Chapter Five - Repentance and Music
✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
-Dawon apareceu num momento único e surreal na minha vida - JongHyun disse com um sorriso formando seus lábios enquanto paramos num andar da festa que dava de ver os jovens lá em baixo dançando. -Ela me incentivou a continuar, a sempre persistir. -Continuou falando enquanto seu olhar estava fixo lá em baixo, em uma certa direção, com certeza era para a Dawon que ele olhava. -Tudo fez ainda mais sentido quando ela se tornou o motivo de eu continuar a existir. -Terminou sua fala passando suas mãos pelos cabelos como se estivessem bagunçados.
-Isso é realmente muito lindo! A história de vocês dois. -Disse pressionando as alças da minha mochila, minha câmera ainda estava em meu pescoço. -Você já desistiu de si mesmo, por conta de não aguentar o que passou? -Perguntei arqueando uma das sombrancelhas e Jonghyun se virou.
-4 vezes, a depressão é uma droga. -Arregalei meus olhos meio surpresa. Se bem que não era lá tanta surpresa, quem nunca já teve essa vontade de jogar tudo pra cima e desistir, não é mesmo? -Eu tinha vindo pra cá por conta da minha irmã primeiramente, ela tentou fazer culinária e por ela eu acabei meio que gostando de cozinhar também. -Disse rindo. -Mas....-Sua voz agora estava baixinha agora, embora estivéssemos distantes de onde o som estridente soava, era audível a voz dele. -Mas... Acabou que meu pai brigou com minha mãe porque ele não sabia que ela havia permitido que minha irmã viesse para Gwangju ainda mais comigo...
-Mas... Você demonstra ser uma pessoa que passa segurança, Jonghyun...-ele me entrecortou.
-Agora, mas antes eu não era tudo o que sou hoje, eu pensava que era amado, talvez até fingisse, mas minha mãe sempre preferiu a filha do que a mim, tanto é que hesitou em me deixar vir pra cá com minha irmã, só ela que eu tinha certeza que poderia contar-Suspirou ele e eu não queria ter que continuar aquele assunto, eu não saberia o que fazer se visse ele chorando, no impulso eu o abraçaria. -Até que teve um dia que eu tentei ao máximo buscar por alguém que eu pudesse achar isso, minha irmã desistiu da carreira de chef de cozinha e optou pela fotografia, eu cursava música, trabalhei muito potencializando minha voz- sorriu ao comentar sobre- foi através dela que conheci a mulher da minha vida. -Olhou pra baixo enquanto seus braços estavam apoiados na barra que os separavam.
-Uau! -sorri boba enquanto via a cena dele admirando Dawon de longe. -Eu acho vocês tão fofos, como conseguem lidar com as críticas em relação a idade de vocês? -Perguntei nem um pouco curiosa. Imagina. Ah, só queria saber mais sobre esse otp cheiroso.
-Somos do mesmo ano. -Meu queixo foi ao chão, Dawon não parecia ter toda a idade que tinha. Céus!
-Caraca, incrível! -ele sorriu ladino e começou a estalar seus dedos.
-Pode me dizer que horas são?
-00:29, por quê? Vai agora?
-Não... Não... Mas acho que minha mãe vai me matar. -Falei como se aquilo fosse algo pra se comemorar.
-E por quê você aparenta estar contente sabendo que vai levar uma bela de uma bronca da mãe?
-Porque parece errado, é a primeira vez sabe? -Gargalhei boba. -Vou ao banheiro, já volto. -Falei tirando minha mão do queixo, onde minha meu cotovelo tinha apoio sobre a barra e logo me dirigi para o banheiro mais próximo.
-Tudo bem, desde que você volte tudo bem. -falou fazendo um "dois com a mão". -Tomare que quando você voltar a Dawon já esteje aqui. -Ascenti e acenei, sem muita demoras tentei passar pelas pessoas que estavam na frente da porta do banheiro feminino e tinham casais se agarrando pra todo canto. Queria vomitar com o modo veloz e desesperado que eles se atracavam, esses eram um dos locais onde a sociedade coreana que mantem a dignidade sã de respeito em relação a contato físico demais evita. Me admira pessoas como a Dawon e o Jonghyun estarem aqui, mas pensando assim eu estaria supondo que eles seriam pessoas como aquelas outras e me colocando no meio disso tudo e não, eles não eram, eles estavam mais pra parte boa do todo, não poderia julgar ninguém sendo que eu própria estava ali. Muito arrependida, mas estava.
Abri a porta do banheiro, deixei pendurada minha bolsa e não ousei ficar com minhas nádegas sobre aquele vaso nem morta, ECA. Onde iria parar o senso de higiene dessas bandos de sem noção que não sabe dobrar direito um simples absorvente? É algo tão simples e prático, mas não: precisam deixar ali à vista de todos, no caso todas.
Lavei minhas mãos e sai o mais rápido dali lembrando do acontecimento de algumas horas atrás quando Dawon me defendeu daquele grupinho de meninas patéticas; saí daquele banheiro ignorando o fato de meu estômago ter embrulhado e eu sentir nojo da minha própria espécie; mas quando tentei passar pela quantidade de gente que barrava a saída ficou mais forte ainda.
Até que eu topei num cara não tão alto, que cheirava a bebida forte e que estava com um casaco surrado, seus fios loiros meio desbotados pararam quando seu corpo colidiu com o meu.
-Olha pra onde você anda, ô coisa! -Falou irritado quando passei quase correndo por ele até dar de testa no peitoral do mais alto. Que logo me olha. -Se machucou belezinha? -Seu mal hálito me deu uma tontura instantânea e eu baixei meu olhar ao chão.
-D-desculpa, licença. -As pessoas já estavam dispersas por aquele lugar e eu me senti agoniada por pensar em estar sozinha com aquele cara e sei lá, em pensar nele me abordar pra um lugar a sós. Socorro.
-Ah, quase me faz parar de respirar e vai sair assim sem mais nem menos? -Falou espremendo meu pulso em suas mãos. -Agora faça o que eu te disser. -Bufei de raiva no mesmo instante e tentei sair do contato de suas mãos.- Só assim pra mim poder aceitar suas desculpas, gatinha. -Suas palavras saíam de forma suja e sem sentido, ele estava completamente bêbado.
-Me-m-me larga! E vá a merda! -Saltei as palavras da minha boca e fiquei nervosa quando ele encostou sua boca perto do meu ouvido e segurou firmemente minhas duas mãos me impedindo de fugir dele, falhei novamente em tentar sair de perto daquele maluco, ele era mais forte se comparado a mim. Minha mente alternava em gritar, manter a calma e tentar resolver isso sozinha ou desejar que ele venda meus órgãos por um preço acessível a quem os quisesse adquirir no mercado negro.
-Pra quê tanta pressa, princesa? - A forma como ele usava "elogios" só aumentava minhas náuseas. -Aproveite a noite, você ta muito normal pro meu gosto- revirei os olhos sem acreditar no que ele estava falando.
-Eu não vim pra cá pra agradar a ninguém que não fosse eu mesma, agora me larga se não eu vou... -ele me interrompeu mordendo com força meu pescoço e senti uma ardência se alastrar pelo local. Desgraçado, filho da égua. -Grr... Me la-larga... P-por favor.... -minha voz saiu em um tom de extrema súplica quando ele passou as mãos pela barra da minha blusa, aquele bêbado infeliz passou uma das mãos para dentro da minha blusa enquanto a outra segurava minha nuca e eu não parava de batê-lo já que minhas mãos estavam livres, empurrei o peitoral dele pra longe mas ele me imprenssava ainda mais contra a parede e a mão dele continuava a traçar minha costela até chegar numa parte do meu sutiã, uma lágrima carregada de nojo e raiva passou descontrolada pelo meu rosto, eu devia estar borrada. Que droga que eu fiz com a minha vida vindo pra cá?
-Quero ver a cor desse seu sutiã, babyzinha. -Falou encarando meus lábios e eu apertei meus olhos com força e antes que eu pudesse levantar meu joelho pra golpear seu amiguinho despertado alguém afastou ele de mim e deu fortes socos no rosto daquele desumano.
Me senti usada e totalmente com um psicológico depois do que havia acabado de sentir, sentei com tudo no chão e por sorte achei minha mochila próxima aos meus pés, minha câmera... CADÊ MINHA CÂMERA? AH NÃO... ESSA NÃO, KYUNG!
