68. Dahyun
Eu não faço a mínima ideia de onde o Hoseok encontra essas baladas aleatórias no centro de Seul. O mais engraçado, é ele já ter as entradas garantidas nos lugares. Certeza que tem dedo do Yoongi, ele está sendo uma péssima influência para o meu amigo.
Hoseok veio com uma história de "ir num clube sexta à noite" há alguns dias. Garantiu que nem precisaríamos esperar na fila para entrar. Do jeito que a família buscapé ama festas, é claro que aceitaram.
Assim que chegamos, meu irmão e os amigos logo sumiram de vista. Yerim, Taehyung, Jungkook e eu permanecemos juntos naquela lotação de pessoas dançando, bebendo e as luzes coloridas, nos cegando, piscando no ritmo da música. Jimin também estava na nossa cola, mas consegui convencê-lo a encontrar alguém para ficar. Quem sabe, né? Pode rolar aquela troca de olhares, e pronto! Amor à primeira vista.
Sento em uma das banquetas do bar, apoiando os cotovelos no balcão. Suspiro, entediada.
O problema é que acabamos nos separando na pista de dança. Jungkook desapareceu e agora estou aguentando o casalzinho.
Cachorro, me abandonou...
Vejo Namjoon e Jin se pegando em uma das mesas de canto, perto do bar. Volto o olhar para o centro do clube, tentando caçar Jungkook ali no meio. O fato de ele estar com as típicas roupas pretas, não ajuda, porém o casaquinho xadrez por cima dá uma diferenciada. E é assim que o enxergo próximo ao corredor dos banheiros, acompanhado de uma garota. Ela cochicha algo em seu ouvido e ele ri, negando com a cabeça.
Que porra está acontecendo?
Mesmo com a luz baixa no estabelecimento, o maldito consegue me flagar encarando. Ele se afasta da menina e vem na minha direção. Disfarço e viro para o lado contrário, observando Yerim sentada no colo de Taehyung, enchendo o de cabelos castanhos de beijos.
— Poderia ser nós dois, amor — recuo ao escutar sua voz sussurrar. — Mas você não colabora.
Jungkook se senta e arrasta a banqueta para frente, fazendo nossos joelhos se encostarem. Analiso sua situação; cabelo em ordem, blusa lisinha e o único batom marcando sua boca, é o meu — de mais cedo. Não pegou ela.
Odeio ficar incomodada com isso...
— Onde estava? — falo mais alto que o normal por conta do som.
— Por aí — dá de ombros. — Você me largou para flertar com aquela garota, então fui me ocupar.
Ok, talvez eu não tenha contado alguns detalhes...
Enquanto os meninos foram buscar bebidas, Yerim e eu continuamos dançando — ou tentando, porque somos um fracasso — e, sem querer, esbarrei em uma garota. Nós conversamos brevemente e ela me passou o número dela. Jungkook chegou em seguida e saiu batendo pé, bravinho.
— Ela era gata, não podia recusar — ele bufa.
— Você está linda hoje, mas sua roupa chama muita atenção... — me olha de cima a baixo. — É de propósito, Kim Dahyun? Para me provocar?
Reviro os olhos. Esqueço como um simples vestido tubinho preto, pode afetar Jungkook. Atiçado, não tem juízo.
— Pede uma bebida para gente e não enche. Esse cara já percebeu que sou de menor e eu sei que você tem identidade fals...
— Shh... — tampa meus lábios com o dedo indicador. — Quieta.
Yoongi realmente está levando meus amigos para o mau caminho.
O Jeon ergue o braço, chamando o barman. Pede quatro doses de vodka com limão — duas para cada. Ele mostra o documento e o homem aceita, quase não checa.
Que injustiça.
— Ei, se for pegar a tal da garota, me convida — lança uma piscadela. — Dois é bom, três é maravilhoso! — dou um peteleco em sua testa e ele ri.
— Faria um trisal com o Jimin se não se "odiassem"? — ele coça a nuca, pensando.
— Não sinto atração por homem, seria estranho — responde rindo. — Mas sei bem que gostaria... — se inclina e segura meu queixo, me forçando a encará-lo. — Qual boquinha é mais beijável, a minha ou a do Park?
Para falar a verdade, tanto uma quanto a outra, são super beijáveis. Entretanto, se eu tivesse que escolher, infelizmente seria a do cachorro safado do Jungkook.
Permaneço parada, com os olhos em sua boca avermelhada entreaberta. A tosse falsa do barman faz com o que o moreno se afaste, estampando um sorrisinho malicioso. Ele sabe qual prefiro.
