James bebia uma poção para enjoo... Seu estômago não estava nada bem e sua ansiedade estava atacada desde o momento que acordara. Se perguntava como aquele dia poderia ter se tornado um dia tão estranho. Como e por que haviam descoberto que os três gostavam do mesmo garoto em menos de 24 horas? James não sabia o que deveria sentir.

A porta do Dormitório é aberta por Remus, que anda lentamente em direção à cama. Não parecia mal, tampouco bem.

--Onde você estava?

--Para a sua informação, eu não fui conversar com Snape. Eu fui procurar o nosso cachorro de estimação.

James pouco se importa com a menção de Sirius. Esperava que ele queimasse no fogo do inferno.

--Não quero saber de Sirius...

Remus joga os sapatos em qualquer canto do quarto. Os organizaria depois, agora só queria arrumar uma forma de levantar o ânimo de James, assim, quem sabe, as coisas se acertariam. Quer dizer... Se acertariam se Sirius quisesse que elas se acertassem.

Por falar em Sirius, será que ele havia tido a decência de escutá-lo, ou havia inventado de fazer algo contra Snape? Remus torcia para o amigo ter pensado bem antes de fazer besteira.

--Remus, está tudo bem? Ficou quieto do nada.

Remus sai do transe, somente para notar que James estava parado em sua frente.

--Estava pensando em Sirius... Ele estava agindo de forma bem estranha no pátio...--Remus trava. Não deveria falar muita mais coisa para James, não se quisesse que Sirius sobrevivesse.

--Estranho como?

Remus respira fundo. Estava começando a ficar ansioso.

Sirius não havia o escutado, isso era senso comum. Sirius deveria estar fazendo algo ruim com Snape... Sirius deveria estar o machucando... Sirius estava tão fora de si que era bem capaz de cometer uma loucura digna de Azkaban.

Oh não, oh não, OH NÃO! Merda, merda, merda, merda!

Remus arregala os olhos. Okay, era o fim dos tempos.

Ele se levanta da cama, quase dando uma cabeçada em James. Agora quem também estava muito mais do que ansioso era James Potter. Remus estava estranho.

--Cara, precisa de algo?

Remus balança a cabeça e começa a andar de um lado para o outro no Dormitório. Estava com as unhas na boca, as roendo de maneira inconsequente.

--Sirius, Merlin, Sirius não...

--Remus, você está me assustando... Quer dizer, tudo está me assustando hoje... Mas você está me matando com isso agorinha.

Remus para de andar, o olhar perfeitamente voltado para a imagem de James. Ele não conseguia pensar direito. Seus pensamentos estavam bagunçados devido ao medo terrível de Sirius cometer uma loucura.

--James, eu não deveria, mas...--O garoto tira as mãos da boca, se contendo a continuar roendo as suas unhas já curtas... James mataria Sirius, James mataria Sirius de uma maneira completamente dolorosa. Remus não queria ter que ver seu melhor amigo dentro de um caixão, mas também não queria ver o garoto que acabou de descobrir gostar, dentro de um também.--Temos que salvar Snape, Sirius está muito fora de si...

Os olhos arregalados de James mostravam todas as emoções possíveis.

--O que você quer, Black?

Sirius levou Snape até um local isolado no castelo. Claro que notara que o Sonserino havia pegado a varinha no meio do caminho e a levado para trás do corpo magro. Snape o fitava de forma ameaçadora (não era amador em seus olhares).

O Grifinório tenta olhar para o Sonserino de forma ameaçadora também, mas se nota falho ao Snape sorrir ladino e ri de uma maneira pouco medrosa. Aquela criatura odiável estava debochando.

Sirius rosna. Não foi um som muito humano.

--O que você quer, Black?--Severus soa ríspido, pouco se importando em ser educado. O Black saiu de seus lábios feito cocô.

Sirius dá passos rápidos em direção à Severus e, antes que o Sonserino tenha tempo, a varinha é arrancada de suas mãos e lançada em um lugar qualquer no corredor, o impedindo totalmente de se defender. Sirius segura Severus pelos ombros e o prensa com tudo na parede, isso tudo antes que o mais baixo pudesse fazer qualquer coisa em sua defesa.

