Do momento que acordaram, até o momento que cruzaram a entrada do Salão Principal, James e Remus já sabiam que aquele dia seria um dos piores de suas vidas. Eles esperavam que ficassem assustados, e eles ficaram, eles esperavam que não pregassem os olhos durante a noite, o que realmente aconteceu. Eles também esperavam que Snape os chamassem até a mesa da Sonserina ao cruzarem a entrada do Salão Principal, o que o Sonserino prontamente fez.

Snape estava usando o casaco de Sirius, o que fez o garoto revirar os olhos antes de se colocar sentado ao seu lado, assim como Remus, que se senta em seu outro lado. Quando James iria se sentar ao lado de Sirius, é parado por Snape, que aponta para a sua frente, ao lado de Régulos, que hoje, de alguma maneira, estava mais perto do que Sirius gostaria que estivesse.

--Aí, Potter.

James ofega ao escutar a voz grossa e rouca de Snape. Aquela voz lhe causava um leve arrepio nas regiões íntimas. Imaginava como seria escutar ele gemendo abaixo de si, com seu pau entrando e saindo sem parar de seu interior apertado. Imagina apertar sua pele da cintura entre as mãos, sugar seus mamilos. Imaginava as mãos de Snape em seu cabelo... James daria tudo para bater naquela bunda que deveria ser branquinha.

--Potter, se sente logo ao lado de Régulos.

James balança a cabeça ao notar que seus pensamentos estavam em um lugar inapropriado. Ele agradece seu alto controle ao notar que não estava duro. Se Snape lhe visse duro, com toda a certeza morreria na hora.

Ele olha para Sirius e Remus, ambos sérios ao lado do Sonserino. Hoje ele lia um livro de História da Magia, sem tocar em comida alguma. Aquela não era uma cena nova.

Por que diabos tinha que ser Sirius e Remus a se sentar ao lado dele?

De qualquer maneira, o garoto agradasse ao notar que não precisaria fazer uma volta tão longa para se sentar ao lado de Régulos Black, já que Snape sempre pareceu gostar de se sentar na ponta ou perto da ponta da mesa.

O de cabelos bagunçados anda até lá, dando um leve aceno de cabeça para Régulos antes de se sentar ao seu lado. Postura dura e pensamentos voltados para a morte que sofreria nas mãos daquele Sonserino completamente sedutor em sua frente.

--O Natal está chegando...--Snape começa. Parecia tramar alguma coisa.

--Sim, eu sei--Sirius soa seco e gani de dor logo em seguida. Snape tinha um sorriso debochado na face.

--Eu quero que vocês três fiquem em Hogwarts.

James sente algo despedaçar dentro de si. Ficar em Hogwarts? Mas naquele ano sua mãe havia prometido que Remus poderia passar lá também, havia prometido que teriam um Natal diferente, com jogos muito melhores do que os dos anos passados... Mas Snape queria que eles ficassem em Hogwarts?

--Espera, você não pode estar falando sério.--Sirius diz com raiva. Tinha a expressão perfeitamente irritada, como a de um pitbull prestes a atacar. Mas logo, ao receber o olhar mortal de Snape, ele passa a ser um simples shih tzu assustado.

--Se James e Remus quiserem o meu perdão, irão passar o natal aqui em Hogwarts comigo e, caso eles não quiserem mais, eles podem passar o Natal onde quiserem, mas nada de perdão. Já você.--Snape olha no fundo dos olhos de Sirius, que apenas não desvia o olhar por acabar se perdendo naquela imensidão.--Você é obrigado a fazer o que eu quiser, então sim, irá passar o Natal aqui comigo... A não ser que você queira voltar para a residência Black.

Sirius engole em seco. Odiava ser ameaçado.

Ele volta a atenção para a comida, sem muita vontade.

James olha para Remus, como se procurasse uma hesitação no olhar do lupino, mas não encontra nada além de uma certa preocupação. O garoto olhava para o prato vazio em frente a Severus. Ele estava magro demais, pálido demais... Ele precisava comer algo, parecia que qualquer vento poderia fazer com que ele voasse para longe.

--Snape, come alguma coisa, você parece doente... Isso é preocupante...

Snape levanta a cabeça do livro que estava lendo e fita James com uma sobrancelha arqueada. Régulos, Sirius e Remus, olham de um para outro.

Sirius esperava que Snape fosse brigar com Pontas, mas a única coisa que ele faz é suspirar cansado e voltar a atenção para as páginas do livro. James acaba contorcendo o rosto em uma careta de tristeza.

--Não adianta.--Ele quase salta ao ouvir o sussurro de Régulos em seu ouvido.--Ele não vai comer, nunca come e, quando come, vomita tudo. Eu nem sei como é que ele ainda permanece em pé...

