A cerimônia do enterro
"A morte de um monarca acabas deixando o seu povo sem rumo até que, acabou surgindo alguém que possas o deixares seguros novamente". — Conselheiro Peter
Conselheiro Peter
Na manhã seguinte...
Acordei radiante após receber a tão desejada notícia de que, aquele maldito Rei tinhas falecido na noite passada. E o encontraram nesta manhã sem vida, quando uma das criadas que não recordo-me do nome, o encontrou deitado em sua cama com as vestes sujas de sangue e o chão também se encontravas da mesma forma.
Só sei que acordei com os berros desta criada que corrias nos corredores afora, dizendo que a Vossa Majestade tinhas falecido. Todos tiveram quase a mesma reação, ficaram em choques e apavorados por não saberes qual serias o futuro do Reino sem ter um herdeiro para se apossares o trono. Mal eles sabem que existias uma antiga lei sobre que caso não tivesses ninguém da linhagem direta ao monarca antecessor, que o seu Conselheiro ou alguém de sua extrema confiança, fosses proclamado como o Rei Regente até que apareças alguém para reivindicar o trono.
E és claro que farei o possível e o impossível, para que ninguém tome o meu trono que o conquistei após de muito esforço. Lembro-me perfeitamente que o falecido Rei Carl tinhas escrito um testamento e que tinhas me pedido para que só o abrisse após a sua morte. Sei mais ou menos no que estás escrito e que, provavelmente irás arruinar o meu futuro reinado.
Porém, ireis cumprir a sua última vontade para não levantares nenhuma suspeita até porque, todos devem estás querendo saber o que o falecido Rei tinhas os deixado. Já que eras um antigo costume deste Reino, desde a época do primeiro monarca deste país. E és claro que arrumareis um jeito de que, ninguém ganhe o direito ao trono após ganhares a guerra. Para que no final, eu sejas proclamado o Rei oficialmente.
Enfim, voltando para a loucura que estás neste castelo após a morte daquele maldito Rei. Eu estavas correndo pra lá e para cá, com os preparativos da cerimônia de seu enterro. Lembro-me que ele tinhas me dito que querias que o seu caixão passeasse nas ruas principais do Reino. E quem os carregassem, fosses os seus parentes e seus amigos mais íntimos até chegares no cemitério dos nobres. E que fosses enterrado ao lado de sua falecida esposa.
Após ter ordenado para que os criados o limpasse e colocasse a sua melhor vestimenta. Agora estou aqui, escrevendo várias cartas e entregando para os meninos que estavam montados em cavalos para que, eles fossem chegar o mais rápido possível nos castelos dos nobres. E finalizei a última carta para ser entregues para a família Lancaster.
Fiquei por alguns minutos pensando em como serás o meu comunicado que tereis que fazer para anunciar a morte do Rei Carl. Provavelmente, tereis que buscar muita paciência para lidar com os gritos e choros deste povo que o amava tanto. Assim que consegui escrever as primeiras palavras, fui escrevendo até dar uma folha completa. Apesar que acho que acabareis resumindo na hora, para ficares livre desta tarefa no qual sou obrigado a cumprir como o Conselheiro Real.
Comunicado terminado, agora ireis tomar um banho para relaxares um pouco e preparar-me para fazer o anúncio de sua morte. Saí do salão de reuniões que estavas para poder escrever as cartas e o comunicado em paz, andei em direção às escadas que davam acesso ao meu quarto. Assim que aproximei-me, vi uma criada ainda atormentada pela morte do Rei. E pedi-lhe que preparasse o meu banho, imediatamente ela fez o que eu tinhas lhe ordenado por mais que não quisesse fazer isso por conta da tristeza que estavas sentindo.
Cinco horas se passaram...
Já estavas pronto e me encontravas na varanda do castelo, no qual o antigo Rei costumavas trazer anúncios importantes para os seus súditos. Eu dei uma breve olhada de como estavas lá fora e tinham muitas pessoas de todas as classes sociais. Até os Lancaster e os York estavam aqui, eu achavas que eles se recusavam a ficarem no mesmo ambiente que o outro, mas acho que hoje fora uma exceção.
Enquanto eu os encarava de longe, acabei avistando uma pessoa no qual acheis que nunca mais viria. Aquela jovem esquisita que se chamavas Isabelle González, se não me engano. E ela estavas ao lado do Lorde Isaac York. Eu juravas que ela estavas com a família do Rei, mas pelo visto, estavas completamente enganado. E pensar que ela quase arruinou o meu precioso plano, mas parece-me que o destino estavas ao meu favor e agora estou aqui, prestes a anunciar a morte daquele maldito.
