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Welcome to this house

Junho de 1992

Jimin's POV

Qualquer clima para continuar aquela conversa acabou se diluindo no caminho de volta, assim que saímos da boate eu notei que Jeon parecia diferente, mal me olhava, e quando fazia, desviava a atenção tão rápido que me fazia duvidar que ele estava mesmo me encarando anteriormente. Ele não sabia, mas aquilo aumentou drasticamente as minhas inseguranças, porque comecei a me sentir culpado pelo clima estranho.

E enquanto estava na garupa de Jungkook, tantas dúvidas e receios se passavam pela minha cabeça, pois mesmo que ele não tivesse tido nenhuma reação ruim ao saber dos meus sentimentos por ele, eu ainda não podia dizer se as coisas haviam mudado entre a gente ou não.

Tudo estava indo incrivelmente bem naquela noite, a gente conversou sobre tantas coisas importantes e nos abrimos um com o outro, eu enfim tinha lhe contado o que escondia naqueles últimos cinco anos longe, porém se eu nunca tivesse citado o fato de ser a fim dele, não estaríamos esquisitos um com o outro no final da noite.

Quando chegamos ao seu apartamento, tudo estava escuro e silencioso, Taehyung deveria estar em seu trabalho e o outro morador da casa era mais sumido do que não sei o que, então era de se esperar que Jungkook e eu ficaríamos sozinhos naquela noite, eu só não sabia se continuava achando isso algo bom, não depois dele se calar daquela maneira.

Logo Jungkook avisou que iria tomar banho, e que provavelmente demoraria um pouquinho, afinal ainda tinha glitter para limpar o em seu rosto, e também precisava lavar os cabelos, tingidos com um spray rosa. Assim, me vi sozinho na sala do apartamento, me perguntando se realmente havia sido uma boa decisão ir até lá.

Após sair do banho, não ficamos em silêncio, mas também não tocamos no assunto que eu tanto queria, Jungkook somente ligou a televisão e me ofereceu um lanche, o qual eu aceitei, e comemos juntos, falando sobre qualquer coisa, como algum comercial aleatório na TV, mesmo que estivesse me corroendo de ansiedade e vontade de puxar o assunto, porém meu lado inseguro falava mais alto.

Porém, em algum momento eu parei de esperar por uma iniciativa de Jungkook, pois me toquei do óbvio, se eu queria saber o que se passava na cabeça dele, precisa perguntar, afinal eu só estava ali naquele apartamento a pedido de Jungkook, queria entender o que ele quis me falar:

— Jungkook... — Chamei, assim que terminei de comer.

— Oi? — Ele respondeu, olhando para o lado em que eu estava.

— Quer conversar agora? — Indaguei, num tom de voz mais baixo do que queria, mas o suficiente para ele entender.

— Sim... — Murmurou, deixando o prato que segurava em cima da mesa de centro.

— Pensei que não queria mais, você ficou calado. — Retruquei, arqueando as sobrancelhas.

— Fiquei indeciso sobre o que eu quase te falei lá no camarim, porque eu não sei como vou ser interpretado, e senti vergonha, pois obviamente você está esperando que eu diga logo o que quero dizer, e eu me acovardei. — Afirmou, soltando um riso soprado. — Agi por impulso depois que você me revelou aquilo, mas quando saímos da boate e eu te olhei, perdi a coragem de falar.

— Onde você está querendo chegar, Jungkook? — Questionei, já impaciente.

— Que eu fiquei feliz quando você me disse que me via dessa outra maneira, eu nem considerava que isso poderia acontecer. — Disse em seguida, me olhando novamente. — Mas não quero que pense que eu só estou falando isso porque você disse que era a fim de mim primeiro.

— Oh, nossa... — Expressei, sentindo minha pulsação acelerar rapidamente e as palmas das minhas mãos já suavam, enquanto eu ia me perdendo nas palavras. — Então, você...

— Sim... — Ele assentiu assim que falou. — Acho que desde que você voltou para a cidade... No segundo em que a gente se reencontrou eu só conseguia pensar que estava muito feliz em te rever, e também que você estava muito atraente, então comecei a me sentir mal por esses pensamentos, porque o meu melhor amigo estava volta e eu fiquei ali pensando que ele agora era completamente o meu tipo, em vez de apenas comemorar o seu retorno.

— Jungkook... — Murmurei, meio sem saber o que dizer, estava acontecendo uma ebulição de sentimentos dentro de mim, enquanto por fora eu suava e gaguejava.