-Você não aprende nunca não é?! -Falou em direção ao cara que me assediava, a pessoa que tinha me livrado das mãos daquele cafageste tinha a voz tão bonita, mas não consegui vê-lo pois a música tinha aumentado, um novo DJ tinha entrado e fazia uns remixs malucos altamente por toda o lugar, dava de ouvir até mesmo dali do banheiro. -Moça você está bem? -A voz rompeu e eu tentei ver ele melhor, enxugando meus olhos das lágrimas que desciam, quando levantei minha cabeça para agradecer ao provável anjo por ter me feito escapar daquele louco entrei num estado de choque.
Era mesmo o garoto dos meus sonhos? O sonho já havia começado mesmo? Por quê ele estava ali? Por quê eu me calei sem conseguir falar nada? Eu estava totalmente travada!
-Ele te machucou? -Perguntou se agachando e quando seus olhos bateram nos meus ele abriu um pouco a boca e ficou me fitando, perplexo tanto quanto eu.-Co-Consegue se Levantar?
-E-eu... Vo-vocé é o... M-mas... C-om.. Por quê você... Eu... Co-como... -o garoto de cabelos vermelhos me olhou engraçado; talvez pensando que eu fosse gaga, o mesmo ficou olhando o chupão em meu pescoço alternando seu olhar entre meus olhos e meu pescoço. Antes que eu pudesse lhe agradecer escuto alguém berrar. Voz de mulher. O chamado para minha primeira bronca. Minha mãe. Estava na festa. Putz. O gps do celular...
-KYUNG DO CÉU! OLHA O ESTADO QUE VOCÊ SE ENCONTRA! MENINA, LEVANTA DAÍ AGORA! CUIDA. -Berrou pegando minha mochila e me encarou com extrema fúria em seus olhos. A primeira vez que fiz ela passar ódio e vir me buscar num lugar onde não fosse o colégio que há uns 2/3 anos atrás ia constantemente, me levar e buscar. Ter a sensação de ser um fardo foi a última coisa que passou, por todos os meus sentidos.
O garoto foi empurrado pro lado com a força do corpo da minha mãe, ficando na frente do dele.
-Kyung, você demorou pra... -escutei a voz do Jonghyun que havia chegado e percebeu a presença do garoto e da minha mãe e diminiu um pouco da preocupação presente em sua voz... -Demorou pra voltar...
-O que foi isso no seu pescoço, dongsaeng? -Dawon disse passando seus dedos pelo meu pescoço e eu abaixei meu olhar, minha mãe estava de braços cruzados e com seu olhar materno esperando uma boa de uma explicação. -E você Hobi, você tem alguma coisa a ver com isso? -Perguntou fuzilando o garoto mais novo. Que por sinal se pareciam muito. Os dois... Espera... Eram irmãos? Não creio numa coisa dessas...
-Juro que não, noona, eu só a ajudei. -O tal Hobi olhou pra mim como se estivesse me perguntando se poderia mesmo contar ou não sobre o que acabara de acontecer há alguns minutos atrás e eu suspirei de forma com que ele continuasse. -Um cara ia abusando dela, deu de perceber que ele tinha se aproximado contra a vontade dela, ele ficou avançando nela, noona! -A irmã dele continuou prestando atenção, assim como todos os outros ali presentes. Eu sempre odiei ser o centro das atenções, se eu tivesse um super poder, seria o de invisibilidade, nunca foi prazeroso pra mim ser o tema de uma conversa. -Você sabe que eu não suporto ver essas cenas, ele estava a machucando, noona, eu tive certeza que ela estava desconfortável, eu só a ajudei.
-Eu acredito em você Hobi, pensei que tivesse acontecido outra coisa aqui... -Dawon disse com um sorriso sacana dando uma cotovela no irmão que escondeu o rosto nas mãos e eu corei. Permaneci calada.
-Mas ele não fez mais nada com você mesmo, né? -JongHyun falou passando sua mão pelo ombro da sua namorada que sorriu com tal ato.
-Não, eu tô bem, eu só...
-Bem o caramba, vamos já pra casa senhorita Kyung, já deu muito trabalho hoje! sai assim sem mais nem menos! Perdeu mesmo a noção do juízo? -Abaixei minha cabeça quando vi os olhares de pena sobre mim e me encolhi abraçando o próprio corpo me sentindo uma garotinha de 6 anos de idade. -Porque poxa! tudo bem você querer fazer amizades e pra isso querer sair mas custava alguma coisa me contatar e...
