente sem reação, antes mesmo que eu respondesse o elevador se abre e novas pessoas entram fazendo Hoseok e eu ficarmos separados.

Soube que tínhamos chegado no último andar quando ele me olhou indo pra fora e eu o acompanhei, eu estava com medo de ter borrado a maquiagem porque de repente comecei a suar, esse foi o resultado de eu tentar organizar todas as perguntas que faria ao garoto dos meus sonhos.

Hoseok caminhava ao meu lado, sereno, com o maxilar travado e eu me perguntei internamente se ele estava só brincando com a minha cara ao me perguntar se poderíamos nos beijar, mas o que mais me intrigava naquele momento eram a harmonia que eu conseguia sentir de todos os 5 sentidos.

-Pra onde estamos indo? -Perguntei mais baixo do que esperava.

-Tomar algo, gosta de alguma bebida? -Perguntou e eu não pude não ficar admirada com o formato da sua boca.

-Pode ser café?

-Pode ser o que você quiser, Kyung. -Meu nome soou tão bonito vindo do som da sua voz que eu quase perdi a postura de mulher civilizada que estava mantendo, entramos num ambiente onde estavam reunidos pessoas de idade, alguns jantando enquanto conversavam e outros apenas apreciando a melodia das notas no piano que um garoto alto e belo tocava sutilmente. -O Chanyeol é muito talentoso! -Comentou assim que viu pra qual direção eu estava olhando.

-Sim! Não vi nada igual! Ele parece sentir cada tecla vibrando em seus dedos, muito fascinante!- Falei sem deixar escondida minha admiração, Hoseok sorriu e apontou pra uma mesa reservada um pouco longe do pianista.

-Se eu soubesse que você iria dar tanta atenção assim ao pianista teria pensado em outro lugar.-Hoseok disse depois que puxou a cadeira com assento confortável. -Tipo, lugares onde só se ouvem risadas, um lugar mais colorido, quem sabe um circo. -Eu ri, mas de nervosa porque no meu aniversário de 19 anos eu tinha dado um vexame ao ver um palhaço que me lembrava o it-a coisa, mas o Hoseok não era suspeito pra falar que gostava de circo já que também tinha medo. 

Eu só não entendi porque tínhamos que ir para um circo em um dos meus aniversários, o porquê de tudo já ter sido definido, a cada sonho, a cada reencontro e de ano em ano eu não sabia qual era o propósito daquilo, a única coisa que eu sabia descrever era esse pressentimento que me assolava cada vez que eu pensava que estava próxima do fim, do fim do sonho. Onde eu acordaria e não lembraria mais do seu nome, apenas do seu rosto tatuado na minha mente.

-Kyung? -Hoseok me dispersou dos pensamentos ao me chamar e eu sorri um pouco fraco. -Tá tudo bem com você?

-Melhor impossível... Eu posso te fazer uma pergunta? -Perguntei tirando minhas mãos do colo, as deixando sobre a mesa. Já haviam copos ali, obviamente o Hoseok já tinha pedido algo nesse meio tempo onde a senhorita aluada aqui pensava mil e uma coisa.

Existe uma parte de um livro do John Green: "Tartarugas até lá embaixo", onde a protagonista, Aza Holmes diz:

"É estranho que uma parte nossa às vezes esteja num lugar enquanto as partes mais importantes estejam em outros".

E isso fez sentido naquele instante, quando eu estava com o garoto dos meus sonhos, porque era justamente naquela dimensão que eu mais tentava não pensar nos sentidos que algumas coisas tinham, por isso me esforçava o máximo e dava meu máximo para que o Hoseok visse todas as minhas partes (inclusive as piores). 

E quando estava com ele sentia que ali estavam minhas partes mais importantes, porque desde que ele aparecia em meu aniversário tornou-se um ser especial.

-Pode me perguntar qualquer coisa, sim, desde que tire uma foto minha. -Levantei as sobrancelhas, sem acreditar muito se ele estava sendo mesmo sério com aquilo. Mas soube que ele queria realmente que eu tirasse uma foto quando passou seu celular pra mim depois de ter colocado uma máscara, encaixando nas orelhinhas, cobrindo o queixo. E como eu sou louca por fotografar obras de arte, não hesitei quando peguei o celular, foquei nele e tirei uma foto. (Foto da mídia do capítulo).

