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1x06 - Amizade

Enquanto algumas pessoas decidiam passar seus últimos dias de férias em festas na piscina enchendo a cara de bebida ilegalmente consumida, outras preferiam a boa companhia de um livro, óculos de sol e sua melhor amiga na praia menos badalada de Coralina – onde os turistas não chegavam.

Mas é claro que nem tudo era possível nessa vida.

Por esse motivo, Valentina estava sim com o livro dentro da bolsa, os óculos de sol na cabeça e o biquíni molhado denunciando que estivera mesmo na praia, mas não estava sendo fácil sequestrar a sua melhor amiga.

― Ah, vamos! – a garota insistiu. – A gente aproveita que ainda tá sol e pelo jeito vai escurecer bem tarde hoje.

Gina nem encarou a amiga sentada do outro lado do balcão, estava concentrada demais contando o dinheiro do caixa do restaurante da sua família, onde ela trabalhava todos os dias. Normalmente, durante as férias de verão era quando o restaurante ficava mais lotado, mas Gina sempre acabava conseguindo algumas folgas adicionais.

Nesse verão a coisa havia sido um pouco diferente.

― Se você continuar a falar, vai me tirar a concentração e eu vou precisar contar tudo de novo.

Vale suspirou, jogando a bolsa em cima do balcão.

― Por que você está a contar isso agora? Não tá nem perto de fechar o dia.

Foi a vez de Gina suspirar.

― A rapariga nova estava no caixa hoje e ficou desesperada quando não achou uma nota de cinco euros que, segundo ela, tinha acabado de colocar aqui – explicou, revirando os olhos e voltando ao trabalho. – Então é claro que sobrou pra eu fazer a conferência.

― Você parece tensa – Vale fez uma bola com seu chiclete e apoiou a mão na cabeça, o cotovelo no balcão. Gina era sua melhor amiga desde que as duas eram pequenas e ela sempre foi essa pessoa meio responsável demais. A mãe de Vale diria que não existe excesso de responsabilidade e que Gina era um exemplo a ser seguido, mas isso era porque não era ela que precisava ter uma amiga assim.

Imagina se suas amigas cancelassem a sagrada noite de vinho branco e fofoca quinzenal, a mãe de Vale seria a primeira a reclamar da falta de compromisso das mulheres com a diversão.

É o que dizem, tal mãe, tal filha. E se Valentina era assim essa pessoa de bem com a vida e descolada, a genética era a grande culpada.

― A gente quase não saiu durante todo o verão. Ou você estava aqui trabalhando ou estava em casa com vontade só de dormir. Eu começo a ficar preocupada com a sua saúde – a garota de cabelos curtos disse. Ela tinha aparado a franja acima das sobrancelhas naquele dia mesmo, por conta própria. Vale sempre foi o tipo de pessoa independente que gostava de fazer as coisas por si própria, e sempre levou jeito para trabalhos manuais.

Enquanto Gina era um exemplo a ser seguido pela sua dedicação aos estudos e a ajudar sua família, Vale conseguia fazer tudo o que tocava virar ouro. Ela tinha um "bom olhar", como dizia Vicente. E se um garoto conhecido pela sua paixão pela fotografia te diz isso, você acredita.

― Eu achei que você tivesse que trabalhar hoje. Os Montejo não tem aquele concerto pra ir? – Gina indagou, mas logo voltou a contar as últimas notas que faltavam.

― Eu só preciso chegar lá às oito meia, ainda tenho três horas sobrando. Ei, tive uma ideia! – Vale bateu na mesa, chamando a atenção de Gina novamente. – Por que você não vem comigo tomar conta dos pestinhas? A gente pode levar umas pizzas daqui como sempre e fazer maratona de Digimon.

Digimon? – Gina engoliu uma risada e guardou o resto das notas na bandeja do caixa. Aparentemente tudo estava certo e a cabeça de ninguém ia rolar. Pelo menos não naquele dia. – Desde quando a gente é fã?

Vale deu de ombros.

― Desde que o Sammy descobriu esse maldito anime e agora eu tenho que fingir que sou o Agumon se quiser que ele pare quieto.

Foi no verão passado que Vale teve a brilhante ideia de começar um serviço autônomo de baby-sitter nas redondezas de onde morava. Ela estava precisando de uma grana e não conseguia se ver trabalhando em nenhum dos empregos de meio-período que encontrou, portanto, por que não começar o seu própria negócio? Tudo começou quando ouviu sua irmã postiça reclamar da última babá que contratara para cuidar dos seus três filhos pequenos e, rápida como um gatilho, Vale sugeriu tomar essa missão para si.

Ela sempre gostou de crianças, e cuidar das crias da filha do seu falecido padrasto – que Deus o tenha – seria, acima de tudo, divertido. É claro que depois do bom serviço, Alessandra – a irmã postiça – fez propaganda da menina para todas as mãos dos coleguinhas dos pestinhas, e hoje em dia Valentina Andrade pode se considerar uma empreendedora de sucesso.

― Miga, eu adoraria ir com você, mas não posso deixar meus pais na mão hoje – Gina explicou, parecendo realmente pesarosa. Se havia uma coisa que aquela garota estava, era cansada. – A casa tá cheia e a gente precisa aproveitar porque o ano não tem sido muito bom.

É claro que Vale entendia, embora achasse um saco ter que passar tanto tempo sem a melhor pessoa da sua vida. É claro que ela tinha outros amigos, mas nenhum a conhecia tão bem quanto Gina, nenhum era tão legal de passar o tempo quanto ela.

― Além do mais, você meio que desapareceu nas últimas semanas e eu imaginei que tivesse arranjado um amor de verão com alguma turista bonita.

Vale fechou a cara e abaixou os óculos de sol que estavam na sua cabeça, tampando seus olhos.

― Eu não me envolvo em amores de verão – foi taxativa. Gina franziu a testa, achando aquela resposta rápida e ríspida muito suspeita.

― Quem é que você andou a beijar, Vale? Não me diga que foi um homem.

― Esse foi o maior insulto que já precisei escutar de você em anos de amizade, Regina.

Gina soltou uma risada. Se havia alguém mais lésbica do que Vale, a garota não conhecia. O único homem que até hoje conseguiu penetrar o seu coração reservado para mulheres foi Vicente.

Não que Vale admitisse.

― Não me chama de Regina que a situação fica feia – disse ela. Então seu olhar voou para além da amiga, na porta onde dois garotos indiscutivelmente familiares adentravam o restaurante lotado e cacofônico. Ela franziu o cenho. – Você chamou seu parento pra vir aqui?

Vale se virou para trás e Vicente acenou quando a viu. Ele e seu acompanhante de todas as horas – o ilustre capitão do time de rúgbi, Matheus Pimenta – caminharam na direção das duas garotas, para surpresa de Gina.

Veja bem, o Crista da Onda não era exatamente o restaurante mais badalado entre os adolescentes de Coralina, apesar de ter o melhor hambúrguer de cangrejo que você respeita. Matheus Pimenta nunca havia entrado lá, embora Vicente já tenha aparecido para buscar Vale algumas vezes. Então se não foi Vale quem os chamou até ali, Gina não fazia ideia do que estava acontecendo.

Não que isso fizesse alguma diferença na vida da garota. De verdade.

― Sobrinho! – Vale saudou o garoto e Vicente apenas riu. – A que devo a honra da sua presença? Oi pra você também, Pimenta.

― Oi, Vale – disse Matheus. Ele parecia meio tenso e algo dizia a Vale que tinha tudo a ver com a festa da noite anterior. Todo mundo do colégio São Bento estava falando sobre a irmã gêmea do Matheus que finalmente chegou e de como ela e Christoffer Vonstoff pareciam já estar bastante íntimos.

Sem contar, é claro, na briga que a garota tivera com Lea, a namorada do Matheus, que envolvia palavras como "mande-o à merda". Algo de errado não estava certo entre os irmãos Pimenta e Valentina, que geralmente tinha tanto interesse pela vida social da escola quanto por genitálias masculinas, estava muito curiosa.

― Essa daqui é a Gina – ela apresentou a garota do outro lado do balcão que usava óculos antiquados, olheiras e o cabelo desgrenhado. A garota poderia até dizer que a aparência desleixada se devia ao fato de ter trabalhado por horas a essa altura, mas era assim que Gina estava quase sempre.

É claro que Matheus não sabia quem ela era, embora sempre caíssem na turma de inglês juntos desde o início do ensino médio. Nem Vicente se lembraria dela, se não fosse a melhor amiga de Vale e os dois constantemente se encontrassem, porque Gina não tinha o que se chamava de uma presença muito marcante.

Ela nunca foi a maior fã de outros seres humanos e sempre estava ocupada demais com outras coisas como, por exemplo, os estudos.

