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🐎 CAPÍTULO I:

          Jaime regressava de uma empreitada a pedido de membros de sua trupe, incumbido de percorrer os caminhos poeirentos que o guiavam na exploração de uma rota até a cidade de Esmeralda, situada às terras centrais do país. Seu cavalo avançava firme sob o sol que, horas antes, braseava como uma forja inclemente, mas agora lançava seus derradeiros clarões sobre a vastidão das planícies. Acompanhado por um silêncio absoluto, quebrado apenas pelo casco de sua montaria, cavalgava entre árvores que pareciam curvar-se sobre sua jornada, enquanto a noite avançava, impondo sua chegada gradual sobre a paisagem.

          Suas atividades de trabalho ecoavam pelas fronteiras sobre os empreendimentos obscuros que permeavam suas cavalgadas, operando entre o limite da legalidade e a divisa do desconhecido. Naquele momento, estava com sede, mas não havia perspectiva de encontrar algum rio ou lago para saciar tal necessidade. Ciente de que o acompanhamento de seu grupo repousava a alguns quilômetros de distância, prosseguiu, mas sua jornada de retorno fora marcada por surpresas inesperadas, como quando percebeu vozes em amplo eco ao norte de onde cavalgava; clamores que se difundiam como centelhas de debates acalorados, porém, palavras que se distorciam pela distância, e seus ouvidos mal conseguiam discernir os fragmentos. Instintivamente, freou seu cavalo, guiando-o com cautela na direção do tumulto impreciso. As sombras das árvores, como espectros entrelaçados, dançavam no chão da mata.

          Trotava suavemente, sentindo o balanço harmonioso do corpo do cavalo sob o seu. Ainda havia muitas sombras fugazes dançando ao ritmo do vento crepuscular, e os últimos raios do sol emprestavam uma paleta de tons laranja e violeta ao céu. Momentaneamente, ele desatrelou-se da montaria, depositando os olhos atentos na direção de onde as vozes, antes apenas sussurros indistintos, ganhavam corpo. À margem de um pequeno aclive, onde as vozes persistiam abafadas, curvou-se cautelosamente pela inclinação, ocultando-se por trás de arbustos. Finalmente, seus olhos desvendaram os responsáveis pela falação, revelando o intrigante cenário além.

          Em uma extensa clareira, não apenas um, mas dois grupos de pessoas se destacavam, completamente distintos entre si. Jaime discernia claramente a identidade de cada um. Ele ergueu o lenço de seu pescoço, envolvendo metade de seu rosto, enquanto o chapéu projetava sombra sobre a porção restante.

          No centro, um homem se encontrava agachado, em uma posição que lembrava uma prece, envolto por uma ampla túnica de tecidos naturais adornada com plumas vermelhas. Atrás dele, cerca de uma dúzia de indivíduos, vestidos de maneira similar, embora menos extravagante. Sua figura era esguia, e sua cor, morena. A pele, castigada como se tivesse permanecido sob o sol inclemente por dias a fio, exibindo vestígios do tempo e da exposição implacável. Jaime identificou-os como nativos, mas não conseguia discernir a qual grupo específico pertenciam. À frente, outro conjunto de homens contrastante, composto por sujeitos de camisas brancas e longas, exceto por um que trajava um sobretudo negro. Este último, por sua vez, exercia um debate exaltado com o nativo ajoelhado, mas era o único a elevar sua voz. Ao passar seu chapéu para um companheiro próximo, revelou-se o suor que escorria de sua testa, seus cabelos encharcados pelo clima. Empunhava uma longa arma, além de uma insígnia em forma de estrela, na cor dourada, sobre o peito, destacando-se como xerife de alguma cidade próxima.

          Jaime manteve os olhos semicerrados, esforçando-se para compreender o que se desenrolava à sua frente. Seus ouvidos captavam fragmentos, predominantemente da voz exaltada do xerife. Embora ocasionalmente percebesse expressões dos nativos, muitas delas soavam estranhas, seja pelo sotaque peculiar ou pela distância que as enfraquecia. Em um breve instante, cogitou sobre cidades próximas, talvez Belavista. No geral, desconhecia qualquer interação significativa naquela região e permaneceu em silenciosa observação, até testemunhar algo que não esperava.