-Eu tô horrível! -Ele disse tirando a máscara do rosto.

-Horrível? Não... Eu não ouvi isso, Hoseok! -Ele começou a rir.

-Tá horrível sim! Eu só vejo bochechas!

-Suas bochechas são incríveis!

-Calma, isso foi um elogio? -Ele pergunta e eu afirmo balançando a cabeça pra cima e pra baixo, porque que tipo de elogio era aquele? "suas bochechas são incríveis!" eu não sabia elogiar usando palavras politicamente corretas e isso era um fato;  ele me oferece um dos copos que estavam na mesa e eu peguei, olhando o que tinha dentro. -Ovomaltine, milkshake de ovomaltine, você vai amar!

-Vou provar. -Sorri, sugando o líquido gelado. -É bom, mas ainda prefiro um café.

-Não vende aqui, eu nem sei por quê não vende. 

-Eu aposto que se eu perguntasse aqui "quem quer café?", todos levantariam a mão pra cima. -Falei um pouco emburrada por ali não vender uma xícarazinha de café. 

-Kyung, isso é um restaurante. Talvez por isso só tenha comidas e bebidas, que não tem café no cardápio, apesar de ser uma bebida.

-É, pode ser mesmo um restaurante com pessoas que no fundo no fundo, trocariam wiskey por café. Eu não trocaria nenhuma bebida por café, é sério, eu amo café.

-Eu trocaria.

-Por?

-Cerveja. 

-Tá bom, eu respeito seu gosto. Mas eu pego meu café e vou embora. -Ele deu uma gargalhada e escutar o barulho dela só não era tão prazeroso quanto a música que soava um pouco distante da nossa mesa. Mas logo o seu sorriso muda para uma expressão séria, seu celular tocava com um alarme, ele soltou um palavrão baixinho e logo se virou pra mim que estava um pouco assustada.

-Eu preciso levar esse relógio pra consertar, que droga! Quase ia esquecendo!-Ele falou levantando com tudo. -Por favor, Kyung, a gente não pode demorar mais nem um segundo! -Ele segurou minha mão e saímos correndo pra fora do restaurante.

Depois de corrermos por um extenso corredor, paramos quando encontramos uma porta escrito acima da mesma "RELOJOEIRO DO TEMPO".

Entramos ofegantes e Hoseok foi na frente enquanto eu o acompanhava por trás, o seu cheiro me lembrava o doce perfume de flores. Fiquei esperando sentada em um dos bancos ali e Hoseok ainda estava de pé, conversando com o senhor fofinho que consertava relógios, suas rugas eram tão bonitinhas e combinavam com seu rosto pequenino. Eu sou apaixonada por idosos, se pudesse pegava no colo e colocava pra dormir, mas poderiam pensar que eu sou muito estranha. 

Comecei a brincar com a lua que estava abaixo do meu pescoço, mesmo estando apagada, estranhei por um segundo já que esse tempo todo eu lembro dela ter estado sempre acesa. Logo Hoseok volta,  notei a ausência do relógio que antes estavam em suas mãos. 

Os olhos dele estavam encharcados de lágrimas, que atravessavam pela extensão das suas bochechas e o nariz do mesmo estava com uma coloração avermelhada, como quem perde o controle sobre o choro. Me aproximei, devagar, limpando as lágrimas que molhavam seu rosto e dei um selinho demorado nele e só percebi que tinha sido demorado, quando senti novas lágrimas descerem dos seus olhos, ele acabou molhando o meu rosto também, por nossos rostos estarem tão colados um no outro.

Quando eu me afastei, ele soluçou. Tirou o sobretudo que usava e pegou seu cordão, com um pingente de sol, brilhando tanto quanto seu sorriso. Ele olhou para o meu e eu também olhei,com uma certa esperança, porém, a meia lua continuava apagada.

Ele soluçou, caindo de joelhos e eu também, no mesmo instante. Foi quando senti uma pontada no peito, uma  vontade absurda de gritar pela dor que tinha começado a sentir, como se uma parte minha estivesse saindo da sua natureza, como se todo os caminhos que eu tivesse traçado fossem fechados, até mesmo pelo lugares, que julguei, serem saídas; como se pelas minhas escolhas eu não chegaria a lugar algum.

Fui me arrastando pelo chão, procurando forças pra chegar até onde ele estava, mesmo sentindo meu coração quebrando como vidro ao ser lançado no chão com brutalidade, mesmo sentindo meu coração arder dentro do peito, senti que o que eu estava fazendo era o mínimo que devia ser feito. Hoseok me olhava, paralisado, sem conseguir se mexer, me dando amor através de suas orbes cintilantes. 

-Eu não sei o que tá acontecendo, Hoseok-ah! -Falei quando consegui ficar pertinho dele, depois de tanto lutar pra ficar de joelhos..

-Kyung... Eu não sei como te dizer isso... -Ele não parava de chorar. 

-Me explica ou apenas diga, eu quero ajudar a te ajudar.

-Você sabe, que nunca iremos nos ver... Não sabe? -Ele falava num fio de voz. E eu ergui meu olhar para trás dos seus ombros, procurando o senhor que estava atrás do balção, mas ele simplesmente sumiu.

-Eu sei... Mas isso me dói, eu prefiro pensar que não sei disso... Mas por quê estamos aqui? Por quê eu tô sentindo meu coração sangrar como se estivesse sendo cortado em pedaços pequenos?

-Você sabe que...Eu nunca vou te ver, não sabe?

-Hoseok... Eu sei... Isso era pra doer tanto assim?

-Kyung... Pense junto comigo, eu vou responder tudo que você tiver curiosidade... Mas fica comigo?

-Eu vou ficar sempre do seu lado, eu nunca vou te esquecer, Hoseok...

-Kyung... -Ele falava com uma voz de choro, agora eu entendi o porquê do meu coração não aguentar ver ele chorando...

-Estou te ouvindo... -Falei com toda paciência que havia em mim.

-Você sabe que o sol e a lua nunca se encontrarão, não sabe? -Anui me jogando em seus braços, entendo por fim o que aqueles dois astros tinham haver com nós dois... E que nossos colares (os pingentes), eram apenas simbólicos. Agora nós dois chorávamos, como uma maneira de num simples gesto como o de abraçar pudesse nos consolar à qualquer custo, até mesmo o custo que mais tarde surgiria. 

A relação do sol e a da lua com nós dois, em como eu tinha fases e ele... Ah, ele sempre foi o centro, a estrela do dia. E eu não passava de um satélite noturno.

Depois que estávamos ali, abraçadinhos um no outro, a dor que eu estava sentindo foi barrada a partir da conversa sobre sol e lua que iniciamos.

-Kyung... Sabia que se a lua não existisse os dias durariam só quatro horas? Nós envelheceríamos rápido demais e...

-A lua não tem brilho próprio... Sabia disso, Hoseok?

-Kyung, a questão é que a lua é necessária. Os anos não fariam sentido, porque as estações não teriam sentido, não existiriam estações como existem.

-Hoseok... A lua e o sol nunca se encontraram e provavelmente isso nunca vai acontecer? -Me separei dos seus braços aconchegantes e segurei meu pingente.

-Sim... 

-Bom... Quem disse? Agora eles estão juntos. -Falei o surpreendendo com meu simples ato de aproximar meu pingente da lua perto do seu pingente do sol; quando dei por mim já estava sentada sobre seu colo, quando o mesmo percebeu meu contato tão repentino com o seu corpo, ele me puxa para um beijo repleto de amor e doçura, o calor da sua língua fez com que eu me sentisse nas nuvens, automaticamente fechei meus olhos e deixei com que ele conduzisse nosso beijo de língua.

Antes de nos separarmos por nos faltar ar, abri os olhos e nós já não estávamos mais no relojoeiro e sim do lado de fora de uma casa, em frente a beira do mar. E não me vinha outro lugar no planeta que me lembrasse estar em calmaria, além da praia e do abraço quentinho e carinhoso de Jung Hoseok.

Hoseok_POV

Ser um anjo tinha lá seus privilégios, embora tivéssemos muitas obrigações.

Acho que sempre fui medroso (a respeito de muitas coisas), mas meu maior medo era que esse dia chegasse, e finalmente chegou: o último aniversário da Kyung Mi.

Nós entramos dentro da casa de praia, onde curiosamente não havia ninguém, haviam uns objetos pelo único espaço que parecia ser só uma sala de estar. Kyung estava admirada por uma vitrola, escutei ela mexendo como se soubesse de fato o que estava fazendo, enquanto eu pintava uma tela em branco na minha frente, com um pincel que estava ali perto desenhei um sol e ao seu lado uma lua, Kyung se aproximou de mim quando ainda estava pintando a tela enquanto uma música tocava da vitrola. 

Aquele lugar era muito pouco iluminado mas isso não me impediu de apreciar a formosura da Kyung.

-Eu amo de paixão as músicas da Aurora. -Ela disse se sentando no chão e eu a imitei, haviam cartas na mão dela. E eu sabia que aquele momento, seriam o de responder suas perguntas. -Essa que está tocando se chama I Went Too Far. -Disse com um sorriso doce no rosto, seu rosto estava numa cor ainda mais fechado, mais pálida, menos alegre. Kyung parecia cansada... Me senti mal por ela, porque por dentro eu estava energético e me vi vivo naquela noite.

-É uma bela canção... -Falei deixando o pincel perto de onde estávamos, haviam 8 cartas espalhadas no chão. -Quer que eu responda as suas perguntas, não quer?

-Quero. Mas antes podíamos abrir essas cartas?

-Claro, Kyung! -Sorri e ela também, ao abrir a carta ela parecia sonolenta, as abria com certa lentidão. 

-Pode ver... Por mim, o que tem nessas cartas? -Ela disse me entregando a que ela estava lendo e repousou a cabeça no meu ombro, senti meu corpo congelar por um milésimo de segundo. Abri a carta e estava escrito em letras garrafais: circo. Mostrei pra ela que sorriu fraco. -Sobre circo... Temos ótimas lembranças...

-E risadas de pânico também. -Ela deu uma risadinha gostosa de ouvir quando eu disse aquilo, abri a próxima carta. -Parque de diversão.

-Eu lembro que a gente quase caiu da barca, quando completei 17 anos. -Ela disse olhando pra carta depois de ter tirado a cabeça do meu ombro e eu parei pra admirá-la um pouco, o quanto eu queria ela pra mim, o quanto eu queria ver ela todos os dias. Ela levantou os olhos até os meus, desviei meu olhar pra carta com a cara extremamente envergonhada.

-Mas nós estávamos seguros, um grudado no outro, Kyung. O que importa é que estávamos juntos. -Falei tentando continuar o assunto.

-Não sei se acharia romântico ou lamentável.

-O quê? -Perguntei rindo da carinha fofa que ela tinha feito.

-Se a gente caísse lá de cima e quebrasse nossos ossos, nos mesmos locais.

-Um cuidaria do outro, Kyung... -Falei e por impulso beijei sua testa e ela beijou meu queixo. Sorrimos como se um de nós acabasse de ter dito a piada do século.

-Te amo tanto...-Ela disse escondendo o rosto no meu pescoço.

-Eu te amo ainda mais, Kyung... Poxa, eu quero te amar cada vez mais, queria te fazer sentir como me sinto. -Falei, segurei os seus ombros e aproximei ela pra mais perto, ansiando pelos lábios maravilhosos e viciantes, nosso beijo era tão quente... -Próxima carta. -Continuei quando nos separamos; ela estava mordendo os lábios porque antes de separamos nosso beijo eu fiz questão de puxar os lábios dela entre meus dentes. -Cinema...

-É impressão minha ou estamos lendo os lugares que já fomos nas datas dos meus aniversários? -Eu ascenti. -Eu amei assistir Your Name com você, eu nunca me emocionei tanto na sala de um cinema como quando assisti com você.

-É uma bela história, bem forte inclusive... Chorei horrores. -Comentei sorrindo com a risada dela. -Devia ter uma continuação, não acha, Kyung?