E após alguns goles de vinho tinto, respirei fundo e dei alguns passos até parar em frente do pequeno muro da varanda. O barulho infernal que aquele povo estavas fazendo, fora cessada quando elevei a minha mão que antes eras um costume do Rei como uma forma para que todos se calassem e ele pudesse anunciar alguma coisa:
— Olá, povo de Inglaterra! Estou aqui para trazer-lhes um comunicado no qual, não querias trazeres tão cedo. Sei que os nobres já sabes no que ireis dizer para vocês, mas mesmo assim queria que eles estivessem aqui também. Enfim, ontem a noite, a Vossa Majestade acabou passando muito mal por conta de uma enfermidade no qual, ele não querias que ninguém soubesses para não o acharem um Rei fraco. Porém, esta mesma enfermidade acabou o matando e ele fora encontrado por uma criada nesta manhã. E ele querias que fiz... — Os comunicava sobre tudo que estavas lembrando do papel que tinhas escrito horas atrás, mas acabei sendo interrompido pelos gritos deles.
Fiquei por alguns minutos, calado enquanto esperava que eles se acalmassem um pouco. Bebi mais alguns goles do vinho tinto, elevei mais uma vez a minha mão e eles pararam ou pelo menos, uma boa parte colaborou assim que viram a minha mão:
— Continuando de onde estavas falando... E ele queria que fizeste um tipo de cerimônia do seu enterro de um jeito diferente. Ele queria que o seu caixão passeaste nas ruas principais do Reino, sendo carregado pelos seus parentes e seus amigos íntimos. E ser levado até ao cemitério dos nobres para ser enterrado ao lado de sua falecida esposa. Esta cerimônia ocorrerás amanhã de manhã, porém, o enterro serás fechado para que somente os familiares e os amigos, possam se despedirem devidamente da Vossa Majestade. E antes que me esqueças, daqui duas semanas, fareis um novo anúncio sobre o testamento que ele nos tinha deixado. — Finalizei o meu comunicado e retirei-me sem dizer mais nada, saí daquele cômodo rumo ao meu quarto no qual tinhas várias garrafas de todos os tipos de bebidas sobre à mesa.
Após ter chego ao cômodo mencionado, corri em direção a mesa e sentei numa cadeira. Peguei a primeira garrafa sem importar-me no conteúdo que tinhas lá dentro e preenchi a taça que antes se encontravas, esperando que o preenchesse com este líquido. Peguei a taça e o levei até a minha boca, comecei a bebericá-lo até acabar, depois o enchi várias e várias vezes. Até acabar caído no chão com uma garrafa que continhas quase nada do vinho branco que tinhas vindo diretamente da França como presente ao falecido Rei.
Isabelle
Na manhã seguinte...
Passei a noite toda em claro, por conta das lágrimas que não paravam de rolar sobre o meu rosto. Ainda não consigo acreditar que o Rei Carl tinha morrido, eu já sabia que isso iria acontecer cedo ou tarde, por conta de seu diagnóstico. Porém, no fundo eu sempre buscava acreditar que isso iria demorar por mais algum tempo. Pois, queria ter o visto antes para contá-lo sobre tudo o que me ocorreu desde a minha volta e a expulsão no castelo da família Lancaster. E também, sobre as coisas que acabei aprendendo com o Lorde Isaac.
Eu realmente o tinha como um grande amigo, mesmo que no começo tínhamos começado com o "pé esquerdo" por conta daquele Conselheiro Real. Que até hoje, não consigo sentir confiança de jeito nenhum. Ele me cheira muito mal, parecia um sanguessuga do Rei e não sei como, aquele cara conseguiu enganar a todos tão bem assim.
Sei que o Rei o confiava de olhos fechados, mas aquele Peter Williams nunca me enganou. Desde o primeiro dia que o vi, percebi que ele transmitia algo de muito ruim. No começo, achava que era uma paranóia da minha parte. Porém, após aquela conversa que tive com ele lá na biblioteca, só tive a confirmação do quão ruim ele era como um ser humano.
E quando o vi ontem lá naquela varanda do castelo, anunciando a morte do Rei Carl. Eu podia jurar que em alguns momentos, ele sorria mesmo que discretamente após finalizar alguma frase. Mas prefiro acreditar que estava vendo coisas, já que não o conseguia ver perfeitamente por conta da distância.
Mas não era só isso que estava me deixando no tanto intrigada, mas sim, a forma que a Duquesa Elizabeth e os seus irmãos, me ignoraram completamente quando me viram ao lado do Lorde Isaac. Mas acho que eles não me ignoraram pelo simples fato que estava ao lado de um nobre que é de uma família no qual, eles se odiavam por conta de uma tragédia que aconteceu entre eles.
Mas também por conta do ocorrido daquela fatídica noite que me flagraram na cama com o Edward. Até os dias de hoje, fico chateada ao lembrar que a minha amizade com a Duquesa que estava sendo construída lindamente, acabou sendo destruída por completo após este episódio no qual me arrependo amargamente.
A forma que ela me olhou, me fez ter uma vontade imensa de sair correndo dali. Mas tive que segurar esta vontade, porque ainda estava curiosa para saber qual era o motivo que o Conselheiro Peter tinha convocado todas as famílias da nobreza e os súditos do Reino até ao castelo do Rei Carl. E quando eu soube o motivo, digamos que o meu mundo caiu e era como se tivesse perdido alguém da minha família.
Agora estou juntando forças para levantar da cama de uma casa grande que mais me parecia uma mansão e que era da família York, esta casa ficava dentro do Reino próximo da praça de onde ficava a estátua do Rei Carl. Tinha três andares, sendo dois deles com corredores enormes e vários quartos, cada meio metro tinha um quadro de algum membro da família deles.
E no chão destes corredores, continham tapetes longos e pretos com desenhos de rosas brancas nas bordas. As paredes eram da cor creme, as portas no tom de marrom escuras e no final do segundo andar, continha uma biblioteca. E isso me fez crê que os nobres que conheci neste século, realmente gostavam de ler, porque só assim para explicar o motivo de terem bibliotecas em suas residências.
Mas voltando ao foco, consegui levantar por mais que a dor de uma perda esteja me fazendo querer passar os próximos dias, prostrada nesta cama com a tentativa de fazer que esta dor se esvazie de dentro de mim. Mas não poderia fazer isso, bem no dia da cerimônia de enterro do meu velho amigo. Ele com certeza, iria ficar super bravo se eu não fosse ao seu enterro.
Neste quarto, é muito aconchegante e bem diferente do atual que estou lá no castelo da família York. Acho que quando voltarmos lá, irei exigir para o Mago Elliott que pelo menos, coloque uma cama melhor para mim, pois, a minha coluna iria agradecer demais por isso. Mas enfim, fui até um pequeno armário que batia exatamente na altura dos meus cotovelos e no qual, continha uma bacia de água e um pano seco ao lado.
Preenchi as minhas mãos e o levei até ao meu rosto com a intenção de tirar todas as marcas de choro. Torci para que também, amenizassem os inchaços de meus olhos, mesmo achando isso, muito difícil de acontecer. Feito isso, chamei a criada Rebecca para que me ajudasse a trocar de roupa e sim, depois de muito tempo, acabei tendo que me acostumar com este negócio de ter alguém para fazer isso pra mim.
Assim que ela bateu na porta, eu pedi que entrasse e com isso, ela me ajudou a deslaçar a parte de trás de um vestido que estava usando. Era um vestido simples que nem aquela que me deram no primeiro de aula que tive com o Mago Elliott. Mas desta vez, irei usar um vestido emprestado da Lady Louise e era um branco, com as mangas e as partes laterais da cor azul claro, também continha um capuz branco. E no meio do vestido, tinham pequenas cordas entrelaçadas.
Após ter o vestido, a criada escovou os meus cabelos e os deixou em formato de coque com alguns adereços dourados em volta. Calcei os saltos pretos de sempre e saí do quarto, logo atrás dela com o destino até a sala de jantar para tomar o café da manhã com a família York.
Uma hora se passou...
Já nos encontrávamos próximo a saída do castelo, estava com as Ladies, Louise e Katherine, já a mãe delas estava esperando ao lado de uma outra nobre, por motivos que ela se recusava em ficar perto de mim. E sim, até hoje ela não vai com a minha cara, mas nem ligo mais para isso. Enfim, já o Lorde Isaac se encontrava lá dentro junto com o Duque Edward, pois, eles iriam carregar o caixão do Rei junto com os outros nobres que eram considerados amigos íntimos do monarca.
Até aonde sei o Lorde Isaac nunca fora amigo íntimo do Rei, mas o seu pai era e por conta disso, ele iria meio que representá-lo de uma certa forma. Bom, pelo menos foi isso que ele me explicou ontem a noite assim que chegamos naquela enorme casa que eles tem aqui no Reino. Só espero que tanto ele e o Edward, se comportem e deixem os problemas familiares de lado, pelo menos neste momento tão triste para todos nós.
A saída do castelo, estava lotada tanto de nobres e dos súditos do Reino. Todos estavam usando vestes de cores neutras ou tão escuros como o preto. Alguns estavam calados e outros, conversavam bem baixinho. Os semblantes da maioria deles, eram quase a mesma, estavam abatidos e assustados por não saberem qual seria o futuro do Reino daqui por diante, eu presumo.
Os meus pensamentos foram interrompidos, quando escuto barulhos semelhantes a de trombetas. E com isso, olhei imediatamente para onde estava vindo estes barulhos, avistei um caixão todo decorado e com um tecido enorme com o símbolo que representava a sua família, ou seja, os Lancaster. E este tecido, o cobria completamente e os nobres que foram convocados para os carregarem, estavam andando bem devagar para não correr o risco de acabar o derrubando.
Soube pela Lady Louise que se caso, eles deixassem o derrubar mesmo que acidentalmente, perderiam os seus postos como nobres. Achei isso, um absurdo quando ela me falou isso, mas quem sou eu para questionar um costume desta época tão diferente da minha, não, é, mesmo? Mas enfim, isso não convém o caso agora.
Finalmente, eles se encontravam do lado de fora e andaram, tomando todo o cuidado possível. Por incrível que pareça, hoje não estava chovendo que nem ontem a noite. Porém, as ruas ainda se encontravam ligeiramente molhadas e agora, estou torcendo para que nenhum deles acabem escorregando sem querer. O céu estava nublado o que acabou combinando perfeitamente para a ocasião, é como se o céu também estivesse ficado triste após a morte do Rei Carl.
Bom, prefiro acreditar nesta teoria mesmo ou é a minha tristeza que está achando que o céu ficou nublado por conta da morte do monarca...
Conforme, eles estavam caminhando, a gente estava indo atrás deles para somente parar de andar, quando chegasse ao cemitério dos nobres. Estava considerando esta caminhada a mais triste que já fiz em toda a minha vida, as pessoas realmente estavam sentindo pela perda e acredito que, ele foi muito amado por eles de uma certa forma.
As calçadas estavam decoradas por rosas vermelhas nos quais, representavam a família Lancaster que ele tinha nascido. Só estas flores que faziam este momento parecer ser menos triste mesmo. Com certeza, ele iria adorar de ter visto isso, por mais que ele não fosse admitir para ninguém, já que gostava de bancar o durão para todos.
E quando menos estava esperando, já estávamos nos aproximando do cemitério de onde, finalmente o meu amigo, Rei Carl, irá descansar ao lado de sua falecida esposa. Os súditos foram indo embora aos poucos, já que sabiam que não poderiam entrar lá dentro junto com os nobres, por conta que a entrada era restrita para eles.
Eu não era uma nobre, mas por sorte de ter a amizade com o Lorde Isaac, ele permitiu que também pudesse acompanhar o enterro do Rei. Eu o agradeci muito por ter me deixado em fazer isso como a minha última homenagem à ele que tanto tinha me ajudado antes de me fazer voltar para o castelo da família Lancaster.
O cemitério não era muito diferente dos quais já vi no meu século. Todos tinham os seus túmulos bem arquitetados, um mais bonito do que o outro. E assim que chegamos no túmulo no qual, ele será enterrado. Vi que era um digno de um Rei mesmo, era enorme que mais me parecia uma casa feita de pedras brancas, por cima tinha uma estátua só de sua cabeça com a coroa do Reino. E os portões eram pretos com detalhes que lembravam claramente de rosas.
Olhei para o túmulo ao lado que presumo que seja aonde que a sua falecida esposa esteja enterrada. E era quase a mesma coisa que a dele, porém, a estátua era de sua cabeça com a coroa, é claro. Os portões eram diferentes também, ao invés de detalhes que lembravam rosas, eram de servos. Fiquei me perguntando de qual família nobre que ela pertencia, mas acho que nunca obterei esta resposta por ter vergonha de perguntar para alguém mesmo.
Após terem colocado o seu caixão dentro do túmulo que ficava na parte debaixo dele. Eles saíram de lá e nós, apenas os seguindo com o destino de sair do cemitério. E ao decorrer do caminho, acabei diminuindo alguns passos para poder finalmente, chorar e rezar pela sua alma.
Fiquei com medo de fazer perto dos nobres, pois, não sabia exatamente se eles seguiam alguma religião parecida com a minha ou nenhuma mesmo. Fiquei achando que eles iriam ficar bravos comigo também, pode ser uma paranóia minha, mas por dúvida, prefiro tomar este pequeno cuidado para evitar mais algum problema na minha vida.
Aproveitei que eles estavam dispersos com os seus pensamentos, fechei as duas mãos e os encostei na minha boca, comecei a rezar bem baixinho para que somente eu pudesse ouvir. Chorei por alguns minutos em silêncio como uma forma de me despedir dele, já que não sabia em como fazer de um jeito diferente.
Adeus, Rei Carl, o senhor foi um bom amigo e mesmo que tenhamos passado pouco tempo juntos, pude ver que tem um coração enorme por mais que não gostasse muito de admitir isso. Espero que o senhor esteja curtindo muito ao lado de sua família que deve ter o aguardado em todo este tempo...
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