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3 - Desgraça atrai desgraça

3103 words

A festa era em um tipo de fazenda afastada de tudo, em uma das belas colinas que conseguia ver da janela do quarto de meu pai, e para chegar lá passamos por uma praça que não vou narrar agora para não perder tempo, mas não me deixa esquecer de falar dela melhor. OK?

Mas era tão linda que eu fiquei com ela na mente o caminho todo como se eu precisasse muito me lembrar dela. Tão florida e ornada que parecia saída de uma ilustração de conto de fadas.

Às vezes a minha atenção era estranha.

Pensava mais na porcaria da praça do que conseguia dar atenção aos detalhes da festa; já que era apenas um lugar qualquer cheio de gente.

Ok; tinha um lago muito bonito do lado daquela fazenda, onde algumas pessoas nadavam sem se importar de molhar suas roupas ou perder seus aparelhos, como via em obras mais antigas quando ter um celular no bolso não impedia essas atividades, fiquei observando aquilo com um sorriso no rosto, ouvindo a música alta que bombardeava todo o lugar. Parecia realmente muito divertido.

Mas o foco da festa parecia ser se pegar com alguém... Na verdade, tinha muita gente se pegando em todo canto. Aquilo era uma festa de putaria por acaso? Credo!

Não tinha noção de que seria assim; pensei que daria pra me divertir com as músicas e dançar, mas ao ouvir a letra era impossível não ficar incomodada.

Então só fiquei olhando e tentando entender a graça de ir ali.

— Qual é? — Ele diz indignado como se o tom usado fosse um argumento final para nosso pequeno debate.

— Marcos. Vamos lá, você me chamou para vir a uma "festa" e cá estou. Nunca, em momento algum foi verbalizado que o "pagamento" pelo convite e a carona era esse. — Respondi completamente indignada.

— Sério isso? Você só pode estar se fazendo de idiota né. Está implícito que o convite era pra tu ficar comigo.

— Eu não tenho poderes de ler mentes ok. E não, eu não sou obrigada a nada, já vi que você é babaca como todos que só querem uma coisa comigo. — Falei quase emotiva; eu só queria fazer amigos. Por que era tão difícil?

— Val, volta aqui!

— Fica longe de mim!

Sai dali batendo os pés, estava tão frustrada e irritada comigo mesma. Eu sabia que os caras só pensavam nisso, mas tentei... tentei pensar que era coisa da minha cabeça, e que podia ter amigos como uma pessoa normal.

Mas estava errada, fui ignorante e... Eu ainda não entendia nada esses gracejos sociais, e ficava caindo nessas armadilhas. Unf! Até parecia um código de uma aula que eu perdi e todos gabaritaram.

E o pior de tudo é que saiam rindo da minha nítida incapacidade.

E acabei ficando sozinha; podia os ouvir falar de mim; como eu era bizarra e arrogante por vir e esnobar o Marcos...

Enfim.

Me distanciei e tentei aproveitar a noite.

Ao todo o local se tratava de um descampado enorme pois a tal fazenda ou chácara parecia estar sendo demolida, construída ou coisa assim, mas ninguém ali parecia se importar com o cenário mais do que eu, bebiam e dançavam como se estivessem em uma discoteca dos anos 80.

Mas olhando melhor o lugar parecia estar em reforma porque tinham muitas máquinas de grande porte por ali, onde as pessoas se sentavam sem vergonha alguma de estragar o caro equipamento.

Caminhei pelo lugar sem me importar de me perder do cara que me trouxe até ali ou do grupo em si, não fazia diferença alguma ficar sozinha ou com eles; não os conhecia mesmo... Além de ser desconfortável demais toda aquela zombaria. E no fim eu tinha esquecido o nome de todos eles, afinal só sabiam me perguntar sobre quem era minha mãe, de onde vim ou por que nunca vivi com meu pai.

E eram perguntas muito incômodas para mim.

Você pode até me taxar de fresca, mas essa zombaria toda com o fato de eu não querer ficar com o cara, me incomodou demais, acabando com toda minha vontade de ser amiga deles. OK, eu não tenho força emocional para lidar com tanta coisa junta! Por que as pessoas não são simplesmente legais? Gentis ou educadas...

Não... era Marcos, por algum motivo eu esqueci de todos do carro menos do nome dele. A verdade é que logo eu entenderia como a minha memória funcionava, assim como o meu foco de atenção. Que essa dispersão tinha haver com minha alma e o que ela era.

Mas era interessante estar ali, ver aquelas pessoas, mesmo que não soubesse como deveria interagir. Tentava encontrar alguém ali que me cativasse a atenção e pudesse iniciar uma amizade, uma conversa ao menos.

