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15. 𝐀 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐋𝐋𝐘 𝐌𝐀𝐘𝐁𝐄

UM FINALMENTE TALVEZ

O VISCONDE A GUIOU POR CORREDORES que levavam ao lado do sul da residência Bridgerton, logo chegaram a uma sala de estar, esta que Celina não havia tido a oportunidade de ver naquela casa. Era um recinto amplo, mas não totalmente preenchido por mobílias como a sala principal da casa.

Com apenas um conjunto de sofás no centro da sala, acompanhados de uma mesa de centro, ao lado direito havia uma mini adega com bebidas que a jovem Basset gostaria de experimentar em outra ocasião e ao lado esquerdo não havia nada além de uma pintura emoldurada da família Bridgerton, faltando apenas o progenitor dos oitos filhos da viúva viscondessa, Edmund.

Mas as grandes janelas cobertas por lindas cortinas brancas bordadas em fios dourados, chamou a atenção da jovem castanha. Anthony não a questionou ou a impediu de seguir em frente quando ela desvencilhou-se - mesmo que ambos sentissem falta do contato - e seguiu em direção a porta de vidro que estava no centro das duas grandes vidraças.

Havia um coreto além daquela sala, com suas colunas cobertas por galhos preenchidos de por rosas brancas e em seu teto, totalmente coberto por jacintos, com alguns ramos pendurados Em volta do coreto, nos muros que davam limite a residência, havia arbustos de de magnólias, surpreendentemente ou não, elas eram azuis, mas não eram exatamente arbustos como as dos jardins da lateral da casa, que se enrolam entre as rosas e sim pequenos arvoredos, aos quais Celina ficou apaixonada.

- Mamãe pediu para que trocassem as rosas pelas magnólias, quando soube que eram suas preferidas. - o homem a informou, ao se aproximar da mulher.

- É muita gentileza dela. - a jovem agradeceu, mesmo que estivesse com um pé atrás sobre se realmente aquela ideia havia vindo da viúva viscondessa. - Não precisava se incomodar.

O coreto era amplo o suficiente para acomodar um divã e uma mesa ao seu lado.

O Visconde se aproximou mais da jovem de olhos esverdeados e se pôs ao seu lado, sua mão seguiu em direção a base de suas costas, a guiando para que sentassem no divã. Em momento algum Celina questionou o ato da mão do homem, pois o arrepio que sentiu não fora desagradavel, mas reconfortante. E quando se acomodaram no acento, nenhum dos dois fez questão de quebrar o silêncio, pois enquanto Celina observava ao jardim, Anthony a apreciava.

- Eu não sei o porquê de ter ido procurar Siena naquela noite... - o visconde começou cauteloso, calculando cada palavra antes de proferi-las, pois não queria machucar a jovem e ela lhe deu total atenção, deixando para se deslumbrar daquele belo jardim em outra ocasião.

- Anthony, você não me deve explicação alguma, nós... - a jovem tentou o interromper, querendo pedir desculpas por ter sido tão imatura e precipitada naquela noite no teatro, mas o homem não a permitiu prosseguir.

- Assim como você não me deve nenhuma desculpas, Celina. - informou. - Eu estava ficando insano, desde aquele dia no lago. Eu não sabia mais o que fazer além de procurar um alívio. - ele ponderou em dizer, mas conseguiu.

E mesmo que a jovem estivesse ouvindo tudo com total atenção e uma serenidade no rosto, ele ficou com receio de falar qualquer coisa que a chateasse mais.

- Aquela noite do lago foi uma imprudência de nossa parte, nós não... - ele não deixaria com que ela terminasse a frase, não queria ouvir ela dizer que estava arrependida.

- Sim, foi uma imprudência, mas da minha parte. - concordou e assumiu total culpa, ele jamais a deixaria ficar ressentida consigo mesma. - Eu não deveria ter concordado, mas também não me arrependo de não ter negado ao seu pedido. - eles estavam sentados, com um espaço de mais uma pessoa entre eles e o homem fez questão de diminuí-lo ao se aproximar mais.

Ela não respondeu nada, não havia o que responder, pois estava explícito em sua face que ela concordava com cada palavra do visconde. Ela também não estava arrependida daquela noite em que eles quase se beijaram.

- E quando eu a vi com o Holmes naquele baile... - sentado um de frente para o outro, os jovens pensaram que toda aquela agonia ganharia um fim.

- Não há nada entre mim e Sherlock, não mais. - a jovem informou, para alívio e intriga do homem. - Porque desde que te conheci, me vejo confusa sobre meus sentimentos e...

- Eu me sinto igual, Celina. Desde o dia em que eu a conheci. - o visconde a interrompeu, mas parecia que enfim eles estavam se entendendo. - Pois você é a maldição da minha existência e objeto de todos os meus desejos.

A jovem Basset estava sem reação, não sabia mais o que dizer, mesmo que já não estivesse mais confusa no que diz respeito ao seus sentimentos. Ela estava pronta para aceitá-lo, pronta para dizer o que sentia e com a sua respiração um tanto pesada pela ansiedade ela abriu a boca, mas caso não fosse pela voz de Eloise a chamando, Anthony saberia sobre os sentimentos da Basset.

- Graças a deus a encontrei. - a voz da Bridgerton foi ouvida, assim, fazendo com que Celina se distancie do visconde e desse total atenção para jovem, a oferecendo um sorriso nervoso. - Estava te procurando pela casa inteira.

Celina olhou para trás e viu a jovem moça de cabelos castanhos parada, olhando de modo intrigado para os dois ali. E atrás de si estava a irmã da jovem com um singelo sorriso no rosto e um olhar nada contente em direção do visconde, afinal ela o conheceu de uma péssima maneira, quando ele fez a sua irmã chorar.

