"Confortá-lo"
Notas: Certo, eu iria postar amanhã, mas eu esqueci que amanhã eu não poderei entrar porque tenho que estudar. De qualquer maneira, tenham uma boa leitura!
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Severus chorou, chorou por horas a fio no ombro de Régulos. Havia se reprimido tanto o dia inteiro, que aquilo, de fato, não havia feito bem para ele, já que havia chorado até que tudo dentro de seu corpo se transformasse em lágrimas salgadas. Era o inferno, realmente.
--Melhor?--Régulos pergunta depois que todos os tremores passaram e Severus meneou a cabeça lentamente, realmente muito melhor do que se encontrava antes de se permitir consolo.--Ainda bem, agora se levanta para lavarmos seu rosto.--Régulos ajuda o mais velho a se levantar e anda lentamente com ele até o banheiro, onde o ajuda a limpar todo seu rosto. Era fato que o vermelhão decidiu permanecer.
--Obrigado.
Severus joga seus braços para o alto como se se espreguiçasse e em seguida pega sua varinha e faz um feitiço para que seu rosto ficasse aceitável. O vermelho já não se fazia mais presente por causa da máscara, mas a voz rouca não podia ser disfarçada.
--Estou renovado.
Régulos começa a revirar seus olhos em brincadeira, mas antes que pudesse terminar de o fazer, eles se arregalam de uma forma assustadora e um grito se solta de seus lábios, sua mão direita vai direto para o braço esquerdo e seus pés involuntariamente começam a andar para trás. Ele cai sentado no chão, os olhos ainda esbugalhados e a mão apertando com força seu braço enquanto o chão era fitado.
--Régulos, o que aconteceu?!--Severus pergunta preocupado e completamente assustado. Ele se ajoelha em frente ao amigo, o fitando com atenção.--O que sentiu?
Régulos começa a mexer a cabeça de um lado para o outro rapidamente, sua boca murmurando palavras parecidas com "nãos" seguidos. Severus arqueia uma sobrancelha e toca no ombro de Régulos, mas esse se afasta assustado com o toque, o fitando como se estivesse olhando para um completo desconhecido.
Severus franze as sobrancelhas, assustado.
--Régulos, o que houve?
Um soluço alto se solta de sua garganta e em seguida, com os olhos arregalados, ele fita Severus de uma forma extremamente assustada, pior do que a forma que o olhava antes.
--Mamãe disse que ele me chamaria, disse que eu teria que ir vê-lo, mas eu não estou pronto, também não faço ideia de como sair daqui sem levantar suspeitas, também não quero ter que usar a chave de um portal. Eu não que..quero ir v..vê-lo.
Severus suspira. Como que aquilo poderia soar menos assustador? Seu melhor amigo acabara de ser chamado pelo próprio Lorde das Trevas.
--Régulos, você sabe que não pode ficar sem ir vê-lo, isso pode causar problemas para você.--Severus não queria que Régulos tivesse que ir fazer algo a pedido de Voldermort, mas tudo que menos queria eram as consequências que ele sofreria caso ficasse. Ele já ouvira milhares de vezes sobre Voldemort para ousar não sentir o mínimo medo.--Eu não quero que você sofra as consequências.
Régulos solta outro soluço alto e, relutantemente, meneia a cabeça como se afirmasse que iria, mesmo que a forma que seu corpo se portava mostrava que sua vontade era pequena. Ele havia conversado o suficiente com a mãe a dias consecutivos via cartas para se permitir ficar sabendo que as consequências eram muito mais que severas.
Severus estava certo, afinal. Não poderia fingir que não havia recebido o chamado.
--S..Só me ajuda a me acalmar.
Severus ajuda Régulos a se colocar em pé, o mantendo equilibrado ao contestar que o amigo não conseguiria se equilibrar sozinho.
--Claro.
Sirius não sabia o que havia acontecido com Régulos, mas estava completamente preocupado. O irmão tinha olheiras enormes logo embaixo dos olhos, suas bochechas estavam avermelhadas e parecia tremer em completo nervosismo. Sirius tinha medo de pensar que aquilo era coisa de Voldemort, levando em conta que era o mais provável e a ideia mais lógica pela forma que Régulos se portava naquela manhã.