Valentina, ao contrário dela, apesar de não ser popular como o grupinho de Lea e Matheus e ligar tão pouco para pessoas quanto sua melhor amiga, era conhecida pelos outros graças ao seu estilo hipster e aos milhares de seguidores no Twitter.

É claro que ser a modelo de muitas das fotos de Vicente também ajudava.

Os garotos cumprimentaram Gina, que retribuiu com um aceno de cabeça.

― Você sabe que só porque meu avô se casou com sua mãe não significa que você seja minha tia, né? – Vicente disse. Ele tinha acabado de tomar banho a julgar pelo cheiro de sabonete misturado ao perfume marcante. – Ou você acha legal já ser uma tiazona?

― Mais respeito comigo, sobrinho – ela continuou implicando. – Mas sério, o que você quer?

― Nada, só vim trazer o Mat pra provar aquele hambúrguer que você levou lá pra casa semana passada – disse, dando de ombros.

É claro que ele não disse o real motivo pelos dois estarem saindo naquele fim de tarde. Não disse que Matheus, depois de finalmente desabafar com o melhor amigo havia tomado coragem para ir conhecer a irmã. Não contou também que, quando o garoto chegou em casa na noite anterior, a menina já estava dormindo, capotada de bêbada depois da festa da Lea. Também não falou que a tal Manuela parecia dormir como um cadáver e já eram quatro da tarde quando Matheus precisou sair de casa ou então enlouqueceria enquanto esperava ela despertar.

Havia um limite para a ansiedade humana.

― Não sabia que você estaria aqui hoje – Vicente continuou. – Achei que fosse estar com a namorada misteriosa.

Gina encarou a amiga.

― Então ela existe mesmo – disse acusatória, mas divertindo-se.

Vale cruzou os braços e contorceu o rosto, visivelmente desconfortável com o assunto – o que era muito esquisito, porque Vale nunca teve problemas em falar da sua vida amorosa com Gina ou com Vicente.

Quem será que era essa namorada?

― Vocês estão loucos. E Gina, se você não vai poder mesmo sair comigo, então eu vou embora.

― Você é uma covarde mesmo, hein – Gina não deixou barato. – Mas tudo bem, a gente se vê depois.

Vale se despediu dos garotos e foi embora dali o mais rápido que pôde. Gina conseguiu milagrosamente uma mesa para os dois amigos, que se sentaram perto de uma família de turistas com cinco crianças e um bebê que não parava de chorar. Não era exatamente o lugar ideal para espairecer, mas Vicente garantiu que o hambúrguer faria tudo valer a pena.

Os dois pediram milk-shakes de chocolate enquanto a comida não vinha, mas Matheus estava ainda mais calado do que o normal. Os dois eram amigos há bastante tempo e sabiam lidar um com o outro como ninguém. Vicente era um cara tranquilo e tinha aquela alma sensível de artista que tornava fácil entender os silêncios de Matheus. Ele sabia que o amigo tinha muitas coisas guardadas dentro de si há anos e, por isso, era difícil de lidar com os próprios sentimentos.

Às vezes Lea sentia ciúmes da conexão que os dois tinham, pois não entendia porque era mais fácil para o namorado conversar com Vicente do que com ela. O que ela não conseguia perceber era que quanto mais pressionava Matheus, mais ele se fechava e mais difícil ficava de alcança-lo.

É claro que o timing dos eventos importantes havia pregado uma peça na garota ruiva. Foi apenas um mês depois de ela ter dado o próximo passo no seu relacionamento, quando Matheus finalmente estava conseguindo se entregar para ela, que todo o rolo da irmã gêmea veio à tona e acabou bagunçando tudo.

Vicente tentava ser amigo dela também, mas Lea preferiu trata-lo como uma ameaça. Era por isso que ele não ficou surpreso quando soube que a garota gentilmente expulsara a Pimenta Fêmea – como dizia Vale – da sua festa. Por sorte Chris estava junto dela e os garotos tiveram em quem acreditar, já que os maiores boatos imagináveis já estavam circulando por aí.

É claro que Chris estava com ela, Vicente pensou. Afinal, havia um rumor bem específico que o garoto norueguês não desmentira.

― Você vai ver que depois de comer esse hambúrguer, todos os seus problemas vão parecer menores – disse Vicente, seus olhos castanhos transmitindo certeza. Ele usava um boné rosa com a aba para trás e roía a unha do dedão enquanto Matheus parecia ponderar uma ideia.

― Eu vou te pedir uma coisa muito imbecil agora e talvez eu me arrependa desse ato de fraqueza.

Vicente esquivou as sobrancelhas e afastou o dedo da boca. Encarou o amigo enquanto esperava que ele deixasse a armadura cair e dissesse o que precisava dizer. Matheus suspirou, passando os dedos pelos cabelos escuros, visivelmente perturbado. Ele parecia muito cansado, igual a Gina, mas de um jeito diferente.

Talvez não tão diferente assim, embora os motivos fossem sim distintos.

― Eu queria que fosse fácil pra mim como parece ser pra ela – desabafou. – Essa rapariga é normal? Será que não ficou nem um cado abalada com... Bom, com tudo. É uma história horrível – ele mordeu o lábio, descansando os braços em cima da mesa. – Foi cruel o que fizeram conosco.

Vicente não podia discordar sobre essa última parte. Porém ele mesmo já havia passado por tragédias familiares suficientes para saber que as pessoas reagiam diferente às mesmas situações.

― Isso você vai ter que perguntar para ela, camarada. Não tem jeito.

Matheus assentiu, pois já haviam tido essa conversa na noite anterior quando foram espairecer no lugar preferido dele: o campo de rúgbi. As coisas pareciam mais fáceis quanto os dois estavam lá, no silêncio da noite.

― Eu sei. Por isso que eu queria te pedir pra ir lá pra casa hoje.

Vicente engoliu o riso, mas sua expressão o denunciou. Matheus revirou os olhos, passando a mão pelos cabelos de novo, inseguro. Poucas vezes Matheus Pimenta demonstrava insegurança assim em público. Ele era, afinal, conhecido pelo seu espírito de liderança e pela sua firmeza.

― Que foi? Sabia que você ia me achar um imbecil.

― Nada. Mas você está mesmo pavoroso de uma rapariga de um metro e meio, camarada?

― Se você for lá pra casa o Chris não vai passar a madrugada toda falando em meu ouvido se eu disser alguma coisa errada – Matheus explicou o seu ponto de vista. – Ele já está do lado dela.

― Não tem lados aqui – Vicente esclareceu logo. – E eu sinceramente não acho que o Chris estará a se importar com você, já que poderá ir consolar a sua irmã.

Matheus contorceu o rosto em uma careta e deu um gole no seu milk-shake.

― E ainda tem mais isso – resmungou, o que fez Vicente abrir um sorriso doce. Se Vicente não tinha a expressão facial mais adorável em toda Costa Malva, não se sabe quem é que detinha esse título. Não era difícil de entender porque era com ele que Matheus conseguia conversar.

― Fique sossegado, eu vou com você sim. Faz tempo que não passo a noite na república com vocês e o vídeo game.

Então Matheus Pimenta conseguiu respirar aliviado, pois sabendo que Vicente estaria por perto, talvez fosse mais fácil de enfrentar aquela situação. É claro que Vicente jamais deixaria o garoto da mão, porque eles sempre estiveram presente um para o outro quando precisavam. Era um pacto que não precisava nem ser dito, porque, afinal, para que servem os amigos?

Olha só quem está de volta? Ela mesma, a #MadrugsBoladona agora no BatCanal de Costa Malva!!! Pra que não lia Sob o mesmo teto nem Sobreopostos, eu costumava postar os capítulos sempre à meia-noite de quinta e esse era um evento conhecido como Madrugs Boladona hahaha Como terminei o capítulo dessa semana na segunda, consegui ressuscitar esse acontecimento lindo na vida de tds nós pra matar a saudade <3

Mas vamos à história: quem achou que ia ter Paulina x Paola nesse cap se enganou (ces acharam que seria fácil assim? não sou evil queen à toa *risada maléfica*). A boa notícia é que do capítulo que vem esse embate não escapa e hoje nós pudemos conhecer os 3 protagonistas que faltavam: Vale, Gina e Vicente. O que vocês acharam deles???

A música de hoje é a versão acústica de El mismo sol - Alvaro Soler (mais conhecido como MARIDO ESPANHOL DA BRUBS. Amem o meu mozão). Inclusive o Alvaro tem uma cara tão fofa que eu sempre penso no Vicente, embora o Vince seja bem mais novo e mais atlético. É a fofura mesmo o que me lembra.

Vejo vocês semana que vem, folks. Beijos e queijos, câmbio desligo.

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