-Mãe mas eu mandei mens... -tentei falar quando o Jonghyun e o Hobi trataram de tirar o homem que estava jogado no chão por conta dos golpes do Hobi.
-Não interessa mensagem, me falava bem antes. -Todos permaneceram de cabeça baixa e não falavam mais nada, uma lágrima escapuliu e eu enxuguei depressa. Hobi e JongHyun havia chegado. -Agora vamos! -minha mãe disse me puxando com tudo pra fora de lá sem ao menos deixar eu me despedir do JongHyun, da Dawon e do... Hobi...
-Obrigada por fazerem companhia a minha filha... Passar bem... -Minha mãe apertou o passo e praticamente me obrigou a acompanhar o ritmo apressado dela pra longe daquele lugar. Vi eles três virem atrás de mim e da minha mãe mas umas pessoas que andavam pelo local impedia eles de passarem. Droga.Eles me perderam de vista. Agora eu estava olha pra trás,numa tentativa de dar ao menos um aceno. Me senti mal agradecida por não agradecer a atitude do Hobi.
-Nem ouse chamar eles. -Falou minha mãe com autoridade quando percebeu que eu olhava pra trás.
-A senhora não deixou eu me despedi deles direito. Que saco!-Falei quando ela destravou o carro e eu entrei bufando de ódio. -Foi chato da sua parte. -Ela continuou tentando ligar o carro mas sem ligar pro que eu falava. -Prefiro mil vezes o papai! -Falei deitando no banco de trás e minha mãe jogou em minha direção a minha mochila toda surrada.
-Você parece já ter pego jeito de fazer amigos. -Falou dando partida ignorando o fato de eu ter falado do meu pai.
-Não sei se conseguirei fazer com a facilidade que fiz com estes hoje. Eu não quero mais falar agora mãe. -Falei fechando os olhos e massageando o lugar do chupão, tentando afastar os pensamentos de puro medo que eu comecei a sentir. Meu celular estava completamente zerado, ainda perdi minha câmera, se bem que eu não tinha só aquela, mas mesmo assim... Era minha preferida. É, eu me sabotei muito hoje. Me superei no quesito "fazer amizades além do esperado".
Logo eu completaria mais um ano de vida com uma aventura pré-aniversário do jeito mais exótico possível. Minha mãe permaneceu em silêncio assim como eu e colocou uma música pra tocar no rádio. Escutei ela murmurar alguma coisa, do tipo "devíamos registrar isso que você passou para a polícia, que cara louco! É por essas e outras que eu odeio esses lugares". E como sempre ela estava certa.
"Eu não quero chorar
Eu não quero chorar
Embora eu tenha muitas lágrimas
Não quero chorar'
Don't Wanna Cry do Seventeen me fez de algum jeitinho especial relaxar.
Já já estaríamos em casa, é provável que ela não vá ficar me enchendo de perguntas, tanto quanto fez antes de sairmos do carro. Eu só quero esquecer o que aconteceu de ruim e tentar me convencer de que aquele garoto Hobi, se não me engano, se parece com o garoto dos meus sonhos, talvez seja coisa da minha mente, ou pura imaginação... Mas não tem uma razão... Era pra ter uma razão? O Hobi seria essa razão.
"Pegue um pedaço do meu coração
E torne-o todo seu
Assim, quando estivermos separados
Você nunca estará só
Nunca estará só".
Shawn Mendes - Never Be Alone.
A playlist da minha mãe era mais indecisa e aleatória que eu. Que não tão diferente de mim, se perdia e se encontrava tentando explicar o que tanto buscava: Uma canção que traga razão...
✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
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Nota da Karlinha: Oie, leitoras de The Boy Of My Dream! como estão?
Percebi que eu sou mais insegura do que imaginei ao corrigir algumas coisas nesse capítulo, na primeira vez que escrevi ficou um assunto muito pesaroso e eu não tinha muita noção de como abordar. Fico olhando para o capítulo e penso: "caramba! tá uma negação", mas quando publico e percebo que não tenha sido tão ruim como pensei eu me animo mais ainda pra continuar com ela, obrigada de verdade por isso!
Ás vezes eu olho pra essa shortific e me passa um filme na minha mente de como ela nasceu. Nem sei de onde veio tanta coragem pra republicar, contudo, espero que estejam gostando, obrigada pelos comentários e votos. Pelo feedback também! Vocês são demais!
Até a próxima!
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