--Régulos está estranho.--Sussurra para James, esse sentado logo ao seu lado da aula de Poções.--Eu estou assustado com a ideia de que isso possa envolver a Marca Negra.
--Se ter algo a ver com a Marca, nós temos que conversar com ele, já que você prometeu resolver isso, esqueceu? Semana passada você e Remus conversaram sobre aquilo, lembra? Acho que está na hora de falar para ele, não?
Bem, ele havia prometido dar um jeito de tirá-lo das mãos de Voldemort, mas não fazia a mínima ideia de como tirar aquela marca estupida de seu braço ainda, mesmo que ele e Remus tivessem conversado sobre as formas que poderiam ser usadas.
--Eu sei, eu vou fazer isso logo após acabar as aulas, okay?
James concorda com a cabeça, voltando a sua atenção para a poção logo em sua frente. Ela estava um verdadeiro pesadelo ambulante. Com toda a certeza não fazia a mínima ideia de como se tornaria um Auror se nem era capaz de fazer uma poção decente.
--Senhor Potter, problemas com a poção?
James quase tem um infarto ao Slughorn se parar logo em sua frente com seus olhinhos voltados para a poção completamente horripilante no caldeirão de seu aluno.
--Sim senhor, acho que eu não peguei o que eu deveria do conteúdo, por isso que a poção não deu muito certo.--James decide ser sincero, porque realmente não havia pegado muito bem o conteúdo.
--Oh, a poção é realmente muito difícil, então não se preocupa de ter dado errado na primeira tentativa.--Horácio esvazia o caldeirão de James, que faz o mais novo arregalar os olhos. Mas que... Porra?.--Comece novamente e preste atenção nas instruções que estão no livro.--James bufa, aquilo era um pesadelo.
Ele tinha certeza que demoraria uma década para terminar aquela merda. Por que Poções tinha que ser uma aula tão difícil? Ele estava cansado de sofrer. Se Snape quisesse seu coração, provavelmente James ficaria horas e horas estudando poções com ele somente para ter sua companhia.
--Vamos, Remus ajuda você.--Sirius diz, seus olhos indo até o garoto a três cadeiras de distância, que estava totalmente preso no que fazia.--Vamos chamá-lo.
James coloca uma mão no ombro de almofadinhas, o impedindo de chamar o amigo lupino, aproveitando para olhar para a poção de Sirius, que não aparentava estar melhor que a sua. Nossa, os dois eram péssimos.
--Vamos, o único motivo para ele ter começado a sentar longe de nós em Poções, é porque sempre o atrasamos, então nem pense em chamá-lo, porque tudo que eu menos quero é que ele nos mate.--Okay, James estava sendo um pouco dramático, mas era certo que chamar Remus sabendo que o lupino odiava ser interrompido quando estava focado em algo, poderia gerar a morte de ambos em um futuro próspero.--Okay?
Sirius revira os olhos. Aquilo era um pesadelo, nunca que conseguiriam fazer aquela poção bem feita antes da aula terminar.
--Você sabe que deveria tentar dormir, Régulos.--Severus diz ao se sentar em um banco no pátio, onde a neve derretia aos poucos. Régulos se senta logo ao seu lado e solta um bocejo baixo de sua boca.--Você está com olheiras gigantescas.
--Eu sei, mas não é provável que eu consiga dormir, eu estou ansioso pelo o que conversamos ontem.--Régulos adota um olhar totalmente assustado.--Na próxima vez que a marca arder, eu terei que destruir um vilarejo trouxa... Eu não quero isso.
Severus leva sua mão até o ombro direito de Régulos, onde começa a massagear como se tentasse o confortar. Era fato que nada poderia transmitir conforto para Régulos depois de ter recebido aquela marca dos diabos em seu braço esquerdo. Estava preso em um pesadelo onde não havia escapatória.
--Régulos, eu...
Um pigarreio soa por perto dos dois, então ambos olham ao redor, piscando confusos ao verem Sirius parado a alguns metros do banco.