O cara deixa a bandeja com as bebidas no balcão. Pego um dos copinhos.
— Um brinde a nós, gatinha — choca seu copo com o meu e o vira direto, sem hesitar.
Imito seu ato, sentindo o gosto amargo descer queimando pela minha garganta. Faço uma careta ao terminar.
A primeira vez que bebi, foi com meu irmão. Eu tinha 14, e ele 15 anos. Encontramos uma garrafa de vinho na cozinha da minha mãe de madrugada e decidimos que seria uma boa ideia experimentar. Porém, Namjoon só me permitiu começar a beber oficialmente, um ano depois.
Achava que seria uma grande conquista na vida, como se me tornasse mais "adulta". Na verdade, é chato. Bebo por beber.
"Maniac" do cantor Conan Gray inicia, e as pessoas se dirigem à pista.
— Porra, eu amo essa música! Vamos dançar, amor — ele agarra minha mão, nem tenho chance de terminar a segunda dose da bebida.
Jungkook chama os pombinhos também. Nos enfiamos, os quatro, no meio da multidão. Pulamos e cantamos animados no ritmo. Quase perco o ar de tanto rir das dancinhas engraçadas de Taehyung e Jungkook. Jimin parece ter seguido meu conselho, pois se junta a nós com uma menina de cabelos curtos loiros.
Após umas cinco músicas agitadas, o DJ mudou inesperadamente o clima, colocando uma mais lenta. As mãos de Jungkook foram parar em minha cintura, aproximando nossos corpos. Esqueci completamente do que Namjoon poderia achar daquilo, me concentrei apenas no garoto por quem meu coração tem batido mais rápido ultimamente.
E não é uma sensação boa.
Essa vibe "romântica", logo volta aos hits eletrônicos. Não sou uma pessoa muito ativa nos esportes, ficar tanto tempo me mexendo cansa. Puxo Yerim para o bar e deixamos os meninos continuarem se divertindo.
Peço um copo de água, escutando-a comentar sobre uma loja de roupas nova que abriu no shopping do lado da sua casa. A história de guardar dinheiro para "morarmos juntas após o colegial", foi para o ralo...
— Dahyun, eu estou doida ou aquele ali é o Jackson? — ela vira minha cabeça na direção que está olhando.Perto do mini palco do DJ, conversando com outros dois garotos.
Ele continua o mesmo. Quer dizer, não posso negar que ficou ainda mais bonito nesse último ano. É uma pena que esse rostinho sabe bem como brincar com os sentimentos de uma garota.
E tinha que ser eu a idiota que caiu em seus joguinhos.
— Sim, é ele — dou outro gole na água.
— Dah, não vamos deixar isso estragar nossa noite, ok? — assinto.
Mesmo que já tenha superado tudo o que aconteceu, confesso que vê-lo me deixou para baixo... O importante é deixar no passado.
O Jackson é passado.
ᴛ ᴇ x ᴛ ᴍ ᴇ
Já perdi a noção de tempo dentro desse lugar. Acredito que devem fazer — pelo menos — quatro horas desde que chegamos, e eu pareço ser a única morrendo de cansaço.
Ser sedentária é um caminho sem volta.
Avisei para o bando de festeiros que ia ao banheiro. Jungkook insistiu para ir comigo e esperar do lado de fora, alegando que "Homens em baladas são tarados e eu deveria te proteger". Mal sabe ele, que o meu spray de pimenta está preparadinho na minha bolsa para esse tipo de complicação.
E eu já disse: qualquer coisa, um chute no saco resolve.
Molho um pouco a mão e refresco o rosto. Aproveito para retocar o batom e saio do cubículo fedorento. Banheiros de clubes são sempre sujos, é desconfortável.
Algum apressadinho passa por mim e esbarra no meu ombro. Me viro, pronta para xingar o indivíduo, mas as palavras não saem ao vê-lo.
— Dahyun...? — sorri. — Que surpresa te ver aqui.
Pois é, eu devo ter agredido uma velhinha na rua para merecer tanto azar! Precisarei de algumas latinhas de cerveja para me fazer esquecer isso de manhã.
— Melhor a gente não se fal...
— Desculpa, Dah — ele se coloca na minha frente, barrando a passagem. Franzo o cenho — Você não quis me ouvir, nunca consegui te pedir desculpas de verdade.
O que faria se descobrisse que seu namorado ficava com outra? Não, pior... O que faria se toda a escola, menos você, soubesse que ele pegava todas pelas as suas costas?