— Sei que você vai me dizer que eu não preciso me sentir mal por isso, que a gente não controla essas coisas, mas eu fiquei preocupado, realmente não queria viver de novo a situação de me apaixonar por um garoto hetero. — Declarou, me fazendo ver que a gente tinha tanto em comum quanto a isso.

— Eu nem desconfiava, primeiro porque achava que você era hetero, e segundo porque pensava que eu nunca seria interessante o suficiente para chamar a atenção de caras descolados como você. — Confessei, agora menos tímido em revelar isso. — Acho que na minha concepção, você sempre seria uma paixão inalcançável, porém eu não tentava apagar esses sentimentos.

— Mesmo? — Questionou, franzindo o cenho.

— É, me sinto meio trouxa em falar isso, mas inconscientemente eu alimentava alguma esperança, talvez romantizando situações onde não havia nada demais. — Declarei, desviando o olhar por alguns instantes. — E depois ficava me sentindo um idiota por pensar assim.

— Tentei fingir pra mim mesmo que não me sentia atraído por você, mas os dias foram passando, a nossa amizade ia retornando a ser como era antes, se intensificando, e eu comecei a sentir medo de estragar a nossa relação, porque estava deixando de ser somente uma breve atração física. — Proferiu, suspirando ao fim da frase. — Em outros momentos eu achava que só estava confundindo as coisas.

— Confundindo como? — Perguntei, curioso e nervoso para saber o que seria dito.

— Depois que eu te contei sobre como muitas pessoas da nossa cidade me viam, você continuou ao meu lado, nada mudou entre nós, então comecei a pensar que talvez eu estivesse achando que estava a fim de você apenas porque me sentia feliz por você estar sendo tão compreensível, algo que tantas outras pessoas da minha vida não foram. — Confessou, e eu entendia que pensasse dessa forma, talvez eu também acharia isso se estivesse do seu lado da história.

— Que tipo de amigo eu seria se soltasse a sua mão assim que soubesse que tem um ou outro falando mal de você? — Indaguei sarcasticamente, rindo soprado.

— Tem razão. — Assentiu, também sorrindo. — E eu descartei essa teoria de estar confundindo gratidão com paixão assim que percebi que eu só estava tentando arrumar desculpas para negar o que eu sentia, e não era como se eu estivesse fazendo algum esforço para mascarar aquilo também, o Tae disse que meus olhares eram bem óbvios.

— O Tae? — Questionei surpreso, vendo que Taehyung era realmente bom em ler as pessoas, ou Jungkook e eu que sempre fomos bem claros na visão de todos, menos para nós mesmos. — Então ele sabia...

— É, tive muitas conversas com ele sobre isso. — Jungkook afirmou, olhando pra baixo antes de continuar. — Algumas sobre o meu medo de que você começasse a sofrer com boatos e ofensas por minha causa, e que isso fosse acabar fazendo você se afastar de mim, ou que talvez eu devesse me afastar primeiro, pra te proteger.

— Jungkook, você acha que eu não sabia que poderia entrar para a listinha dos motivos de fofoca do bairro? — Perguntei, um tanto bravo por ele considerar a possibilidade de nos afastarmos. — Claro que eu não queria isso, mas poderiam falar qualquer coisa de mim, eu não iria me afastar de você.

— Sim, mas eu também sei que você é alguém bom demais para simplesmente virar a cara pra mim depois dos meus desabafos, então algumas vezes eu achava que só continuava andando comigo por compaixão apenas. — Ele argumentou, porém não me convenceu de imediato.

— Nunca nem ao menos considere que eu estou ao seu lado por outros motivos, você é uma das pessoas mais importantes da minha vida, caramba! — Exclamei, chegando a aumentar meu tom de voz, ao me virar pra ele e o encarando sério.

— E você também é uma das pessoas mais importantes da minha vida, eu não queria te ver passando por algo assim, ver pessoas te olhando torto ou cochichando pelas suas costas, enquanto a gente sabe que na verdade não fizemos nada das coisas que nos acusam. — Jungkook também chegou a aumentar o volume de sua voz nesse instante.

— Você me contou como era a sua imagem diante desse povo mexeriquento, e eu escolhi continuar andando ao seu lado, não por sentir pena, não somente para fazer média com você, mas porque eu sou seu amigo, eu sou leal, e eu te amo. — Continuei a declarar, ainda alto.

