Eu nunca voltaria para você. Mesmo que nunca seja uma palavra muito forte para se dizer sem uma certeza absoluta.

   O fato de eu nunca mais querer nem sequer ouvir sua voz, me chamando em meio ao caos, não apaga algumas coisas. Tão pouco nos deixa esquecer. E datas sempre foram meu ponto fraco. Sempre soube o dia em que nos conhecemos, e o dia que saímos a primeira vez, que ficamos a primeira vez...

   Nossas primeiras vezes foram intensas, intensamente cheias de mentiras. E cá entre nós, eu estava disposta a tudo naquela época.

  Não é um texto sobre você porque eu não paro de pensar em ti. Não! Deus me livre. É um texto sobre minha superação, e um pouco do nosso nada.

  Nosso nada que era cheio de tudo, para começo de conversa. Aliás, já nem dói mais te ver por acaso rondando os corredores do colégio. É o que mais me conforta, saber que eu realmente te superei.
  Sempre tive a ideia de que seria impossível, mas acontece que foi difícil, demorou algum tempo. Nesse tempo eu quis te apagar da minha vida, e era esse o erro. Eu não poderia simplesmente te apagar. Eu tinha que aprender a lidar com o que você trouxe.

Amor. Dor. Ansiedade. Intensidade. E por fim, saudade.

  Você trouxe um pouco, e nada. Seu orgulho e egocentrismo te afastaram de mim. E, sim, talvez fosse melhor não ter me feito chorar tanto. Mas, não, eu nem teria valorizado tanto minhas lágrimas.

  Eu realmente espero que você esteja feliz, de verdade. Você vai ser uma daquelas histórias que contarei aos meus netos num final de semana nublado, enquanto faço um almoço. Eu vou sorrir, lembrar de ti, mas logo depois aquilo que vivemos não passará uma lembrança; com um pouco, e nada.