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Tropical heat

Julho de 1992

Jimin's POV

O verão estava sendo bem quente naquele ano, e como as manhãs de sol eram garantidas, foi um bom período para que o clube de apoio aos alunos LGBT+ da faculdade realizasse algo que eles estavam planejando há um tempo: uma atividade para arrecadar fundos, e os serviços escolhidos foram a lavagem de carros e passeios com cachorros.

Eu fiquei ansioso para participar também, porém fazer parte daquilo era me expor, toda a galera da faculdade e do bairro veria as atividades dos membros, assim como a grande maioria sabia qual a finalidade do clube, e eu ainda não me sentia pronto para me mostrar, por isso fiquei encarregado de uma área onde não precisava "ir ao ar livre", por assim dizer.

Me colocaram na tesouraria do clube, e assim eu pude os auxiliar, sem precisar me por em exibição, mas realmente não era o que eu queria fazer de início, preferia muito mais estar com a galera que lavavam os carros, rindo e brincando com eles, ou cuidando dos cachorros, algo que também amaria, porém fazer tais coisas me colocariam em evidência como membro do clube, e eu ainda sentia muito medo.

Namjoon acabou sendo até mais corajoso do que eu, ele tinha entrado no clube com a minha ajuda e foi um dos primeiros a se voluntariar nas tarefas mais pesadas, fiquei até com certa inveja por não conseguir ter a mesma determinação que ele, porém estava começando a entender que cada um tem o seu tempo, e que simplesmente não dá para ficar se cobrando o tempo inteiro, o seu momento vai chegar alguma hora.

— Quais as chances disso dar muito errado? — Namjoon me questionou, enquanto terminava de colocar a touca plástica em seus cabelos.

— Não sei, mas acho que você tem mais chances de se arrepender. — Afirmei, também ajeitando a minha touca.

— Isso não foi nada otimista, Jimin. — Ele retrucou, rindo soprado.

— Você não me pediu para ser otimista, me perguntou quais as chances de dar errado. — Expressei, o olhando de soslaio. — Pra você, são muitas.

— Sua sorte é que eu gosto muito de você. — Disse, enquanto pegava o porta escova de dentes em cima da pia do banheiro em que estávamos. — Ou já teria jogado um tubo de pasta de dente na sua fuça, seu pessimista.

— Relaxa, Nam. — Falei, rindo das suas palavras. — Eu acho que vai ficar bem legal.

Para encurtar a história, Namjoon e eu havíamos decidido que iríamos pintar os nossos cabelos, porém enquanto eu escolhi um tom de castanho avermelhado, que não chamaria tanto atenção, apesar de ser uma cor bem diferente do meu cabelo natural, Namjoon escolheu logo que ele queria tingir os seus fios de azul, pois o Kim realmente queria dar uma repaginada mais radical.

Jungkook foi quem nos ajudou a descolorir nossos cabelos, fomos ao apartamento dele e expusemos nossos planos, ele topou na hora, afinal já tinha mais experiência com isso, entretanto eu preferia que ele só visse o meu resultado final depois, por isso assim que nossos cabelos foram oxigenados, voltamos para casa, para terminar tudo na república mesmo.

Eu quase cedi a vontade de deixar meus fios loiros naquele momento, porém já havia comprado a tinta escolhida, e também, eu ainda não sabia como cuidar de um cabelo tingido de loiro, por isso, para evitar futuros estragos nas madeixas por falta de informação de como cuidar corretamente, preferi esperar até que estivesse mais acostumado e experiente nisso de pintar meus cabelos, algo que hoje em dia já tenho de sobra.

— Bem, agora não adianta voltar atrás mesmo. — Namjoon disse, enquanto sentava num banquinho que havia ali no banheiro.

— É, agora já foi. — Afirmei, indo me sentar ao seu lado, porém em cima do tapetinho de plástico que estava ao lado do box.

— Então, já que vamos ter que esperar um tempo até podermos lavar o cabelo... — O Kim murmurou, me olhando. — Quero botar o papo em dia.