— Eu também amo você, e é por isso que me preocupei tanto. — Retrucou, mantendo o mesmo tom da conversa.

— Entendo, mas eu já sou um adulto, Jungkook, não precisa me proteger de tudo, e muito menos pensar em tomar decisões sobre a nossa relação sem falar comigo antes, afinal, realmente cogitou se afastar de mim? — Perguntei irritado. — E você me contaria o que estava pensando ou somente iria sumindo aos pouquinhos? Porque se sua ideia era somente ir embora sem me explicar nada, saiba que isso seria muito injusto.

— Eu sei, seria egoísta da minha parte, mas não cheguei a levar isso a sério, foi só uma coisa que se passou pela minha cabeça quando eu realmente senti medo por ti, mas o Tae me abriu os olhos. — Afirmou rapidamente. — Foi antes daquele mal entendido entre a gente na rua da sua casa e tudo mais.

— A gente devia ter conversado sobre isso antes. — Finalizei, suspirando frustrado.

— Eu concordo. — Jeon concordou, também soltando o ar de seu pulmões lentamente.

Um breve silêncio se estendeu, até que Jungkook viesse para mais perto de mim e me abraçasse, o recebi automaticamente, contornando meus braços em seu tronco e sentindo seu rosto encostar em meu ombro no momento seguinte, e assim ficamos por um tempo, naquele desconfortável sofá, repensando tudo que tinha acabado de ser falado, enquanto compartilhávamos do calor alheio.

Poderia dissertar aqui por horas, sobre cada uma das coisas que eu estava sentindo depois de descobrir tanto em tão pouco tempo, poderia falar das minhas concepções, sensibilidades, emoções e pensamentos, mas acho que para quem me acompanhou até aqui, e sabe de tudo que sinto e senti enquanto não sabia nada, não é preciso de um grande texto para assimilar que naquele momento eu estava surpreso e feliz ao mesmo tempo, surpreso pelas revelações, feliz por entendê-las.

Quando nosso abraço se findou, nós nos olhamos por alguns instantes, ainda sem dizer nenhuma palavra, eu via tanta sinceridade e alívio em Jungkook que sorri, sabendo como ele se sentia agora, pois o sentimento era mútuo.

— Não importa o que essas pessoas dizem, não importa o que acham ou deixam de achar, elas não conhecem você de verdade, elas não sabem o quão corajoso e forte você se tornou, não veem a pessoa especial e maravilhosa que você sempre foi, e nem enxergam o quão lindo você é, por dentro e por fora. — Eu disse, ainda lhe olhando firme. — Se elas se enchem de ódio, nós transbordamos amor, ok?

— E você achava mesmo que era impossível eu me apaixonar por você? — Jungkook indagou, me desconcertando por completo.

— O q-quê? — Questionei arregalando os olhos, gaguejando novamente.

— Porra, Jimin! Olha as coisas que você me fala, olha como me trata, sempre volto pra casa me sentindo mais especial depois que a gente conversa, porque eu enxergo pelos seus olhos a versão que você vê de mim, e eu realmente queria me ver dessa mesma forma. — Declarou de uma vez, me deixando surpreso. — Mas as vezes, só consigo pensar que sou medíocre, que tentei ser algo grande e me impor, ser dono do meu próprio nariz, porém eu nem sei o que estou fazendo.

— Você se arrepende de alguma coisa? — Foi a primeira coisa que consegui lhe questionar depois de ouvir tantas coisas que me desestabilizaram tanto.

— Sinceramente? — Perguntou, e eu assenti. — Não me arrependo, e sei que faria tudo de novo.

— Então por que pensa dessa forma? — Quis saber logo em seguida.

— Porque... — Murmurou, pensando um pouco. — Eu queria orgulhar os meus pais, desde criança eu sempre idealizei momentos em que eu mostraria a eles o quão bem sucedido eu me tornei, mas... — Suspirou, rindo sem humor. — Sei que eles estão sendo preconceituosos, teimosos e hipócritas, mas são meus pais, entende? Queria que eles me apoiassem, sei lá, nem que fosse estando na plateia de algum dos shows da banda, mas eles acham que isso de montar uma banda é perda de tempo.

— Ah, Jungkook... — Expressei, compadecido. — Te entendo completamente, também me sinto assim em relação ao meu pai, mas aprendi que não dá para viver buscando a aprovação alheia, por isso não questione tanto assim suas decisões, você fez o que era melhor para si mesmo, e se os seus pais ainda não entendem isso, eles que deveriam questionar suas próprias atitudes.

