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001 — Bem-vindos(as) ao primeiro cap, espero que gosteeem e comentem muuuito!
Violett Diggory
"Novo vizinho"
UMA DAS PALAVRAS FAVORITAS DA minha terapeuta era "recomeçar". Parecia uma traição recomeçar a minha vida quando meu irmão havia perdido a dele no final daquele maldito torneio Tribruxo.
Cedrico era meu irmãozinho, eu deveria o proteger de todo o mal do mundo, mas falhei miseravelmente naquela prova.
Depois de chorar e lutar uma guerra para o vingar, finalmente percebi que estava na hora de seguir minha vida. Então peguei todas as minhas economias e comprei um prédio velho no Beco Diagonal, ao lado da loja dos gêmeos Weasley. O prédio tinha dois andares, embaixo eu ia abrir minha floricultura e loja de ervas, em cima ia ser minha casa, era um bom plano.
— Vocês podem descarregar essas plantas aqui... Cuidado com essas aí! São venenosas, podem causar uma alergia terrível na pele de vocês — avisei, enquanto monitorava a equipe que tinha contratado para a mudança — Ah, pode me alcançar essa violeta aqui.
Peguei a violeta com cuidado e me virei para a loja vizinha, Gemialidades Weasley. Como uma boa lufana, era óbvio que eu tinha conhecido os gêmeos em Hogwarts, inclusive havia sido alvo de várias pegadinhas estúpidas, mas eu estava disposta a deixar tudo isso no passado, ainda mais depois que vi um dos gêmeos perdendo a vida durante a batalha.
Recomeços, lembrei a mim mesma.
Forcei um sorriso simpático e entrei na loja de pegadinha, havia uma quantidade impressionante de clientes ali. Atravessei toda a loja até chegar no balcão, onde eu vi George Weasley atendendo um cliente.
— Bom dia!
Ele me lançou um rápido olhar, havia um sorriso falsamente animado em seu rosto enquanto atendia as pessoas.
— O que vai querer comprar? Hoje estamos com uma promoção envolvendo nossas pastilhas de vômito.
— Ah, eu não quero comprar nada — expliquei, então estendi a violeta — Sou a nova vizinha de vocês, então vim me apresentar e trazer um presente de boas vindas
George arqueou a sobrancelha, então lançou um olhar azedo para a planta.
— Legal, bem-vinda e tudo mais, pode ficar com a planta, não me dou muito bem com essas coisas.
— É feio recusar um presente.
Um suspiro frustrado escapou dos lábios do ruivo.
— Olha, qual seu nome mesmo?
O encarei surpresa, estudamos na mesma escola por anos e ele não lembrava o meu nome?
— Violett Diggory.
Nenhum sinal de reconhecimento apareceu em seu rosto, o que apenas serviu para me deixar indignada.
— Olha só, Violett, tem uma fila enorme de clientes para eu atender atrás de você, então bem-vinda à vizinhança, agora pare de atrapalhar a fila — ele resmungou, cansado — Clientes odeiam esperar na fila, principalmente por causa de uma garota que não está comprando algo.
Coloquei a violeta em cima do balcão e apontei o dedo para o seu rosto.
— Você é um idiota, Weasley!
Sai da loja sem olhar para trás, resmungando sobre ruivos nem um pouco simpáticos.
Maldito idiota.
Estou bem, estou fazendo umas merdas nova
Venho dizendo "sim", ao invés de "não"
ACORDEI ÀS SEIS HORA DA MANHÃ para praticar meio ioga matinal, decidi fazer na varanda do apartamento, que ficava bem de frente para a varanda do apartamento vizinho.
Coloquei as músicas relaxantes no rádio e ajeitei o tapete cor de rosa. Minha terapeuta que havia recomendado aquela prática, para ajudar a focar minha mente e corpo em outras coisas além da óbvia morte do meu irmãozinho.
Comecei com posições simples, então fui fazendo algumas mais complicadas, enquanto tentava organizar minha mente para o dia.
