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He's been in a funk

Abril de 1992

Jimin's POV

Minha mãe era o tipo de pessoa que acreditava em destino, falava que tudo ocorre por um motivo e que algumas coisas simplesmente estão escritas na sua linha da vida, não havendo como fugir do que acontecerá, sendo para resultados bons ou ruins, mas eu nunca tive a mesma opinião sobre isso, claro que respeitava e entendia porquê ela pensava assim, porém discordava.

Eu acreditava mais em carma, ações que geram reações, decisões ruins que levam a resultados ruins, ou ao contrário, pois ninguém pode sair por aí agindo como um babaca achando que as coisas nunca vão se voltar contra ele, então mantinha em minha mente que eu faria o bem, seria educado e bondoso até quem não merecia esse tratamento vindo de mim, porque mesmo que ninguém estivesse olhando, mesmo que ninguém soubesse, eu estaria com minha consciência limpa e isso me bastava. 

Porém numa dessas vezes, realmente não tinha pessoas vendo.

Trabalhar na confeitaria não exigia muito de mim além da paciência, lidar com o público com certeza não era um dos meus fortes naquela época, bem diferente de hoje em dia, mas mesmo assim, durante meus primeiros meses ali nunca tive algum problema com os clientes, às vezes lidava com aquela galera que chegava toda estressada, impaciente e até sendo rude, porém nada que eu não tivesse conseguido contornar.

Entretanto, enquanto eu estava ali recém completando meus dois meses de emprego, um certo cliente começou a frequentar o lugar quase todos os dias, era um homem jovem e bem vestido, com um rosto familiar, mesmo que eu não me lembrasse onde tinha o visto antes. Fui eu que o atendi em praticamente todas as suas visitas à confeitaria, porém havia algo nele que me incomodava bastante, além do comportamento raivoso que sempre demonstrava.

O cara falava comigo com um ar de superioridade ridículo, era grosseiro e pedante, sem contar que cansei de trocar os pedidos dele porque ele reclamava de alguma coisa sem sentido nas bebidas ou comidas, parecia fazer questão de me ver trabalhar mais para servi-lo, não era somente um cliente mal-humorado e mal-educado, eu sentia que tinha sido colocado na mira dele.

Em palavras mais atuais: ele havia pegado algum ranço de mim por alguma razão que eu ainda não conhecia, e não fazia questão alguma de esconder isso. Porém eu me esforçava para ser o mais simpático possível, sempre o atendendo bem e dando toda a atenção necessária, mas isso não parecia causar nenhum efeito nele, já que continuava agindo da mesma maneira desrespeitosa.

Cerca de uma semana depois, eu acabei trombando com ele fora do meu ambiente de trabalho, no meio do corredor da minha faculdade para ser mais exato, me fazendo entender porque achava suas feições familiares antes. Mas ali ele não demonstrou seu comportamento desdenhoso de sempre, na verdade até abaixou a cabeça e desviou de caminho quando notou que eu estava bem na sua frente.

Fiquei pensativo sobre aquilo e resolvi comentar com minha colega Dahyun, que me surpreendeu ao revelar que o tal cliente arrogante na verdade era filho do dono da confeitaria. Eu somente não tinha o visto antes porque o rapaz antes trabalhava naquele horário, porém tinha sido despedido naquela semana, então voltou a visitar o estabelecimento do seu pai durante as tardes.

Compreendi assim que era somente mais um riquinho mimado e prepotente, que tratava os funcionários com arrogância, e Dahyun afirmou que ele realmente sempre agiu daquele jeito esnobe, porém aparentava ter piorado bastante, sendo ainda mais insolente e soberbo do que antes, principalmente quando era eu o atendendo.

Mas eu apenas compreendi o comportamento daquele cara comigo quando fui chamado no escritório do chefe dias depois, para ser avisado que estava sendo demitido.

Segundo o patrão, o seu filho estava fazendo uma vistoria no atendimento da confeitaria, para analisar o trabalho dos funcionários, e no final apontou muitas falhas no meu desempenho, então como eu não estava indo bem no atendimento do balcão, o dono do lugar preferia dar a vaga para alguém mais bem preparado para lidar com o público.

Saí daquela sala arrasado, realmente pensando que eu estava sendo um péssimo funcionário, começando a analisar todos os meus serviços e comportamentos ali dentro, mas não conseguia chegar a uma conclusão, não sabia onde tinha errado tão gravemente, e não conseguia porque eu de fato não havia cometido esses erros.

Só fui descobrir meses depois que o tal filho do dono da confeitaria era um belíssimo de um babaca, e o moleque mimado era pior do que imaginava, pois eu soube por Jinyoung que aquele rapaz foi um dos alunos que protestou contra a criação do clube de apoio anos antes, e ele sabia que eu era um membro, com certeza foi motivado por isso que quis me tirar de dentro da doceria de seu pai, afinal ele não possuía autoridade alguma dentro da faculdade, mas tinha um certo poder dentro dos negócios da família. 

