"Você não o expulsará?"
Seus olhos se abrem lentamente e ele torna a fechá-los bruscamente ao sentir a luz em contato com seus orbes sensíveis. Aonde estava? Não se lembrava de nada... Ou quase nada.
--Espero que seja expulso...
Sirius finalmente consegue abrir os olhos e focar no lugar que estava... Era a enfermaria... Como que havia ido parar na enfermaria de Hogwarts? Ele tenta forçar a mente, mas isso só causa mais dor de cabeça.
Ele olha para o leito ao lado do seu e, quase no mesmo instante, as memórias voltam. Oh claro, Seboso Snape... A raiva sobe por suas bochechas.
James lhe deu um soco... Seu melhor amigo deu um soco em seu rosto. Depois do que havia feito, James nunca mais olharia para sua cara, o que era um verdadeiro caos para o Black. Como faria James voltar a falar consigo? Isso era um mistério.
--Você acha que eu deveria ser expulso? Você que manipulou a Amortentia para nós três sentirmos o seu cheiro!--Sirius devolve.
Severus bufa, ainda não estava sendo capaz de entender nada do que Black estava lhe dizendo. Como assim ele conseguiria manipular a Amortentia para os três sentirem o seu cheiro? E por que diabos faria isso? Black estava lhe causando muito medo, qualquer movimento brusco e voltaria correndo até a Sonserina.
--Olha, eu não estou entendendo nada.--Severus tenta soar calmo, porque tudo que ele menos queria era morrer por estressar Sirius Black.-- Não sei se é uma pegadinha mortal, ou se estar falando sério, eu só peço para parar, porque eu realmente n...
--CALA A BOCA! CALA A MERDA DESSA BOCA! Você...
--Black!
Sirius trava ao escutar a voz de Promfey. A mulher entrava na enfermaria seguida por McGonagall e Dumbledore. O direito parecia estudar ambos os rapazes com seus olhinhos pequenos, o que, claro, não deixa Sirius muito feliz.
Bem, não fora isso que fizera o coração de Sirius parar por um curto segundo, mas sim a entrada de James e Remus. Agora ambos os garotos estavam o olhando com uma raiva descomunal... Por que não podiam tentar entender? Era pelo bem deles...
--Alguém me explica o que aconteceu.--Dumbledore manda, severo. Seus olhos ainda rodavam de Sirius para Severus, mas focavam principalmente em Severus. O coitado do garoto parecia tentar entrar no colchão, o que, infelizmente, parecia impossível.
James suspira, decidido a falar. Ele lança um olhar duro para Sirius.
--Bem, eu vou resumir para não soltar uns pontos muito íntimos, mas eu imagino que ficará bem claro.--James cora da cabeça aos pés.--Tudo começou com os cheiros que nós três sentimos na aula de Poções em que aprendemos sobre a Amortentia... Sirius não aceitou bem. Digamos que ele achou que fosse uma pegadinha pela parte de Snape, então enlouqueceu e se tornou um perfeito babaca. Pedimos para ele não fazer nenhuma loucura, mas Sirius parece que não tem cérebro.
Sirius revira os olhos. Claro que ele não tinha cérebro... Idiota.
--Então ele levou senhor Snape até um corredor vazio e o agrediu?
Sirius engole em seco ao vê-los concordarem com a cabeça. Não era possível que seus companheiros de toda a hora estivessem se voltando contra ele. Deveria ser um pesadelo... Oh, era um verdadeiro pesadelo.
Será que seria mesmo expulso? Sirius não poderia ser expulso... Ele não tinha para onde ir. James não o deixaria ficar em sua casa com sua família... A mãe dele poderia nem aceitá-lo. Se ele continuasse pensando assim acabaria chorando...
Antes que Dumbledore abrisse a boca para falar as palavras que Sirius temia, uma voz baixa e assustada corta o ar do recinto:
--Vocês estão falando sério sobre terem sentido meu cheiro?
Severus não era lerdo, mas isso não o impedia de pensar que aquilo não passava de uma pegadinha, ou um pesadelo onde os três caras que mais odiava em toda a Hogwarts sentiam seu cheiro vindo da Amortentia, e, um dos três, o mais louco e cara de pau, o atacava.
Todos agora olhavam para Severus, esse que tentava se esconder abaixo dos cobertores. Não era uma tarefa fácil.
--Bem...--Remus tenta começar a falar, mas não fazia ideia das palavras que deveria usar. Ele olha para James em busca de ajuda, mas esse parecia tão perdido quanto ele. Bem, iria pelo óbvio, então.--Terra Molhada, Perfume de bebê e livro novo... Seus cheiros, não?
E, como se não quisesse mais participar daquele pesadelo completamente assustador, Severus se tampa completamente com as cobertas. Ele desejava acordar logo, ou, ao menos, que fosse liberado da enfermaria e pudesse correr para baixo de suas cobertas na Sonserina. Ele precisava de suas cobertas quentinhas.
--Entendi!-- Todos olham assustados para o diretor, que gritara a palavra alto demais para os ouvidos de todos. McGonagall estava longe de não parecer incomodada com o grito desnecessário--Até já sei a punição que eu darei para você, senhor Black.
Sirius engole em seco, pensando se era tarde para se arrepender de todos os seus pecados (era)... Bem, pelo menos Dumbledore havia dito punição e não expulsão. Ele deveria possuir um pouco de sorte, ainda.
--Você não o expulsará?