A varanda do apartamento vizinho abriu e eu não me surpreendi ao ver George Weasley ali, com uma cara de quem havia acabado de ser chutado da cama. Seus cabelos estavam bagunçados, seu rosto inchado e havia grandes olheiras escuras embaixo dos seus olhos.
— São seis horas da manhã, nem amanheceu direito, então você pode, pelo amor de Merlin, diminuir essa porcaria de música?
Se a gente tivesse começado as coisas com o pé direito e ele não tivesse me tratado daquele jeito quando fui entregar a planta de boas vindas, eu abaixaria a música sem problema nenhum, mas George Weasley preferiu ser um idiota.
— Bom dia, vizinho! Caiu da cama também?
George franziu a testa, ele parecia muito diferente do garoto simpático e risonho que aprontava pelos corredores de Hogwarts.
— Eu não teria caído da cama se a minha nova vizinha sem noção não tivesse acordado de madrugada e ligado um rádio em um volume alto — ele retrucou, mal humorado — Agora desliga essa merda, faz favor.
Eu sorri.
— Não.
Ele arqueou a sobrancelha.
— A vizinha que morava aí antes de você era muito mais legal — George resmungou, então ele tirou a varinha do bolso.
Antes que eu pudesse ir atrás da minha varinha, ele lançou um feitiço no meu rádio, fazendo o mesmo quebrar e a música parar. Eu o encarei incrédula, sem realmente acreditar que ele havia feito aquilo.
— SEU...
— Tenha um péssimo dia.
George fechou as portas da varanda e desapareceu do meu campo de visão, me deixando sozinha e completamente furiosa na varanda.
Idiota.
Guardei minhas coisas de ioga com raiva, então decidi ir arrumar as coisas da minha loja, que seria aberta ao público no próximo final de semana.
— Weasley idiota — resmunguei, regando minhas preciosas plantas — estúpido.
Arrumar as coisas me ajudou a distrair minha cabeça dos problemas, até o horário do almoço eu já tinha conseguido arrumar grande parte das prateleiras, o que era uma vitória.
Como eu ainda não tinha comprado mantimentos, acabei decidindo almoçar fora.
As lanchonetes do Beco Diagonal não estavam tão cheias e logo eu consegui uma que era barata e tinha comida de qualidade, pedi um hambúrguer e refrigerante, do jeitinho americano pelo qual eu era apaixonada.
— Violett?
Um sorriso surgiu no meu rosto quando reconheci Fleur Delacour, nós havíamos virado amigas durante o torneio Tribruxo. Foi bom ter alguém para conversar que entendia todas as provas loucas e perigosas que meu irmão estava passando.
— Fleur! Que bom ver você — respondi, me levantando para a abraçar — Desculpe não ter conseguido ir ao seu casamento com Bill, precisei cuidar da minha mãe...
Ela revirou os olhos.
— Você não perdeu muita coisa, apenas um ataque de Comensais — Fleur retrucou, então se sentou na cadeira na minha frente — Você está morando por aqui?
A animação voltou a tomar conta de mim.
— Sim! Comprei um prédio aqui, vou fazer minha loja no primeiro andar e estou morando no segundo. Se tudo der certo, vou conseguir abrir a loja até o final de semana.
— Me mande um convite, Bill e eu vamos adorar visitar.
Eu vi a oportunidade de reclamar da forma como George havia me tratado, queria entender o que tinha de errado com ele.
— Agora sou vizinha do George, ele é bem...
— Amargo? — Fleur sugeriu, então suspirou — As coisas andam complicadas na família desde que perdemos Fred, George é quem está sentido mais com toda a situação, tentei recomendar que ele fizesse terapia, mas ele não quer...
Escorreguei um pouco na cadeira.
— Sei que é uma merda perder um irmão gêmeo, eu ainda tenho pesadelos com a morte de Cedric.
Fleur pegou minha mão em cima da mesa.
— Talvez você possa conversar com ele, acho que ninguém vai entender a dor dele tão bem quanto você — ela pediu, os olhos brilhando — Por favor. Sei que ele não anda fácil de lidar, mas George ainda é meu cunhado e eu quero vê-lo melhor.
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