"Pois não?"
Notas: Pessoal, eu ficaria imensamente feliz caso vocês lessem A Vila dos Perdidos.
Ps: Não me xinguem por fazer o Sev sofrer.
-
"Como a neve, você se condiz ser como a neve, frio e mortal, mas belo... O terror causado apenas com seu olhar voltado em direção ao meu rosto impregnado de medo, medo por algo que eu não entendo, mas, mesmo que eu passasse a minha vida inteira tentando, eu nunca seria capaz de decifrar tal enigma"
"Você se condiz ser o próprio inverno, ou é apenas o que as pessoas condizem, mas caso seja, eu poderia ser o seu verão, o calor para amenizar o frio ao tocar em sua pele branca como a neve, fria de uma forma que poderia ser mortal, se não fosse de uma certa forma, um calmamente para as poucas pessoas a sua volta."
"Você se condiz ser solitário, eu gostaria de tornar tal coisa uma mentira fajuta sua, mas enquanto você não me deixa aproximar de seus olhos de salamandra, eu serei aquele mosquitinho chato, que não sai de seus ouvidos, apenas para poder lidar com seu maldito magnetismo."
"Você se condiz ser mal, um vilão em potencial. Eu sei que é apenas uma forma de você esconder quem você é de verdade, alguém necessitado de carinho, traumatizado pelos fantasmas de seu passado, forçado a viver em mundo caótico, aonde a dor é o único recebimento... Eu queria ser aquela calmaria dessa tempestade que te corrói."
Remus sempre gostou de colocar seus sentimentos no papel, sempre fora uma forma de escapar do mundo real. Funcionava quase tão bem quanto quando lia seus livros... O problema era que hoje, nesse exato dia que Snape desmaiara depois de ter um ataque em seus cobertores, os sentimentos dele não eram os melhores. Sentia seu mundo se quebrar enquanto escrevia em seu caderninho.
Já era de tarde, mais especificamente, dezesseis da tarde.
Snape não havia aparecido para fazer nenhuma aula. Remus sabia quanto o Sonserino odiava faltar as aulas. Ele odiava não ficar a par do conteúdo. Era óbvio que o que tinha acontecido fora realmente sério e caótico.
Um pingo de suor pinga no papel em que escrevia.
Corroía pensar que poderia ter evitado o desmaio se tivesse saído do Dormitório, levando Sirius e James de lá. Assim Snape provavelmente estaria bem, tendo participado de todas as aulas do dia... Mas fora lerdo e não notara o motivo do ataque, acabando por ficar lá, perto demais de sua cama.
--Remus, o que você está escrevendo aí?
Remus se assusta ao escutar a voz de Sirius soar em sua frente. Ele balança a cabeça... Não havia escutado direito.
--Eu perguntei o que você está escrevendo aí.
Sirius aponta o dedo para o caderninho nas mãos de Remus, que automaticamente olha para tal. Ele suspira ao pensar em Snape... Claro que não conseguiria manter os seus pensamentos longe do garoto de cabelos negros como a noite.
"Seus cabelos são escuros como a escuridão da noite, descendo como um véu por suas costas magras. Eu queria ser uma estrela para me aventurar por essas linhas finas, quem sabe assim pudesse te conhecer o suficiente para decifrar o enigma."
--Eu prefiro não ter que dizer o que eu estou escrevendo, obrigada...
Sirius revira os olhos, infeliz. Remus não nota quando ele se coloca sentado ao pé da cama.
--A gente deveria ir até ele...
Remus levanta uma sobrancelha pela fala de Sirius.
"Seus inimigos, nunca, sob circunstância alguma, seriam seus amigos."
Pensando nisso, ele não fazia ideia de onde James poderia estar. O garoto havia sumido depois que as aulas acabaram.
--Não acho que seja uma boa ideia, eu já disse o motivo para vocês hoje cedo...
--Daqui a seis dias é Natal...
Remus suspira e analisa Sirius como se esperasse que o amigo falasse mais alguma coisa. Infelizmente, Sirius não diz mais nada. Remus odiava quando faziam isso.
--Sirius, o que você quis dizer?