A única coisa que pensei naquela hora, foi em como eu tinha sido burra. Ainda não consigo decidir qual me decepcionou mais: o fato de não ter acreditado nos avisos dos meus amigos — especificamente, os de Jimin — ou ter me entregado como um presente para Jackson.
Mas é como dizem... O ser humano nunca está satisfeito com o que já tem. Ele necessita de mais.
— O que sentia por você era real, mas fui um idiota. Não mereceu nada daquilo, desculpa.
— Jackson, não estou afim de discutir hoje. Finge que não me conhece e só me deixa em paz, por favor?
— Espera, eu...
— Se afasta da minha namorada agora!
Ouvir a voz de Jungkook, faz meus músculos relaxarem. Jackson sai de perto de mim, o encarando com os olhos semicerrados. O moreno passa um braço sobre meus ombros.
— Está bem, amor? — balanço a cabeça, confirmando. — Falei para me trazer com você!
— Namorando Jeon Jungkook, Dahyun? — pergunta num tom de deboche. Como...? — Têm bastante em comum mesmo... — ri.
O Jeon reveza o olhar entre nós dois, pensativo. Acho que entende o que significa.
— Não sei como me conhece, mas você levou um pé na bunda e ela seguiu com a vida dela — cruza os braços. — Aceita e não reclama, que tal?
Jackson não responde. Ele levanta as mãos em rendição e vira de costas para ir embora. Antes, resmunga algo.
— Ama ficar com os meus restos...
— O que você disse, seu filho da puta?! — Jungkook anda atrás dele. Tento segurar sua blusa, o impedindo e ele aponta o dedo para o chão, sinalizando para eu ficar ali.
Já o vi bravo diversas vezes, porém não assim. Sua expressão se tornou séria e fria, consigo sentir a raiva emanando do seu corpo a cada passo que dá.
— Repete — diz com firmeza. — Se tiver coragem, repita.
Jack solta uma risada.
— Amber e Dahyun — o moreno aperta os punhos. — Você ama ficar com os me..
Ele não termina a frase.
Jungkook deposita um soco forte em seu rosto. O impulso foi tão grande, que Jasckon cambaleou atordoado, tocando a bochecha. Um sorriso ladino brota em seus lábios e ele revida um soco em Jungkook — que quase não se afeta.
As pessoas próximas dali, começam a se juntar em uma rodinha para assistir e gravar a "luta". Tampo a boca com a mão, assustada. Deveria me intrometer ou chamar os meninos?
Jack vai para cima, mas falha miseravelmente, levando uma rasteira. Jungkook sobe em cima dele e, naquele instante, ele não era mais o garoto de sorriso fofo de coelho que conheço. Seus punhos vão de encontro com a cara do meu ex namorado sem piedade, sem controle. Grito desesperada para ele parar, já sentindo meu rosto molhado, mas é inútil.
— Para, Jungkook! Sai de cima dele! — Taehyung, Namjoon e Yoongi o puxam. Não há diferença nenhuma entre um animal e ele agora.
As luzes acendem, a música é interrompida. Os seguranças ajudam Jackson — que está em um estado deplorável — a levantar. Boca e nariz sangrando, o canto dos olhos inchados e as maçãs do rosto vermelhas.
Jungkook continua irado, avançando na direção do outro. As veias saltando do seu pescoço. Os meninos seguram seus braços.
— Maluco!
— Se eu te ver perto dela de novo, vou fazer pior que isso, seu merdinha! — grita, sendo levado pelos meninos para fora do clube.
Mas que porra acabou de acontecer?!
— Hyunie! — Jimin vem correndo com Yerim e me abraça. — Eu sabia que ia rolar treta um dia...
Estou tão esgotada para brigar, que anulo o comentário.
— Por que está chorando? Eles te machucaram? — pergunta preocupada.
— Não, está tudo bem — minto, limpando o rosto. Óbvio que não está. — Para onde o levaram?
Os dois se olham, duvidosos. Jimin assente, dando permissão para ela falar. Assim que descubro, ando direto para o bar e peço uma bolsa de gelo emprestada para o barman.
Saio do clube às pressas e atravesso a rua, indo para a praça. Não é difícil encontrá-los. Jungkook está sentado num banco de madeira perto de uma árvore bonita, repleta de flores amarelas, com a cabeça abaixada. Os meninos estão em pé quietos, ouvindo Taehyung andar de um lado para o outro, enquanto o repreende.
— ...e aprender a se controlar, Jungkook!