          Após um comando enérgico do xerife, seguido por uma enxurrada de questionamentos por parte do grupo nativo, o oficial ergueu sua longa arma, apontando-a em direção ao indivíduo ajoelhado, que permaneceu em silêncio até o estampido de um disparo à queima-roupa. O estrondo brusco sobressaltou Jaime, ecoando enquanto os nativos clamavam e ameaçavam retaliar contra os oficiais. Estes, prontamente, empunharam suas armas para conter qualquer tumulto. Dali em diante, Jaime perdeu o fio dos acontecimentos, pois, ao perceber, dois oficiais passavam a galope nas proximidades, fitando-o com atenção.

          A troca de olhares foi breve, mas suficiente para que ambos identificassem Jaime como um legítimo caubói, talvez até mesmo um fora-da-lei, e acima de tudo, um possível testemunha. Em resposta, gritaram em sua direção, despertando a atenção dos companheiros próximos, que logo receberam a ordem do xerife para acompanhá-los. Jaime remontou seu cavalo, agora ciente de que se via envolvido em uma perseguição iminente.

          — Peguem-no, agora! — comunicavam.

★★★

          Jaime puxou as rédeas de seu cavalo da melhor maneira que conseguiu, saltando adiante com urgência. Acelerou pelas planícies, deixando a terra para trás, porém, os perseguidores ainda persistiam, iniciando uma verdadeira busca rígida por ele. Por sorte, era hábil na montaria, mas mesmo assim, uma faísca de temor o acometeu ao olhar para trás ao descer aquela região, notando um grupo de meia dúzia de oficiais, embora ainda mantivessem certa distância.

          Os primeiros tiros passaram distantes. Uma risada contida escapou dos lábios de Jaime; apesar de ser contrabandista, mantinha um senso de humor aguçado. Seu cavalo avançou pela grama seca, sussurrando ao entardecer, mas o calor persistia. Os oficiais instavam-no a se render, mas ele apenas aumentou a velocidade, percebendo que a distância se encurtava. Num instante crucial, retirou o revólver da cintura e disparou, derrubando um dos homens.

          Jaime conquistou uma vantagem de alguns quilômetros, mas a perdeu ao alcançar as margens de um riacho sereno, pois seu cavalo hesitou temeroso antes de prosseguir. A água fluía suavemente, cercada por arbustos resistentes e flores dispersas. Algumas pedras pontuavam o leito do riacho, e o som tranquilo da água contrastava com o novo galope apressado do cavalo, que, por fim, atravessou-o.

          Com a chegada da noite, as áreas subsequentes tornavam-se mais frescas, mas também mais sombrias. Em uma nova troca de disparos, ninguém acertou alvo, incluindo Jaime. O terreno irregular cobrou seu preço, levando o caubói a perder seu chapéu durante uma das aceleradas; no entanto, o pior ainda estava por vir. Quando os oficiais aproximaram-se e os estampidos se intensificaram, seu cavalo assustou-se terrivelmente, resultando em Jaime sendo desequilibrado e caindo ao chão. Ele tentou retomar o controle do animal, mas desta vez, o cavalo fugiu, deixando-o solitário na escuridão daquela mata.

          O ar, agora fresco, sussurrava suavemente. Jaime tateou o solo, encontrando seu revólver ao ouvir os cascos se aproximando rapidamente. Sob o brilho tímido da lua filtrando-se através das folhas densas, um gambá passou perto de seus pés, buscando abrigo. Jaime, seguindo o exemplo do mesmo, recolheu-se entre arbustos e algumas rochas naquele terreno áspero. Ajustou seu lenço sobre o rosto, percebendo a proximidade de seus perseguidores.

          A princípio, apenas sussurros preencheram seus ouvidos, mas logo as vozes cresceram ao seu redor, e ele permaneceu em silêncio.

         — Levaríamos você apenas para um interrogatório! — gritava um deles. — Mas você resolveu disparar contra nós. O que se passa em sua cabeça!?

        Jaime manteve-se mudo, ouvindo atentamente. Ciente de que estava, mais do que nunca, em desvantagem.

        — Mostre sua cara! Não seja um borra-botas! — berrou outro. Nesse instante, o restante do grupo desfechou em gargalhadas. — Vamos lá! Você não é homem?

         O caubói cerrava os dentes por baixo de seu lenço. Seu desejo era erguer-se e disparar com precisão, mas ele compreendia os riscos e a situação adversa. Considerou seriamente se seria capaz de enfrentar cinco homens de uma só vez, mas não era tão tolo. Por fim, abaixou seu revólver na região do peito e prendeu a respiração ainda mais. Uma conversa em sussurros entre os algozes começou:

          — Tem certeza de que o vagabundo está aqui? — perguntou um deles.

         — Sim, Everaldo. — respondeu outro. — Vimos ele caindo do cavalo à distância, e o cavalo sumiu lá para frente! Vamos nos organizar e procurá-lo nas redondezas.

         A noite envolvia Jaime, semelhante à maneira como os oficiais tentavam encurralá-lo. Imóvel, ele se recostava em algo indistinto, sua respiração contida. O revólver repousava próximo, enquanto as vozes dos perseguidores se desenhavam sutilmente na escuridão, como sombras entre arbustos e árvores. Cada sussurro das folhas, cada passo dos oficiais, reverberava no silêncio mantido por Jaime, enquanto sua mente trabalhava na elaboração de estratégias e ponderava possibilidades. Naquele instante, ansiou pela companhia de um dos atiradores de elite de sua trupe, como Carlos, carinhosamente chamado de 'Mão Firme'. Refletiu também sobre a enrascada em que se metera por conta de uma simples tarefa de conferir rotas, algo que nem era sua função primordial no grupo.

        Foi então que Jaime soltou um suspiro profundo por entre o lenço que cobria seu rosto e arriscou inclinar-se para conferir o perímetro. Contudo, um estrondo abrupto o fez hesitar, recuando num instante. "Como puderam me ver tão rápido, se mal coloquei o rosto para fora?" indagou-se.

         No entanto, não era isso que havia ocorrido.

        Novos disparos ecoaram. Não eram apenas dois ou três, mas seis, talvez sete. Jaime acanhou-se ainda mais, ponderando sobre o que poderia ter ocorrido. Talvez outra trupe de pistoleiros tivesse emergido nas proximidades, desencadeando um tiroteio. Consciente da reputação das Serpentes da Noite, especialistas em ataques noturnos e conhecidas por sua crueldade, ele compreendeu que, se sua suspeita estivesse correta, e esse fosse o grupo envolvido, sua situação se complicaria ainda mais se fosse descoberto. Uma longa rixa existia entre sua trupe e a deles.

         Todos os seus palpites, afinal, revelaram-se equivocados. Ele permaneceu em silêncio, atento aos sons de cascos, até que, inesperadamente, alguns dos cavalos dos oficiais passaram em desabalada velocidade, desaparecendo ao longe enquanto a poeira da terra se erguia. O executor de seus perseguidores, de uma maneira ou de outra, parecia ter mostrado benevolência com os animais. Jaime aproveitou a oportunidade e, desta vez, ergueu seu pescoço cautelosamente.

          O que viu estava longe de qualquer uma de suas suspeitas.

          Um corcel negro relinchava majestosamente diante da lua gibosa naquele instante, e sobre seu dorso repousava um homem tão sombrio quanto a própria noite. Jaime forçou a vista, mas o rosto permanecia oculto sob um chapéu de feltro negro e uma máscara de mesma tonalidade, enquanto seu traje, àquela distância, se mesclava ao absoluto breu. Um fio de prata pendia graciosamente sobre seu colete, destacando-se no peito direito.

         — Devo agradecê-lo? — perguntou Jaime, mantendo a polidez. Um certo receio o envolvia, levando-o a repousar o revólver contra o chão, evitando qualquer gesto que pudesse chamar atenção.

        O cavalo acalmou-se, estabelecendo um silêncio profundo entre eles, enquanto o misterioso homem parecia decifrar o fugitivo.

        — O que acha? — retrucou com uma pergunta. Sua voz era estranhamente áspera, carregando uma rugosidade profunda, como se cada palavra fosse cinzelada em rochas de experiência. — Diga-me, quem é você, e por que se escondia daqueles oficiais?

        Jaime hesitou por alguns segundos, ponderando sobre o que deveria revelar. A incerteza permeava sua decisão, não sabendo se podia confiar plenamente no estranho. Por fim, disse-lhes:

          — Meu nome é Jaime Gomes, e estava sendo perseguido porque os vi cometendo um crime.

         Acima do corcel, o homem riu.

        — Você diz crime? — indagou para si mesmo. — Nesta fronteira entre a luz e a sombra, a linha que separa o crime da justiça é tão tênue quanto o fio de uma bala. Tudo depende de quem puxa o gatilho.

       O vento noturno sussurrava discretamente, sua presença marcada pelo movimento suave das árvores e pelos murmúrios dos arbustos. Jaime sentiu que aquele homem era diferente dos demais que conhecera, mas ainda não compreendia completamente o motivo.

       — Você fala bonito, mas não é poeta ou escritor. Carrega um revólver, não uma caneta. Com quem estou falando, então?

        — Não tenho nome. — respondeu seco. — Mostre-me agora o seu rosto, senhor Gomes. É um caubói?

        Jaime retirou o lenço do rosto, expondo-se completamente. Além dos cabelos ensebados, ostentava um queixo firme, barbas desalinhadas em uma aparência rústica e um cabelo desgrenhado e mal cortado. Seus olhos, enquadrados por cílios escuros, eram castanhos, um reflexo sereno e ponderado, revelando uma calma distante entre doçura e firmeza.

         — Fica tão óbvio assim?

         — Para ser sincero, não. — respondeu ironicamente. — Um caubói sem cavalo e sem chapéu? Está faltando algo no meio das suas pernas também?

         Jaime sentiu uma leve pontada de desconforto diante da ousadia do outro, mas conteve-se. Manteve-se cortês e deu continuidade à conversa.

         — Perdi meu chapéu durante a fuga, e meu cavalo assustou-se há poucas horas, se quer saber. — respondeu com sinceridade, recolocando o revólver na cintura. — Agora, preciso caminhar até meu acampamento, e está tarde e pode ser perigoso. Estou liberado, ou ainda quer mais alguma coisa?

         O homem aproximou-se lentamente, deixando Jaime apreensivo quanto ao próximo movimento. Ao chegar perto, observou-o por cima do cavalo.

         — Me diga, a qual trupe pertence? — indagou. Sua voz, ainda mais rouca de perto, carregava uma intensidade intrigante.

         Jaime encarou-o por alguns segundos. Seu olhar buscava compreender as intenções ocultas naquele momento de incerteza.

         — O quão tolo seria eu de lhe dizer?

          Uma risada contida escapou sob a máscara do outro.

          — O que teme, Jaime? Se eu fosse de outro grupo, já o teria derrubado junto com aqueles oficiais no momento em que se revelou.

          Jaime relutou por um instante, observando-o. No íntimo, reconhecia que o sujeito tinha razão. Provavelmente teria sido derrubado no mesmo segundo que seus perseguidores. Então, relaxou os ombros e repousou uma de suas mãos em um dos bolsos da calça de sua jaqueta de couro.

         — Está certo.

         Retirou uma espécie de garra de animal em um pingente, exibindo-a em seguida.

         — São de onça-pintada? — perguntou o outro.

         — Sim.

         — Garras da Liberdade. — disse, olhando para o vazio, e comentou em voz baixa, quase inaudível. — Isso pode ser interessante. — por fim, voltou os olhos para Jaime. — Posso levá-lo até o acampamento.

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