23 - A NINFOMANÍACA
─ Por um momento pensei que vocês fossem me deixar lá fora! ─ disse, após ver a Julha trancando a porta.
─ Aí meu Deus do céu! Agora estamos duas vezes mais encrencados, o palhaço e o açougueiro dentro do prédio! ─ Severino com as duas mãos na cabeça, ele está desesperado.
─ Calma Severino, ou vai enfartar cara!
Da última vez quanto tempo mais ou menos levou para o palhaço se recuperar do tiro, Almir? ─ perguntei olhando para ele, nesse momento a Julha cochichou no seu ouvido.
─ Você sabe como fico excitada quando estou com medo, não sabe?! Eu estou pegando fogo! ─ a Julha cochichou no ouvido dele, mas eu estava bem próximo e ouvi tudo.
─ Acho que uns trinta minutos Marcos, pouco menos do que isso talvez. ─ respondeu erguendo os ombros.
─ Existe outra saída dessa sala? Meu namorado dizia que havia uma passagem para o refeitório é verdade? ─ a Dricka pergunta, enquanto olhava para o armário ao lado da mesa do escritório.
─ Hei, como o seu namorado sabia disso?! ─ Almir questionou ela bem sério.
─ Eu sei lá, ele apenas me contou que descobriu essa passagem. Por coincidência nessa época você estava de férias, fora das montanhas. ─ Dricka vai em direção ao armário.
─ É só empurrar o armário, da sua direita para a esquerda. ─ Julha apontando.
─ Você vai me explicar esta historia direitinho, depois! ─ Almir pega a Julha pela ponta do queixo e fala enquanto faz uma careta para ela, que parece gostar muito, pois fechou os olhos que chegaram a tremular, enquanto a sua boca abre naturalmente.
─ Vocês vão indo pela passagem, daqui alguns minutos a gente alcança vocês. ─ Julha olhando bem dentro dos olhos de Almir.
Acho que na hora todos nós entendemos a mensagem, após eu e Dricka empurrarmos o armário, nos despedimos e seguimos em frente naquele corredor escuro, não dava para ver nada, a não ser pela luz da lanterna que saquei do meu bolso, o Severino logo a pegou e foi na frente com o senhor João.
─ Eu preciso fazer uma coisa, vai com eles eu estarei bem atrás de vocês. ─ eu falei para a Dricka enquanto a empurrava para a frente. Eu preciso ver com os meus olhos, nem sei explicar o porque, mas lá estava eu voltando a entrada da passagem.
Ao chegar bem atrás do armário, que já estava fechado novamente a passagem secreta, eu podia ouvir os gemidos da Julha, me senti um maldito pervertido então abaixei a minha cabeça, respirei fundo... é, eu sou um maldito pervertido mesmo! Olhei pelas frestas enormes do armário e pude ver aquela escultura viva deitada na mesa do escritório, com as pernas abertas e o negão mandando ver.
─ Droga! Isso foi uma péssima ideia! ─ falei para mim mesmo, bem baixinho, enquanto me afastava do armário indo para dentro da passagem de ré, lentamente.
─ O quê foi uma péssima ideia? ─ Dricka chegou por trás e cochichou no meu ouvido, eu quase morri do coração e fiquei encostado na parede, devido ao susto e ao que acabei de fazer.
─ Hun, seu tarado! ─ ela falou com a cara fechada, mas não desgrudou os olhos do casal. ─ Venha ver, eles estão mudando de posição! ─ acenando com as mãos para eu ir olhar com ela.
─ É melhor irmos, aquelas coisas ainda estão lá fora e querem nos matar! ─ falei bem perto do rosto dela, para que não fossemos ouvidos.
─ O que é isso? ─ nessa hora eu fiquei muito sem graça, com certeza se ela pudesse ver meu rosto, veria um tomate no lugar da minha cabeça! Ela havia me tocado por baixo e sentiu a minha barraca armada. ─ Não me diga que você ficou excitado dessa maneira, só de olhar para ela?!
Ela pareceu chateada e já ia sair correndo, quando eu a puxei pela mão, após ela vir até meu corpo, a abracei e falei bem baixinho;
─ O que houve? Por que mudou de humor tão de repente?! ─ disse, olhando em seu rosto, iluminado pela luz que saia das frestas do armário.
─ Ela é ninfomaníaca sabia? Ninfomaníaca mesmo! Ela já deve ter ficado com todos os homens desse hotel, e com certeza ela vai pegar você também, como pegou o meu namorado no passado!
─ Ninfomaníaca?! ─ fiz uma careta e depois ergui as sobrancelhas.
─ Acho que você gost...
Ela ia continuar falando, mas eu achei aquilo tão envolvente, era como se ela estivesse com ciúmes de mim, não resisti e a beijei ardentemente. Ela de início tentou esboçar uma reação de que não gostou, mas depois relaxou e ficamos namorando um bom tempo. Enquanto Almir e Julha faziam amor, eu e Dricka acabamos fazendo também, ao lado deles, naquele corredor escuro.
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