"Diga que você..."
Se encontrava em um estado lamentável.
Havia tido três dias e meio para fazer a pesquisa, sem contar o fim de semana em que passou delirando na biblioteca, enterrado em livros de poções mesmo após ter terminado o metro e meio que Dumbledore havia pedido que entregasse.
Era noite de domingo, segunda teria que entregar o pergaminho à Dumbledore e começar o castigo com Seboso Snape. Estava irritado, não era por ter passado dias enterrado em livros, quando poderia ter jogado Quadribol e se exibido para as garotas, mas sim por não ter encontrado nada que incriminasse o Sonserino de olhos escuros como a noite.
Severus Snape tinha que ter algo a ver com toda aquela paixão doentia... Severus Snape tinha que ser culpado por aquela pegadinha maligna... Caso contrário, nada faria sentido... Nadinha...
Estava confuso, Sirius Black estava terrivelmente confuso.
O Grifinório bufa ao cruzar a entrada da Comunal. Estava quase no toque de recolher, já havia passado do horário na biblioteca durante a semana, não tinha motivo para passar mais uma vez depois de ter desistido de pesquisar mais sobre Amortentia,... Até deixara de entregar o trabalho de Defesa Contra as Artes das trevas para continuar pesquisando sobre aquela poção terrível. A idiota da Amortentia que não havia lhe ajudado a incriminar aquele Sonserino desgraçado!
Sirius sobe as escadas até seu dormitório, não cumprimentando nenhum dos boas noites exaustos que tiveram a bondade de lhe dirigir. Não estava com cabeça para ser educado no momento, a única coisa que queria era fechar os olhos e dormir. Faria as lições faltantes no dia seguinte.
Ele abre a porta de forma brusca, pisando duro até sua cama. Ele não olha para James e Remus antes de se jogar e fechar os olhos.
James suspira e larga a lição que fazia no travesseiro. Seus passos até Sirius são irritantemente lentos, e Amolfadinhas não pôde deixar de notar esse fato, mesmo com a cabeça enterrada no travesseiro branco.
--Então, encontrou algo que incrimine Snape?
Sirius gani de raiva e se senta de forma completamente brusca na cama. Seu olhar mostrava um ódio descomunal.
--Ainda não, mas eu irei encontrar e provar a vocês!
James revira olhos. Estava na hora de fazer alguma coisa entrar na cabeça daquele cachorro mau.
--Olha, nós precisamos conversar sério com você.--James começa com toda a paciência do mundo, mas isso só aumenta a raiva de Sirius--Você é extremamente importante para nós dois, é nosso melhor amigo. Não queremos perder você, então é importante que nós conversemos sobre esse fascínio por achar que Snape armou os cheiros que sentimos...
--Olha Pontas, tudo que eu quero é dormir, então...
--NÃO!
O garoto se assusta ao escutar o grito de Remus, embora tenha tentado não demonstrar.
--Olha, Sirius,--James agora não mantinha o tom calmo de antes. Pelo visto, Sirius só levaria a sério se tornassem a ser maus.--Snape não teria como manipular a Amortentia... Tudo bem que ele é extremamente inteligente, mas por que ele manipularia a Amortentia para nós três, as pessoas que ele mais odeia, sentirem o cheiro dele? Olha Sirius, eu acho que o que ele mais quer de nós é distância...
--James, ele poderia muito be...
--Não! Não, Sirius, você viu como ele ficou assustado, a forma como ele se cobriu. Não parece estar armando nada, não tem como ser isso. Eu tenho certeza de que eu sinto algo por ele, não estou confuso, nem Remus...
--Pontas, é óbvio que vocês estão confusos!
--Não, nós não estamos confusos. Nós sentimos algo pelo Sonserino que infernizamos desde o primeiro ano... Você também sente, mas se nega a aceitar, porque é um completo idiota!
Sirius agora não sabia o que dizer, tinha a respiração descompassada e seus olhos estavam quase se rompendo. Ele não estava sendo capaz de entender o motivo por estar quase chorando naquele justo momento.
--Vamos,--Sirius segue a voz de Remus.--Diga que você não gostou de ter o corpo de Snape grudado ao seu no dia que quase o enforcou. Diga que você não o acha brilhante, que você não sente vontade de se perder na imensidão daqueles olhos negros, diga que você não achou adorável ver ele ficar vermelho antes de ser esconder embaixo das cobertas na enfermaria, diga que...
--CALADO!
Agora Sirius estava chorando. Seu coração estava tão confuso quanto sua mente, suas barreiras desmoronavam em frente a James e Remus... Merda, estava sem chão. Ele se sentia um idiota...
Aqueles olhos misteriosos e curiosos... Aquela forma de morder os lábios quando concentrado... Aquela inteligente fascinante... Aquele sorriso ladino tão raro quanto as chances de ver sua pele... Aquele tom de pele pálido.
--Sirius... Ainda há chance...
Sirius olha para James. Estava vendo tudo embaçado.
Quase matara a pessoa que descobrira gostar, quase matara o garoto que sentia algo desde... Desde quando? Quase matara Severus Tobias Snape... Era um perfeito babaca, alguém incapaz de entender seus sentimentos. Agira feito um babaca por quê?
Severus Snape nunca nutriria sentimentos por um babaca.
--Sirius, você está nos assustando...
O garoto mal escuta a voz de Remus. Seus ouvidos pareciam fechados e as mãos apertavam os lençóis em desespero. Seu corpo tremia sem parar e ele não conseguia mais lembrar de como respirar. Merda, a situação não estava nada amigável para o seu lado.
--A ficha caiu, pelo jeito...
Sirius tenta bufar ao escutar James, mas é incapaz. Com toda a certeza, passaria a noite chorando pelo erro mais idiota de sua vida.
Estaca cheio de olheiras, olheiras terríveis, e seus olhos se encontravam perfeitamente avermelhados pela noite anterior. A ficha havia caído, de fato.
Era aula de Poções, ainda sobre a Amortentia. Aquele cheiro entrava por suas narinas e o deixava louco. Sirius queria chorar mais.
Já havia entregado a pesquisa para Dumbledore de manhã, levemente molhada e amassada por ter "dormido" com ela. Mas feita! Entregara com a certeza de que Severus Snape sempre fora inocente.
James e Remus haviam feito questão de passar a noite toda o aconselhando e jogando todo o mal que fizera em sua cara (coisa de amigo. Quem precisa de inimigo?)... Não iria julgar, era merecedor do castigo que estava prestes a sofrer por duas semanas.
Quem sabe conseguisse se redimir com o Sonserino... Bem, poderia até tentar fazer o que James e Remus tentariam, mas ele sabia que Severus Snape nunca aceitaria ter sua amizade. Tinha motivos os suficientes para não aceitar.
Uma lágrima silenciosa desce por sua bochecha e cai no pergaminho já aberto acima de sua mesa.
--Se tentar fazer algo comigo, eu juro que te mato.
Sirius ofega diante da voz de Snape. Ele estava ao seu lado, mas precisamente a alguns metros de distância... Iria sentar-se ao seu lado e fazer a aula consigo. Okay, deveria ter batido a cabeça de Snape com força demais.
Qual cheiro ele estaria sentindo?
Sirius balança a cabeça e empurra seus pensamentos idiotas para longe. Não deveria pensar nessas coisas.
--Não irei fazer nada.--Sua voz soa baixa e rouca.
O Sonserino levanta uma sobrancelha. Sirius estava totalmente desorganizado, dos pés até a cabeça, e Severus não deixa de nota esse fato antes de se sentar na cadeira vaga ao seu lado. Black, de fato, estava estranho.
--Hoje de tarde eu quero que você faça algo,--Sirius levanta uma sobrancelha, assustado. Já estava esperando por isso, coisas para fazer a mando de Snape, coisas simples, coisas simples. Ele espera uma explicação, algo o qual pudesse se agarrar.--O dia está bem frio, não?
Não era uma explicação.
--O que eu terei que fazer?
--Bem, não irei dizer agora, vai que perde a graça, não é?
Estranhamente, aquilo assusta Sirius. O que Snape estava tramando?
--Bem, okay...
Severus levanta uma sobrancelha e fita Black dos tênis ao cabelo enrolado. Estava achando estranho o comportamento do garoto que a alguns dias atrás havia tentado lhe matar. Sirius Black tinha os olhos vermelhos, olheiras enormes embaixo dos olhos e a expressão tão triste a agoniada que qualquer um seria capaz de ver de longe.
--Está tudo bem?
Sirius fita seu rosto. Havia um sorriso gentil em seus lábios, o que, de certa forma, era assustador. Não deu outra e o Sonserino assustado estava segurando a mesa com força, como se tentasse evitar a vontade de sair correndo dessa forma.
Black estava estranho... Black estava muito estranho.
--Você se importa?
Severus olha para a frente da sala. Slughorn estava lá, com o livro aberto naquela maldita página.
Amortentia... Que inferno.
--Nos seus sonhos, Black.
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