67 - UM SONHO
─ MARCOS! JOGA A GARRAFA DE ÁLCOOL! ─ a Dricka saiu de dentro da cabana nesse momento, e gritou ao ver a criatura viva perfurando o corpo de Almir no chão com os seus tentáculos.
─ LÁ VAI! ─ eu retirei a garrafa e o fósforo da mochila.
─ JOGA AQUI NO MATO. ─ ela apontou para o local exato onde eu devia jogar, pois naquele ponto não tinha risco da garrafa estourar, vazando o preciosíssimo liquido, e assim eu fiz.
As duas criaturas pularam de uma altura de mais ou menos quatro metros, na tentativa de salvar a que estava dentro de Almir, mas ao cair, elas quebraram as pernas da copia de Almir e as do Miguel, tornando-se imóveis, e forçando-as a rastejar.
─ Vocês vão queimar! ─ Dricka joga todo o álcool encima das três criaturas que estão uma ao lado da outra, e quase foi pega pelos tentáculos da coisa que está dentro do corpo verdadeiro de Almir, mas ela conseguiu soltar o seu braço, puxando o tentáculo com a sua mão direita.
─ QUEIMA LOGO ESSAS COISAS DRI! QUEIMA! ─ eu já estava chegando ao chão, quando fiquei desesperado vendo ela tentar acender um palito de fósforo atrás do outro, e ao jogar encima deles, todos estavam apagando.
Eu corri e peguei a garrafa vazia do chão, pinguei o restinho do álcool na caixinha dos fósforos e acendi, depois a taquei neles que já estavam se juntando, grudando os três corpos. As três criaturas gritavam muito alto de dor, e novamente podemos ouvir pelo ao menos mais um grito ao longe, havia mais uma coisa daquelas a solta naquele momento.
─ Eu tentei salvá-lo! Arrisquei a minha vida! ─ estou olhando aquelas três coisas caídas sem vida, o fogo acabou de apagar.
De dentro do que sobrou do corpo de Almir, sai mais uma daquelas sombras negras, a verdadeira forma destes invasores. Ao sair ela sobe em direção ao pico da montanha, velozmente.
─ Ele já estava infectado, não tinha mais salvação! Você poderia ter matado a todos nós se arriscando dessa maneira, sabia disso seu maluco?! ─ ela pegou a minha mão e me puxou em direção a cabana.
─ Dri, por que mudou de ideia?
─ Como assim?
─ Por que voltou aqui? Você disse que não podia mais se arriscar e tal... ─ falei enquanto soltei os fios do radio que o Bruno colocou nos lampiões elétricos, assim eu fiquei com um e ela com o outro.
─ Porque eu tive medo, muito medo de te perder! ─ os olhos dela, lacrimejaram, demonstrando o quanto é verdadeiro o que diz.
─ Eu não me preocupo com a morte, nunca tive medo dela. Eu já te falei isso antes, não?! ─ dando carga nos dois lampiões, girando as suas manivelas.
─ Eu sei! Mas agora você deve agir diferente, eu estou esperando um filho seu! ─ ela sorri de alegria e seus olhos brilham.
─ Então... ─ coloco a minha mão direita na sua barriga. ─ ... esse é o seu sonho?! ─ eu começo a rir.
─ Hun! Por que está rindo?! ─ ela fechou a cara e cruzou os braços.
─ É que... se eu soubesse antes, há se eu soubesse disso antes! Eu tinha realizado ele naquele momento em que te conheci! ─ a agarrei bem forte entre meus braços e beijei a sua boca.
─ Seu palhaço! ─ ela balançou a cabeça negativamente, enquanto sorria levemente olhando em meus olhos.
─ Por falar em palhaço, é melhor descermos a montanha logo e nos juntarmos aos outros. O frio aqui é demais para mim! ─ abracei ela e seguimos andando em meio a neve.
Enquanto passávamos por debaixo da pedra enorme que há antes do paredão, a Dricka resolve me contar mais sobre o que viu quando nos conectamos mentalmente a criatura lá na cachoeira Aiuruoca.
─ Eu preciso te contar mais uma coisa! ─ ela diz com um certo receio.
─ Fala meu anjo.
─ A Julha está esperando um filho do Almir também, assim como a Maria está esperando gêmeos, sendo que um é do Severino e o outro é do Bruno, até a Sonia engravidou de seu esposo!
─ Meu Deus do céu! ─ não acreditei no que eu acabei de ouvir e me sento encima de uma pedra. A Dricka faz o mesmo. ─ Isso é impossível! Acabamos de fazer amor, não tem nem... umas duas horas eu acho, mesmo que fosse ainda da nossa primeira vez é impossível! Agora você me diz que temos quatro mulheres que engravidaram de uma só vez, estimuladas por uma criatura de outro mundo, que é tão antiga quanto a própria existência de tudo!
─ Sim. Eu só vi a gente transando como se fosse a visão da neblina, pelo outro lado daquela bolha lá na cachoeira e depois apareceu um brilho dentro do meu ventre. Eu não sei como, mas na hora eu soube que eu estava grávida. Assim foi com os outros, eu os vi transando como se a neblina os vigiasse no momento e depois no ventre de cada uma delas, a mesma luz, com exceção da Maria que carrega uma luz branca como as demais e uma luz vermelha. ─ ela segurou firme a minha mão enquanto falava.
─ Eu quero muito esse filho também, mas não sabemos a reação das pessoas quando descobrirem sobre eles, e não digo só a gente que está preso aqui nas montanhas não. O resgate está vindo com certeza, não podemos contar nada sobre isso ou podem pegar as quatro para fazer experiências como ratos de laboratório!
─ Isso nunca! Eu não vou deixar! ─ ela levantou-se furiosa.
─ Então prometa-me que será o nosso segredo.
─ Sim, eu não vou falar para ninguém!
─ Mas você sabe que teremos de fazer exames, para comprovar que está tudo bem conosco e se a criança é uma criança normal? Sabe disso não sabe?! ─ dessa vez eu seguro firme em sua mão.
─ Claro! Se estivermos infectados com alguma coisa, a raça humana corre perigo, o mesmo sobre os bebês!
─ Está tudo certo então. Vamos, precisamos chegar ao Abrigo Rebolças. ─ eu disse, enquanto seguíamos o nosso caminho.
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