— Podemos conversar a sós? — a atenção é voltada para mim. O moreno levanta a cabeça para me olhar e eu percebo, pelos olhos vermelhos, que devia estar chorando.
Ele nos deixam sozinhos, sem contrariar. Sento ao lado de Jungkook e pego uma de suas mãos descansando no colo. Os dedos estão feridos, cobertos de sangue. Fico sem saber se é o seu próprio ou o de Jackson. Encosto, gentilmente, a bolsa de gelo no machucado e ele grunhe.
— Me perdoa, Dahyun — pede, baixinho. — Não sei o que deu em mim, e-ele falou de você... Desculpa.
Eu não pensei que um dia presenciaria uma situação dessas. Todos têm instantes de fúria, mas a esse ponto... Jungkook surtou completamente. Foi errado sim, e não deveria deixá-lo sair impune.
— Deixa para lá, Jungoo — ele aperta meu pulso. — Não fez por mal.
— Quero te contar sobre a Amber — o olho espantada.
Na primeira vez que saímos, insisti no assunto e o irritei. Decidi dar espaço e tempo para contar quando quisesse. Passei meses curiosa e, agora que vou descobrir, estou com medo.
Eu não devo ter medo, né?
— Nos conhecemos com 13 anos. Ela era nova na escola, entrou nas líderes de torcida, e já fazia "sucesso" entre os meninos. Eu era do time de basquete, tinha perdido minha mãe recentemente, nada me animava — conta, encarando as folhas das árvores se agitarem por conta do vento. — Num dia de chuva, meu pai esqueceu de me buscar no colégio e ela me ajudou a chegar em casa. Viramos amigos.
Pego sua outra mão e prenso a bolsa de gelo em cima. Vai demorar para sarar...
— Começamos a ficar juntos todos os dias, na escola, na minha casa... Em menos de um mês, assumimos o namoro — sorri triste. — Eu a amava muito, Dahyun. A tratava como uma rainha, me rebaixava, fazia qualquer merda que pedia. No final, o meu esforço era em vão.
Entendo bem disso. Só eu me dedicava para valer no meu relacionamento com o Jackson. E esse método não funciona. Não funciona, se os dois não estiverem felizes, amando, se importando... Sincronizados.
— Suspeitava que ela te traía?
— Sim, mas preferia ignorar. Naquela época, eu era ingênuo, a Amber se tornou meu porto seguro. Ela se aproveitou da minha vulnerabilidade naquele ano. Acreditava que, sem ela, não teria ninguém — desvia o olhar. — E eu odeio estar sozinho.
Talvez, eu nunca consiga entender o conceito de "sozinho" de Jungkook. Na maioria das vezes, ele que se isola e afasta os amigos, querendo solucionar os problemas sem ajuda. Mas, então, reclama por não ter ninguém para se apoiar.
É complicado.
— Nosso término foi... horrível. É o porquê do Jimin me odiar — suspira fundo. — Meu time jogou contra o da sua escola, nós estávamos vencendo. Na pausa, eu saí para tomar um ar e vi a Amber se esfregando num dos jogadores do Park no estacionamento — me atento a essa parte da história. — Ela jurou de joelhos que ele queria tocá-la sem permissão, e...
— Acreditou, não é? — ele concorda. Os olhinhos piscando, tentando segurar o choro. — O que você fez?
Jungkook retira a mão que eu estava colocando gelo do meu colo, e bagunça os cabelos, frustrado.
— E-Eu espanquei ele. Pela primeira vez na vida, bati tanto em alguém que minhas mãos tremiam — olha para as mesmas, contornando os ferimentos. — Estava cego de raiva, só voltei aos sentidos quando o Jimin me arrancou de cima do amigo dele e me deu um soco.
Essa é a razão real de eles manterem essa rixa.
"Ele não é confiável, Hyunie". "Vai se machucar se continuar com o Jeon". "Eu só quero te proteger dele".
Jimin sempre me alertou sobre Jungkook. Para mim, não eram avisos sérios. A briga não parecia ser verdadeira, eles mesmos se ofendiam com xingamentos engraçados. Não imaginava que seria um motivo tão grave.
— Hoseok e Jimin confirmaram que foi ela que chamou o garoto para fora da quadra. — continua, encarando um ponto fixo no chão de grama. — Ele teve que ir para o hospital e eu fui suspenso do time por um mês. Em uma semana, todo o colégio já sabia dos podres da Amber, inclusive que me traía com o treinador. Finalmente, terminei e, dias depois, ela pediu transferência.
