7 - O LOUCO DO SEGUNDO ANDAR
─ Fala ai amigão, ela me pediu para ficar com você, porque você ia me ensinar o serviço. ─ disse ao Severino, logo que cheguei na recepção.
─ Eu devia ganhar mais por isso, sabia?! Vou te mostrar o prédio, primeiro e depois o serviço. ─ levantou-se bem devagar, despreguiçou-se e foi andando pelo corredor. Tratei de segui-lo.
─ Severino, porque não me disse que era uma gerente?
─ Rapaz, ela é linda não é?! ─ perguntou ele sorrindo.
─ Sim, uma das mulheres mais lindas que já vi!
─ Mas eu desconfio que o dono do hotel dá uns pega nela. Então tome cuidado.
─ Nunca tive sorte na vida! Seria perfeito demais se justo agora, tirasse a sorte grande! ─ disse como se cochichasse comigo mesmo.
─ O que disse?
─ Nada Severino, apenas pensei alto demais. ─ ri enquanto respondia a ele.
─ Bem, a sala da gerente você já conheceu, a recepção e agora você está vendo o elevador, bem aqui.
─ É seguro?! Nossa, parece tão antigo! ─ eu fiquei assustado com as condições dele.
─ Sim é seguro, antigamente se construía as coisas para durar rapaz.
─ Nisso você tem razão. ─ fomos subindo as escadas ao lado do elevador.
─ Aqui é o segundo andar, este é o andar onde a maioria dos quartos está vazio. Só temos um quarto alugado de um total de 30, e o morador nunca sai, dizem que ele é completamente louco e violento. Por isso tenha muito cuidado quando varrer este andar, nunca se distraia, ouviu?
─ Mas se ele não sai, como faz quando acaba a comida?!
─ No meu primeiro dia também perguntei a mesma coisa?! ─ riu muito ao acabar de falar.
─ Cará já é a terceira coisa esquisita que ouço deste lugar, desde que cheguei aqui. ─ realmente já estou ficando preocupado, é muito mistério para um lugar só.
─ É que o pai dele mora aqui nas montanhas, no meio da floresta, próximo as prateleiras. Todo dia 1 do mês ele vem aqui, e deixa as compras para o seu filho em frente a porta dele, toca a companhia e sai.
─ Como assim, toca a companhia e sai? Ele não fala com o filho?
─ Dizem que ele quase matou o pai uma vez, a facadas. O pai dele o ama muito, geralmente ele chora quando trás as compras. É triste, viu?! ─ Severino, fica bem sério nesse momento.
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