-Concordo! Tipo "Your Name 2" ou "Your Name o destino inevitável". 

-Você é hilária, Kyung.

-Hoseok, você gosta mesmo de chamar meu nome. Você sempre me chama pelo nome, eu não sei como você não cansa... Não me leve a mal.

-Tudo bem, como eu me cansaria de algo que amo fazer? Que é justamente te chamar?

-Posso te perguntar uma coisa?

-Pode. Mais de uma, Kyung.

-Okay... Você namora mais de 5 garotas ao mesmo tempo e eu sou uma dessas? A Dawon precisou falar diversos nomes até eu mesma falar o meu...

-Eu apareço... Em... Sou encarregado de aparecer no sonho dessas meninas... -Kyung abaixou o olhar, encarando suas mãos e eu as peguei... -Mas toda vez, eu fico contando os dias e meses, esperando chegar o dia 25 de fevereiro chegar... Pra passar seu aniversário com você... E não é pelo fato de saber que você acha que está sozinha e que não tem amigos ou amigas, e sim, porque você me olha de um jeito, Kyung... Porque você prefere escutar o que eu falo, do que falar qualquer besteira, você não se gaba pelo que tem e nem pela pessoa que é, existem um milhão de coisas que eu amo em você e eu só queria ser real pra ser o motivo do teu sorriso a cada nascer do sol, assim como você é o motivo do meu... -Uma lágrima escorreu do rosto dela e eu tratei de enxugar...

-Hoseok, você me deixou sem palavras... Eu não sabia... Na verdade, sempre suspeitei que fosse um anjo...

-Você é minha pessoa favorita, do mundo todo. -Ela se colocou de joelhos e me abraçou. 

-Você é um anjo em minha vida. -Eu a abracei forte por saber daquilo, agora com mais certeza porque vinha dela.

Abrimos as outras cartas e diferente das outras 3 eram palavras, como: temporal, natureza, família, solitude e músicas. O clima entre nós ficou mais tensos, porque procuramos respostas e sentidos em meio aquelas palavras, mas nada parecia conectar, porém, associamos a algumas questões sobre ela, porque aquelas palavras lembravam a vida dela de alguma maneira.

Lembro que no aniversário de 16 anos da Kyung, ela tinha tocado numa conversa sobre sintomas psicossomáticos. Kyung Mi, achava que fosse morrer de problemas no coração, mas ela não tinha doença, era apenas estresse e ansiedade, era a mente dela que a tornava cativa.

-Hoseok, vamos lá pra fora? -Ela fala se levantando e estende as mãos pra mim, segurei firme e ela me puxa com força. Kyung parecia feliz, então eu também estava. 

Corremos pela areia até chegar na beirada de onde as águas chegavam. Molhamos nossos pés ao caminharmos pela água bem rasinha, que cobria até a altura do nosso calcanhar.

-Hoseok?

-Kyung?

Ela pegou meus dedos com delicadeza e deu um beijo no dorso da minha mão.

-Olha, você para de me fazer ficar bobinho de amor por você! -Confessei dando uma leve mordida em seu pescoço.

-É minha arte, sacrificar essa data pra estar com você faz parte.

-Kyung... Seu romantismo me impressiona. -Ela sorriu sem mostrar os dentes e elevou os olhos para os céus, que estavam enfestados de estrelas. -Kyung, sabe por quê a lua não apareceu hoje no céu?

-Hoseok, eu vou chutar... Ela deve estar em outra parte do universo.

-Errado, Kyung... Ela está bem aqui na minha frente! -Peguei ela pela cintura, a girando no ar, enquanto meus ombros serviam de suporte para suas mãos.

-Depois eu que sou romântica! -Ela disse quando eu a coloquei no chão depois de darmos um selinho. -Então sua irmã, também é um anjo?

-Sim! Ela e o Jonghyun são um casal de anjos. -Ela fez uma expressão de surpresa, anuindo em seguida. 

-Entendi... Caramba! 

-O que foi?

-Então... Naquele dia que eu estava na festa... Vocês não eram meros humanos, vocês eram...

-Anjos... Exatamente. Se você tivesse voltado naquele dia, ou se sua mãe tivesse voltado pra agradecer a gente nós não estaríamos mais lá... Fomos enviados.

-Eu preciso pedir desculpas pra vocês, por todo o trabalho que dei.

-Não é necessário, é nosso dever. E além do mais, eu bati naquele cara otário com gosto! Como ele ousa triscar um dedo no amor da minha vida? Deixo não! 

-Ownty! Que fofo, amorzão! -Ela disse apertando minhas bochechas. Lhe abracei e fiquei agarradinho nela, até nos separarmos por escutarmos um estrondo acima das nossas cabeças, o céu estava lindo com fogos de artifícios de cores distintas e belas, colorindo o céu e iluminando a amplidão azul escura acima de nós.

-Mesmo que essa seja nossa última noite, eu confio e respeito a sua escolha, Kyung... Pense em mim, mentaliza, eu vou aparecer lá! -Fechei meus olhos ao beijá-la, para não ter que ir contra as leis que me privam de passar mais tempo com ela, aqueles fogos de artifícios eram um sinal, eu permaneceria na minha natureza e ela voltaria pra dela...

Era como devia ser, eu tive que escolher entre meu ego e entre ser rebelde e assumir uma natureza onde sei que não vou ser inteiramente eu, por isso fiquei comigo mesmo e não pude não desejar que Kyung aceitasse viver em meu mundo, mesmo tendo que abandonar o seu... E sinceramente, acho que ela não sentiria falta da sua realidade... Mas ela faria falta pra quem ficaria.

 Kyung_Mi

Acordei com meus pais e minha avó próximos a mim, me esperando com um bolinho com cobertura de chantilly rosa e o número 20 no alto das duas velinhas. Minha última noite, meu último aniversário... 

-Feliz aniversário, filhota! –Meu pai me entrega um presente e minha vó se aproxima sorrindo junto com minha mãe que estava segurando o bolo.

-Obrigada, pai, amo você! –As outras duas que estavam ali pigarrearam no mesmo instante. –Digo, vocês... Eu amo cada um de vocês! –Cada uma delas me deu um lado de cada lado da bochecha.

-Você merece tudo de bom, merece ser feliz, meu anjo! –Minha vó disse me dando uma caixinha.

-Eu digo o mesmo, vovó! Você é minha pérola preciosa! –Abri a caixinha e ali havia uma lua delicada.

-Se seu nome não fosse Kyung, seria Luna. –Minha mãe disse colocando o bolo em cima da mesinha do meu quarto.

-Mas esse era um nome usual, pra quando eu fosse pra outros pra países. –Tentei colocar o colar sozinha mas não consegui, minha avó ajudou.

-É o que você pode usar quando for pra outros países, por enquanto vai ter que aturar a gente! –Meu pai disse fazendo cócegas.-Tá aqui o meu presente! –Ele disse me entregando um pacote de presente em formato de álbum.

-Não pode ser o que eu to pensando que é... –Desfiz a colagem do papel de presente e vi o novo álbum da Aurora, All my demons greeting me as a friend. –Muito obrigada! Não acredito que você acertou! Ah! Eu te amo demais! –Falei me jogando nos braços do meu pai e ele retribuiu me fazendo carinho na nuca.

-Fico feliz que tenha gostado. De verdade.

-E ainda tem o meu presente! –Minha mãe disse assim que desfiz o abraço com meu pai. –Espero que goste! –Peguei a sacolinha que estava nas mãos dela, como sempre fazendo alguma coisa mesmo "em cima da hora" pra não deixar passar em branco. Sorri quando vi que eram um par de brincos de duas fases da lua. –Que lindos! Eu amei, mãe! Obrigada! Acertou em cheio meu gosto!

-Espero que você use muito!

-Okay... Irei usar... –Falei me levantando juntamente com eles, minha mãe pegou o bolo e começaram a cantar "parabéns". Tomei um banho breve, vesti um conjunto de moletom amarelado e quando cheguei na cozinha partimos o bolo e nos deliciamos, aliás, eles se deliciaram.

