"Bem-vindo, Malfoy"
Régulos sentia uma vontade realmente grande de abraçar Severus. Ele havia conseguido... Severus havia conseguido iniciar o trabalho com Lupin e ainda com Potter logo ao lado, era uma melhora gigantesca! Ainda havia dito para eles continuarem na biblioteca... Régulos se sentia orgulhoso.
--Cara, você é o rei!
O mais velho revira os olhos, estava com a atenção voltada para o corredor. Tinha aula de Herbologia agora e Régulos precisava ir para sua aula de Runas com o sexto ano.
--Régulos, você não tem Runas agora?--Pergunta, queria triar Régulos de perto. Não estava afim de conversar sobre o seu súbito ataque de coragem.
--Tenho, mas não estou afim de ir fazê-la. Na realidade, eu quero ficar aqui parabenizando o meu melhor amigo pelo o que ele acabou de fazer!
Severus revira os olhos. Andava lentamente em direção às estufas e fingia de uma forma irritante, que não estava nada atrasado para a aula. Sprout não ficaria muito feliz caso chegasse tarde.
--Olha, esquece o que eu fiz, apenas esteja na biblioteca depois das aulas, é a única coisa que eu peço.
Régulos meneia a cabeça, tão feliz quanto uma criança que acabara de perder seu primeiro dente. No caso, uma criança que tornou a arrancar seu dente.
--Okay, mas eu queria mesmo ter Herbologia agora... Assim eu poderia ficar com você, não acha? Seria um máximo, não é?
Severus revira os olhos.
--Eu sei, mas infelizmente você não é do sétimo.
Régulos obedece os pensamentos de Severus ao notar que o garoto não queria sua companhia. Ele começa a andar em direção à aula de cabeça baixa. Não sentia felicidade em ser do sexto ano.
--Infelizmente.
Lúcius confessava que sentia um pouco de falta de Hogwarts, principalmente de pessoas como Severus. Ele mantinha correspondência com o garoto desde o final do sétimo ano, mas não considerava o suficiente. Sentia muita falta do olhar irritado daquela criatura.
Havia sido contatado pelo Ministério, queriam que ele se certificasse que tudo estava de acordo pelos corredores do castelo. Aquilo havia lhe alegrado minimamente com a possibilidade de rever o garoto de cabelos negros, ainda mais estando tão perto de seu aniversário. Havia comprado até um presente para lhe entregar.
Ele agora marchava pela ponte, via Dumbledore lhe esperando na porta de entrada. Claro, Hogwarts tinha muitas entradas, então deveria chamar de aquela entrada. Confessava que nunca teve muita afinidade com aquele velho de barba comprida.
--Olá, Dumbledore.
--Bem-vindo, Malfoy. Como vai sua esposa?
Formalidade interessante essa de perguntar como vai a esposa. Lúcius não entendia.
--Vai bem. Foi passar esses dias com a mãe.
Dumbledore meneia a cabeça e, sem ter mais a dizer, ele leva Lúcius para dentro do castelo. Hogwarts era a mesma de sempre... Tão antiquada, tão calorosa, tão estranha.
--Então, você está aqui para ver se tudo se encontra em seu legitimo lugar?
--Para ver se os professores estão à altura do conteúdo, se a comida continua comestível, se os alunos estão aprendendo e etc. Resumindo, tudo em seu legitimo lugar, como o senhor disse.
Dumbledore leva Lúcius em direção à sua sala, havia uma pepelada esperando pelo Malfoy em sua mesa. Burocracia não era um negócio que Dumbledore prezava, mas fazia parte.
--Você gostaria de um quarto só seu, ou...
--Na realidade, estou com saudades da Sonserina. Gostaria de passar um tempo com o aluno Severus Snape se não for muito incômodo, porque o único contato que eu tenho tido com ele é via cartas e isso não torna a amizade muito saudável.