- Eloise... - Anthony chamou por sua irmã, nada contente com a interrupção. Já ela o olhou sem importância alguma, dando de ombros e se aproximando da Basset.

- Podemos começar a praticar esgrima? - a jovem perguntou animada quando parou em frente a mais velha.

Mesmo querendo ficar e continuar aquela conversa com o visconde, ela preferiu ir com a Bridgerton mais nova. Aliás, o que ela poderia dizer para ele, já que havia perdido suas palavras no momento em que fora surpreendida com o aparecimento repentino de Eloise.

Então ela deixou o local junto com as outras duas jovens, mas não antes de olhar para ele, deixando um sorriso, o qual disse muitas coisas, mas ao mesmo tempo não deu nenhuma informação. Mas isso o deixou, de certa maneira, consolado com aquele pequeno gesto, o deixando seguro de que aquela conversa teria um fim e que breve em, os sentimentos que ele nutria por ela teriam a confirmação se eram recíprocos, mas ali ele já sabia, mesmo que não houvesse sido confirmado verbalmente.

-- ❊ --

Celina não saia de sua residência desde que retornara da casa Bridgerton, pois assim que chegou foi chamada pelo chefe de cozinha de sua casa, para aprovar a lista de comidas que seriam servidas no sarau da noite seguinte. E no dia seguinte, foi preciso ficar em casa, para monitorar as organizações que estavam sendo feitas para o evento daquela noite.

Mas desde aquela interrupção da conversa que estava tendo com o visconde Bridgerton, a jovem não estava totalmente concentrada em seus afazeres. Por tanto sua mãe e irmã ficaram ao seu lado durante algumas pequenas decisões para o sarau, já que hora ou outra a jovem Basset se encontrava dispersa em seus próprios pensamentos.

Já era noite em toda Londres e aos poucos os convidados chegavam na mansão Hastings. Alguns suspeitavam que aquele sarau seria as boas vindas para as novas moradoras londrinas que foram vistas junto a Basset pelas ruas da cidade, mas ninguém além dos moradores daquela casa e pessoas próximas a família, sabiam que também era um dia de festa e felicidade para Celina.

Nem toda jovem sentia alegria em comemorar seus vinte e sete anos de primavera, nem mesmo Celina ficava contente com tal evento, pois em consideração e ponto de vista da sociedade, aquela era a idade para uma jovem já estar casada. Mas agora com toda a sua família reunida e sem nenhuma confusão sobre os seus sentimentos, ela não via por qual motivo não comemoraria o seu aniversário.

- O que a perturba, Lina? - a jovem foi pega desprevenida, pelo Holmes.

A jovem estava em frente ao espelho, antes de ser surpreendida pelo homem. Ela observava o seu novo vestido, que havia chegado aquela tarde da modista, ele era tão belo quanto o que usou no primeiro baile daquela temporada, a quase três meses atrás. Um vermelho tão escuro quanto o sangue humano, mas o brilho das pedrarias de sua saia traziam suavidade para o modelito. Em seu pescoço nada portava, mas a tiara centralizada perfeitamente em seus cabelos dava mais graciosidade à jovem.

- Nada. - a jovem suspirou pesado, soltando a respiração que nem lembrava ter prendido. - Depois de anos, tudo parece andar tão bem. - ela levou sua atenção para o homem, que ainda se mantém na soleira de seus quarto.

- Fico feliz por você. - ele a ofereceu um belo sorriso e adentrou de vez no quarto. - Mas queria te dizer algo. - informou quando a jovem deu as costas para se, indo em direção a cômoda ao lado do grande espelho, para pegar suas luvas. Ela pediu com um murmuro para que ele prosseguisse. - Deixarei Londres em alguns dias. - a sentença chamou novamente a atenção da jovem, que o questionou com um franzido nas sobrancelhas. - Fui contratado pelo coroa.

- Eu vou sentir tanto sua falta. - a jovem se aproximou e o ofereceu um abraço, afinal um grande amigo estaria de partida novamente, sem data prevista para voltar.

- Irei voltar assim que possível. - eles se afastaram, o suficiente para ele deixar um beijo casto em sua têmpora. - Os seus convidados estão te esperando. - avisou, pondo-se ao seu lado e a oferecendo o braço, ao qual ela aceitou de bom grado. - Está atrasada para sua própria festa, Lina.

- Não vamos os deixar esperando, então. - a jovem parecia tensa ao responder e tentou dissipar aquilo oferecendo um sorriso para seu amigo.

- O que há com você? - indagou quando a jovem se aproximou. - Parece nervosa...

- Talvez a minha vida comece, de verdade, hoje. - ela estava confusa, não sabia o que esta noite a aguardava. - Depois que você me disse que eu podia seguir em frente com os meus sentimentos, eu acho... - ponderou, mas já não havia dúvidas sobre o que sentia. - Eu estou apaixonada pelo visconde. - afirmou, não apenas para Holmes, mas sim para si mesma, o que foi um grande alívio.

- Tudo o que importa para mim, é que você seja feliz. - ele segurou a sua mão esquerda, que estava em torno de seu braço, que ela apertava um pouco pelo nervosismo. - Vem, vamos descer.

Eles seguiram através da porta, para logo pelos corredores daquela grande casa e em breve chegaram as escadas para o recinto onde aconteceria o sarau.

Então é isso, Celina e Anthony estão andando de acordo com o roteiro...

O que será que nos aguarda nós últimos capítulos desta obra?

Obrigado a todos que estão até hoje aqui comigo.

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@evel_ynjesus
2022

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