O pai dele sempre se mostrou um homem bondoso, porém um tanto ingênuo e muito crédulo nas coisas que seu filho dizia, e como aquele idiota queria me prejudicar aos olhos do chefe, eu entendi que o senhor acreditou na opinião do seu filho sobre as habilidades dos atendentes da loja, já que não era a primeira vez que o jovem ficava com essa função de analisar a competência dos contratados, para saber se estavam fazendo tudo segundo as regras da empresa.

Mas voltando a aquele nosso assunto sobre carma, no dia em que fui despedido eu saí da confeitaria muito triste, a ponto de sentir meus olhos ardendo pelas lágrimas que queriam escapar, estava tão abalado e perturbado que acabei esbarrando fortemente com um pedestre, que passava apressado pela calçada.

O homem acabou caindo sentado no chão pela força do impacto e eu corri para ajudá-lo, me sentindo completamente envergonhado por aquilo ter acontecido. Felizmente o homem não tinha se machucado e nem parecia bravo, na verdade até estava rindo da situação, e me pedindo para parar de pedir tantas desculpas.

— Minha nossa! Minhas preces foram atendidas. — O homem disse de repente, me fazendo o encarar confuso, o vendo juntar as mãos e olhar para o céu, parecendo agradecer.

— O que disse, senhor? — Questionei, completamente desentendido.

— Você literalmente é o anjo que caiu em cima de mim para me ajudar. — Ele repetiu, todo animado, me deixando ainda mais desentendido.

— O senhor está precisando de ajuda? — Indaguei, meio sem saber o que dizer.

— Sim, eu estou. — Afirmou sorrindo, levando a mão até o bolso do seu paletó e tirando de lá um cartão, o qual me entregou em seguida. — Já te disseram o quão naturalmente bonito você é?

— Oi? — Indaguei arregalando os olhos e em seguida lendo o cartão que ele tinha me dado, começando a entender melhor.

Seu nome era Jooheon, um caça talentos que trabalhava para uma agência de modelos, e a mesma precisava recrutar novos rostos para o seu catálogo, porém Jooheon se via desesperado, pois nenhum dos jovens talentos que mandou para a agência haviam sido contratados, algo que estava o fazendo correr para todos os lados em busca de modelos que tivessem interesse, pois precisava disso para manter seu emprego, a agência estava o cobrando todos os dias. 

Jooheon sabia que se ele não conseguisse encontrar alguém, provavelmente a agência iria atrás de uma nova pessoa para seu cargo, e Jooheon não podia ser demitido a aquela altura do campeonato, tinha dois filhos para alimentar e seu esposa estava esperando o terceiro, ou seja, ele precisava manter o seu emprego, já que era a única pessoa sustentando sua família naquele momento.

Ele não me contou nada disso naquele nosso primeiro encontro, só fui saber quando ganhamos nos aproximamos mais, eu somente soube de primeira sobre o seu trabalho e que a agência estava fazendo testes para novos modelos, e que Jooheon achava que eu era o rosto perfeito para se candidatar.

Modelar não foi algo que já tinha se passado pela minha mente até aquele exato momento, eu era todo inseguro e retraído, ainda mais em frente às lentes de uma câmera, e também não tinha muita confiança em minha aparência, por isso não acreditei nas palavras daquele homem, nem confiei em continuar ali conversando com ele, apenas guardei o cartão que ele me ofereceu, agradeci os elogios e fui embora o mais rápido possível.

— Por que você não tenta? — Jin me questionou naquele mesmo dia, quando todos os membros da república estavam reunidos na sala, e eu contava para eles tudo que havia acontecido.

— Eu vejo o noticiário, Jin, não se pode acreditar em qualquer pessoa que aparece na sua frente te dizendo que é um caçador de modelos e que você é perfeito para a agência dele, tem muita gente que cai em golpes assim. — Lhe respondi de imediato.

— Mas tem o endereço da agência aí no cartão, a gente pode ir lá conferir se ela realmente está fazendo testes, não precisa nem falar com o tal caçador de talentos antes. — Hoseok sugeriu.

— E se na verdade a agência estiver envolvida no esquema? — Eu indaguei, ainda cauteloso.

— Eu posso falar com o meu pai e ele dá uma pesquisada nessa agência para você, podemos ir lá acompanhado dele também ou da minha mãe. — Namjoon afirmou, pois seu pai era advogado e sua mãe uma policial.

— Vocês acham mesmo que eu deveria tentar? — Perguntei, vendo todos olhando em minha direção.

— Sim, o tal caça talentos até pode ser um trambiqueiro, mas ele não mentiu quando disse que você é bonitão. — Hoseok disse, me fazendo rir soprado pelo seu jeito de falar. — Eu não perderia uma chance assim.