--Sirius, o que você quer?--Régulos pergunta sem muita paciência, não estava no clima para ter que conviver com seu irmão. Não hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã, nem... Nunca? É. Nem nunca.
--Bem, eu estou preocupado com você, já que eu prometi dar um jeito no assunto envolvendo aquela coisa e até agora não fiz muito. Eu queria saber se aconteceu alguma coisa ontem, porque você está muito cansado.
Bem, Régulos sabia que Sirius deveria ter notado, mas não esperava que ele fosse vir confrontá-lo sobre o que havia causado aquele cansado repentino. Também não queria ter que explicar a história toda, pois já havia explicado a Severus naquela manhã e odiava o fato de ter que revivê-la novamente em suas palavras.
--É, bem...--Régulos olha ao redor do pátio, estava cheio demais para conversar com Sirius naquela distância toda.--Severus, Sirius pode se aproximar?
O Grifinório estava a quatro metros de distância, o que não era uma distância muito boa para a conversa que teriam, porque assim alguém poderia escutar e não seria muito bom caso escutassem que Régulos era um Comensal da Morte que frequentava Hogwarts.
Severus revira os olhos e dar levemente de ombros.
--Não me importo, se aproxima logo e pare de me fitar como se eu fosse uma ameaça.
Levando em conta a forma que Severus falou, parecia que ele ainda estava totalmente irritado como no dia anterior, mas agora isso só servia para os marotos, já que Severus havia notado que era cem por cento mais fácil se aproximar deles quando irritado do que quando estava com medo.
Sirius muda sua expressão rapidamente e se aproxima três metros e meio dos dois Sonserinos. Não ficando tão perto, mas o suficiente para ver que o seu Sonserino amado, o qual sentia uma vontade gigantesca de puxar para o seu colo e beijar, o fitava com um nojo refinado. Queria tanto que ele tivesse feito um cachorro grande e negro ao invés de um lobo.
--Okay, comece a falar, Reg.
Régulos suspira, um pouco irritado por Sirius ter o chamado de Reg ao invés de Régulos, não gostava quando pessoas além de Severus o chamavam daquela forma.
--Ontem o Lorde das Trevas me chamou para uma reunião e nessa reunião ele disse que na próxima vez que me chamar e aos outros, porque eram ao todo uns vinte comensais aí presentes, nós teremos que ir direto para um vilarejo trouxa, o destruir...--Régulos ganha náusea apenas de falar, imagina quando ele fosse chamado novamente e tivesse que matar pessoas as quais ele não tinha nada a ver.--Eu não conseguir dormir a noite inteira...
Sirius engole em seco, desferindo o peso de seu corpo para o seu pé esquerdo ao contestar que estava tempo demais com o peso no pé direito. Ele não estava conseguindo pensar no que dizer sobre o que havia acabado de escutar. Seu irmão havia ficado pela segunda vez por perto de Você sabe quem, dessa vez em uma reunião que dizia que futuramente teriam que destruir um vilarejo trouxa. É, Sirius estava com vontade de vomitar.
--Merlin, eu não faço ideia de como confortá-lo sobre isso.
Régulos meneia a cabeça lentamente, a abaixando em seguida para fitar o chão, Severus decide fazer o mesmo, não era muito confortável ter o olhar de Sirius sobre si, ainda mais quando esse parecia um cachorro pidão pedindo petisco.
--Mas eu andei pensando em algumas ideias para ajudá-lo.--Sua voz volta a soar, fazendo os dois Sonserinos levantarem seus rostos para fitá-lo--Mas você teria que aguentar até o final do ano, também teria que não fazer o sétimo, a luz também tem que vencer a Guerra, o que vai acontecer.
Severus e Régulos se fitam confusos.
--Explique-se, por favor.--Severus pede ao contestar que realmente estava curioso.--Como assim?
Sirius olha para Régulos e suspira antes de começar a falar:
--Bem, eu e Remus conversamos a uma semana atrás sobre a possibilidade de criarmos ou acharmos, um feitiço ou poção capaz de tirar a marca de seu braço, mas também pensamos que você teria que fugir se não quiser fazer nada que Voldemort propor a você, assim para não acabar sendo morto. Então estávamos pensando que até o final desse ano você poderia manter as aparências, fazendo tudo que ele pedir, daí a partir do ano que vem, o ano que eu, Pontas e Aluado planejamos entrar para a Ordem da Fênix, nós poderíamos escondê-lo nela. E sem a marca, já que nós planejamos achar algo esse ano ainda, você não seria rastreado por Voldemort, mas também não faria o sétimo ano para não correr o risco de o matarem por traição. O que você nos diz?
Sirius começa a fitar o chão ao terminar de dizer, o medo de sua ideia ser negada correndo solto pelos seus pensamentos. Bem, poderia ser uma ideia um pouco estupida, já que ele e Remus realmente não esperavam conseguir encontrar algo rápido para removerem aquilo no braço de Régulos, ou ao menos, não esperavam encontrar algo que não fosse doloroso.
Os segundos vão passando e a ansiedade só aumentava, pois nenhum dos dois pareciam querer falar algo sobre o que Sirius havia acabado de dizer. Merlin, por que não falavam nada? Sirius iria explodir.
--Régulos, é uma boa ideia, não acha?
Sirius volta a olhar para frente ao escutar a voz baixa de Snape. Uma de suas sobrancelhas se arqueiam, aguardando o que seu irmão diria. Régulos estava com a cabeça baixa, seus olhos focados no chão.
--Olha, você pode negar, nós podemos pensar em algo diferente...
Suas palavras são totalmente interrompidas quando braços são jogados ao redor de seu corpo. Sirius fica estático por alguns segundos, pensando seriamente se deveria devolver o abraço ou temer um golpe. A quantos anos não recebia um abraço de Régulos?
Severus fitava a cena com uma expressão impassível, pelo menos para Sirius, já que para mim, a autora, era uma levemente feliz, com os olhos brilhosos e um sorriso pequeno sendo segurado de uma forma que chegava a parecer um olhar mandão. Só faltava os braços cruzados.
--Sirius, obrigado, eu aguento até o final do ano.--Régulos quebra o abraço e passa a fitar o rosto de Sirius com atenção.--Mas me promete que não voltará atrás, que não me olhará com nojo quando souber que eu fiz algo terrível também, okay?
Sirius meneia a cabeça rápido, ainda confuso pelo abraço que havia recebido a momentos atrás, e o fato de Régulos realmente parecer estar em uma explosão de diferentes sentimentos, incluindo a gratidão. Sonserinos não demostravam muitos sentimentos, quem sabe fosse por isso que estivesse confuso com o abraço repentino que recebera.
--Claro, nós não voltaremos atrás, porque será divertido ter outro nome queimado na árvore dos Blacks, não acha?
Aquilo quebra qualquer clima que poderia ser considerado ruim.
Remus e James estavam deitados na cama do lupino, ambos fitavam o teto enquanto tentavam organizar suas mentes, principalmente Remus, que estava com uma vontade implacável de procurar Severus Snape e se declarar para ele na frente da escola inteira. Porra, não queria que um Avada Kedrava fosse acertado em seu rabo, mas estava cansado de não poder ter consigo a pessoa que amava.
--Sabe, acho que você deveria usar algumas coisas que vocês têm em comum para tentar puxar algum assunto e ver se ele cora, demostre vontade de beijá-lo, ou etc.
Remus revira os olhos para James, olhando para ele irritado logo em seguida.
--É fácil?--James dá de ombros.--Não é, não é fácil, mas obrigado pela dica.
--Sei lá, no trabalho de Defesa Contra as Artes das Trevas, vocês conversaram, não conversaram?
--Por metade da conversa ele ficou me mandando para a puta que pariu, a conversa não foi muito boa, sabe?--James controla a vontade de rir.--Mas quem sabe eu procure algumas brechas, momentos, quem sabe, para tentar conversar com ele. Ele não parece mais assustado perto de nós, apenas nervoso, eu acho.
James meneia a cabeça. Suas pálpebras pesavam, estava com sono.
--Boa sorte, amigo.
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