— Ok, o que quer saber? — Indaguei, dando de ombros.

— Como estão as coisas entre você e o Jungkook? — Perguntou, arqueando as sobrancelhas e sorrindo ladino.

Não era difícil definir como Jungkook e eu estávamos naquele mês, posso dizer que vivemos a fase de lua de mel intensamente, tanto que eu estava radiante, as pessoas até notavam essa diferença no meu humor, porém eu sempre tentava contornar qualquer pergunta ou rumor sobre os motivos dos meus sorrisos aleatórios, mesmo que nem sempre as minhas desculpas funcionassem para todos.

Estar trabalhando na agência servia de justificativa também, eu às vezes dizia que apenas fiquei alegre por causa de algum cache recheado, recebido por uma sessão de fotos qualquer, ninguém precisava saber que os trabalhos lá eram bem escassos e que as empresas contratantes sempre davam prioridade para os modelos mais experientes.

Naquelas primeiras semanas depois do nosso primeiro beijo, aproveitávamos qualquer minutinho livre para nos vermos, normalmente eu ia para o apartamento dele durante as tardes também, depois de sair do trabalho, para poder jogar conversa fora e assistir alguns filmes alugados na locadora do bairro... Ok, a gente passava a maior parte do tempo trocando uns beijinhos e uns chamegos no sofá, devo admitir.

— Está tudo ótimo. — Respondi, não conseguindo escolher um sorriso.

— Vocês estão namorando? — Porém sua próxima pergunta acabou tirando aquele sorriso do meu rosto.

— Ah... — Murmurei, desviando o olhar. — Eu não sei... Tipo, precisa ser feito um pedido formal, ou apenas o fato de me sentir como seu namorado já basta?

— Um pedido formal só é necessário se vocês acharem que é necessário, mas é importante que ele saiba que você vê isso como algo sério. — Namjoon aconselhou. — Afinal, se você está vendo isso como um namoro, enquanto ele só está vendo como algo casual, você pode acabar saindo bem magoado disso.

— E-eu sei... — Expressei nervoso. — A gente nunca realmente falou sobre algo assim, sabe? Dissemos que éramos a fim um do outro, porém eu não sou apenas atraído por ele, eu sou apaixonado, mas eu fico com muita vergonha de dizer isso na frente dele, porque...

— Por quê? — Me incentivou a continuar, quando minha voz perdeu força no final da frase.

— O Jungkook me contou que ele ficou com muita gente desde que compreendeu melhor sua sexualidade, e sempre foi casual, poucas vezes ficou um pouco mais sério... — Falei em seguida. — Eu sou tão inexperiente comparado a ele, e não quero que ele me veja como um adolescente bobo vivendo o primeiro amor, mas é assim que eu me sinto.

Era a primeira vez que eu estava me envolvendo com alguém, então a maturidade na relação e a experiência em me relacionar eram coisas que eu ainda não possuía direito, e mesmo que eu dissesse que nada iria mudar na minha amizade com Jungkook, a realidade era que muitas coisas já tinham mudado, a gente estava se relacionando romanticamente, e depois de beijar a boca dele e trocar sussurros íntimos, eu não conseguia mais o tratar somente como o amigo com quem eu conseguia falar sobre qualquer coisa.

Com certeza eu ainda tinha muita liberdade e segurança com ele para expor meus desabafos sobre o trabalho, a faculdade, a república, os amigos, a família, a minha sexualidade ou o medo do preconceito, porém falar sobre nós como um casal me travava, eu achava que seria apressado demais tocar no assunto "namoro," mas eu só pensava nele o tempo todo e era maravilhoso cada segundo que passávamos juntos, eu queria poder o chamar de namorado.

Eu me sentia muito idiota e imaturo as vezes, por estar pirando internamente e com vergonha de dizer na frente dele que eu queria que namorássemos sério, sendo que ele já tinha admitido que gostava de mim e queria seguir em frente com aquilo, mas eu tinha vivido em incertezas por tanto tempo, naquele momento eu precisava ter certezas na minha vida para me sentir em paz comigo mesmo.

— Jimin... — Namjoon expressou, atraindo minha atenção. — Ele sabe que você não é super experiente, ele sabe das suas inseguranças, e ele já esteve no mesmo lugar que você. Não fique alimentando paranoias, o Jungkook está contigo sabendo quem e como você é, então não importa pra ele o fato de você não ser experiente em relacionamentos.

— Eu tenho que falar pra ele, né? — Indaguei, sabendo que era isso que Namjoon iria me sugerir em seguida.

— É, óbvio que não tem como ele saber o que você quer ou o que você sente, se você não falar nada. — O Kim continuou. — Eu sei que não é fácil falar sobre sentimentos, mas contar que quer algo sério é um primeiro passo, ele vai entender que você realmente gosta bastante dele e vê um futuro para vocês.

— Tem razão, preciso falar com ele. — Afirmei, suspirando de forma prolongada. — Hoje eu vou sair com eles e os membros da banda, talvez a gente vá pra casa dele depois, e eu vou tentar começar o assunto.

— Não precisa ser agora, eu apenas te dei um conselho, você fala disso com ele quando se sentir confortável. — Namjoon proferiu, não querendo que eu me apressasse.

— Eu sei, mas eu preciso colocar isso pra fora, já estou segurando há tempos. — Afirmei, mesmo não estando muito confiante ainda.

— Entendo. — Assentiu, antes de continuar. — Então também te aconselho a não beber nessa saída de vocês, porque estando bêbado, as coisas podem acabar não sendo ditas da forma que você realmente queria dizer.

— Tudo bem, eu praticamente não bebo, então nem tem chances disso acontecer. — Respondi, dando de ombros mais uma vez.

— É o que muita gente diz antes de passar um vexame bêbado. — Provocou, semicerrando o olhar, me fazendo rir.

— Af Namjoon, não me deixa mais paranoico ainda. — Retruquei, dando um empurrãozinho no seu ombro.

— Estou só brincando. — Namjoon afirmou, elevando as mãos em forma de rendição, enquanto nós dois riamos.

Porém nosso momento de descontração foi interrompido por batidas na porta, o que nos deu um susto em conjunto, porque achávamos que estávamos sozinhos na casa, e isso automaticamente ativou o meu nervosismo, afinal, seja lá quem estava lá fora, poderia ter ouvido toda a minha conversa com Namjoon.

— Gente? — Mas a voz de Hoseok soou lá fora, me deixando um pouco mais calmo, mesmo que só um pouquinho mesmo.

— Pode entrar. — Namjoon avisou, e assim a porta foi se abrindo, revelando o Jung.

— Oi, eu só vim fazer uma perguntinha para o Jimin. — Ele disse, me deixando um pouco apreensivo.

— Pode fazer. — Afirmei, sorrindo nervosamente.

— Você é bom de matemática, não é? — Porém sua pergunta me fez relaxar. 

— Sou sim. — Assenti, meio confuso com a questão aleatória.

— Poderia me ajudar com algumas contas? — Indagou, entrando no banheiro. — É que eu meio que estou começando um negócio pequenininho de vendas, e realmente não sei como administrar o dinheiro muito bem.

— Você vai abrir um negócio? — Namjoon indagou, e o Jung somente afirmou com um aceno de cabeça. — Mas do quê?

— Vocês lembram que eu estava com aquele hobby de fazer pulseiras de miçangas e até entrei naquele clube de artesanato? — Hoseok perguntou em seguida, nos fazendo assentir. — Pois bem, os meus colegas do clube amaram as pulseiras, e eu decidi vender para eles as que eu tinha feito porque seria um dinheirinho legal para complementar a renda, mas então, eu comecei a receber uns pedidos, inclusive de pessoas fora do clube, e agora eu estou lotado deles. — Suspirou frustrado. — Não sei como gerenciar isso, perdi o controle de algo que não era para ser nada demais.

— Você só precisa se organizar. — Eu afirmei assim que ele terminou de contar. — Vamos fazer uma tabela de preços para as pulseiras e contabilizar o tempo que você leva para fazer cada uma delas, assim vamos poder estipular um prazo para as entregas, e também separar o melhor momento do seu dia para produzir o produto. Não podemos esquecer de listar todos os pedidos, para catalogar e priorizar os mais antigos, não os mais fáceis, e tente oferecer algum brinde para quem fizer pedidos grandes, isso ganha a clientela.

— Caramba, Jimin! — Namjoon exclamou após o meu discurso empolgado.

— Não sabia que entendia tanto desse assunto. — Hoseok expressou sorrindo.

— Eu não entendo de vendas, mas entendo de organização. — Respondi, rindo baixinho. — E bem, meu pai tem uma sapataria e eu trabalho em lojas há cinco anos, então pude observar e entender de pertinho como as coisas funcionavam, vou poder te ajudar.

— Muito obrigado por isso, Jiminie. — Hoseok expressou, já todo animado.

Foi divertido trabalhar naquilo com Hoseok, mesmo que em alguns momentos ele quase me deixasse maluco com todo o nervosismo e desespero dele, principalmente quando os prazos de entrega se aproximavam, ou quando alguém não pagava na data, mas tirando os contratempos, pudemos passar um bom tempo juntos e foi bem legal, eu gostei de estar administrando aquilo.

Já estava sendo a minha segunda experiência numa função que não exigia atendimento ao cliente diretamente, mas sim o controle dos gastos e a entrada dos pagamentos, e mesmo que não fosse um grande negócio, e muito menos exigisse muita experiência, ainda sim era preciso ter calma e organização, e como Hoseok ficou um ano trabalhando naquilo, eu pude aprimorar nossos conhecimentos naquilo.

Aquele não era o meu negócio, eu não era o chefe, apenas estava ajudando um amigo, porém foi assim que despertou em mim a vontade de ter algo só meu, o mundo dos negócios era competitivo e difícil, mas aquela vontade que começou a nascer me levaria a enfrentar qualquer empecilho, mesmo que eu ainda nem soubesse disso.

Acabou sendo também a primeira vez que eu vi que a faculdade de engenharia não era o que eu realmente queria fazer, mas ainda demorou um certo tempo para eu largar o curso e iniciar um novo, que tinha mais a ver comigo, e fazer isso foi uma das melhores decisões que eu pude tomar para a minha carreira.

{...}

— Da próxima vez a gente pode ir ao cinema, o que você acha? — Jungkook perguntou pra mim, assim que pisamos nos pés na calçada do lado de fora daquele bar, sendo iluminados pelas luzes daquela rua escura e silenciosa.

— Eu adoraria. — Afirmei, sorrindo de lado. — Faz tempo que não vou ao cinema.

Estávamos saindo do bar onde havíamos nos encontrado com os amigos de Jungkook, para ir ao estacionamento ali perto, onde Jeon tinha pagado para deixar sua moto, já que com a quantidade de assaltos que estava rolando naquela região, ninguém mais se sentia seguro em deixar seu carro, moto ou bicicleta estacionado no meio da rua, e infelizmente, o bar em que fomos não possuía um estacionamento.

Tinha sido uma noite muito agradável, eu gostava muito dos amigos de Jungkook, eles faziam eu me sentir parte do grupo mesmo que fosse um recém chegado ali, mas isso não fazia diferença para eles, apenas me tratavam bem e me recebiam de braços abertos, e eu ficava muito feliz por isso, afinal sabia que mesmo que eles soubessem de toda a minha história, não haveria julgamentos ali.

Eu era um jovem muito tímido e introvertido, então me sentir bem estando em meio a uma turma de pessoas era algo difícil, mas aquelas eram gentis comigo, não apenas por educação, por interesse, ou somente por eu ser amigo de Jungkook, eles simplesmente eram assim, me aceitavam, e eu não precisava ser ninguém além de mim mesmo quando estava com eles.

— Qual filme você acha que eles vão querer ver? — Perguntei para Jungkook, assim que começamos a andar em direção ao estacionamento.

— Oh... Bem... — Jeon gaguejou, parecendo nervoso depois da minha pergunta, algo que me deixou confuso. — Você quer que eles venham junto com a gente?

— Ué, você não estava falando sobre a próxima coisa que vamos fazer todos juntos? — Retruquei, franzindo o cenho. — Assim como hoje?

— Acho que eu não me expressei bem. — Jungkook disse, rindo soprado, e parando de andar, ficando frente a frente comigo. — Queria dizer, o que vamos fazer da próxima vez que nós dois sairmos juntos.

— Ah, sim, desculpe. — Ri da confusão, assentindo em seguida. — E agora, falando assim, sobre ser só nós dois, parece que está me sugerindo um encontro.

— É, eu sei disso, por isso estou perguntando o que você quer fazer no nosso encontro. — Sua resposta levou um certo calorzinho às minhas bochechas, porque eu tinha jogado um verde.

— Oh... — Expressei, sorrindo amplamente. — Hm, cinema está bom pra mim.

— Ótimo, depois eu procuro no jornal pra saber o que está em cartaz. — Afirmou, talvez nem notando que eu estava quase flutuando de tantas borboletas que voavam dentro de mim naquele segundo. — Podemos ir jantar lá em casa depois, o que acha?

— Seria ótimo. — Afirmei, e assim voltamos a caminhar até o estacionamento.

— Jiminie... — Jungkook sussurrou, batendo seu ombro contra o meu para chamar minha atenção. — Eu queria poder andar de mãos dadas com você agora.

— Ai, Jeon... — Expressei, rindo baixinho e novamente sentindo meu rosto ganhar temperatura. — Fica pertinho, vou imaginar que realmente estamos de mãos dadas.

— Um dia vamos poder fazer isso, sem medo algum. — Ele murmurou, encostando seu braço no meu.

— Espero ansioso por esse dia. — Respondi, com certo pesar, pois esse dia demorou para chegar, mas felizmente veio em nosso futuro.

O estacionamento ficava ao fim daquela calçada, algumas lojas a frente de onde estávamos antes, então continuamos andando, bem pertinho um do outro como eu havia sugerido, não demos as mãos, mas elas ficavam encostadas enquanto caminhávamos, então mesmo que não fosse exatamente o que a gente queria, me fazia sorrir feito bobo, com um toque tão simples.

Porém, estar tão distraído com nossas mãos tocando uma a outra não me fez perceber quando um certo homem passou por nós, e retrocedeu seus passos para trás quando nos olhou, parando ao nosso lado:

— Jungkook? — O homem perguntou, nos fazendo o encarar ao mesmo tempo.

— Junghyun? — Jeon respondeu, me fazendo enfim reconhecer quem era aquela pessoa, era o irmão mais velho de Jungkook. — É... Oi, bom te ver.

— Oi, Hyun. — Também o cumprimentei, vendo ele me olhar como se estivesse vendo um fantasma.

— Park Jimin? — Junghyun indagou, arregalando seus olhos.

— Eu mesmo. — Afirmei, sorrindo, mesmo que um pouco desconfortável.

— Você voltou quando? — Hyun perguntou a mim.

— No começo desse ano. — Falei, estranhando que ele não soubesse, mas pelo visto ele e Jungkook não conversam fazia um certo tempo.

— E já estão colados de novo, pelo visto. — O mais velho expressou, nos olhando de uma forma esquisita.

— Bem... Sim, estamos, algumas coisas nunca mudam. — Eu respondi, dando de ombros, não entendendo qual era a dele.

— Caramba... — Junghyun murmurou, parecendo até meio desacreditado.

— Por que parece tão chocado em ver a gente juntos? Achou que eu iria ignorar o meu melhor amigo quando ele voltasse pra cidade? — Jungkook questionou, num tom sarcástico.

— Não, eu só... — Disse, desviando o olhar e depois se aproximando um pouco mais de Jungkook. — Podemos falar em particular rapidinho?