Sirius se deita em posição fetal. Remus, embora confuso, não pôde deixar de se sentir preocupado.
--Será que ele vai falar para a gente passar o Natal fora de Hogwarts? Eu realmente não me sinto bem com essa possibilidade, mas depois do que aconteceu aqui... É bem capaz de ele preferir que esse castigo acabe...
Remus levanta uma sobrancelha totalmente abismado ao escutar aquilo. Não pela ideia de Snape os deixar passar o Natal fora de Hogwarts, mas sim pelas palavras de Sirius.
Eu realmente não me sinto bem com essa possibilidade.
--Sirius, você acabou de dizer que quer que essa punição continue...--Os olhos chorosos focam nos olhos de Remus. Não era possível que Sirius estivesse chorando.
--Você também não parece querer que acabe.
Remus fecha o caderninho, abandonando sua escrita para poder se deitar ao lado de Sirius. Ele também fica em posição fetal.
Um silêncio trágico se faz presente, somente cortado pela voz de Remus:
--Snape é orgulhoso demais para desistir de nos punir...
Severus estava, de certa forma, impressionado. Nenhum daqueles idiotas havia aparecido na Enfermaria. Se perguntava se eles estavam aproveitando o pouco tempo de liberdade que estavam tendo.
Severus não havia dado a graça de sua presença em nenhuma aula, parte disso era porque Madame Promfey não havia permitido a sua presença. Nas, na realidade, a maior parte do motivo pelo qual não havia se forçado a comparecer, fora o fato de Severus não se encontrar em seus melhores dias. As palavras de Lily ainda corriam soltas por seus pensamentos, lhe causando uma tristeza tão profunda, que seus olhos até se encontravam incapazes de chorar... Era, de uma certa maneira, trágico...
Severus queria mesmo aprender a lidar com seus sentimentos de uma forma mais fácil, mas era extremamente complicado... Estava preso em um pesadelo, um pesadelo onde a garota que amava, amava uma das piores pessoas do universo inteiro, um dos motivos de seu desmaio... E um dos motivos de uma grande parte de sua dor...
Passos soam e Severus engole em seco ao notar que pareciam de três pessoas diferentes, essas que andavam em direção ao seu leito. Severus trava e respira com dificuldade. As cortinas de seu leito se abrem de uma forma brusca, fazendo Severus saltar no colchão. Ele só solta o ar que havia prendido quando nota que eram Dumbledore, McGonagall e Promfey que o fitavam e não aqueles três Grifinórios irritantes.
Severus levanta uma sobrancelha, esperando que eles falassem algo. Havia uma coisa estranha naquelas expressões, de certa forma. Eles tinham olhares de extremo pesar e fitavam um ao outro como se tivessem algo extremamente sério para contar... Severus não mentiria, estava nervoso.
--Pois não?--Toma coragem para perguntar, vendo Dumbledore se colocar em frente às duas mulheres. Ele as mãos de forma nervosa em frente ao corpo.--Estão me assustando...
McGonagall suspira e olha para Severus com uma certa piedade.
--Não é um bom momento, Albus...--Essas palavras ecoam pela cabeça do Sonserino.
Severus se força a sentar e tenta entender o motivo para estarem aí. Algo havia acontecido? O que ele tinha a ver? Seus pensamentos agora se encontravam a milhão em sua mente. Severus sentia seu coração se acelerado de uma forma assustadora.
--Eu sei o que aconteceu Minerva e por isso senhor Snape não se encontra muito bem, mas não podemos deixar que ele não saiba, ele precisa ficar a par disso o mais cedo possível...
--Ficar a par do quê?!--Severus pergunta. Ele não estava gostando do suspense.
Dumbledore suspira e olha para as duas mulheres em busca de uma ajuda silenciosa. Então ele foca os olhos gentis em Severus, tentando transmitir um conforto inexistente.
--Sua mãe foi encontrada morta...--E engolindo em seco, aquelas últimas palavras saíram de seus lábios:--Sinto muito...
Severus não fazia ideia do que sentir... Sua visão estava embaçada, seus pensamentos parados... O que faria sem sua mãe?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro