001
001 — Voltei com um capítulo novo para comemorar 2025! Vejo vocês nos comentárioooos.
Violett Diggory
"O fogão não gosta de mim."
ACORDEI EM MEIO A GRITOS, lágrimas grossas escorriam pelo meu rosto e após alguns momentos, percebi que os gritos eram meus. Eu tinha tido outro pesadelo, onde estava novamente na arquibancada, esperando a última prova do Torneio Tribruxo retornar, foi quando Harry voltou com o corpo sem vida de Cedrico.
Aquele dia me assombrará para o resto da minha vida.
Levantei da cama e limpei as lágrimas, então fui para o banheiro, passando água gelada no rosto enquanto tentava me recuperar. Sequei o rosto com a toalha e quando olhei no espelho, meus olhos acabaram focando no frasco da poção que um medibruxo tinha me passado, para lidar com o desespero e a ansiedade causados pela perda.
Abri o frasco e tomei dois goles generosos, tentando não fazer uma careta com o gosto ruim que aquilo tinha.
— Hoje vai ser melhor que ontem — sussurrei para o espelho — Vou arrumar as coisas da floricultura e ir pegar os cartazes que encomendei, vou convidar Fleur e Bill para vir jantar no final de semana... Eu vou ficar bem.
Eu estava tentando me convencer daquilo.
Como sabia que não conseguiria voltar a dormir depois do pesadelo, tomei banho e me arrumei para o dia, tomei meu café da manhã - uma torrada inteira, uma vitória - então desci para a loja, começando a arrumar as coisas.
Consegui arrumar a maior parte das coisas nas prateleiras, coloquei os preços e fui para a pequena estufa que criei em uma sala separada.
Quando percebi, estava parada na frente do vaso de tulipas cor de rosa, era a flor que meu irmão sempre comprava um buquê para me dar nos meus aniversários porque sabia que era a minha favorita, era uma tradição nossa...
— Bom dia, lindas — sussurrei, passando a ponta dos dedos pelas pétalas — Gostaram da nova casa de vocês?
Coloquei água nas plantas, fiz todas as manutenções necessárias e arrumei algumas outras coisas, quando percebi, o relógio da parede indicava que já era meio dia. Subi para o meu apartamento e comecei a preparar meu almoço, a varanda estava aberta, me dando uma breve visão da desordem que era o apartamento de George.
Pensei no que Fleur tinha dito enquanto preparava o meu almoço, talvez eu tivesse sido muito dura com George, ele estava passando pelo mesmo processo de luto do que eu, a única diferença é que eu tive mais tempo para tentar lidar com a dor.
Merlin sabia que nos primeiros meses eu estava longe de ser uma pessoa legal para conviver, entre as crises de pânico e os ataques de raiva, qualquer breve comentário me faria explodir. Meus pais tiveram que ter muita paciência comigo, assim como os poucos amigos que me sobraram.
Tínhamos começado com o pé esquerdo, mas eu estava disposta a dar mais uma chance para George.
O destino parece querer brincar comigo, pois nesse momento ouvi seu grito, corri para a varanda para ver o que estava acontecendo, apenas para sentir um cheiro horrível de queimado e ver George brigando com uma panela.
— Hã, tudo bem por aí?
Ele resmungou um palavrão e apareceu na janela, com a mão parecendo um pouco queimada.
— O fogão não gosta de mim.
Havia algo na expressão de George que me fez suspirar.
— Vem aqui, eu vou colocar um curativo nessa sua queimadura.
George pareceu inseguro por um momento, mas a dor deve ter o feito ceder, pois ele pegou a varinha e fez uma simples ponte de madeira surgir, ligando as varandas dos nossos apartamentos. Ele veio devagar e entrou no meu apartamento com cuidado, fiz ele sentar no sofá enquanto pegava as ervas que deixava separadas justamente para o caso de queimaduras.
Quando voltei para a sala, ele estava exatamente onde o deixei. Me sentei ao seu lado no sofá e comecei a tratar da queimadura, de perto ela parecia mais grave do que eu tinha imaginado.
— Isso pode arder um pouco — avisei, com o olhar focado na queimadura.
Ele respirou fundo.
— Tudo bem.
Limpei a queimadura, passei as ervas que ajudariam a curar e em seguida fiz um curativo. George ficou em silêncio durante todo o processo e eu estava concentrada demais para puxar assunto, quando terminei apenas me afastei, orgulhosa do meu trabalho.
— Prontinho.
— Ah, valeu.
Eu o encarei, percebendo que ele parecia um pouco perdido.
— Se você quiser, pode almoçar comigo — comentei, levantando do sofá e voltando para a cozinha — tem mais do que o suficiente para duas pessoas e eu não me importo em dividir.
Pensei que ele negaria sem pensar duas vezes, mas George apenas lançou um olhar desanimado para a cozinha do seu próprio apartamento e então me encarou.
— Tudo bem.
Coloquei as coisas na mesa e tirei a torta que fiz de dentro do forno, então nós dois nos sentamos para comer, em silêncio.
Nunca imaginei que estaria sentada na cozinha do meu apartamento almoçando com George Weasley após cuidar de um machucado seu, principalmente depois de todas as vezes que ele me atormentou com suas pegadinhas que não eram nem um pouco engraçadas... O mundo realmente dava voltas.
Quando terminou de comer, George apenas murmurou um agradecimento baixinho e foi embora.
Ele não fez a ponte desaparecer.
Achei que tivesse te visto no ponto de ônibus, mas não vi
Eu caio no chão correndo todas as noites
Eu vou à matinê aos domingos
EU ESTAVA COM UMA PILHA DE panfletos anunciando a abertura da minha loja, tinham ficado melhor do que imaginei quando encomendei, o que era bom, agora só faltava espalhar aquilo por todo o Beco Diagonal.
Foi justamente o que fiz no final do dia, peguei a pilha de panfletos e saí decidida a voltar para casa apenas depois de terminar de espalhar todos.
Estava colocando recém o terceiro panfleto quando George surgiu do meu lado, a loja dele já estava fechada, eu tinha visto Ron ir embora há poucos minutos, o que me fez perceber que ele estava ajudando o irmão a cuidar de tudo, era uma atitude muito legal.
— O que está fazendo?
Balancei a pilha de panfletos que estava segurando.
— A inauguração da minha loja é sábado, preciso espalhar esses panfletos pelo lugar para atrair algum público.
George me analisou com atenção, então suspirou.
— Me dá metade aqui.
Fiquei em choque por alguns segundos, sem conseguir acreditar que ele realmente ia me ajudar de boa vontade.
— Está falando sério?
Ele revirou os olhos.
— Não gosto de ficar em dívida com as pessoas... E você me ajudou mais cedo, com o lance da queimadura e me convidando para almoçar — George resmungou, pegando metade dos panfletos da minha mão — então vou te ajudar.
O encarei com os olhos estreitos.
— Eu não te ajudei esperando algo em troca.
George começou a se afastar, indo para o outro lado da rua, mas ainda consegui ouvir ele suspirar.
— Eu sei.
Com a ajuda dele, consegui distribuir os panfletos mais rápido do que imaginei que seria, às dez horas da noite o Beco Diagonal já estava com meus panfletos por todos os lados. George e eu paramos na calçada na frente das nossas lojas, admirando o trabalho que tínhamos feito.
— Obrigada pela ajuda.
Ele deu de ombros.
— É... Boa noite.
— Boa noite, George.
Observei ele entrar dentro da sua loja, as luzes já estavam apagadas e o lugar não parecia em nada com a loja cheia de vida que vi mais cedo.
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