Sirius olha irritado para James, desejando que uma bigorna caísse na cabeça de Potter por apenas um segundo. Ele logo balança a cabeça de forma culpada pelo pensamento péssimo. Como poderia desejar aquilo para o melhor amigo? Estava se sentindo tão perdido...
--Não, não acho que seja necessário...
McGonagall bufa e coloca as duas mãos na cintura. A situação exigia algo severo.
--Albus, senhor Black quase matou um aluno, você não acha que expulsar seria a melhor opção?
Dumbledore olha para McGonagall, o óculos de meia lua desliza por seu nariz grande e fino. Dumbledore tinha seu costumeiro sorriso de sempre... Não parecia que Severus quase fora enforcado.
--Minerva, se o expulsarmos, esses jovens não serão capazes de resolver suas diferenças.
McGonagall bufa e se nega a dizer qualquer outra coisa. Quem era, afinal, para duvidar da palavra de Albus Dumbledore?
--Okay, mas qual será a punição?--Remus pergunta, seu rosto deixava claro que esperava que a punição desse uma boa lição em Sirius. Claro que o lupino estava tão irritado com Sirius quanto James.
--Senhor Black, o senhor terá que passar duas semanas inteiras fazendo tudo que senhor Snape quiser que o senhor faça.
Severus sai de baixo das cobertas no mesmo instante e se senta bruscamente. Seus olhos se arregalam com a ideia completamente ruim de Dumbledore. Sirius faz o mesmo... Chegava a preferir a expulsão a ter que fazer tudo que Snape quiser por duas semanas.
A poção havia sido manipulada sim! Tudo bem que eles não acreditavam agora, mas Sirius faria com que acreditassem no futuro. Sirius os forçaria a acreditar!
--Eu não irei fazer isso! A poção foi manipulada por Snape, Snape manipulou a Amortentia de todo mundo!
E Severus revira os olhos. Agora ele voltava para baixo das cobertas.
Dumbledore olha para James e Remus. Os dois suspiram de forma desgostosa. Olha o que eles eram forçados a aturar...
--Ele acha que Snape conseguiria manipular a Amortentia de todos para nós três sentirmos o cheiro dele...-- Isso arranca um riso incrédulo de Dumbledore.
--Okay, antes de você começar as duas semanas fazendo tudo que Snape quiser que você faça, senhor Black. Claro que o senhor passará o resto dessa semana escrevendo um metro e meio de pergaminho sobre a Amortentia... Assim você descobrirá que senhor Snape não poderia a manipular.
Sirius gani de raiva. Como podiam ser tão idiotas? Era óbvio que Snape acharia uma brecha... Ele era brilhante.
Dumbledore anda em direção ao leito de Severus e arranca a coberta à força de cima do adolescente traumatizado. O coitado ainda tentava entrar no colchão.
--Senhor Snape, eu entendo que você não queira passar duas semanas perto de senhor Black, mas aproveite essa oportunidade para tê-lo aos seus pés. Será divertido ter ele para fazer tudo que você quiser, não?--Severus levanta uma sobrancelha, como se pedisse exemplos.--Você pode pedir para ele dá um soco em seu próprio rosto, que ele terá que dá. Você pode até pedir para ele comer terra, ele terá que comer. E, caso ele negar, venha falar comigo. Eu vejo o que faço com ele daí... Imagino que ele não gostaria de voltar para a residência Black...
Sirius arregala os olhos..E estava preso no inferno! Como poderiam pedir para ele fazer tudo que Seboso Snape quisesse? E ainda por cima um metro e meio de pergaminho sobre a Amortentia? Isso era demais, não conseguiria!
--Okay, imagino que você tenha aceitado, não é, senhor Snape?
Severus apenas balança a cabeça, se negando a falar. De fato, seria divertido ter Sirius Black aos seus pés. Ele tinha até ideia do que pediria para ele fazer primeiro.
--Sendo assim, vocês dois estão liberados.
E Dumbledore sai, sendo seguido por Minerva, Sirius e Remus. O garoto bufa ao ter os olhares ainda duros dos amigos focados em si. Olha, ele não era errado na situação. Se fosse, não era o único.
Severus se levanta apressado e calça os sapatos. Ele não olha para Sirius Black nem por um segundo... Não negaria que estava com um medo terrível.
Uma ruiva irritava entra dentro da enfermaria, finalmente tirando o olhar de Sirius do Sonserino. A ruiva emanava mais ódio que James e Remus. A garota anda em sua direção, as mãos em punhos... Queria acabar com a raça de Sirius Black, mas Sirius Black não queria que sua raça acabasse.
Ele engole em seco.
Por favor, que ela não fizesse o mesmo que James fez!
--Lily...--A voz do Sonserino corta o ar e Lily Evans para de andar.--Vamos, eu estou bem, também não quero ele morto antes da punição.
A ruiva levanta uma sobrancelha, curiosa.
--Me conte tudinho, com detalhes.
Ela o segue para fora da enfermaria, o olhar duro ainda presente em sua face. Sirius solta o ar que nem notara estar segurando. Ele olha em direção à única pessoa ainda presente no recinto e levanta uma sobrancelha ao notar que ela o olhava de uma forma impaciente.
--Não vai sair?--Promfey pergunta, parecendo, talvez, pior que Lily Evans.
Sirius se levanta, a expressão derrotada.
Ele dá um aceno de cabeça antes de andar para fora do recinto. Começaria logo a fazer a pesquisa sobre Amortentia, pelo menos assim não pensaria em James e Remus.
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