--Ah.--Dumbledore diz e ajeita os óculos em seu rosto.--Ele está sozinho em seu Dormitório, acho que faria bem para ele ter um amigo como colega de quarto por um tempo.
E Lúcius se contém a pular. Ele estava feliz, confessava não esperar pela aceitação de Dumbledore. Passaria alguns dias com Severus... Poderiam colocar o assunto em dia. Conversar por cartas parecia tão sem graça.
--Oh, isso é ótimo, senhor.
Embora se negasse, havia notado uma expressão estranhamente analisadora no rosto de Albus Dumbledore. Deveria ser coisa de sua cabeça.
Última aula do dia, essa com a Grifinória. Lupin não parecia tentado a tirar seus olhos de Severus, que não estava gostando nenhum pouco daquela atenção indesejada. Rezava para aqueles olhos se destrancarem de si por um mísero segundo, apenas para conseguir focar no que fazia em Aritmética. Potter e Black não tinham essa aula em seus currículos escolares, então o único problema de Severus era Lupin, que infelizmente era tão nerd quanto ele.
Faltavam cerca de dez minutos para a aula acabar, e, pelo o que Severus havia contestado, a professora não queria ser obrigada a parar de falar sem ter explicado todo o conteúdo, então estava correndo contra o tempo enquanto Severus TENTAVA escrever todas as coisas importantes que saiam daquela boca incansável.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez minutos.
Ela havia conseguido.
--Então, alunos, nós encontramos na próxima aula, não esqueçam de fazer a lição!
Severus se levanta da classe e começa a andar calmamente em direção à porta. Sentia Lupin atrás de si, bem afastado por sinal, como se temesse que Severus corresse para longe, o que muito provavelmente Severus faria se, por acaso, se sentisse ameaçado com a proximidade.
Ele teria que ir em direção à biblioteca, Lupin seguiria consigo até lá, isso era percebível pela maneira que o garoto caminhava. Aquilo não acabaria bem...
Severus estava começando a ficar assustado, mesmo sabendo que Lupin não faria nada consigo. O corredor que seguia estava quase vazio. Era como se sua mente o forçasse a se imaginar em uma situação onde Lupin estivesse o seguindo para fazer algo consigo, como estuprar ou até matar.
Severus para de andar e vira para olhar Remus. O maroto também para de andar, ele fica com a expressão assustada a uns vinte passos de distância. Não havia ninguém além deles no corretor.
--Lupin, eu não quero ser um grande chato... Mas pode fazer o favor de esperar eu cruzar a porta da biblioteca e Régulos chegar? Se ele estiver lá eu aceno para você.
Lupin meneia a cabeça. Não queria fazer com que Snape se sentisse mal.
Eu apenas quero o teu bem, a menção de te fazer mal me faz ficar acordado à noite. Por favor, diga-me que eu posso te fazer bem? Diga-me! Eu imploro por uma resposta plausível!
Severus acena com a cabeça e continua a andar em direção à biblioteca. Ele amava aquela biblioteca... Era a sua parte favorita do castelo. A tão incrível biblioteca de Hogwarts!
Ele cruza as portas. Como combinado, Potter e Régulos se sentavam em uma mesa afastada. Severus acena para Remus, que não tarda a andar em sua direção.
Severus anda calmamente em direção à mesa. Ele olha para Régulos, que tinha um sorriso amigável do rosto, encorajando Severus a continuar andando. Ele se senta, duro, na cadeira em frente ao melhor amigo, tendo a perfeita consciência de que Lupin se sentaria logo ao seu lado.
O de olhos de avelã entra, havia um sorriso doce em seus lábios. Ele se senta ao lado de Severus da forma menos ameaçadora que conseguia. Não era uma espécie de lobo mau, afinal.
--Okay, temos que terminar o pergaminho e em seguida fazer a poção... Você acha que podemos terminar tudo hoje?--Severus pergunta, vendo que Potter e Régulos já haviam começado a terminar o pergaminho deles.