— Você possui uma beleza natural que se destaca, tenho certeza que a galera profissional nesse ramo vai conseguir evidenciar ainda mais os seus pontos fortes. — Namjoon também falou, me deixando todo encabulado.

— Eu concordo com eles. — Meu primo completou.

— Eu me senti tentado, não vou negar. E é claro que isso deu uma mexida no meu ego, mas eu sou tão tímido, não acho que passaria no teste. — Expliquei para eles em seguida.

— Bom, não dá pra gente saber nada antes de tentar, mas faça apenas o que você se sentir confortável em fazer, Jimin. — Seokjin proferiu, sorrindo em minha direção.

— Saiba que a gente te dá todo o apoio nisso. — Hoseok afirmou, levando sua mão até o meu ombro. 

— E qualquer coisa me avisa que eu já falo com os meus pais. — Namjoon expressou por fim.

— Obrigado, gente. — Agradeci, sorrindo todo embaraçado pelos elogios e o apoio deles.

— Bom, agora eu vou fazer pipoca, vamos ver aquele filme que o Hoseok alugou. — Jin avisou, se levantando do sofá em que estávamos.

— Beleza, eu pego os refrigerantes. — Hoseok disse logo após a saída do meu primo.

— Vou trazer uns cobertores pra cá. — Namjoon também se levantou e se retirou.

E enquanto os meninos se dissiparam pela casa, fiquei encarando aquele cartão, ainda pensativo e concentrado, não sabia qual decisão tomar ainda, mas estava sim muito mexido por aquilo.

{...}

— Ficou pensativo sobre o caça talentos, não é? — Namjoon me perguntou pela manhã do dia seguinte, enquanto nos arrumávamos. Ele raramente puxava assunto, mas eu sabia que era bastante observador e analítico sobre tudo o que acontecia à sua volta.

— Sim, um pouco. — Respondi, andando pelo quarto atrás do trabalho que eu tinha que levar para a faculdade. — Mas não vou nem considerar uma coisa dessas, não entendo coisa alguma sobre o universo da moda e nem pretendo.

— Entendo, mas acho que deveria pensar com calma, fazer algumas pesquisas, não sei, vai que está deixando escapar uma chance incrível. — O Kim aconselhou, dando de ombros.

— Talvez... — Murmurei, mais concentrado em procurar pelo maldito trabalho que eu levei horas para finalizar. — Droga, não estou conseguindo achar.

— O que você está procurando? — Namjoon perguntou ao me ver irritado com a minha busca.

— Um trabalho pra faculdade, eu havia terminado ontem a noite e deixado em algum canto aqui, não lembro onde. — Falei, revistando mais uma vez a escrivaninha do quarto, mas não encontrando nada. — Que merda, o professor não vai aceitar atrasado.

— Vamos procurar juntos, vai ser mais prático. — O Kim sugeriu. — Como era a capa?

— Eu coloquei numa pasta azul. — Afirmei, o vendo assentir antes de começar a procurar também.

Começamos a revirar aquele quarto, eu realmente não fazia ideia de onde tinha colocado a pasta azul, até me recordava de tê-la em mãos pouco antes de ir dormir, porém o intervalo entre o momento em que peguei a pasta em cima da escrivaninha e o momento em que me deitei estava em branco em minhas memórias, talvez eu estivesse tão distraído em meus pensamentos por causa de Jooheon que estava agindo no automático.

— E se você colocou na sua mochila ontem mesmo e se esqueceu? — Namjoon perguntou, apontando para a minha mochila. — Posso olhar?

— Pode sim. — Respondi, enquanto estava agachado no chão, vendo se a pasta tinha ido parar embaixo do armário ou algo assim.

Namjoon foi na direção da minha mochila, jogada em cima do colchão, entretanto assim que ouvi o Kim puxar o zíper, acabei me recordando daquelas revistas que eu havia comprado dias antes, e entre elas tinha uma Gay Times, o que automaticamente me desesperou, pois seria fácil Namjoon vê-la assim que fosse mexer nas coisas dentro da bolsa.

— Espera aí, Namjoon! — Exclamei em alto tom, quase correndo para tirar a mochila de suas mãos, mas foi tarde demais, no segundo seguinte ele estava despejando todos os itens da mochila em cima da cama, e sua atenção foi diretamente na revista que eu temia que ele visse.

Eu paralisei no canto, Namjoon também, encarando todas as coisas em cima da cama, porém alguns instantes depois ele levou sua mão até a tal revista e a pegou, olhou para a capa da mesma, olhou para mim, e intercalou seu orbes entre nós dois por alguns segundos, me deixando aflito.

— Gosta desta revista? — Foi a primeira coisa que ele me perguntou após aqueles estranhos segundos de silêncio.