— Oi! Você é a filha do...

— Valery, sim. — interrompi vendo a cara de cu que a pessoa fazia.

— Eu vi que no seu primeiro dia tentou falar com o David. Sabe onde ele anda? — ela logo desfaz a cara e me pergunta direta; e mesmo com a luz fraca do lugar, posso lembrar quem era:

A garota que acabei associando a ser a abelha rainha por estar com o traje de líder de torcida na escola, já que estávamos na época dos jogos.

— Eu nem sabia o nome dele. — respondo honesta e ela dá de ombros.

— Acho que esse maluco não tem amigos mesmo. — ela parecia que ia me dizer algo mas...

...aquelas sensação ruim veio com tudo.

Cheguei a sentir frio, como se um vento cortante tivesse derrubado drasticamente a temperatura; olhei em volta e ninguém parecia reagir como eu.

Tentei espantar os pensamentos, comer ou beber algo junto desta moça e até conversar sobre suas perguntas e dúvidas, para tirar essa sensação horrível de mim; mas logo senti olhos sobre mim. A mesma sensação sufocante de quando tentam leiloar minha virgindade.

Um olhar predador sobre mim.

Me encostei na parede a fim de tirar isso da mente.

Só podia ser uma simples crise de pânico.

Afinal estava me negando a tomar remédios. Tinha de ser isso.

"Não demonstre."

"Não olhe."

Novamente esses pensamentos, que não pareciam ser meus, vinham em ondas. Quase como um mantra, uma reza ou oração.

Fechei meus olhos e tudo parecia piorar. As sensações.

De olhos fechados eu conseguia ver...

Ver tudo que estava esquecendo ou tendo como vultos quando estava de olhos abertos.

— Ei gata. Sério. O que tem de errado contigo? Vamos ficar vai. — ele se aproxima sorridente e calmo, contudo minha atenção é totalmente roubada. De uma forma que não tive o menor controle, parecia até um feitiço.

Tinha um cara ali.

Um cara alto e de fisionomia comum, mas ele me chamou a atenção por estar usando uma jaqueta neon por cima de uma blusa de gola alta preta assim como a calça e os sapatos. Mas o mais marcante e chamativo era seu chapéu.

Parecia com a cartola do "O Gato" do livro do "Doutor Seuss", nunca nem li ou vi o filme, mas não tinha como comparar a outra coisa, já que era bem famoso e pelo menos a imagem eu sabia claramente. Afinal, mesmo sendo todo colorido diferente do livro que era vermelho e branco, não tinha como não lembrar de algo tão único e marcante como aquilo.

Só que era muito estranho ninguém ligar para isso.

Eu sei que todos estavam mais preocupados em se divertirem, pegar alguém ou simplesmente beber e dançar; fora que muita gente estava trajando roupas chamativas, contudo a forma como o tratavam, até parecia que não podiam vê-lo, enquanto eu não conseguia dar atenção a mais nada ou a mais ninguém como se ele tomasse completamente o meu foco.

Isso pois diferente de todos ali que estavam a se divertir, ele parecia bastante preocupado pois estava olhando para os lados como se procurasse algo muito importante, e eu tinha a impressão de já ter o visto em algum lugar. Só não sabia de ond...

Não podia ser! Podia?

Enquanto eu transcrevia o imenso livro percebi que se tratava de um conto de horror muito assustador, mas o protagonista era mágico,o que me fez confundir com uma obra de fantasia.

Isto porque no começo da obra o protagonista era uma pessoa comum, o típico heroi que se descobre especial, entretanto apenas ele podia ver este homem imaginário e todos achavam que ele era louco e o tratavam terrivelmente mal. Mas conforme o protagonista ouvia as dicas do homem misterioso ele ganhava poderes e conseguia lutar e até salvar algumas vidas, e com isso foi sendo levado a sério, até chegar a ser idolatrado como um salvador.

O estranho era que o livro parecia mais um recorte mal feito de ideias, por que trocava de protagonista o tempo todo. Ou o autor esquecia e mudava as descrições e nomes? Não. O protagonista mudava junto com o passar dos anos, assim como a série do "Doctor Who" que prometi que iria assistir (um dia) ao meu segundo anjo; mas esse amigo imaginário estava sempre acompanhando o protagonista do livro, não importava se este fosse trocado o imaginário era o mesmo e com isso começava a compreender o título em sua capa, e em todas as vezes somente ele podia ver o homem da cartola colorida.

Um arrepio ruim passou por mim enquanto olhava aquele homem idêntico às descrições que li sortidas pelo livro como se eu não pudesse ver a descrição perfeita de uma vez. No livro dizia que se alguém o descrevesse para você, você seria capaz de o ver e ouvir assim como o protagonista...

...

....

.....

Eu não queria ser uma protagonista. Não podia ser.

Eu sei que muita gente sonha com isso, mas eu definitivamente odeio estar nos holofotes e ter a atenção sobre mim.


Peguei uma bebida alcoólica sem me importar de estar batizada ou não, só queria espantar esses pensamentos da minha mente; e logo aquele cara me achou de novo. O tal do Marcos. Ele não parecia ser uma má pessoa, só parecia ser algo normal entre aquelas pessoas, um costume.

Mas me incomodava muito ele ficar o tempo todo elogiando a minha aparência, como se não houvesse mais nada para ser comentado sobre mim; como se a única coisa boa em mim fosse a porcaria da minha aparência.

Queria tanto ter um dos meus anjos aqui comigo.

Acredito que eles sempre fingiam ser meus namorados em festas como estas, dependendo de quem estivesse mais perto na hora. E eu poderia curtir e conhecer pessoas, sem ser xavecada.



Mas diversão não era o foco de quem "organizou esta festa".


O desgraçado do Alex estava por trás de tudo isso, foi ele quem bancou essa festa toda; a fim de atrair os jovens e a mim junto; sabendo que os caçadores e guardiões que podiam fazer algo estavam ocupados com Sebastian... escolheram ajudar a ele e não a mim. Afinal eu era a alma descartada.

Eu estava de costas quando "ele" apareceu.

Nêmesis ou Adversário como você preferir chamar ele.

Ele tem este título pois era o inimigo de todos; e ninguém sabia seu nome, afinal a criatura não fazia amigos para o revelar. E quando digo todos, não estou exagerando. Aparentemente toda criatura deste planeta o temia e faziam o possível para o evitar. Como pode isso? Você vai entender, acredite em mim.

Na hora eu não tinha como me dar conta, mas haviam várias citações sobre essa criatura no livro.

Sempre no fim.

No fim de cada relato.

Ele representava o fim... do heroi, da esperança, da obra.

Como disse, estava de costas completamente distraída a conversar com Marcos sobre vários nadas, e foi o olhar dele de pavor que me fez virar o rosto.

Eu já tinha visto pessoas se assustarem, mas o olhar de alguém que sabe que vai morrer é muito diferente, é algo que você jamais viu. É um horror pleno e desistente. Você chora desesperado e grita enraivecido dentro de si paralisado por suas emoções, seu corpo não sabe como agir e trava como um coelho que sabe ser uma presa e seu destino é ser devorado.

É incrível como nossos instintos mesmo tão menosprezados ainda estão bem aqui e agimos como animais irracionais perante um predador inerente. E é exatamente isso que ele é para todos.

A criatura suprema.

Nêmesis é o predador de tudo que vive.

Revestido por um traje negro que minimiza sua dor eterna, com uma aparência de couro cheio de fivelas onde ele prende as armas que usa para retalhar suas vítimas. Um homem imenso, onde eu com meus meros 1,87m de altura mal chego a altura de sua pélvis. Um monstro que carrega sobre seu ombro uma delicada câmera para gravar os últimos momentos de suas vítimas como em um show. Ele era um cineasta?

Meu corpo parou assim que pus os olhos nele.

Me senti amarrada por meu próprio medo. Gritava para mim mesma: "Corre, você vai morrer se ficar ali." Mas o meu corpo já tinha desistido até de tentar escapar. Senti-me como um cordeiro pronto para o abate, assistindo os demais serem mortos na minha frente.

Ele portava uma motosserra e parecia sentir certo gosto em atingir as pessoas com aquilo e as deixar em agonia no chão; apenas poucos... sortudos? Posso dizer isso? Morriam rápido, pois a maioria ele fazia sofrer ao cortá-los ao meio lentamente e ainda ficava os assistindo tentar juntar seus corpos desesperados no último fio de vida em completa agonia ao engasgar com seu o sangue que jorrava.

E não.

Não é nada rápido cortar uma pessoa ao meio com uma coisa destas. É lento e cruel. Assim como aquela coisa que dava passos lentos, sem pressa alguma de matar todos ali, que corriam desorientados como formigas quando destruímos um formigueiro. Se bem que elas são bem organizadas. Só o ser humano é assim, completamente perdido no que fazer perante a morte por estar tão desacostumado com o perigo de lidar com predadores.

Eu sempre amei filmes de terror. Mas nunca quis que a minha vida se convertesse a um filme de horror.

Eu sempre zombei e xinguei as protagonistas que caem ou ficam paradas, mas agora que era a hora de provar o quanto isso era ridículo, me via uma tremenda hipócrita. O medo que ele trazia consigo parecia com uma corda que prendia todas as suas vítimas, e com isso ele realmente não precisava ter pressa alguma; estava completamente no controle de tudo; tendo completa noção das amarras que exalava.

Tenho tudo para acreditar que seu caminhar era proposital, tudo para dar ainda mais aflição; um vestígio de esperança em conseguir escapar dali. Apenas para que ele se deleitasse em as ceifar.

― Rápido! Por aqui! ― Uma voz aveludada e macia me chama com urgência, e como mágica meu corpo parece responder a ela, como se esta falasse com a minha alma congelada de medo e a abraçasse com carinho e conforto.

Me viro trêmula e vejo aquele mesmo homem da cartola estranha, sinalizando para mim.

Olho para os demais tão trêmulos quanto eu e grito para me seguirem. Eu não sabia quem era aquele homem ou porque estava vestido como o personagem do livro, mas a esta altura quem não confiava totalmente em qualquer ajuda?

Corremos para nos esconder entre as máquinas e ele não estava ali. Mas de lá podíamos ver o show de horror que aquele ser imenso fazia com tamanho capricho.

Entre as gigantescas rodas e de onde estávamos pude ver e reconhecer o pequeno e magro garoto que sofria bullying na escola: David! (Lembrei seu nome, como?) Ele era tão miúdo que parecia um gatinho assustado. Deve ter sido a primeira pessoa a encontrar esse esconderijo.

Será que imaginei ter visto o homem colorido? E na verdade eu apenas reconheci o miudinho vindo para esse lado e inconscientemente...?
Não era hora de pensar nisso.

Minha vida estava em risco.

Ouvia os gritos de agonia das pessoas que há poucos segundos estavam rindo e se divertindo, como se fosse um coro vindo do próprio inferno; e não podia deixar de pensar que aquilo era um demônio.

Seus passos pesados afundavam muito menos que os de suas vítimas que padeciam perante a lama e isso era surreal. Como algo deste tamanho era tão... leve? Ou será que ele... caminhava delicadamente? Não adianta, eu não conseguia conceber uma explicação para aquilo.

A verdade é que eu não podia ficar parada ali como almejava; simplesmente esperar que o mal sumisse como uma criança que se esconde debaixo dos cobertores. Por que por algum motivo divino ou infernal, aquela coisa nós percebeu escondidos ali de baixo e olhou nitidamente para a minha direção, e arremessou sua arma com tamanha força que quase me empalou com um golpe só, passando por mim e furando o gigantesco pneu junto de parte da carroceria e eu apenas corri como uma desvairada sem me importar com mais nada.

Não tinha por que ele ter errado o golpe. Isso por que ele não errou: me matar ali não teria "a menor graça", ele não podia me matar de uma maneirasem graça ou dramatica. Era o modus operandi dele...

E foi quando o vi novamente: o homem da cartola estava tentando guiar o caminho para a minha fuga, acenando para mim e apontando para a saída.

Mas eu não conseguia.

Não conseguia simplesmente deixar as pessoas morrerem.

E esta foi e sempre será a minha sina.

Olhei para trás e apenas vi aquela devastação de corpos mutilados; e os poucos que consegui chamar a atenção trouxe comigo pelo caminho, sem calcular que quanto mais pessoas eu levava mais atenção eu chamava, e que para conseguir escapar dali eu deveria ir sozinha.

Sozinha.

Como minha mãe sempre me ensinou a ser. Sozinha no topo acima de todos, deslumbrante, feliz e superior.

Eu tinha uma escolha, ser a pessoa que ela quis que eu fosse: uma egoísta que só liga para si mesma e ter certeza da minha sobrevivência, ou arriscar a minha vida e salvar quem eu pudesse, mesmo que eu não conhecesse nenhum deles ou me importasse nem em decorar seus nomes.

É.

....

........

Acho que é por isso que eu sou a porcaria da protagonista dessa merda!

Como se trata de uma obra de teor macabro ela pede um contraponto religioso (rezas etc), e por conta disso criei uma religião completa para este mundo. Nomes e dogmas são completamente criados por mim e se caso encontrar semelhança com algo por favor me conte vou adorar conhecer.

Quando ela cita o caminhar dele estou fazendo referencia ao massacre da cerra elétrica onde o ator teve de criar uma forma característica de correr pois era muito maior e com isso bem mais rápido que a atris da mocinha e toda hora a alcançava fácil durante as gravações. Nêmesis esta fingindo correr pois ele é muito mais forte do que demonstra, ou seja ela já percebeu isso.

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