6 - ATÉ AQUI TUDO BEM, MAS QUE REGRAS SÃO ESSAS?!
─ Você sofre de asma?! ─ me perguntou ela meio sem graça.
─ Não, tenho a saúde perfeita. Mas porque perguntou?
─ É Marcos o seu nome, não é? ─ ela olhou em um pedaço de papel, bem a sua frente.
─ Sim, e o seu?
─ Julha Santos. Prazer em conhecê-lo! ─ com um belo sorriso, ela me estendeu a mão.
─ Pode ter certeza o prazer é todo meu! ─ apertamos as mãos. Mas que pele macia meu Deus do céu! Essa mulher tem que ter algum defeito!
─ Com h viu! ─ ela sorriu novamente ao dizer, enquanto puxava a mão.
─ Como assim?! ─ perguntei.
─ Meu nome é Julha, com h, não com i como deveria ser! Acho que meu pai estava bêbado quando me registrou sabe?! ─ ela riu e eu acompanhei, já que não resisti mesmo, sou um palhaço e rio de tudo muito fácil. ─ Olha, eu te perguntei se tinha asma, porque quando você entrou, meio que colocou a mão no peito, como se estivesse sem ar.
─ Aquilo?! Não... é que... eu fiquei surpreso ao ver que o gerente do hotel é uma mulher! Só isso. ─ falei com caras e bocas, e no fim levantei os ombros.
Ela balançou a cabeça de leve, e com um sorriso no canto da boca enquanto escrevia algo em um cartão de papelão, me olhou bem sério e perguntou:
─ Você preferia que fosse um homem? ─ isso olhando por cima dos óculos, enquanto erguia as sobrancelhas. O detalhe, a armação dos óculos era rosa também.
─ Só se eu fosse maluco, mas se você for do tipo de chefe muito cruel, aí quem sabe eu poderia preferir um homem, não é?!
─ Eu sou bem tranquila, mas muito exigente. Cumpra as suas funções e nos daremos muito bem. Tome, este é o seu cartão de ponto.
─ Obrigado. ─ me levantei e peguei o cartão.
─ Preciso que preencha estas duas folhas com seus dados, mas pode ser preenchido depois, me traga amanhã.
─ Ok. ─ peguei as folhas e fiquei contemplando-a sem se quer perceber.
─ Agora pode ir, fale com o Severino ele vai te ensinar como é o trabalho. Qualquer problema pode vir aqui e falar comigo. ─ quando eu ia abrir a porta para sair. ─ Só espere um pouco, esqueci de frisar as regras que em hipótese alguma você pode se esquecer de cumprir. ─ ela veio até mim na porta e disse olhando nos meus olhos. ─ A primeira delas, é nunca sair do seu quarto a noite. Não importa o que ouça, o que veja ou o que sinta! Nunca saia a noite!
─ Ok. Mas o porque disso?! ─ isso me pareceu muito suspeito.
─ Alguns de nossos hospedes são muito estranhos, muito mesmo, você nem compreenderia agora se eu tentasse te explicar. Só o que precisa saber é que alguns deles, têm o sono muito leve e odeiam ser acordados depois das 22 horas. São idosos, que foram deixados aqui mais suas famílias pagam a sua estadia. ─ ela olha para o chão enquanto fala.
─ Você disse regras, o que mais?
─ Bem, temos um cuidado todo especial com o nosso lixo. Em hipótese alguma você pode esquecer de coletar e levar todo ele, todo, para a caçamba do outro lado da rua até as 19 horas. Ouviu bem?! ─ ela fez uma expressão muito seria nesse momento.
─ Sim, nunca esquecer de coletar todo o lixo e levar para a caçamba do outro lado da rua, até as 19 horas.
─ Se por algum motivo achar que não vai conseguir, fale com o Severino, ele lhe ajudará. ─ nesse momento ela retorna a sua mesa.
─ Posso ir agora? ─ perguntei, vai que tem mais alguma regra, não é?
─ Por enquanto é só. Tenham um bom trabalho, eu sei que vai gostar! ─ ela riu novamente ao dizer.
─ Como pode ter tanta certeza?! ─ perguntei com um largo sorriso no rosto.
─ Porque o trabalho é muito simples, não é tão pesado, o ambiente é muito bom, e somos quase uma família aqui. O outro empregado que fazia a sua função, saiu a noite e sofreu um acidente fatal. Só estou te contando para que compreenda que só apareceu esta vaga, por um motivo de força maior.
─ Como foi o acidente dele?
─ Vai trabalhar Marcos, já está perguntando demais! ─ ela fechou a cara, e começou a ler alguns papéis.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro