20 - ENQUANTO ISSO, NO QUARTO 207
─ Desculpa cara, é que a muito tempo isso não acontece, eu não esperava, sabe?! Meu sangue ferveu, deu uma vontade de bater naquele velho, a sorte dele é que não bato em velhinhos! ─ ele disse com o punho fechado bem próximo a boca, parecia que iria morder a própria mão.
─ Hei, calma cara! Fica calmo. ─ coloquei a mão no ombro dele, e ele olhou para mim, com um sorriso forçado na boca. ─ Se eu que sou branco me senti com vontade de bater nele, imagino você!
─ Eu percebi cara, e obrigado por não apertar a mão dele. Ao menos vi ele com aquela cara de pastel, com a mão esticada! ─ fomos caminhando em direção da escada.
─ Foi o mínimo que pude fazer. Eu não quero ver ele novamente na minha frente, mas a dona Sonia até agora é a pessoa que mais parece compreender o que está acontecendo aqui, tipo... ela é a nossa melhor chance de se manter vivo! E pelo que ela disse, essas coisas são imortais. Já imaginou enfrentar uma coisa que não pode morrer, antes?!
─ Nunca, mas temos de descobrir um meio de parar estas coisas! ─ estávamos descendo a escada, nesse momento.
─ Almir na escuta? ─ o Severino chama no radio.
─ Segue, é o Marcus na escuta, mas ele está copiando também.
─ O transformador no poste havia desarmado, o João teve que subir para acionar a alavanca lá no alto, quase que o velho caiu lá de cima, ele disse que viu uma mancha negra na forma de uma mulher passando em direção a parte de trás do prédio, e aquilo o assustou, ele está tremendo até agora!
─ Só pode ser a terceira coisa! ─ Almir arregalou os olhos, enquanto chegávamos ao terceiro andar.
─ Estamos descendo, em breve chegamos aí. Só vou pegar a minha mochila no meu quarto. ─ eu disse, e depois guardei o radio no bolso.
─ Beleza, só não demora cara. Entra, pega a bolsa e vamos descer logo, aquele maldito pode voltar a qualquer momento.
─ Claro. ─ corremos até a porta do meu quarto.
Depois que eu entrei o Almir ficou na porta de contenção, mas eu assim que atravessei a porta fiquei todo arrepiado, todos os pelos do meu corpo arrepiaram, era visível nos pelos do braço. Sabe quando encostamos na tela da televisão e os pelos ficam todos em pé como se atraídos para ela, tipo isso. Observando os pelos do meu braço, percebi que eles ficavam apontando para baixo de onde eu estava, me abaixei, levantei o tapete que ficava ao lado da cama, e comecei a ouvir uns gemidos estranhos vindo do andar debaixo, havia um buraco que dava para o quarto do Miguel no 207. Quando olhei no buraco...
─ Puta que pariu! ─ cochichei após me afastar e colocar as mãos no peito, acho que quase me caguei todo de tanto medo que senti.
Olhei novamente e vi a porra do palhaço que estava lá parado bem ao lado da cama do Miguel, seu corpo todo tremia e parecia que estava se regenerando, com uma gosma preta se movendo bem no local onde o tiro da doze pegou. Eu lembro direitinho do momento do tiro, ali ficou um rombo enorme e agora estava praticamente fechado. A roupa dele parecia se consertar também, aquilo não fez sentido para mim, mas eu entendi que tínhamos pouco tempo até o palhaço voltar a nos atacar. E quando eu pensei em me levantar, vi o maldito virando o pescoço e olhando em minha direção!
─ AI CARALHOOOOOOOOOO FUDEO! ─ me levantei se tremendo de medo, saber que aquela coisa não pode morrer acho que destruiu a minha coragem, completamente.
─ O que foi cara, por que gritou?! ─ enquanto eu fechava a porta, Almir mirava para as escadas.
─ Eu vi o palhaço no quarto 207! ─ nessa altura eu só queria descer logo, eu sentia que ele a qualquer momento, viria atrás de nós.
─ Droga, não brinca comigo cara, acho que vou me borrar todo! ─ Almir começou a tremer, e eu tive que tomar a arma dele novamente.
─ Nem fudendo eu vou de escada, chama o elevador, rápido Almir! ─ eu acho que estava tremendo mais que ele. Que medo sinistro.
─ Está chegando. ─ quando Almir acabou de dizer isso, ouvimos o riso medonho do palhaço vindo das escadas, a luz se apagou.
─ AHHHHHHH! ─ gritamos ao mesmo tempo, enquanto o elevador parava. Entramos e apertamos o botão para descer.
A porta estava fechando e nós baixamos aguarda, mas aquele filho da puta, meteu a mão na hora em que ela ia fechar por completo, e ela se abriu. Ele imediatamente se preparou para pular dentro, como uma aranha prestes a dar o bote na presa.
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