— Queria ver você dizendo isso pra eles, seria incrível. — Brincou, me fazendo soltar uma risadinha nasal.

— E eu queria poder dizer que todos que você considera vão estar lá para te aplaudir, mas infelizmente não é assim, porém ainda podemos reconhecer aquelas pessoas que continuaram lá ao seu lado quando os demais te viraram as costas, certo? — Questionei, o vendo sorrir levemente.

— Sim. — Ele afirmou em seguida.

Jungkook voltou a se aproximar de mim, para que mais um abraço duradouro acontecesse, daqueles em que a gente não dizia nada, mas sentia muito, pois naquela madrugada nós dividimos muitas coisas, e um sentimento de confiança que antes talvez não estivesse muito equilibrado, agora crescia forte dentro de nós, sabíamos que podíamos confiar um no outro, não havia mais segredos.

— Acho que fugimos do tópico principal dessa conversa, não é? — Jungkook sussurrou contra meu ouvido, me fazendo rir das cócegas que isso causou.

— Um pouco, mas tudo bem. — Afirmei, ainda abraçado a ele.

— Obrigado por me ouvir. — Comentou em seguida, me apertando mais entre seus braços.

— Estou aqui pra isso. — Falei, também intensificando mais aquele abraço.

Acho que continuamos naquele sofá por mais uma hora, e assim perdemos completamente da questão inicial, quando fui notar, já estávamos rindo de alguma piada contada no filme ruim que passava na televisão, e eu estava com sono demais para trazer a tona qualquer conversa séria, por isso avisei Jungkook e assim fomos dormir.

Quando nos deitamos, Taehyung e o outro colega de quarto ainda não tinham chegado, mas como a gente não sabia se eles voltariam mais tarde, Jungkook me deu sua cama para dormir e jogou um colchão no chão ao lado, ficando assim entre uma cama e outra, até tentei o convencer que eu poderia dormir no sofá, mas ele enfatizou que eu era visita e tinha que me sentir confortável.

E Jungkook não pareceu se incomodar com o cantinho apertado em que foi dormir, afinal, segundos depois ele já estava ressonando, enquanto eu demorei pelo menos uns minutos para pegar no sono. Acho que se fosse hoje em dia, eu teria passado o restante da madrugada no celular, mandando mensagens para Namjoon, e surtaríamos juntos com o fato do meu crush também estar a fim de mim, mas tudo bem, fizemos isso frente a frente no dia seguinte.

{...}

Acordei no dia seguinte sentindo como se não tivesse dormido nada, rolei pelos lençóis, ainda sonolento e confuso, até me lembrar que eu estava no apartamento de Jungkook, o que automaticamente me fez sorrir, ao recordar de tudo que havia acontecido na noite passada:

Além de me divertir como nunca naquela balada, e de ter tido o meu primeiro beijo com um garoto, ainda pude conhecer um lado da vida de Jungkook do qual ele ainda não havia me contado. Também tivemos uma conversa muito importante, onde eu falei de coisas sobre mim que pouquíssimas pessoas sabiam, foi uma noite de descobertas e revelações.

Um dos pontos altos com certeza foi saber que Jungkook também sentia atração por mim, assim como eu sentia por ele, mas eu ainda nem havia parado para assimilar essa informação, estava meio anestesiado pelo tanto de informações que havia tido acesso tão rapidamente, mas em resumo, eu estava feliz por ter tirado alguns pesos e inseguranças das minhas costas, e por saber que Jeon tinha feito o mesmo.

E falando do sujeito, Jungkook ainda dormia profundamente quando eu acordei, enquanto o apartamento ainda parecia tão vazio e silencioso quanto na noite passada, por isso não me senti tão tímido por estar na casa alheia, e resolvi que faria o café da manhã pra gente, mesmo que provavelmente já se passasse do meio dia.

Levantei, fui ao banheiro e depois segui até a pequena cozinha americana, começando a fazer o café, o qual provavelmente demorei mais do que o necessário, pois precisava ficar caçando as coisas pelos armários, já que não conhecia nada ali, mas ao menos sabia como Jungkook gostava de seu café.

— Hm, vejo que levantou cedo. — Até me assustei quando ouvi a voz de Jungkook pela casa, estava tão concentrado vendo o café coado que não notei ele se aproximando.

— Já é meio dia e quarenta, Jungkook. — Respondi, rindo soprado.

— Por isso mesmo, acordou cedo pra quem curtiu uma balada até de madrugada ontem. — Respondeu, se apoiando no balcão ao meu lado.

— Você nem parece cansado. — Afirmei, dando uma boa olhada nele, que nem parecia sonolento como eu por acabado de acordar, provavelmente já tinha dado uma passada no banheiro para lavar o rosto e arrumar o cabelo.

— Estou bem, acho que é costume. — Falou, dando de ombros.

Jungkook ficou encostado no balcão da pia, enquanto eu esperava terminar de coar o café, também aproveitei para já ir cortando os pães que tinham ali e passando margarina em ambos, tudo isso com a supervisão do dono do apartamento, que continuou ali parado, me assistindo preparar as coisas, algo que até me fez rir, pois Jeon fazia uma expressão toda boba.

— Por que está me olhando assim? — Perguntei, me virando pra ele.

— Você está fofo assim, com o cabelo bagunçado e esse blusão velho do Tae. — Falou apontando para a peça de roupa que ele tinha me dado na noite passada, quando decidi ficar para dormir.

— Af, por que não me avisou antes. — Respondi acanhado, começando a passar os dedos pelos cabelos, tentando ajustá-los.

— Deixe, continua bonito. — Jungkook disse, levando as mãos até as minhas, afastando elas dos meus cabelos revoltos.

— Ai, para de ficar me elogiando. — Pedi tímido, o empurrando sem força, o que nem o fez sair do lugar.

— Você não gosta? — Questionou em seguida, arqueando as sobrancelhas.

— Gosto, mas eu fico sem graça. — Afirmei, sem olhar pra ele dessa vez.

— Então posso te elogiar bastante até você se acostumar? — Perguntou sorrindo ladino, levando ainda mais calor as minhas bochechas.

— Não tenho tantas características assim para serem elogiadas. — Retruquei, ficando de costas para ele, me voltando para o café ainda sobre o fogão, já havia parado de coar há um tempo.

— Pode acreditar, o que não falta em você é coisas que eu quero elogiar. — Jungkook expressou, me fazendo voltar a me virar de frente para ele, me sentindo atônito.

— Mesmo? Tipo o quê? — Indaguei, pois não vou negar, eu queria sim ouvir o que ele tinha pra falar, mesmo sabendo que eu ficaria todo envergonhado após ouvir.

— Seus olhos. — Ele citou, dando alguns passos em minha direção, até ficarmos frente a frente. — Eles sempre se fecham quando você sorri, é adorável.

— O que mais? — Instiguei, acabando por sorrir todo bobo após escutar o que me foi dito.

— Seu perfume. — Continuou, também sorrindo. — Não sei qual fragrância é essa, mas é muito cheirosa, você tem bom gosto pra isso, sempre fico me lembrando dela depois de te abraçar.

— Mais alguma coisa? — Questionei, não vou negar que meu ego estava bem elevado nesse momento.

— Sua voz. — Ele afirmou novamente. — Ela é melodiosa, gostosa de escutar, adoraria te ouvir cantando.

— Hm, tem mais ainda? — Perguntei, me sentindo derreter aos pouquinhos por dentro.

— E seus lábios... — Declarou num tom mais denso, que chegou a me causar um arrepiozinho gostoso quando vi seus olhos descendo até minha boca. — São bonitos.

— Apenas bonitos? — Expressei, num rompante de coragem, mesmo com o rosto mais vermelho que um tomate maduro.

— Atraentes também. — Já Jungkook respondeu sem fazer firulas, sorrindo de lado ao declarar.

— Ao ponto de querer beijá-los? — Queria dizer aqui que eu falei isso num tom de voz sensual e provocante, mas na verdade, eu estava tão nervoso que provavelmente sussurrei e gaguejei a frase toda.

— Sim. — Jeon afirmou, e eu senti que estava a ponto de ter um ataque do coração de tão rápido que ele batia.

— Então por que não beija? — Perguntei, aproveitando mais uma vez dos meus impulsos de coragem, afinal se eu queria que ele soubesse das minhas vontades, tinha que falar.

Meu olhar recaiu ao chão após dizer aquilo, queria ter conseguido sustentar por mais tempo, porém aquilo não era como na minha imaginação, onde eu dizia a Jungkook tudo que sentia e alguma cena de filme romântico acontecia, nesses pensamentos eu sempre sabia exatamente o que fazer e como fazer, na realidade a minha coragem apareceu tão rápido quanto foi embora.