--Acho que sim. Seria bom conseguirmos terminar, não?
Severus pega o pergaminho e o coloca em frente aos dois. O cheiro do perfume de bebê adentra as narinas de Remus, assim como o doce cheiro de terra molhada, muito mais forte do que o perfume de bebê.
Depois de alguns minutos, a voz de Dumbledore, assim como uma grossa e desconhecida pelos marotos, toma a atenção de toda a biblioteca, principalmente de Severus. O garoto se vê forçado a olhar em direção à entrada da biblioteca. Ele não acreditava no que estava vendo...
Um sorriso largo se faz presente no rosto de Lúcius. O homem se volta para Dumbledore e diz alguma coisa antes de andar na direção de Severus. Os passos rápidos e decididos ecoam no piso de madeira.
--Olá.--Ele acena para os quatro presentes, mas principalmente para Severus. O que Lúcius estava fazendo em Hogwarts?.--Olá Severus, recebeu a minha última carta?
--Chegou ontem.--Severus responde sem hesitar.--Eu iria responder hoje à noite.
--Ah, não precisa mais responder, eu irei passar alguns dias em Hogwarts. O Ministério me mandou, então teremos muito tempo para conversar, não acha?
--Claro.--Severus balança a cabeça. Se sentia à vontade com Lúcius, ele sempre fora um cara bem legal, ainda mais em seu primeiro ano, quando fizera questão de o proteger de todos os Sonserinos que lhe queriam o mal.--Isso será ótimo, incrível na verdade.
Dumbledore aparece por trás deles, tinha um olhar estranhamente analisador em sua face. Claro, deveria vê Lúcius como um mau sinal aí no castelo, afinal, o Ministério havia o mandado.
--Senhor Snape, Malfoy está com saudades dos Dormitórios da Sonserina, então eu pensei em deixar ele com você nesses dias que se sucedem, está de acordo?
Severus meneia a cabeça feliz. Seria legal não ficar mais sozinho em seu Dormitório. Lúcius puxaria assuntos consigo e assim não se sentiria solitário.
--Claro, isso seria um máximo, eu aceito!
James e Remus não estavam se sentindo muito felizes com o olhar que Lúcius mantinha ao fitar Severus, já Régulos, esse estava perfeitamente enciumado pela amizade que o melhor amigo parecia ter com o Malfoy. O que ele tinha demais? Aquele cabelo era muito branco e Lúcius não aparentava ser mais do que um baita arrogante. Para piorar, tinha a marca negra no braço esquerdo!
--Certo, então está ótimo. Agora.--Dumbledore cutuca o braço de Lúcius.--Temos muito à fazer, não acha, Malfoy?
E querendo ou não, Lúcius foi forçado a seguir Dumbledore.
Sirius não se encontrava muito feliz com o olhar que Evans mantinha no rosto enquanto apressavam o trabalho de poções na Comunal da Grifinória. Ele se sentia culpado... Querendo ou não.
--Evans, você quer ajuda para recuperar a amizade de Snape?--Ele sabia que aquilo era impossível... Não era burro. Mas era claro que já estava perfeitamente cansado daquela tristeza agonizante que Evans emanava por onde andava.
--Por acaso é possível?--Sua voz soa quebrada.
--Tem que ser, eu tenho certeza que eu posso dar um jeito nisso... Remus e James também aceitariam.
--Se vocês não conseguem nem convencer Severus a aceitar algo de vocês, como convencerão ele a querer a minha amizade de volta?
Sirius pega a mão da ruiva e a impede de continuar escrevendo, porque a garota estava a um fio de rasgar o pergaminho com a pena.
--Por favor, dói vê você se afundando em um poço de amargura. Deixe-me ajudá-la.
E com um suspiro, ela seca uma lágrima.
--Como?
Sirius não fazia ideia, mas ele arrumaria um jeito.
Lily Evans precisava de ajuda.
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