James não sabia como que aquelas palavras poderiam ter causado um efeito tão inesperado em si, mas agora parecia que iria explodir de preocupação. O Sonserino não conseguiria permanecer com as coisas no estômago e tão pouco aceitaria ir até a Enfermaria.

--E também...--James balança a cabeça. Severus falava de novo.--Eu quero que vocês façam algo até acabar as duas semanas...

--O quê?

Severus lança um outro olhar mortal para Sirius ao ser interrompido. O garoto apenas engole em seco, abaixando a cabeça como um cachorrinho assustado.

--Não me interrompa.--James segura o riso ao ver Sirius concordar de uma forma levemente assustada.--Eu irei conversar com Dumbledore e o convencer a deixá-los o resto dessas duas semanas na Sonserina.

E os três nunca haviam arregalado os olhos tanto quanto naquele momento.

--O QUÊ?!--Eles gritam, completamente assustados. Tanto a Sonserina, como as outras mesas, os olharam de forma confusa. O que estava acontecendo, afinal?

--Não gritem, seus idiotas.--Severus briga. Por que tanta drama?

Sirius bufa, deixando a comida de lado. Depois dessa, não comeria mais.

--Você não pode estar falando sério. Nós não iremos passar o resto dessas duas semanas na Sonserina!

O olhar de Severus poderia ser identificado como muitas coisas, menos como um alegre.

--Que peninha, mas você é obrigado, já o Potter e o Lupin decidem se vão ou não.

Severus olha para Remus e em seguida para James. Os dois não faziam ideia do que fazer. Era um pesadelo... Eles estavam em um maldito pesadelo.

Passar uma semana e meia na Sonserina, tendo que dormir nos dormitórios da Sonserina... Tendo que conviver com vários futuros Comensais. Não que na Grifinória não houvesse futuros Comensais, mas os padrões de Sangue Puro da Sonserina e os pais conservadores, ajudavam a casa a ser um lugar cheio deles.

--Remus?--James se vê dizendo, recebendo um levantar de ombros pela parte do lupino--Nós aceitamos.

Seria divertido, seria completamente divertido.

--Certo, então eu irei conversar com Dumbledore agora mesmo.--O Sonserino se levanta e larga o livro com cuidado ao lado do prato.--Volto logo.

E, enquanto ele andava em direção à mesa dos professores, os três sentiam seus olhos pesarem. Eles estavam mortos.

--Não acredito que ele pensou nisso.--Sirius fecha a cara para Régulos, que revira os olhos.

--Calmem, não é como se a Sonserina fosse um bicho de sete cabeças.

Sirius olha para Régulos como se o odiasse, o que faz Régulos olhar para ele da mesma forma. Isso faz Remus bufar.

--Pelo amor de Merlin, parem de agir como se fossem duas crianças birrentas!

Sirius e Régulos fecham a cara. Que deixasse eles serem crianças birrentas!

Enquanto isso, James prestava atenção em Severus, que conversa com Dumbledore na Mesa dos Professores. Ambos pareciam atentos em suas palavras, e James esperava ansiosamente pela volta de Snape. Queria saber se Dumbledore aceitaria tal coisa impossível... No fundo rezava para ele aceitar, mas era algo idiota para se desejar. Severus usaria a oportunidade para acabar com a raça deles.

--Será que Dumbledore vai aceitar?

James olha para Remus, no exato momento que Severus deixa a mesa dos professores. Os três engolem em seco... Estavam mortos. Severus se senta entre Sirius e Remus, havia um sorriso perfeitamente malicioso em seus lábios.

--Não é bem o que eu tinha em mente, mas dá para o gasto. Vocês serão meus colegas de quarto por essa uma semana e meia e também usarão o uniforme da Sonserina...

E James podia jurar que tanto ele, quanto Sirius e Remus, haviam engolido em seco ao mesmo tempo. Usar o uniforme da Sonserina? Pesadelo.

--Seus colegas de quarto?

Severus concorda com a cabeça. Tinha algo naquele olhar... Bem, Severus o achava lerdo.

James não sabia se era um sonho, pesadelo ou delírio. Ele tinha uma certa certeza de que estava ansioso para ficar do mesmo quarto que Severus Snape. Sirius parecia levemente abismado, já Remus, esse tinha seu rosto vermelho, como se tivesse acabado de pensar em algo inadequado.

Severus olha para três, os analisando. Meio segundo depois, ele bufa alto para atrair suas atenções.

--Já vou avisando, que se um de vocês tentar uma gracinha, eu arranco os paus dos três.

E, quase que ao mesmo instante, os três estavam completamente assustados.