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Prólogo: Soul

hihi sejam bem vindos a "The 90s and My Soul" 
Tenham uma boa leitura >u<

~♥~

Maio de 2020

O homem de cabelos escuros, trajando um casaco de lã, caminhava pela calçada despreocupadamente, seria possível visualizar o quão gentil eram suas feições se uma máscara não estivesse cobrindo metade de seu rosto, mas mesmo que o céu estivesse cinzento, fosse uma manhã fria de outono e o ambiente em sua volta não fosse festivo, o eye smile que surgia nos olhos simpáticos daquele homem mostrava que ele sorria.

Em suas mãos ele trazia duas sacolas, da padaria em que havia passado anteriormente, ela ficava ali mesmo na rua de sua residência, então facilitava bastante quando o mesmo desejava comer aquele pão recém saído do forno em seu café da manhã. Também tinha aproveitado para comprar leite e uma dúzia de ovos, e não resistiu, teve que levar consigo algumas bombas de chocolate que estavam praticamente o chamando através do balcão da padaria.

Pegou somente duas para si mesmo, pois não teria mais ninguém em sua casa com quem pudesse dividir o doce. E assim, pegou seu rumo de volta, não demorando muito para estar em frente ao portão da residência alaranjada da rua, onde vivia há mais de dez anos.

Abrir a porta de casa era ser recebido pelo silêncio, mas o nosso protagonista, Park Jimin, já estava até se acostumando com isso, só que seria mentira dizer que ele não sentia falta de ver aquela casa cheia, porém não parou para pensar na melancolia, rapidamente retirou seus sapatos e foi em direção a área de serviço da casa, deixar as roupas que tinha usado na rua já na lavadora. 

Cinco minutos depois lá vinha Jimin, vestido suas peças folgadas de ficar em casa, se preparando para arrumar seu café da manhã e provavelmente fazer a primeira refeição do dia em frente a televisão da sala, como havia se tornado costume nos últimos meses, muito diferente da rotina que tinha antes, onde tomava café no trabalho mesmo, já que saía tão cedo.

Mas sinceramente, ir à padaria era a única coisa que Jimin estava fazendo fora de casa naqueles meses que pareciam passar tão devagar, pois todo o resto que dava para ser alcançado de forma remota era resolvido online mesmo, e ele agradecia por ter o privilégio de poder optar por essa saída.

Jimin já havia vivido inúmeras coisas em sua vida, passado por tantas fases, tantos acontecimentos históricos, tanta experiência adquirida, mas nenhuma delas o fez imaginar o que o ano de 2020 traria. O mundo parou, o medo se alastrou, tudo parecia um caos por algum tempo, e Jimin estava ali no meio tentando entender como as coisas chegaram naquele estado.

Uma quarentena foi decretada devido a pandemia, e Jimin se lembra que de no início ficou bem apavorado, ninguém sabia o que estava acontecendo direito e mais se via opiniões do que fatos rolando por aí, mas depois que a poeira baixou e as coisas começaram a ser melhor explicadas e entendidas, Jimin decidiu que ele tentaria ocupar a sua cabeça com coisas que fossem divertidas para si para não ficar pensando tanto naquilo, quem sabe dessa forma o tempo passasse mais rápido.

Aproveitou de todos os filmes e séries que os serviços de streaming poderiam lhe proporcionar, mas depois de algumas semanas, nada mais daquilo prendia sua atenção, nenhum plot twist ou reviravolta nas tramas estava o fazendo querer continuar com seus olhos presos no televisor, então se viu tendo que procurar novas coisas para fazer.

Ele era alguém com um cotidiano muito ativo, e ter que ficar preso dentro de casa era um verdadeiro pesadelo para uma pessoa como Park Jimin, que estava acostumado a correria do dia a dia, a sempre ter alguma coisa para fazer e resolver, mas a saúde vinha em primeiro lugar, então respeitaria as orientações para prevenção à risca.

Com certeza não foi a tarefa mais entusiasmante de sua vida ter que fazer tudo a distância, estando bem protegidinho entre as paredes de sua casa, mas Jimin era um homem adulto, um quase cinquentão, como ele mesmo dizia, não iria ficar de birra, mesmo que em alguns momentos admitia que teve vontade de correr para os braços de sua mãe e pedir um cafuné.

Afinal, juntando a preocupação com tudo que estava acontecendo mundo afora, com o estresse de ter que ficar preso dentro de casa e com a ansiedade de não saber o que o futuro traria, Jimin ainda teria que enfrentar aquilo sozinho, todas as pessoas que ele amava também estavam em quarentena em suas devidas casas, e ele se viu sozinho em seu imenso apartamento.

Quer dizer, completamente sozinho não, pois Jimin tinha Thor e Loki consigo, e não, não estou me referindo aos deuses nórdicos, mas sim aos dois gatinhos que o Park havia adotado três anos atrás, que com certeza eram companhias incríveis, estavam sempre ali no pé de Jimin não importando para qual canto da casa ele fosse.

E não era como tivesse se isolado do mundo também, Jimin continuava mantendo contato com todo mundo, sendo através de ligações ou mensagens, mas obviamente não era a mesma coisa, sentia falta de ter todo mundo ali juntinho de si.

A saudade do seu trabalho também batia forte. Jimin amava o que fazia, e se manteve naquilo por tantos anos, então de repente não poder mais foi extremamente frustrante, mas também sabia que precisava dar um tempo, não chegava a ser um workaholic, porém excedia sua carga de trabalho, e a verdade é que às vezes nem notava que já estava passando da hora de ir embora, aquilo tudo realmente lhe entretinha, não era somente pelo dinheiro, mesmo que a grana que ele fazia fosse muito boa.

E Jimin também sabia de seus privilégios, podendo passar aquele tempo longe do seu trabalho para ficar em casa, muitos tinham perdido seus empregos e outros precisavam enfrentar os riscos para poder trazer comida para dentro de casa, então foi um dos motivos que o levou a criar um grupo de ajuda em sua comunidade, um chat de conversa com a galera do bairro, onde sempre que alguém estivesse precisando de alguma ajuda naqueles dias tão difíceis ou soubesse de alguém que estava desamparado, poderia chamar lá e contar com seus vizinhos para auxiliar, precisavam ser solidários.

Mas quando Jimin não estava ocupado com isso, se via na necessidade de arrumar alguma coisa para se entreter, precisava espairecer, decidiu então que usaria aquele tempo em casa para algo produtivo, começou a aprender uma nova língua, mas lá pelas tantas, já nem lembrava mais o que estava estudando. Até tentou entrar em algum curso online, porém ser ensinado a distância não era uma forma de aprendizado que pegava com ele.

Quis manter a forma, então já estava impossibilidade de frequentar a academia como de costume, começou a fazer video-chamada com seu personal trainer, mesmo que muitas vezes os dois ficassem mais papeando em frente o computador do que realmente fazendo exercícios, mas era divertido de certa forma.

Porém, mesmo seguindo a sua rotina de malhação, não podia dizer o mesmo sobre a sua alimentação, era verdade que tinha se descuidado um pouco quanto a isso, e com certeza levaria uma bronca da sua nutricionista, mas a doutora Mina era um amor de pessoa, até seus sermões eram gentis e delicados.

Outra pessoa que também fez Jimin ter que recorrer às chamadas de vídeo foi a sua psicóloga, algo que ele não gostava nem um pouco de fazer, pois preferia mesmo fazer as coisas pessoalmente, mas ainda sim se rendeu a longas conversas, pois ainda que não curtisse a distância, Jimin se sentia muito confortável com ela, mesmo que continuasse repetindo que preferia estar no consultório da psicóloga, adorava o cafezinho servido na recepção de lá.

Em algum momento Jimin também resolveu que queria voltar com algum antigo hobby, gostava de pintura, então comprou alguns quadros e tinta online. Quando os objetos chegaram, se viu ansioso para começar, mas dois quadros de paisagem depois e dois gatos sujos de tinta por brincarem com o que não devia, acabou desistindo passatempo, aquilo não era mais sua praia.

Seus dois gatinhos acabaram sendo vítimas de um Park entediado também, os bichanos perderam a conta de quantas vezes Jimin decidiu fazer sessões de fotos com os pets, qualquer coisinha que os felinos faziam era motivo para o homem começar a disparar os cliques, mas talvez isso nem fosse motivado pela falta de um hobby, Jimin era um pai de gato muito babão mesmo.

E na procura de uma ocupação, acabou até ressuscitando a vontade de desempoeirar sua antiga guitarra, guardada em algum baú no porão. Pegou um amplificador e tentou tirar algumas notas, mas riu sozinho ao perceber que não se lembrava direito de como se tocava, não que ele já fosse um exímio guitarrista no passado, porém achava que ao menos conseguiria tocar a primeira canção que aprendeu na guitarra, mas isso não foi pra frente.

Em algum momento cedeu suas horas livres aos livros, aqueles que sempre dizia que ia ler mas acabava nunca nem abrindo, e agora tinha tempo o suficiente para começar o projeto de leitura. Com isso Jimin dedicou-se mais, e realmente deu frutos, pois quase três livros de fantasia lidos depois, ele se recordou de uma atividade que não fazia há muito tempo: escrever.

Algo que Jimin amava quando era mais jovem, se lembrava bem de todos os diários e agendas que escreveu durante a adolescência e início da vida adulta, era mais do que uma ocupação para passar o tempo, ele realmente se dedicava àquilo, mas os anos passaram, e logo já não via mais sentido em ficar contando sobre os seus dias em folhas de caderno, simplesmente perdeu a vontade.

Mas ainda se recordava do quão prazeroso era aquilo para si, realmente o desestressava, e foi com o pensamento preso nisso que Jimin começou a ter ideias, não queria escrever diários, mas existia muitos assuntos sobre os quais gostaria de dissertar sobre, e foi assim que surgiu a vontade de escrever sobre as suas memórias favoritas do passado, aquelas que já tinham acontecido há trinta anos atrás, quando os anos 90 aconteciam e a vida de Park Jimin mudava por completo.

— Talvez eu devesse começar agora... — Jimin murmurou para si mesmo, enquanto o noticiário passava na televisão, mas o homem não estava realmente prestando atenção, sua mente viajava, voltando ao seu projeto de escrita. 

E com isso na cabeça, ele se levantou do sofá, desligou a TV e seguiu até seu quarto, pegando seu notebook e sentando-se em sua cama, se sentindo inspirado para começar, ainda mais quando ligou o aparelho e pode ver a foto que estava em sua área de trabalho, o background que trazia uma fotografia tirada num momento muito feliz da vida de Jimin, o fazendo sorrir antes de abrir o word para começar a escrever o seguinte: 

"Algumas pessoas costumam criar o título para suas histórias depois que já terminaram de escrever tudo, outros acabam pensando num título lá pela metade do desenvolvimento, já eu gosto de pensar no título antes mesmo de começar a pensar nos detalhes do enredo, pois para mim, o título é o que me embala, me dá o tom que aquela história possuirá.

Por esse motivo, escolhi a palavra "Soul" para ser o meu título, não somente porque soul é um dos meus gêneros musicais favoritos, aquele em que eu escutava desde que estava na barriga da minha mãe, já que é também o estilo que ela mais gostava, mas porque essa história se trata sobre eu mesmo, vivendo os anos 90, onde descobri a minha essência, a minha alma.

Antes disso, acho que eu era somente uma pessoa vazia, não porque eu não tinha emoções e anseios, mas sim porque o meu verdadeiro eu estava preso em algum cantinho dentro de mim, sendo acuado e escondido, enquanto eu me deixava ser moldado pela sociedade preconceituosa, agia como uma marionete sem vontade própria, pois diziam que o meu eu verdadeiro não era bonito, não era certo, não era honroso... Ah, o quão errado eles estavam."

~♥~ 

Os gatos do Jimin praticamente não vão aparecer no decorrer do enredo, já que tudo será narrado no passado dele, mas vou deixar aqui uma fotinha de como são os dois, por motivos de que eles são o xodó do nosso protagonista uhsauahsua

até o próximo capítulo ✿✿

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