É impossível esconder o meu choque. Não foi nem um pouco certo ele ter agredido o menino, porém a culpa não é completamente de Jungkook. Além de ela ter o prejudicado com a mentira, acusou o outro de um suposto "assédio", que resultou naquela confusão.
Amber era uma dissimulada.
Jungkook encosta as costas no banco, ainda me evitando.
— Não dá para mudar o passado, Jungoo — toco seu rosto, o virando para me olhar. — Tem que dar prioridade paro o futuro, que é onde as pessoas que se importam com você de verdade, estarão. Onde eu vou estar.
Ele acaricia minha bochecha, sorrindo tristinho.
— Obrigado, amor.
Penso por uns segundos, enquanto o vento fraco embaraça meus cabelos, se deveria comentar a respeito de Jackson. Afinal, ele não tem o menor conhecimento dessa fase da minha vida.
— Eu havia acabado de completar 15 anos quando comecei a namorar com o Jackson, ele tinha 18 — Jungkook se ajeita no banco, ficando de frente para mim. — Resumindo, os primeiros meses foram normais, ele era ótimo comigo. Apesar do jeito que acabou, admito que tivemos boas memórias.
— E por que terminaram? — apoia o cotovelo no encosto do banco e sustenta a cabeça na palma da mão.
— Ele passou a ser distante, dava desculpas para não me ver... Aí, uma amiga da Yerim o viu aos pegas com uma garota num bar que ela estava e tirou foto — dou de ombros. — Não era mais fácil ele dizer que perdeu o interesse? Para que me prender em um relacionamento falso?
Por muito tempo, pensei que o problema fosse eu. Jackson era de maior, o que uma adolescente inexperiente poderia oferecer, certo? É claro que, depois, com a ajuda dos meus amigos, me toquei de que a culpa não era minha e descartei esse pensamento.
Namorar com Jack, foi um grande erro. Pelo menos, serviu de lição para não ser enganada novamente. Acho que é a razão de eu empurrar Jungkook para longe.
— Vem cá — estica os braços. Ele envolve meu corpo num abraço quentinho, alisando as pontinhas do meu cabelo. — Você é a garota mais forte e incrível que já conheci, nunca esqueça disso, Dahyun. Manda esse babaca para puta que pariu, ele não te merece.
Minha risada sai abafada no pescoço do moreno. Jungkook também ri. Que bobo...
— Ah, licença... — a voz de Namjoon nos assusta. O quanto da nossa conversa ele escutou? — Jeon, você agiu errado lá dentro — se aproxima do garoto que engole em seco, esperando a bronca —, mas obrigado por ter defendido a Dahyun.
Ele estende a mão para Jungkook, que a aperta, muito feliz de ter recebido a "aprovação" de Namjoon.
— Vamos, Hyunie. Vou te levar para casa — assinto e ele anda em direção ao carro, estacionado na entrada do clube.
— Será que ganhei uns pontinhos com seu irmão? Valeu a pena no final... — sorri ladino. Não me controlo e selo seus lábios rápido. Ele abre a boca, perplexo. — Dahyun?! Seu irmão está ali!
— Quem liga, Jungkook? O Namjoon já encheu minha paciência.
O que é a mais pura verdade.
Levantamos do banco e ele me puxa para um último abraço. Beija o topo da minha cabeça e eu sorrio boba pelo ato. Yoongi o chama para irem embora. Entrego a bolsinha de gelo para o garoto e o obrigo a cuidar dos machucados em casa.
Entro no carro e sento atrás, pois Jin está no banco de passageiro. Os dois param de tagarelar e meu amigo gesticulas as mãos desesperado pelo retrovisor.
E lá vamos nós.
— Aquilo foi um beijo? — meu irmão pergunta, dando partida no veículo. Murmuro um "sim". — Quebrou a promessa.
Reviro os olhos. Que papagaio.
— Tenho 17 anos, Namjoon. Pode se concentrar no seu namoro e parar de meter o nariz na minha amizade com o Jungkook?
Jin reprime uma risada baixa. Meu irmão me olha pelo retrovisor e fecha a cara, claramente nervoso pela resposta.
— Faz o que quiser, Dahyun.
Ah, meu caro, acredite... Eu vou fazer.
• ♡︎ •
primeiramente, mil desculpas! eu juro que ia postar ontem, mas fiquei de castigo e tiraram meu celular kjkkk 🤡
mas enfim, jungkook deu um pau no jackson, gostaro da treta? e o namjoon viu os dahkook dando bitoquinha hm....
(obrigada pelos 200K, vcs são incríveis! a próxima att é o especial de boiolagem 💜)
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