Mas no instante seguinte, eu não precisei mais ocupar a minha cabeça com neuras e pensamentos fervilhantes, pois tudo se tornou uma grande tela em branco de repente, quando Jungkook segurou as laterais do meu rosto e encostou seus lábios nos meus, dando início ao nosso primeiro beijo.

Suspirei, me derretendo todo, ao que fechava minhas pálpebras com calma, as palpitações em meu peito estavam tão aceleradas que eu desconfiava que Jungkook conseguiria até escutar, porém não estava me preocupando com aquilo, na verdade eu não estava mais me preocupando com coisa alguma, só conseguia pensar que enfim estava beijando ele.

Existia todo um surto de sentimentos acontecendo dentro de mim, enquanto nossos lábios se moviam lentos um contra o outro, não posso considerar esse um dos meus melhores beijos porque eu estava tão ansioso e nervoso que mal conseguia o retribuir a altura, mas foi gostoso, seus lábios macios e quentinhos cobriam os meus com leveza, ele era tão carinhoso, e eu me via completamente extasiado.

Ficamos um certo tempo apenas massageando os lábios alheios, tomando breves distâncias para que selinhos acontecesse, mas rapidamente voltando a colar nossas bocas uma a outra, lentamente eu tomei um pouco mais de liberdade, e levei minhas mãos até sua cintura, abraçando ali para ter um contato maior com ele, o que fez Jungkook se aproximar ainda mais, agora com seus dedos se entrelaçando nos cabelos da minha nuca, num carinho prazeroso que me arrancou suspiros.

Mas se engana quem pensa que eu já estava mais calmo a essa altura, ainda sentia como se minhas pernas fossem feitas de gelatina, e meu rosto explodia num rubor caloroso, porém eu queria que aquilo se estendesse pelo máximo de tempo que poderíamos, estava tão bom que me fazia ter vontade de sorrir enquanto o beijava.

As pontinhas dos meus dedos começaram a subir e descer pelas laterais da sua cintura, conhecendo o território, o que provavelmente o causava cócegas, pois eu o ouvi soltar risadas nasaladas quando se afastava um pouquinho, para em seguida plantar selares sobre meus lábios, antes de voltar a beijá-los com delicadeza, deixando todo o meu corpo sensível a ele.

Todo acelerado e eufórico foi como eu estava quando me permiti entreabrir os lábios, para que minha língua se juntasse a dele, intensificando mais ainda aquele beijo, e quando esse toque molhado aconteceu, minha pele se eriçou e meus dedos apertaram a cintura dele com mais força, porque senti que se não me segurasse naquele momento, eu derreteria até chegar ao chão, de tão entregue que me sentia.

Mas, mesmo que nossas línguas estivessem presentes naquele beijo, ele não se tornou mais devasso, a gente continuou num ritmo lento, ainda aprendendo os movimentos um do outro, causando estalos característicos e sons de suspiros durante todo o ato. E a esse ponto, não nos mantivemos por muito tempo, pois eu não conseguia mais segurar a minha vontade de sorrir, e ele sorriu comigo, quebrando o contato entre nossas bocas, mas mantendo o contato entre nossos olhos.

— Eu deveria dizer alguma coisa agora, mas não consigo pensar em nada. — Jungkook expressou, me fazendo rir.

— Tudo que eu penso em dizer agora provavelmente me deixaria constrangido por ter falado depois, então prefiro ficar quieto. — Respondi, agora o ouvindo me acompanhar na risada também.

Talvez a gente teria entrado num clima de pura timidez após aquilo, se um barulho da fechadura da porta não tivesse nos chamado atenção, fazendo a gente se afastar por pensar que um dos outros moradores do apartamento tinha chegado, porém nos enganamos quando vimos que na verdade se tratava de Yoongi, que abriu a porta e nos olhos, sorrindo de lado.

— Ai, ai, toda vez que eu chegar nesse apê de agora em diante, vou encontrar vocês me olhando como se tivessem sido pegos fazendo arte? — Yoongi perguntou, semicerrando o olhar.

— Entra logo, Yoon! — Jungkook exclamou, negando com a cabeça.

— Trouxe comida. — Ele avisou, levantando a sacola que carregava em uma das mãos.

Pelo visto nosso café da manhã teria um terceiro integrante a partir dali, o que seria uma boa oportunidade para eu perguntar sobre algumas coisas que ainda pareciam incertas sobre ele.

~♥~

hihihi até logo (⌒▽⌒)☆

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