— É... Comprei essa aí porque tem uma entrevista com o Ian McKellen nessa revista, gosto muito desse ator. — Ok, não era inteiramente uma mentira, eu realmente gostava bastante do nosso eterno Gandalf de Senhor do Anéis, mas de fato não foi isso que me motivou a comprar a revista.  

— Interessante você dizer isso... — Namjoon murmurou, soltando a revista em cima da cama e indo até a sua parte do guarda-roupa, tirando de lá uma revista idêntica a aquela que eu havia comprado: — Porque comprei a minha pelo mesmo motivo.

— Ah, sim, é, ele é um ótimo ator. — Comentei soltando um riso nervoso, sem saber exatamente o que dizer.

— Verdade. — Assentiu, sorrindo de lado. — E é uma boa pessoa também, vem se tornando bem ativo pelos direitos de igualdade. Ele tem o meu respeito, acho que foi no ano de 88 que ele revelou sua sexualidade ao público enquanto debatia numa rádio com um repórter conservador.

— É, ele não se importou se aquilo iria prejudicar sua carreira ou com o ódio que poderia receber, ele queria defender o seu ponto e defender sua comunidade. — Falei sincero, vendo Namjoon concordar num aceno.

— Queria ter a mesma coragem. — Essa frase de Namjoon bastou para que eu compreendesse que a gente tinha mais em comum do que eu imaginava antes.

Eu ainda não sabia se ele também estava se referindo a sexualidade, ou sobre sua vida social, sobre o trabalho, os estudos ou qualquer outra coisa, mas como em minha mente o Namjoon possuía aquela imagem de centrado e perfeito em tudo que fazia, foi uma surpresa enxergar ver pela primeira vez o lado mais frágil do Kim, claro que como qualquer pessoa ele também tinha suas inseguranças e o medo do julgamento.

— Eu também. — Falei em seguida, suspirando.

— Você já tem mais do que eu, entrou para aquele clube lá da universidade. — Disse, me fazendo compreender ao que ele se referia rapidamente.

— Você sabe disso? — Perguntei, afinal eu ainda não tinha contado para ninguém.

— Sim, te vi entrando lá na sala de reuniões deles mais de uma vez, é caminho para a biblioteca e eu sempre estou passando por lá. — Explicou, me fazendo ver que eu não tinha prestado muita atenção nas pessoas andando pelo corredor quando ia ao clube.

— Por que não comentou antes? — Questionei curioso.

— Você mesmo não comentou com a gente. Entendi que não queria falar sobre isso para nós, então eu não iria sair por aí espalhando o que eu vi sem saber se era algo que você desejava compartilhar conosco. — Proferiu, sendo sensato.

— Obrigado por isso. — Afirmei, sorrindo. — Realmente não tinha a intenção de falar por enquanto, por medo de receber alguma reação muito negativa.

— Pela mesma razão que nunca contei sobre mim. — Ele disse em seguida.

Nossa conversa não pode se prolongar por mais tempo, pois precisávamos ir para a faculdade, e eu quase fui para a aula sem a minha pesquisa, mas Hoseok surgiu perguntando de quem era aquela pasta azul esquecida em cima da mesa da cozinha, então me safei de tirar nota baixa na matéria.

Namjoon e eu só voltamos a conversar sobre aquele assunto durante a noite, pois sozinhos em nosso quarto a gente se abriu um com o outro.

O Kim me contou pela primeira vez sobre a pressão que sofria de seus pais, ambos queriam que ele seguisse a carreira de advogado como seu pai, mas não era esse o verdadeiro desejo dele, na verdade Namjoon nem tinha decidido o que queria fazer ainda, apenas continuava cursando advocacia por causa dos seus pais e por não ter ideia de qual outro curso gostaria de tentar.

Também me contou sobre a descoberta de sua sexualidade ainda na adolescência, quando esteve num clube de campo com a família. Lá conheceu um menino da mesma idade que ele na época, que também estava passando suas férias naquele lugar. Os dois ficaram próximos muito rápido, e enquanto curtiam tudo o que o clube poderia oferecer aos hóspedes, Namjoon começou a notar que talvez o rapaz não estivesse interessado somente na sua amizade.

Namjoon nunca tinha refletido sobre sua sexualidade até aquele momento, achava que se interessaria somente por meninas, já que era assim que sua sociedade heteronormativa o ensinava que as coisas funcionavam. Mas se sentiu verdadeiramente tentado a retribuir os flertes do novo amigo, e realmente não se arrependeu daquilo.

Aquilo foi imensamente significante, pois era mais do que apenas o seu primeiro beijo, aquela experiência o ajudou a abrir seus olhos para as coisas que gostava verdadeiramente, e ele queria se descobrir ainda mais, porém morando numa cidade tão conservadora, seria difícil, mas não impossível.

Namjoon, assim como eu, também sentia muito medo do preconceito e das represálias, a única pessoa que sabia sobre sua sexualidade até aquele momento era sua mãe e os rapazes com quem já tinha se relacionado. E a partir daquele momento eu soube também, pois ele confiava em mim.

Também lhe contei a minha história, e assim percebi que mesmo que eu estivesse invejando ele em muitas coisas na sua trajetória, entendi que nós tínhamos inseguranças para coisas diferentes, ele nem havia conseguido entrar no clube lá da faculdade por receio, e eu nunca tinha tido coragem de demonstrar meu interesse por algum dos meninos de que tinha estado a fim, mesmo querendo muito, mas possuía muito medo de dar o primeiro passo.

E nós dois percebemos que poderíamos ajudar um ao outro, ser o apoio que faltava.

{...}

Mas vamos voltar um pouco agora, alguns dias antes da minha demissão lá na confeitaria, quando algo relevante aconteceu.

Numa quarta-feira, quando eu estava saindo da faculdade, acabei decidindo mudar a minha rota, em vez de caminhar diretamente para a confeitaria como sempre fazia, fui até a farmácia, pois precisava comprar algum remédio para aliviar a minha enxaqueca naquele dia.

Para chegar na farmácia, eu podia cortar caminho passando por uma rua por traz da universidade, um lugar que não era muito movimentado, mas naquele dia o som de duas vozes poderia ser escutado por todo o quarteirão, algo que me assustou de inicio, pois logo avistei dois homens discutindo na calçada, de forma bem acalorada.

O primeiro homem de camiseta branca parecia mais calmo que o outro, mesmo que também falasse alto, e encarasse fixamente o mais baixo, enquanto esse outro rapaz, vestindo um capuz, gesticulava e berrava com o mais alto, já estava vendo os dois partirem para uma briga física se continuassem daquele jeito.

Eu não os conhecia e nem queria me meter, então apenas apressei o passos, mas isso me fez ser notado por eles, que olharam em minha direção, e me surpreendi quando percebi que na verdade eu conhecia sim aquele homem de capuz, era o tal Yoongi mais uma vez.

Eu não soube muito bem como reagir, apenas dei meia volta e tentei sair de fininho, mesmo sabendo que os dois estavam me observando enquanto eu tentava ser discreto, mas eu não estava me importando, somente segui o meu trajeto até o trabalho, decidindo que era melhor pegar a rua principal para ir a farmácia, mesmo que acabasse sendo um caminho mais longo.

— Parece que viu um fantasma, Jiminie. — Dahyun comentou assim que entrei na confeitaria.

— Ah, não foi nada... — Sorri amarelo, desviando o olhar.

— Tem certeza? Você parece nervoso. — Ela perguntou, me olhando preocupada.

— Só estou com dor de cabeça hoje, deve ser isso. — Dei uma desculpa qualquer e me apressei para ir bater o cartão.

O restante da minha tarde de trabalho foi bem pacata, até me esqueci do que havia presenciado na rua atrás da universidade, porém alguém veio me relembrar, e não foi qualquer pessoa, mas um dos envolvidos em si, já que algumas horas depois Yoongi estava passando pela porta da frente da confeitaria e vindo até a fila do balcão.

Eu simplesmente gelei, fiquei paralisado no meu cantinho atrás do balcão, imaginando mil coisas, principalmente que ele tinha vindo ali tirar satisfações comigo por estar bisbilhotando em sua discussão, achando que eu tinha escutado alguma coisa importante, como um segredo ou sei lá o quê.

Porém se Yoongi de fato estava ali para falar comigo, não adiantava nada eu fugir, ele iria me achar em algum outro momento, era melhor enfrentar a fera de uma vez e descobrir o que ele queria.

— O que deseja? — Perguntei a ele assim que sua vez de ser atendido chegou.

— Boa tarde, vou querer um café puro. — Yoongi respondeu, sem nem levantar o rosto para me olhar, pois lia o cardápio. — Copo pequeno, por favor.

— Para a viagem? — Indaguei em seguida.

— Não, é pra beber aqui mesmo. — Afirmou, enfim levantando o rosto e me encarando. — Espera aí, eu conheço você.

— M-me conhece? — Questionei nervoso.

— Sim, eu te vi lá festa do Junseok. — Informou, me tranquilizando ao se referir a do terraço que eu tinha ido com Jeon.

— É, eu estive lá. — Falei, já indo até as máquinas preparar o café dele, enquanto Yoongi procurava um dos banquinhos ali no balcão para se sentar.

— Eu sei, você é o menino do Jungkook. — Sua resposta quase fez eu derrubar café quente em mim mesmo.

— O q-quê? — Indaguei alarmado, sentindo meu rosto esquentar mais do que aquele café fervente que eu colocava num copo.

— Foi assim que ficou conhecido entre a galera. — Yoongi explicou, rindo soprado. — O JK ficava falando de você e te apresentando pra todo mundo.