--Me solte, Black! Que merd...

Sirius tampa a boca do Sonserino com a mão, tomando cuidado para que Snape não pudesse mordê-la. Severus tem seu coração cada vez mais acelerado... Deveria ser o seu fim. Estava num corredor deserto, sem amigos, sem varinha, sem qualquer defesa... E Sirius Black parecia sedento de sangue.

--O que eu quero, Snape?--Sirius rosna, de novo. Parecia um animal.--Eu quero que você diga o que você fez para mim, James e Remus sentirmos o seu cheiro vindo da Amortentia. Quero que você confesse que manipulou a poção... quero que se ajoelhe em minha frente e implore por perdão. Entendido? Caso contrário sua punição será dolorosa. --Sirius prensa mais Severus contra a parede, machucando suas costelas. Severus não estava se sentindo nada bem.

Sirius tira a mão da boca de Snape. Espera que ele confessasse, esperava ouvir toda a atrocidade da situação, mas Snape não estava entendendo nada... Não estava entendendo nadinha.

Amortentia? Black havia acabado de dizer que ele e os amigos haviam sentido seu cheiro vindo da Amortentia? Puxa, isso, de alguma maneira, era uma pegadinha hilária. Nunca pensara que fosse achar uma das pegadinhas daquelas antas hilária.

Severus joga a cabeça para trás e ri alto. Sirius não fica contente.

--Que pegadinha engraçada, Black... Aonde estar Potter e Lupin? Embaixo da capa da Invisibilidade? Imagino que estão rindo dessa piada completamente hilária? Não, obrigada, eu não vou caí nessa.

Sirius crispa os lábios.

--Por que está rindo?!

Sirius já estava perdendo a paciência, Snape não parava de rir. Parecia estar enlouquecendo.

Sirius não se importa com nada ao bater o corpo de Snape com extrema força na parede. O Sonserino sente uma dor enorme em sua cabeça e abre a boca em um O perfeito. Tudo gira em sua frente e seu corpo lateja. Ele tenta levar a mão em direção ao local machucado, mas é prontamente contido por Sirius. Sua visão estava preta... Aquilo havia sido forte demais.

--PARE DE RIR E ME RESPONDA!

Os ouvidos de Severus latejam... Aquilo estava começando a ficar sério.

--Black, para, está me machucando...--Ele tenta soar normal, mas acaba saindo com um apelo. Ai meu Merlin, aquilo era patético.

--Eu não irei soltá-lo até você confessar.

Snape não sabia o que fazer, os olhos do garoto em sua frente estavam vermelhos. Sua visão ainda não havia voltado completamente ao normal, e ele rezava para ser isso que fazia os olhos de Black parecerem tão assustadores... Mas o que estava acontecendo? Black falava sério sobre o cheiro da Amortentia ou aquilo era apenas uma pegadinha final para o matar?

Sirius bufa. Se Snape não iria responder por bem, então responderia por mal.

--Foi você que pediu ranhoso...

Snape arregala os olhos ao sentir uma mão de Sirius em seu pescoço, enquanto a outra ainda o segurava na parede. Black parecia pronto para o estrangular, pronto para o matar. O que faria? Como fugiria? Aquilo não era uma simples pegadinha, pegadinhas não eram assim.

--Bla...

SIRIUS ORION BLACK!

Sirius solta Severus bruscamente e o garoto escorrega até o chão. Pronto, havia desmaiado em frente a Sirius Black. O Grifinório arregala os olhos ao ver James e Remus correndo em sua direção. Eles não pareciam felizes... Eles não estavam nada felizes.

Havia forma de fugir?

James o alcança, a mão em punho. Ela choca contra o rosto de Sirius com uma força assustadora, o suficiente forte para Sirius desmaiar. Black não havia apresentado nada além de um olhar assustado.

--Nunca me senti tão bem.