Senti uma sonolência e um cansaço me consumir, não consegui comer mais que um pedaço de bolo. Fiquei fazendo companhia para as únicas pessoas que sabiam da data do meu aniversário; ainda peguei meu celular, não havia nada, como sempre, aquilo era de se esperar. Então ao invés de ficar mexendo nele eu apenas fiquei escutando a conversa dos adultos, minha mãe falando sobre os vizinhos, meu pai apenas escutando e comentando sobre o trabalho e minha avó toda comediante, fazendo piadas. Já disse que amo pessoas idosas? é, eu amo muito!

-Você tá com sono, netinha? -Minha vó perguntou depois que eu terminei de fazer uma trança embutida nela.

-Verdade... Você parece cansada. -Meu pai disse com o olhar de preocupação e eu apenas balancei minha cabeça, em negativa.

-Acho que quanto mais eu durmo mais com sono eu fico, se é que isso faz sentido. -Eles sorriram do meu bom humor, me despedi deles com um abraço e um beijo de agradecimento, não só em gratidão por tudo que eles me proporcionaram em 20 anos, mas por me aturarem até aqui.

E eu não achei coragem alguma em mim, pra dizer a eles que eu estava me despedindo, então apenas escrevi uma pequena carta, para os três resumidamente e ainda escreveria mais, se não estivesse me sentindo tão derrotada pelo sono, meu corpo só queria a cama naquele momento, eu sentia pela minha própria despedida...

Estava usando o colar que minha vó me deu e os brincos presentados pela minha mãe, o álbum da minha cantora favorita estava sobre a cabeceira da cama e estes sem dúvida foram os melhores presentes que cada um deles poderiam ter me dado.

Pensei no Hoseok, em seu sorriso, assim que fechei os olhos quando sentei na cama e vi ele deitado na cama assim que os abri.

-Kyung... Você não precisa...

-Eu vou fazer isso. Quero trocar isso por você, Hoseok. -Falei apontando ao redor. -Me leva junto com você, amor! Se isso custa minha vida, eu troco, só deixa eu ficar contigo, não me faz esperar mais um ano... 

-Mas eu não sei como...

-Eu sei exatamente... -Sussurei. -Eu troco meu destino, pra viver no seu, Hoseok...

-Kyung... -Uma lágrima caiu do seu olho e eu beijei ele até não sentir mais o amargo gosto que havia sendo minha vida. Era algo quase além do sobrenatural, que me fazia sentir viva, de uma outra forma, mais branda e acolhedora. -Você é tão corajosa, amor! Tem noção de que não existe agora mais barreiras, não precisarei mais te visitar anualmente, eu te terei comigo pra sempre!

-Sim! Sim, meu amor! -Hoseok encostou seu nariz no meu. -Faria isso quantas vezes necessário! Eu nunca vou deixar esse amor morrer... Ele não pode ser tocado por ninguém.

-Tô sentindo todas as melhores sensações contigo, agora... Você é meu paraíso, Kyung! Pra sempre!

-Você também é a pessoa que eu escolheria, se eu tivesse que ter sacrificado isso bem antes, teria feito tudo bem antes... Desculpa se te fiz esperar muito tempo, garoto dos meus sonhos.

-Fez valer a espera... Eu te amo até o infinito, Kyung Mi!

 ·˚ ༘ 

26.02.2020

Kyung Mi foi encontrada morta e as causas do seu óbito foram irreconhecidas.

2 semanas depois veio o resultado da faculdade, ela não havia passado pra faculdade de fotografia que sonhava.

Os pais de Kyung Mi se juntaram novamente durante o luto da sua única filha, agora juntos como marido e mulher tentavam consolar um ao outro.

2 anos depois da morte da mesma, seus pais tiveram duas crianças:

um garotinho chamado Ravi, um nome que significa "sol".

E uma garotinha chamada Aurora, que significa "o nascer do sol".

E aquelas duas criancinhas foram totalmente o contrário que sua falecida irmã foi...

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶





















 quando fui reler o capítulo final-

Hoseok me representa quando eu fui ver a tradução de Exist For Love 

;-;CASOU CERTINHO! AAAAAA! 







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