— Oh, sim... — Murmurei desconcertado, com minhas bochechas ainda pinicando em vermelho. — Eu não lembro de te ver lá.

— Não fiquei muito tempo, só dei uma passada rápida e logo fui embora. — Contou, enquanto eu lhe entregava o seu café, tomando cuidado para não derrubar. — Mas fiquei tempo o bastante para saber do tal amigo que o Jungkook ficou apresentando para todos, ele estava todo empolgado pra te trazer.

— Mesmo? — Perguntei, tendo meu coração disparando. — Eu fiquei um tempo longe da cidade, acho que o Jungkook queria me fazer socializar um pouco, e apresentar os novos amigos dele também, claro.

Eu ainda não sabia se Yoongi estava fingindo que a gente só tinha se visto na festa ou se ele verdadeiramente não se recordava do meu rosto, mas decidi seguir a maré, ou entrar no jogo dele, não sei, apenas fui conversando normalmente enquanto o mesmo permaneceu ali no balcão, tomando seu café e papeando comigo.

Não teve nada de muito memorável em nosso papo, falamos sobre algumas aleatoriedades, como as reportagens que estava passando no noticiário, já que havia televisores espalhados por todo o estabelecimento. Também tive bastante tempo para dissertar sobre os meus pratos favoritos servidos ali na confeitaria, depois que ele perguntou um pouco mais sobre o cardápio, pois pelo visto era a primeira vez dele visitando o local.

Foi uma situação no mínimo inusitada, Yoongi era o desconhecido que me causava curiosidade e desconfiança antes, e agora eu estava ali conversando com ele sobre bolos e tortas.

Ele foi super simpático comigo o tempo todo, contradizendo o seu comportamento da noite em que Jungkook tentou nos apresentar, mas eu não iria o julgar por isso e nem me levar pelos estereótipos daquele estilo bad boy que ele gostava de carregar, o nosso papo furado fluiu livremente, e que quando fomos nos dar conta, já era de noite, perto do meu horário de saída.

Yoongi pagou sua conta e foi embora após se despedir de mim, e eu arrumei minhas coisas e saí rumo a minha casa, dessa vez sozinho, pois Jungkook não poderia dar uma escapada do trabalho para vir me buscar naquela noite, então o que me restou foi enfrentar os caminhos esquisitos até o meu bairro sem companhia.

Chegando na republica, fui recebido por um Hoseok todo animado, me pedindo para ajudá-lo a terminar o jantar, pois enfim Seokjin tinha permitido que ele fizesse seus testes culinários na cozinha da casa, algo realmente difícil de acontecer, ainda mais sabendo do histórico de bagunças feitas pelo Jung toda vez que ele tentava dar uma de chef.

E enquanto eu cortava os legumes para o cozido que Hoseok queria preparar, me dei conta de que talvez ele fosse a pessoa mais popular que eu conhecia, Hoseok fazia amizade com todo mundo e conhecia a todos, talvez ele soubesse mais sobre o misterioso Yoongi.

— Hobi, você conhece algum Yoongi? — Perguntei, tendo a atenção do Jung rapidamente.

— Na nossa faculdade? — Retrucou, me olhando por cima do ombro, já que eu estava na pia e ele no fogão.

— Não, é um morador aqui do bairro. — Informei, pois Yoongi tinha me contado que morava ali durante a nossa conversa.

— Ah sim, conheço um Yoongi, mas não sei se é o mesmo que você quer saber. — Falou, vindo até a pia para pegar os legumes que eu tinha cortado.

— Ele é loiro e tem umas tatuagens. — Expliquei, facilitando para que ele ligasse o nome a pessoa.

— Então é o mesmo Yoongi. — Afirmou em seguida, se virando de frente para mim. — Conheço sim, ele teve umas complicações na vida há um tempo atrás, também não tem uma fama muito boa aqui no bairro.

— Da mesma forma que implicam com o Jungkook e os amigos dele? — Questionei sarcasticamente, elevando uma das sobrancelhas.

— Não, com ele o negócio é mais pesado. — Disse, dando de ombros. — Yoongi era um morador aqui da região, vivia com seus pais e o irmão mais novo. Era um jovem comum, não tinha nada suspeito sobre ele, então foi uma surpresa pros vizinhos quando souberam que ele tinha sido preso.

— O quê? — Expressei surpreso.

— É, eu não sei o que rolou exatamente, mas a família dele se mudou logo depois que isso aconteceu. — Continuou a contar. — O Yoongi foi solto e voltou todo diferente, bem quieto, com cara de poucos amigos, e cheio de boatos o cercando, porque parece que todo mundo queria criar a sua própria teoria para explicar o que tinha acontecido pra ele acabar indo do menino comportado para o menino problema de uma hora para outra.

— Então você não faz ideia do que rolou? — Indaguei, mas Hoseok negou com a cabeça.

— Não, e nem sei se o que dizem dele é verdade, sempre pensei que era tudo fofoca, o único que pode afirmar o que realmente aconteceu é ele. — Afirmou, voltando a mexer no seu cozido que ainda estava no fogo. — Mas por que me perguntou sobre o Yoongi?

— Nada demais, ele foi na confeitaria hoje e ficamos conversando, ele parecia ser bem simpático. — Falei, preferindo não citar que conheci Yoongi através de Jungkook.

— A gente era vizinho quando éramos mais novos, ele sempre foi super legal comigo, mas claro que isso não é uma prova de que ele não seria capaz de fazer coisas erradas, apenas fiquei bem chocado, ele realmente não parecia o tipo de cara que se meteria em coisas ilícitas. — Hoseok proferiu, olhando pra mim novamente. — Mas aparências enganam, não é mesmo?

— É, tem razão. — Falei, assentindo em seguida.

Queria fazer mais perguntas para Hoseok, porém meu primo encontrou na cozinha bem na hora, dizendo que queria ter certeza que o Hobi não tinha queimado as panelas como da última vez, e acabou perguntando sobre o que a gente estava conversando. Fui sincero e falei que tinha conhecido o Yoongi e queria saber mais sobre ele.

Seokjin simplesmente empalideceu, dizendo para eu não me aproximar de Yoongi, enquanto Hoseok rapidamente retrucava, dizendo que Jin estava exagerando, mas o meu primo não deu ouvidos, afirmando que não poderíamos confiar em Yoongi, por causa do seu histórico e da ficha suja, e aquilo me revoltou, falei logo em alto tom que Seokjin estava sendo preconceituoso, e ele devolveu dizendo que eu era ingênuo demais.

Nossa discussão durou alguns minutos, com Hoseok tentando acalmar os ânimos, porém inutilmente, eu estava furioso com os argumentos furados que Seokjin insistia em usar, e ele bravo comigo por não aceitá-los, mas aquilo só se findou quando eu decidi sair da cozinha e fui em direção a porta de entrada da casa, saindo pela mesma.

Eu não tinha nem ideia de para onde iria àquela hora da noite, mas logo pensei na pessoa que eu queria ver naquele momento, então segui até o ponto de ônibus, com destino a pizzaria que Jungkook trabalhava.

— Jiminie? — Ouvi meu nome sendo chamado assim que entrei na pizzaria, avistando Jungkook vindo em minha direção com um uniforme diferente, ele estava de garçom naquela noite.

— Oi. — Cumprimentei, sorrindo levemente. — Você disse que eu podia vir aqui pra te ver.

— Claro, vai querer uma mesa? — Perguntou, apontando para as mesas espalhadas pelo estabelecimento, quase todas estando ocupadas.

— Sim. — Assenti, mesmo que na verdade eu nem queria comer, fui até ali no impulso.

— Vem comigo. — Jungkook pediu, apoiando sua mão na base da minha coluna, para me guiar até uma mesa.

— Por que está de garçom hoje? — Indaguei, já que Jeon tinha me dito antes que era somente entregador ali.

— Três garçons pegaram infecção alimentar. — Me respondeu assim que eu me puxei a cadeira para me sentar.

— Como é que é? — Expressei, arregalando os olhos em sua direção.

— Calma! Não foi aqui não. — Disse, rindo da minha reação alarmada. — Eles foram num happy hour na sexta, e aparentemente comeram um negócio estragado num bar lá do centro.

— Caramba, isso é grave! — Exclamei, me sentando em seguida.

— Sim, avisaram que vão abrir um processo e tudo. — Jeon concordou, enquanto entregava o cardápio para mim.

— Estão mais do que certos. — Afirmei, abrindo o menu, vendo os sabores de pizza disponíveis.

— Verdade. — Jungkook assentiu, me observando ler a carta da pizzaria. — Então, o que vai querer?

— Ah, não sei. — Suspirei, fechando o cardápio. — Perdi a fome antes de sair de casa, só vim aqui pra te ver mesmo.

— Perdeu a fome? — Questionou e eu assenti, vendo Jungkook olhar para os dois lados, verificando se o gerente estava olhando antes que ele se sentasse na mesa também, em minha frente. — O que aconteceu, Jiminie?

— Discuti com o meu primo, de novo. — Informei, Jungkook sabia que eu havia tido outras discussões com Seokjin, mas eu não tinha lhe contado os motivos que levou a gente a discutir, preferia que Jeon não ficasse chateado ao saber o que Jin pensava dele. — Eu sei que o Jin pegou para ele esse papel de meu irmão mais velho, mas ele exagera.

— Sinto muito. — Proferiu, me mostrando um sorriso caloroso. — Tenho certeza que vão se acertar, mas seu primo precisa aprender a ouvir, ele só quer falar e não te dá espaço.