— Agora? — Kook retrucou, franzindo a testa em confusão.

— É, vai ser rápido. — Junghyun insistiu, fazendo Jungkook o encarar preocupado, e depois desviar sua atenção até mim. 

— Desculpa, Jiminie... — Jungkook começou a dizer, mas eu entendi que ele queria dar atenção ao seu irmão e a seja lá o que ele queria falar.

— Tudo bem, vai lá. — O cortei para responder, lhe mostrando um sorriso compreensivo.

— Eu já volto. — Jungkook afirmou, e eu somente assenti, o vendo se afastar com seu irmão.

Eles não foram muito longe, apenas deram uns dois passos mais pra frente e pararam um de frente para o outro, logo Junghyun começou a sussurrar, mas a rua estava silenciosa, afinal já era tarde da noite, e eu podia escutar tudo:

— Não achei que você iria querer mais boatos nas suas costas. — Junghyun disse primeiro, e Jungkook lhe encarou sem entender.

— Como é que é? — Retrucou, fazendo uma expressão confusa.

— Não se lembra do que nossos pais falavam, Jungkook? — O mais velho perguntou, mas Jungkook continuava com aquela cara de quem não estava compreendendo nada.

— Como assim? — O mais novo indagou, rindo soprado.

— Daquela época, quando éramos adolescentes... Não se lembra? — Hyun continuou, vendo que seu irmão realmente não sabia do que ele falava.

— Eu realmente não faço ideia. — Jungkook afirmou, dando de ombros.

— Da conversa entre nossos pais e o pai do Jimin. — Junghyun disse por fim, me fazendo arregalar os olhos, pois eu também não sabia daquela informação;

— O quê? De qual conversa você está falando? — Kook perguntou por fim.

— Pensei que soubesse, os nossos pais conversaram com o pai dele naquela época, eles não queriam mais você andando com o filho dele, sabiam dos boatos. — Hyun explicou em seguida. — Mas não adiantou de nada, né? Aí estão vocês grudados de novo.

— Nossos pais queriam me distanciar do Jimin? — Jungkook repetiu, quase descrendo naquela informação.

— Claro, não queriam você andando com esse... — Eu não vou repetir aqui a palavra que Junghyun usou para se referir a mim, foi tão doloroso e impactante que mesmo depois de tantos anos, eu ainda me sinto muito desconfortável quando ouço essa palavra, mas se referia a minha sexualidade, com o xingamento mais pejorativo que aquele idiota conseguiu pensar.

O som de surpresa que saiu da minha boca foi ouvido pelos dois, Junghyun me olhou no mesmo instante, e ele não parecia se sentir culpado ou constrangido de saber que eu havia escutado, mas Jungkook... Foi a primeira vez que eu vi tanta raiva em seus olhos, então não me surpreendeu quando ele levantou seu punho e deu um soco na cara do seu irmão.

Junghyun pareceu verdadeiramente chocado quando teve essa reação de Jungkook, e ele não esperou nada antes de retribuir a altura, tanto que um foi pra cima do outro, e tudo aconteceu muito rápido, quando fui realmente acordar para o que estava acontecendo, eles já estavam trocando agressões no chão, enquanto eu tentava separá-los, tudo em vão, afinal eu não tinha força para tal coisa.

Aquela algazarra chamou a atenção dos amigos de Jungkook, que ainda estavam parados em frente ao bar, esperando para que Jeon e eu retornaremos com a moto, e eles correram até nosso encontro quando viram de longe o que acontecia, conseguindo assim separar os dois e acabar com a briga.

Junghyun foi embora depois de ainda discutir com a galera, que mesmo que nem soubessem direito o que havia acontecido, estavam defendendo Jungkook, pois eles o conheciam bem, Kook era alguém completamente pacifico, então chegar naquele estágio só poderia significar que ele tinha sido verdadeiramente provocado ou ofendido, e eles também sabiam o quanto Junghyun criticava a vida do irmão mais novo.

Mas enquanto aquele bate boca acontecia, eu simplesmente me ocupei em tirar Jungkook dali. Fomos para dentro do estacionamento, onde eu o abracei, sem dizer nada, ele sabia o que significava, eu queria tanto chorar, porém não o fiz até que estivéssemos com nossos capacetes colocados e em cima de sua moto, a caminho de casa.

A noite perfeita teve seu final arruinado.

{...}

— Quer mais alguma coisa? — Jungkook perguntou, enquanto eu lhe entregava o copo vazio, onde havia bebido água.

— Não, eu estou bem agora. — Falei, sorrindo para ele.

— Tem certeza? — Ele questionou preocupado.

Estávamos no apartamento dele nessa altura, e eu já tinha colocado muitas lágrimas pra fora, não somente por causa do que Junghyun falou, mas também por ver o machucado avermelhado na bochecha de Jungkook, pois mesmo que ele tivesse colocado gelo em cima e repetido várias vezes que não era nada demais, eu não conseguia parar de me sentir mal por saber que ele havia brigado daquela maneira com o irmão.

Os dois já haviam discutido muitas vezes, mas foi a primeira em que tudo subiu de nível daquele jeito, e Jungkook estava visivelmente arrependido e triste pelo acontecimento, acho que principalmente de ter dado atenção a Junghyun naquele momento, por ter tido esperança de que o irmão iria dizer algo legal para si, talvez se lamentando das antigas brigas, mas não era nada disso, Hyun só queria provocar mais uma.

— Eu não quero que as palavras daquele babaca estraguem o fim da nossa noite, Kookie. — Falei, sendo bem sincero. — Eu estou magoado, mas sei que aquilo foi dito por alguém preconceituoso e de mente pequena, então mesmo que tenha me machucado, não vai me derrubar, ele que se foda.

— Wow, até pude te ouvir falando palavrão. — Jungkook brincou, me fazendo rir levemente. — Sinto tanto que isso tenha acontecido, ainda mais por ser alguém da minha família, me desculpe, se eu soubesse que ele iria falar sobre essa história dos meus pais não quererem que a gente andasse juntos ou...

— Ei, não tinha como você adivinhar o que ele ia dizer, não tem que se desculpar comigo. — O interrompi, segurando suas mãos antes de continuar. — Seu irmão foi um grande babaca, e eu também sinto muito que isso tenha acontecido, realmente não esperava que as coisas fossem escalar daquela maneira.

— Eu perdi a cabeça quando ouvi ele dizendo aquilo, me deu tanto ódio, e ao mesmo tempo me senti tão decepcionado com ele. — Jungkook expressou tristemente. — Merda, eu não deveria ter perdido o controle assim, era isso que aquele idiota queria, me desculpe.

— Para de pedir perdão, Kookie. — Pedi, o vendo soltar o ar de seus pulmões lentamente. — Eu entendo, não precisa se explicar pra mim, você sabe disso.

Jungkook somente assentiu e sorriu, antes de me puxar para um abraço, no qual nos mantemos pelos próximos minutos, eu já me sentia mais calmo, e não queria ficar pensando naquilo, mas como havia acabado de acontecer, seria difícil simplesmente afugentar aquilo dos pensamentos, porém depois da raiva passar, sobrou somente a decepção, afinal Junghyun também tinha sido meu amigo um dia.

— Não quero mais ficar lembrando e falando dele hoje, ok? — Pedi para Jungkook, num tom baixo, simplesmente não queria ficar citando aquele cara.

— Sim, eu também não quero mais. — Jeon respondeu, também num tom ameno de voz.

E nós realmente fizemos isso, nossa noite não seria arruinada pelos comentários infames de Junghyun, ele não merecia nossa atenção ou nossos pensamentos naquele momento, por isso tratamos de fazer pipoca e ir ver um dos diversos filmes que tínhamos alugado para ver juntos, da melhor maneira que poderíamos, que era abraçadinhos debaixo de uma coberta, rindo das coisas que passava na TV e comendo besteiras.

— Eu nem tive a chance de falar antes, mas você ficou lindo com o cabelo nessa cor. — Jungkook elogiou próximo ao meu ouvido, já que estávamos lado a lado no sofá, com minha mão abraçando sua cintura e seu braço em volta de meus ombros.

— Gostou mesmo? — Questionei, virando meu rosto em sua direção.

— Sim. — Sorriu ao dizer. — E você gostou?

— Pra caramba, estou doido pra experimentar outras cores também. — Afirmei, tocando meus próprios cabelos com minha mão livre.

— Mas não esquece de cuidar direito, hein? Não vai querer sofrer um corte químico. — Jeon avisou, e eu assenti.

— Vou cuidar sim, estou seguindo as coisas que você me disse à risca. — Contei, sorrindo para ele. — E qual cor você acha que eu posso tentar na próxima?

— Não sei, você ficaria maravilhoso em qualquer uma. — Disse, me deixando encabulado, porque ao contrário de mim, ele nunca tinha timidez para ir direto ao ponto quando o assunto eram elogios.

— Ai, Jungkook... — Murmurei, soltando uma risada nasalada e olhando para o meu próprio colo, ficando todo embaraçado. — Para de puxar o meu saco, homem!

— Só estou sendo sincero. — Jungkook retrucou, rindo baixinho.

— Aham, sei. — Expressei, voltando a olhar para ele, com um biquinho nos lábios.

O qual ele beijou em seguida, me dando mais um daqueles beijos tão quentes quando a temperatura que fazia naquela noite de verão, que evoluiu rapidamente para um ósculo mais intenso, com nossas línguas fazendo uma dança em conjunto que elas já haviam decorado há tempos, e eu suspirava, tendo seus lábios acariciando os meus com delicadeza e sensualidade ao mesmo tempo.

Jungkook realmente conseguia fazer eu me sentir em meio a uma praia tropical quando fazia aquele calor subir em mim, e todo o barulho do quarto desaparecia, eu sentia como se fosse apenas nós dois no mundo por alguns segundos, sem problemas e sem preocupações, apenas a gente curtindo um ao outro daquela maneira vigorosa e apaixonada, tanto que não nos importávamos mais em perder boa parte do filme.

Horas depois, a madrugada já havia chegado, e nós dois estávamos cochilando no sofá a todo momento, então foi o momento de nos levantar e desligar a televisão, eu ficaria para dormir mais uma vez, porém dessa vez Jeon não precisaria colocar um colchão no chão, dormir ao lado dele parecia bem mais interessante.

— Hm, eu estou precisando de um banho. — Jungkook comentou, assim que chegamos no quarto.

— É, esta mesmo. — Respondi, em tom de brincadeira.

— Quer dizer que estou fedido? — Jeon retrucou, franzindo as sobrancelhas.

— Bem... Está sim, bastante. — Provoquei, soltando uma risadinha ao fim da frase. — Dá pra sentir até de longe.

— Mentiroso! Eu cheiro a rosas... — Jungkook retrucou, levantando o braço e cheirando a si mesmo, porém fazendo uma careta na mesma hora, o que apenas me fez rir mais uma vez. — Ok, talvez o desodorante já esteja vencido, mas não é pra tanto.

— Vai logo pro seu banho, fedidinho. — Retruquei, pegando um travesseiro e batendo em Jungkook com ele.

— Estou indo, estou indo. — Jeon repetiu, rindo da minha reação e das travesseiradas. — Mas se eu voltar bem cheirosinho, a gente pode dormir abraçado?

— Ai, Jungkook... — Expressei, corando e desviando meu olhar, sorrindo para mim mesmo antes de lhe responder: — Sim, podemos.

— Vou caprichar então. — Jeon respondeu, me dando um selinho antes de sair do quarto.

Relembrar esses momentos e esse período da nossa relação me traz muita saudade, eu teria parado o tempo para poder prolongar os nossos minutos naquela época, mas ainda tínhamos muito para viver, tanto juntos e quanto sozinhos, tudo estava apenas começando.

~♥~

hehe até o próximo  (˘⌣˘)♡(˘⌣˘ )

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