— Até pensei que iria melhorar depois de uma conversa que tivemos, mas os ânimos se exaltaram mais uma vez entre a gente. — Contei, também havia falado para Jungkook sobre o papo que troquei com meu primo, o "acordo de paz" que fizemos, apenas cortando da história o motivo para as minhas discussões com Jin.

— Quer dormir lá em casa hoje? — Jeon questionou preocupado, mas eu neguei.

— Não precisa, só queria um tempinho longe de casa mesmo. — Respondi, voltando a pegar o menu. — Acho que vou pedir uma pizza de queijo, mas daquelas pequenininhas, sabe?

— Tudo bem, uma mini-pizza saindo para o senhor Park. — Disse, se levantando. — E eu até vou te trazer um refrigerante por conta da casa, mas quero algo em troca.

— O que você quer? — Indaguei, elevando as sobrancelhas.

— Um sorriso seu. — Pediu, me pegando desprevenido.

— Ai, Jungkook! — Exclamei, automaticamente sorrindo e corando.

— Agora sim. — Jungkook afirmou, também sorrindo e levando seus dedos até minhas bochechas, apertando levemente ambos os lados.

— Vai lá buscar o meu pedido, Jungkook, antes que seu chefe reclame. — Dei uma desculpa qualquer, ou derreteria de amor na frente dele.

— Tudo bem. — Falou se afastando, mas não antes de virar-se novamente para mim e sorrir ladino: — Eu voltarei.

— Estarei esperando. — Respondi, rindo soprado.

Jungkook realmente retornou rápido, e com meu pedido em mãos, porém não pôde ficar comigo, precisava atentar outras mesas. Comi tudo em silêncio, o observando trabalhar, pois Jeon raramente tinha segundos de descanso, toda vez estava sendo chamado em alguma mesa, afinal ele era o único garçom presente naquela noite.

O trabalho puxado iria lhe render uma boa grana extra, já que ele estava cobrindo vários colegas de trabalho. Dinheiro esse que ele recebeu naquela noite mesmo, assim que foi liberado, o deixando todo contente enquanto voltávamos pra casa em sua moto.

A viagem foi rápida e tranquila, porém assim que entramos na minha rua, pude avistar de longe que Hoseok e Seokjin estavam sentado na calçada, e junto com eles havia mais alguns vizinhos, o que não era algo incomum, naquela época seria corriqueiro ver os vizinhos em rodinhas nas calçadas durante as noites de sexta ou nos fins de semana, jogando conversa fora e fofocando, na grande maioria das vezes.

Mas o que tinha me chamado atenção naquilo era que entre os vizinhos que estavam junto de Hoseok e Jin, havia aqueles que vivam fortalecendo os burburinhos e boatos sobre Jungkook e seus amigos, e meu primeiro pensamento naquele instante era que eu não queria que Jeon passasse por mais uma situação desconfortável, com aquelas pessoas o olhando e lhe juntando.

Por isso antes mesmo que chegássemos perto daquela galera, fiz um sinal para que Jungkook parasse a moto, e assim ele fez, olhando para mim com preocupação:

— O que aconteceu? — Ele indagou, levantando a viseira do capacete para poder falar comigo.

— Pode me deixar aqui mesmo. — Expressei, saindo da moto e tirando o capacete, entregando para Jungkook que me olhava confuso. — Obrigado pela carona, Kook.

— Mas por que vamos parar no começo da rua? A sua casa é logo ali... — Retrucou, olhando para frente e apontando para a república, e foi nesse momento que ele também percebeu aquela reunião de pessoas em frente a minha casa. — Não quer que seus novos amigos te vejam com o garoto problema do bairro? É isso?

— Não é isso, Jungkook... — Tentei explicar, mas ele me interrompeu antes.

— Te disseram por aí que eu ando com delinquentes ou algo assim, como sempre, não foi? — Questionou, rindo sarcasticamente.

— Sim, mas, mas... — Me embaralhei nas palavras por algum motivo, talvez nervosismo. — Não quero que fiquem olhando pra gente com aquele olhar crítico e maldoso, então e-eu...

— Eu sei das coisas que falam de mim, só não pensei que você daria bola para isso também. — Disse, colocando o capacete e ligando a moto.

Tentei explicar que não era nada daquilo, que eu apenas queria o proteger daquele julgamento descabido, mas Jungkook arrancou com a moto antes de me ouvir falar mais alguma coisa, me deixando todo desorientado, porque foi tudo tão de repente, e ele nem me deu espaço para falar direito. 

Aquele assunto era muito sensível para Jeon, e eu havia ativado um gatilho nele referente a uma outra situação que havia acontecido, mesmo que sem saber, mas eu descobriria mais sobre isso em breve.

~♥~

Algum palpite sobre qual a profissão do Jimin hoje em dia? hihihi

Até o próximo ^u^

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